Por Emerson Santiago
Apeles de Cós (Cós “Cólofon”, Grécia, século IV a.C. ?) é um dos grandes nomes da pintura na Grécia antiga. Como acontece com várias outras figuras de destaque da época, pouca informação sua chegou até os dias atuais. No caso de Apeles, nem mesmo se conhece seu local exato de nascimento, se foi Cós ou Cólofon, ou ainda datas de nascimento e morte. Além disso, nenhuma de suas pinturas sobreviveu, por motivos bastante compreensíveis.
Apesar de todas estas lacunas em sua biografia, sabe-se que se tornou um célebre discípulo do pintor Pânfilo, na escola dórica de Sicion no sul da Grécia. Seus trabalhos são descritos como uma combinação da precisão dórica com a elegância jônica. Foi pintor na corte de Filipe da Macedônia e depois da de seu filho, Alexandre o Grande, executando diversos retratos deste, com o intuito de perpetuar sua imagem.
Plínio, o Velho (em sua História Natural), Estrabão, Luciano de Samósata, Ovídio, Petrônio e outros autores deixaram informações suficientes sobre sua vida, todos considerando-o o mais importante pintor da antiguidade. Tais descrições permitiram ainda que Apeles exercesse uma influência de modo indireto nos pintores da Renascença, pois é graças a esses textos que temos uma ideia ao menos bem construída sobre suas principais obras: foi, por exemplo, através de uma descrição detalhada feita por Luciano de Samósata que Sandro Botticelli, quase 1800 anos depois, buscou recriar uma das pinturas do mestre grego, na sua obra intitulada “Calúnia de Apeles”.
Além desta recriação, acredita-se hoje em dia que duas obras escavadas em Pompeia, a Afrodite Anadyomene (Afrodite emergindo do mar) e o mosaico retratando Alexandre investindo contra as tropas de Dario I sejam réplicas de obras suas famosas em todo o mundo antigo. A pintura decora uma parede de uma das casas e o mosaico estava na soleira de outra casa (hoje em dia encontra-se em um museu).
Segundo Plínio, o Velho, Apeles era bastante receptivo às críticas. Como exemplo, cita uma ocasião onde um sapateiro apontou um erro do pintor ao retratar as sandálias de uma figura. Ao ouvir, Apeles corrigiu o erro imediatamente, e o sapateiro, cheio de si, resolveu fazer outra crítica sobre as pernas do personagem, ao que Apeles teria respondido: “Ne supra crepidam sutor judicaret” ou seja, um sapateiro não deve julgar acima das solas, querendo dizer que a crítica é válida quando o emissor conhece o suficiente sobre determinado assunto, e não além deste.
Bibliografia:
BUENAGA, Ignacio Martínez. Apeles, el pintor más famoso de la Antigüedad (em espanhol) Disponível em: <http://www.artecreha.com/Sab%C3%ADas_que/sabias-queapeles-el-pintor-mas-famoso-de-la-antigueedad.html>.
Acesso em: 02 jul. 2012.
Apeles (em espanhol). Disponível em: <http://www.biografiasyvidas.com/biografia/a/apeles.htm>.
Acesso em: 02 jul. 2012.
A Obra Esquecida de Apeles. Disponível em: <http://www.emdiv.com.br/pt/arte/enciclopediadaarte/381-a-obra-esquecida-de-apeles.html>. Acesso em: 02 jul. 2012.
Fonte: