Origem do Povo... Os fenícios era semitas pertencentes ao ramo dos cananeus. Sua origem é praticamente desconhecida, mas certamente, não eram autóctones. Segundo o Herótodo, teriam vindo do oceano Índico. É provável que tenham imigrado da região compreendida entre o mar Morto e o Mar Vermelho, mas ainda hoje é esse um ponto discutível. Denominava-se a região onde se estabeleceram, na Síria de Canaã.
Entre si denominavam-se cananeus – e sidonianos. Esses termos são encontrados nos documentos fenícios, assírios, no velho testamento e mesmo em passagens de Homero. A designação de fenícios, assírios, no velho testamento e mesmo em passagens de Homero. A designação de fenícios foi lhe atribuída pelos gregos milênio, que estabeleceram contatos comerciais com Canaã, por volta do fim do II milênio. Originalmente a palavra expressava uma tonalidade de avermelhada, que os gregos acreditavam ver na pele dos fenícios.
Importância histórica dos fenícios. Ao contrário de outros povos da Antigüidade, que se destacam como criadores de formas próprias e inéditas de civilização, os fenícios apresentam-se como expressão de uma cultura sincrética, sem muita originalidade, mas que, imbuída de um senso prático agudo, soube adaptar e aperfeiçoar com êxito conquistas alheias. A concretização mais significativa desse traço foi, sem dúvida alguma, invenção do alfabeto de 22 letras, que veio substituir o intricado sistema hieroglífico ou cuneiforme utilizado na época. O alfabeto fenício – seu maior legado para a cultura ocidental – nasceu pela necessidade de existência de um meio de comunicação e documentação e documentação simplificado, dado ser o comércio a atividade básica do povo.
Atividade comercia; intensa transformou os fenícios em importantíssimos transmissores de culturas de umas regiões para outras, as quais, por via direta, talvez só muito mais tarde tivessem estado em contato. Na própria antigüidade , escritores como Herótodo, Tucídides, Estrabão e outras já salientavam o papel relevante dos fenícios como intermediários na divulgação de técnicas e de idéias. Para o geógrafo Estrabão, por exemplo, os fenícios seriam a fonte utilizada para compor as rotas constantes da Odisséia.
De outro lado, os fenícios diferenciam-se por terem constituído, não um Estado unificado, mas uma cultura peculiar, subordinada a traços comuns de língua, religião, tendências, interesses e uma mentalidade pragmática característica, estivessem ele em Sídon ou na Sicília.
Os fenícios eram semitas pertencentes ao ramo dos cananeus. Sua origem é praticamente desconhecida, mas, certamente, não eram autócnes. Segundo Heródoto, teriam vindo do oceano Índico. É provavel que tenham emigrado da região compreendida entre o mar morto e o mar vemelho, mas ainda hoje é esse um ponto discutível. Denominavam a região onde se estabeleceram, na Síria, de canaã. Entre si denominavam-se cananeus – apesar de terem desenvolvido um tipo de vida totalmente diverso do dos cananeus do interior – e sidonianos. Esses termos são encontrados nos documentos fenícios, assírios, no velho testamento e o mesmo em passagens de Homero. A designação de fenícios foi lhes atribuída pelos gregos micênicos, que estabeleceram contatos comerciais com Canaã, por volta do fim do II milênio. Originalmente a palavra expressava uma tonalidade avermelhada, que os gregos acreditavam ver na pele dos fenícios.
Localização
A fenícia correspondia à maior parte do litoral do Líbano atual. Ao sul, seus limites alcançavam o monte Carmelo, e, em algumas ocasiões, até mesmo Dor ou Jaffa; na região norte limitavam-se com o território da cidade de Árado; a leste com a cadeia do Líbano e a oeste com o mar. Essa posição geográfica, nas proximidades de importantes áreas de civilização, o pequeno território de que dispunha para a agricultura, a costa acidentada e a presença de grande quantidade de madeira na região montanhosa determinaram, em parte, o rumo tomado pelo seu desenvolvimento histórico – voltado para o mar, sujeito às dominações políticas de grandes potências, sem unificação política e economicamente baseado no comércio e na indústria
Economia e expansão marítima
A agricultura e a pecuária eram importantes para a sobrevivência dos fenícios, mas suas principais atividades econômicas se concentravam no comércio e no artesanato. Com as excelentes madeiras de suas florestas, construíam navios. Fabricavam jóias de âmbar, ouro, prata e marfim. Produziam o vidro transparente e descobriram a púrpura, matéria corante vermelho- escuro que usavam para tingir tecidos. Essas manufaturas, bem como suas madeiras, eram comerciadas do mar Negro até o Egeu.
Os fenícios eram exímios navegadores, em função de suas atividades comerciais. Em suas viagens, orientavam-se durante o dia pelo sol e durante a noite pela Ursa Maior. Utilizavam em seus barcos a combinação de remos e velas, o que lhes proporcionava maior velocidade. Comerciavam todas as "mercadorias" imagináveis ( inclusive escravos) e isso fez com que navegassem a lugares muito distantes para a época.
Os comerciantes de Tiro chegaram à ilha de Malta, onde estabeleceram uma de suas principais bases. Fundaram colônias desde a Sicília até o estreito de Gibraltar, destacando-se Cartago. Adotavam três sistemas para o estabelecimento de bases comerciais: simples entrepostos, associação com outros povos e colônias de dominação.
Segundo Herótodo, esse povo foi o primeiro a contornar o continente africano, a serviço do faraó Necao.
Cultura e Religião
A constante presença de potências estrangeiras na vida cultural da Fenícia parece Ter sido a causa de sua pouca originalidade: as sepulturas fenícias, por exemplo, eram decoradas com motivos egípcios ou mesopotâmicos. Apesar de serem mais habilidosos que criativos, foram encontradas, na biblioteca de Ugarit, pequenas tábuas de argila contendo documentos administrativos, cânticos religiosos, hinos e textos mitológicos que trouxeram maiores informações sobre as crenças religiosas desse povo.
Os fenícios erguiam altares nas partes mais altas de suas cidades para sacrificar pequenos animais em oferenda aos deuses. Esses deuses representavam fenômenos da Natureza: El dagon representavam os rios e anunciava as chuvas: Baal era o deus das alturas, tempestades e raios: Ayan e Anat, filhos de Baal, representavam as águas subterrâneas e a guerra, respectivamente. Os fenícios tinham deuses comuns, embora com nomes diferentes em cada local; por exemplo, na cidade de Tiro Baal era demoninado Melgart.
Como comerciantes, os fenícios desenvolveram o espírito prático. Para facilitar os registros necessários aos seus negócios, criaram, a partir, principalmente, dos cuneiformes mesopot6amicos e da escrita egípcia, um novo sistema de escrita, muito mais simples e prático. Era uma escrita fonética e serviu de base para o alfabeto grego e, posteriormente, para o alfabeto atual.
Fonte: www.geocities.com
FENÍCIOS
Os fenícios, chamados sidônios no Antigo Testamento e fenícios pelo poeta Homero, eram um povo de língua semítica, ligado aos cananeus da antiga Palestina. Fundaram as primeiras povoações na costa mediterrânea por volta de 2500 a.C. No começo de sua história desenvolveram-se sob a influência das culturas suméria e acádia da vizinha Babilônia. Por volta de 1800 a.C., o Egito, que começava a formar um império no Oriente Médio, invadiu e controlou a Fenícia, controlando-a até cerca de 1400 a.C. Por volta de 1100 a.C. os fenícios tornaram-se independentes do Egito e converteram-se nos melhores comerciantes e marinheiros do mundo clássico.
A contribuição fenícia mais importante para a civilização foi o alfabeto. Atribui-se também a esta cultura a invenção da tinta de púrpura e do vidro. As cidades fenícias foram famosas por sua religião panteísta e seus templos eram o centro da vida cívica. A divindade fenícia mais importante era Astarté.
Encontraram-se muitos vestígios de uma povoação fenícia no sítio arqueológico de Nora, na ilha da Sardenha. As ruínas fenícias mais antigas datam do século VII a.C.
Os fenícios foram os maiores navegadores do mundo antigo. Com audácia, perícia e grandes galeras, percorreram o mar Mediterrâneo, atingiram o Atlântico e viajaram em torno da África.
Aliando vocação marítima com habilidade comercial, fundaram importantes colônias, como Cartago.
Para facilitar a escrita comercial, criaram o alfabeto, maravilhosa invenção da história da comunicação humana.
Características da Fenícia
A fenícia, terra de marinheiros e comerciantes, ocupava uma estreita área, com aproximadamente 40 km de largura, entre o mar Mediterrâneo e as montanhas do Libano. Atualmente essa região corresponde ao Libano e a parte da Síria.
O solo montanhoso da Fenícia não era favorável ao desenvolvimento agrícola e pastoril. Vivendo como que espremido em seu território. o povo fenício percebeu a necessidade de se lançar ao mar e desenvolver o comércio pelas cidades do Mediterrâneo.
Entre os fatores que favoreceram o sucesso comercial e marítimo da Fenícia, podemos destacar que a região:
Era muito encruzilhada de rotas comerciais, o escoadouro natural das caravanas de comercio que vinham da Ásia em direção ao Mediterrâneo;
Era rica em cedros, que forneciam a valiosa madeira para a construção de navios;
Possuía bons portos naturais em suas principais cidades (Ugarit, Biblos, Sidon e Tiro);
Tinha praias repletas de um molusco (múrice), do qual se extraía a púrpura, corante de cor vermelha utilizando para o tingimento de tecidos, muito procurados entre as elites de diversas regiões da Antiguidade.
Fonte: www.historiadomundo.com.br
FENÍCIOS
Enquanto Egito e Mesopotâmia colocam-se como grandes impérios que se fundam na Antigüidade, tendemos a nos esquecer de outros povos que hoje, talvez, suas permanências sejam muito mais presentes na nossa própria vida.
A Fenícia, cujo território hoje corresponde ao Líbano, deixou-nos o alfabeto fonético, criado por volta do ano 1.000 a.C., como grande herança.
A importância desse alfabeto reside justamente no fato de se constituir na base dos alfabetos grego e, posteriormente, o latino. Outro fato que convém lembrarmos é que não trata-se apenas de um alfabeto, mas de idioma possível de ser aprendido e pronunciado por outros povos.
O período de apogeu dos fenícios, povo descendente dos cananeus, foi entre 1.200 a.C. até 800 a C. , quando fundaram várias cidades-Estado, entre as quais Arad, Biblos, Ugarit, Sidon e Tiro -- essa última muito citada no Antigo Testamento da Bíblia. Após esse período entraram em declínio e no século VI a. C. caíram sob domínio dos persas.
Notabilizaram-se pela produção de um artesanato de luxo -- jóias, estatuetas, caixas de marfim etc. -- vinculado ao seu comércio, aliás sua principal atividade econômica.
O último baluarte fenício, Cartago, caiu sob o domínio de Roma, vitoriosa nas Guerras Púnicas.
Outro povo que mantém sua presença entre nós são os hebreus (judeus ou israelitas). Não há como ignorarmos todo o atual conflito no Oriente e no qual o Estado de Israel está diretamente envolvido.
Israel é o primeiro nome dado ao Estado fundado , por volta do século XII a. C., pelos hebreus, povo de origem semita. O termos significa provavelmente "aquele que lutou com Deus" , em clara referência ao ancestral Jacó.
A história desse povo é assinalada por uma série, quase que infindável, de conflitos e divisões internas, além das várias anexações pelas quais passaram ao longo do tempo. Porém, o que nos chama a atenção é a presença de uma religião monoteísta que sempre manteve a unidade política desse povo e, atualmente, se coloca como um dos fatores que envolve o conflito com os demais povos da Palestina e Oriente.
Também é pertinente lembrarmos que a ortodoxia na religião hebraica e a insistência na criação de um Estado para os hebreus são causas de divisionismos internos, haja vista, a polêmica entre os hebreus a partir do movimento sionista iniciado em 1897 por Theodor Herzl que redundou na criação do Estado de Israel em 1948.
A Pérsia antiga é uma das civilizações de caráter marcadamente militarista. Geralmente, atribuímos essa característica aos assírios, como se esses fossem os únicos a usar da guerra como meio de constituir um império.
Considerando a história desse povo, desde o início ela se constrói via conquistas militares. Ciro, Aquemênida, é um dos grandes exemplos dessa perspectiva militarista, ao unificar o Planalto Iraniano com a conquista e anexação dos medos. À testa do Estado, manteve essa política, ampliando os domínios do Império ao englobar a Lídia, a Babilônia, Fenícia, Síria, Palestina e Oriente, criando fronteiras que iam até a Índia.
Aliás, a dinastia Aquemênida marca-se pelo expansionismo e o próprio apogeu de sua história identifica-se com o apogeu das conquistas militares.
Sem dúvida, um outro grande momento é o reinado de Dario I que, após reorganizar o exército, se lança sobre o Mundo Grego iniciando as Guerras Médicas, responsáveis pela decadência persa, após o Tratado de Susa.
Se são importantes as conquistas militares, devemos acrescentar, também, as reformas de Dario I ao criar um sistema de estradas interligando o império, ao qual estava vinculado um correio que mantinha o imperador sempre bem informado; a arrecadação de impostos e a criação de uma moeda-padrão cunhada a ouro, o dárico.
A sustentação de toda esse estrutura militar e da suntuosidade da corte, acabaram tornando-se os responsáveis pela derrocada do Império que, para mantê-las, espoliava os povos vencidos e anexados que, obviamente, revoltavam-se não aceitando passivamente a dominação.
Fonte: www.historianet.com.br
FENÍCIA
Os fenícios assimilaram as culturas do Egito e da Mesopotâmia e as estenderam por todo o Mediterrâneo, do Oriente Médio até as costas orientais da península ibérica. O maior legado que deixaram foi um alfabeto do qual derivam os caracteres gregos e latinos. Chamou-se Fenícia à antiga região que se estendia pelo território do que mais tarde seria o Líbano e por parte da Síria e da Palestina, habitada por um povo de artesãos, navegadores e comerciantes. Biblo (futura Jubayl), Sídon (Saída), Tiro (Sur), Bérito (Beirute) e Árado foram as suas cidades principais. O nome Fenícia deriva do grego Phoiníke ("país da púrpura" ou, segundo alguns, "terra das palmeiras").
Na Bíblia, parte da região recebe o nome de Canaã, derivado da palavra semita kena'ani, "mercador". Os fenícios chegaram às costas libanesas por volta de 3000 a.C. Sua origem é obscura, mas sabe-se que eram semitas, procedentes provavelmente do golfo Pérsico. No começo, estiveram divididos em pequenos estados locais, dominados às vezes pelos impérios da Mesopotâmia e do Egito. Apesar de submetidos, os fenícios conseguiram desenvolver uma florescente atividade econômica que lhes permitiu, com o passar do tempo, transformar-se numa das potências comerciais hegemônicas do mundo banhado pelo Mediterrâneo.
A dependência dos primeiros fenícios em relação ao poderio egípcio iniciou-se com a IV dinastia (2613-2494, aproximadamente), e é notada pela grande quantidade de objetos de influência egípcia encontrados nas escavações arqueológicas. No século XIV a.C., a civilização grega de Micenas fez seu aparecimento na Fenícia, com o estabelecimento de comerciantes em Tiro, Sídon, Biblo e Árado. As invasões dos chamados povos do mar significaram uma grande mudança para o mundo mediterrâneo: os filisteus se instalaram na Fenícia, enquanto Egito e Creta começavam a decair como potências. Dessa forma, a Fenícia estava preparada no século XIII a.C. para iniciar a sua expansão marítima. A cidade de Tiro assumiu o papel hegemônico na região. Em pouco tempo, seus habitantes controlaram todas as rotas comerciais do interior, comercializando principalmente madeira de cedro, azeite e perfumes. Quando dominaram o comércio na área, iniciaram a expansão pelo Mediterrâneo, onde fundaram muitas colônias e feitorias. Os fenícios escalaram primeiro em Chipre, ilha com a qual há muito mantinham contato, e no século X a.C. se estabeleceram em Cício ou Kítion (Larnaca).
A faixa costeira da Anatólia também conheceu a presença fenícia, embora lá não se tenham estabelecido colônias permanentes. No sul da Palestina, sob domínio judeu desde o fim do século XI a.C., assentaram-se colônias comerciais estáveis, assim como no Egito, sobretudo no delta do Nilo. O Mediterrâneo ocidental foi, no entanto, a região de maior atração para os fenícios, que mantiveram relações econômicas com Creta, mas a presença dos gregos os induziu a dirigirem-se mais a oeste, chegando à Sicília, onde fundaram Mócia (Mótya), Panormo (Panormum) e Solos (Sóloi). No norte da África, os fenícios tinham-se estabelecido em Útica no século XII a.C. e fundaram outros núcleos no século IX a.C., entre os quais Cartago. Na península ibérica, Gades (Cádiz), fundada no século XII a.C., foi o porto principal dos fenícios, que ali adquiriam minerais e outros produtos do interior.
Na ilha de Malta, a Fenícia impôs seu controle no século VIII a.C., e a partir de Cartago fez o mesmo em relação a Ibiza no século VI a.C. O esplendor econômico e cultural da Fenícia viu-se ameaçado a partir do século IX a.C., quando a Assíria, que precisava de uma saída para o mar a fim de fortalecer sua posição política no Oriente Médio, começou a introduzir-se na região. O rei assírio Assurbanipal estendeu sua influência a Tiro, Sídon e Biblo, cidades às quais impôs pesados tributos. A dominação assíria obrigou as cidades fenícias a firmarem uma aliança: em meados do século VIII a.C., Tiro e Sídon se uniram para enfrentar os assírios, aos quais opuseram tenaz resistência; mas, apesar desses esforços de independência, a Assíria manteve sua hegemonia. Os egípcios, também submetidos à influência assíria, estabeleceram um pacto defensivo com Tiro no início do século VII a.C., mas foram vencidos. No fim desse século, Nabucodonosor II impôs a hegemonia da Babilônia no Oriente Médio.
O rei babilônico conquistou a região da Palestina e, depois de longo assédio, submeteu Tiro em 573 a.C. A Pérsia substituiu a Babilônia em 539 a.C. como poder hegemônico. A partir de então, Sídon passou a ter supremacia sobre as outras cidades fenícias e colaborou com o império persa contra os gregos, seus principais inimigos na disputa do controle comercial do Mediterrâneo. Os persas incluíram a Fenícia em sua quinta satrapia (província), junto com a Palestina e Chipre. Sídon procurou então uma aproximação com os gregos, cuja influência cultural se acentuou na Fenícia. No século IV, o macedônio Alexandre o Grande irrompeu na Fenícia; mais uma vez, Tiro foi a cidade que apresentou a resistência mais forte, mas, esgotada por anos de lutas contínuas, caiu em poder de Alexandre em 322 a.C. Depois da derrota, toda a Fenícia foi tomada pelos gregos. Finalmente, Roma incorporou a região a seus domínios, como parte da província da Síria, em 64 a.C. A Fenícia foi um dos países mais prósperos da antiguidade. Suas cidades desenvolveram uma florescente indústria, que abastecia os mais distantes mercados.
Objetos de madeira talhada (cedro e pinho) e tecidos de lã, algodão e linho tingidos com a famosa púrpura de Tiro, extraída de um molusco, foram as manufaturas fenícias de maior prestígio e difusão. Também eram muito procurados os objetos de metal; o cobre, obtido em Chipre, o ouro, a prata e o bronze foram os mais utilizados, em objetos suntuários e em jóias de fino valor. Os trabalhos em marfim alcançaram grande perfeição técnica na forma de pentes, estojos e estatuetas. Os fenícios descobriram ainda a técnica de fabricação do vidro e aperfeiçoaram-na para confeccionar belos objetos. O comércio se fez principalmente pelo mar, já que o transporte terrestre de grandes carregamentos era dificílimo. Essa exigência contribuiu para desenvolver a habilidade dos fenícios como construtores navais e os transformou em hábeis navegadores. Sociedade e política. Para a construção de suas cidades e feitorias, os fenícios escolhiam zonas estratégicas do ponto de vista comercial e da navegação. Erguiam-nas sempre em portos protegidos, amplas baías que permitiam aos barcos atracar com facilidade e penínsulas abrigadas.
As cidades eram geralmente protegidas com muralhas, e os edifícios chegavam a uma altura considerável. A classe dos comerciantes ricos exercia o domínio político em cada cidade, governada por um rei. A diversidade arquitetônica das casas fenícias que foi possível conhecer revela a existência de uma marcada diferenciação social entre a oligarquia de mercadores e o conjunto dos trabalhadores artesanais e agrícolas. A religião dos fenícios era semelhante à de outros povos do Oriente Médio, embora também apresentasse características e influências de religiões e crenças de outras áreas como o mar Egeu, o Egito e mais tarde a Grécia, em conseqüência dos contatos comerciais.
A religiosidade se baseava no culto às forças naturais divinizadas. A divindade principal era El, adorado junto com sua companheira e mãe, Asherat ou Elat, deusa do mar. Desses dois descendiam outros, como Baal, deus das montanhas e da chuva, e Astarte ou Astar, deusa da fertilidade, chamada Tanit nas colônias do Mediterrâneo ocidental, como Cartago. As cidades fenícias tinham ainda divindades particulares; Melqart foi o deus de Tiro, de onde seu culto, com a expansão marítima, passou ao Ocidente, concretamente a Cartago e Gades. Entre os rituais fenícios mais praticados tiveram papel essencial os sacrifícios de animais, mas também os humanos, principalmente crianças. Em geral os templos, normalmente divididos em três espaços, eram edificados em áreas abertas dentro das cidades. Havia ainda pequenas capelas, altares ao ar livre e santuários com estelas decoradas em relevo. Os sacerdotes e sacerdotisas freqüentemente herdavam da família o ofício sagrado.
Os próprios monarcas fenícios, homens ou mulheres, exerciam o sacerdócio, para o que se requeria um estudo profundo da tradição. A civilização ocidental deve aos fenícios a difusão do alfabeto, cuja origem é incerta. Povo pragmático por natureza, os fenícios parecem haver adotado e simplificado formas de escrita mais complexas, talvez de procedência egípcia, para criar um alfabeto consonântico de 22 letras, que se escreviam da direita para a esquerda. Os gregos foram os primeiros a receber essa importante herança fenícia, que remonta ao século XIV a.C.; a exemplo dos latinos e outros povos da antiguidade, transformaram esse alfabeto e lhe incorporaram as vogais. A arte fenícia constituiu um sincretismo de elementos egípcios, egeus, micênicos, mesopotâmicos, gregos e de outros povos, e tinha um caráter essencialmente utilitário e comercial. A difusão dos objetos fenícios pelo Mediterrâneo contribuiu para estender as influências orientalizantes à arte dos gregos, dos etruscos, dos iberos e outros. A peça mais destacada da escultura fenícia é o sarcófago de Ahiram, encontrado em Biblo, cuja decoração apresenta motivos talhados em relevo.
Fonte: www.nomismatike.hpg.ig.com.br
Um pouco da história dos Fenícios
Os fenícios estabeleceram-se nas margens orientais do Mediterrâneo, na fina e fértil faixa situada entre o mar e os montes Líbano e Antilíbano. A pequenez de seu território, a presença de vizinhos poderosos, e a existência de muita madeira de cedro (boa para a construção naval), nas florestas das montanhas, parecem ter sido fatores adicionais que orientaram a civilização fenícia para o mar.
Construiram frotas numerosas e poderosas. Visitaram as costas do norte da África e todo o sul da Europa, comerciaram na Itália, penetraram no ponto Euxino (mar Negro) e sairam pelas Colunas de Hércules (Estreito de Gibraltar), tocando o litoral atlântico da África e chegando até as ilhas do Estanho (Inglaterra).
Comerciando sempre, construiram entrepostos e armazéns ao longo de suas rotas. Quando podiam saqueavam e roubavam, mas evitavam os enimigos poderosos, que preferiam enfraquecer mais pelo ouro do que pela espada. Seus agentes e diplomatas não eram estranhos a quase todas as guerras travadas na época, e delas tiravam bom proveito. Fizeram o périplo africano, seguindo em sentido inverso ao caminho que percorreria Vasco da Gama muito mais tarde. E as provas se acumulam para confirmar que atravessaram o Atlântico e visitaram o novo continente. Os fenícios navegavam utilizando a técnica de orientação pelas estrelas, pelas correntes marinhas e pela direção dos ventos, e seguindo esses indícios seus capitães cobriam vastas distâncias com precisão. Já eram influentes por volta do ano 2000 a.C., mas seu poder cresceu com Abibaal (1020 a.C.) e Hirã (aliado de Salomão). Biblos, Sidon e Tiro foram sucessivamente capitais de um império comercial de cidades unidas antes pelos interesses, costumes e religião do que por uma estrutura política mais rígida.
Sobre o Brasil
O Brasil está repleto de indícios comprobatórios da passagem dos fenícios, e tudo indica que eles concentraram sua atenção no nordeste. Pouco distante da confluência do rio Longá e do rio Parnaíba, no Estado do Piauí, existe um lago onde foram encontrados estaleiros fenícios e um porto, com local para atracação dos "carpássios" (navios antigos de longo curso).
Subindo o rio Mearim, no Estado do Maranhão, na confluência dos rios Pindaré e Grajaú, encontramos o lago Pensiva, que outrora foi chamado Maracu. Neste lago, em ambas as margens, existem estaleiros de madeira petrificada, com grossos pregos e cavilhas de bronze. O pesquisador maranhense Raimundo Lopes escavou ali, no fim da década de 1920, e encontrou utensílios tipicamente fenícios.
No Rio Grande do Norte, por sua vez, depois de percorrer um canal de 11 quilômetros, os barcos fenícios ancoravam no lago Extremoz. O professor austríaco Ludwig Schwennhagen estudou cuidadosamente os aterros e subterrâneos do local, e outros que existem perto da vila de Touros, onde os navegadores fenícios vinham a ancorar após percorrer uns 10 quilômetros de canal. O mesmo Schwennhagen relata que encontrou na Amazônia inscrições fenícias gravadas em pedra, nas quais havia referências a diversos reis de Tiro e Sidon (887 a 856 a.C.).
Schwennhagen acredita que os fenícios usaram o Brasil como base durante pelo menos oitocentos anos, deixando aqui, além das provas materiais, uma importante influência lingüística entre os nativos.
Nas entradas dos rios Camocim (Ceará), Parnaíba (Piauí) e Mearim (Maranhão), existem muralhas de pedra e cal erguidas pelos antigos fenícios.
Apollinaire Frot, pesquisador francês, percorreu longamente o interior do Brasil, coletando inscrições fenícias nas serras de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Bahia. As inscrições reunidas são tantas que "ocupariam vários volumes se fossem publicadas", segundo declaração do próprio Frot.
Sua tradução faz referência às obras dos fenícios no Brasil, à atividade comercial que aqui vinham exercer e ao afundamento da Atlântida. Algumas inscrições revelam que, em virtude dos abalos sofridos, os sobreviventes da Atlântida foram para o norte da África fundar os impérios do Egito e várias nações do Oriente Médio. Falam ainda do dilúvio bíblico que, segundo eles, não foi universal, mas apenas um cataclisma local, na Mesopotâmia, fato esse que os cientistas aceitam hoje em dia.
A condição de potência econômica, de cujo comércio as demais dependiam, deu à Fenícia uma certa estabilidade que lhe permitiu existir tanto tempo sem possuir fortes exércitos. Sobreviveu à hegemonia egípcia, síria e assíria, e depois também ao domínio persa. Eis que finalmente chegou um elemento racialmente estranho, na forma dos invasores da Europa, e a Fenícia finalmente baqueou, primeiro sobre a invasão dos gregos de Alexandre magno e depois debaixo do poderio das legiões romanas.
Com a guerra, interrompeu-se o comércio, e as colônias e entrepostos distantes, abandonados à própria sorte, começaram a ser destruídos pelas populações locais. Naquelas regiões, por demais afastadas para permitir a volta à metrópole, as populações regrediram a um estado primitivo. Isto é apenas teoria, mas explicaria os selvagens louros e de constituição física diversa que encontramos em algumas tribos indígenas brasileiras da Amazônia. Explicaria também a pele clara e o grande número de vocábulos fenícios no linguajar dos índios tiriós.
Cartago, a maior das colônias da Fenícia, sobreviveu e prosperou até herdar da antiga metrópole o comércio pelo mar. É Heródoto que nos conta que "o Senado de Cartago baixou decreto proibindo sob pena de morte que se continuassem fazendo viagens para esse lado do Atlântico" (Américas) "já que a contínua vinda de homens e de recursos estava despovoando a capital".
E há, finalmente, a famosa inscrição da Pedra da Gávea, no Rio de Janeiro, bastante conhecida: Aqui Badezir, rei de Tiro, primogênito de Jetbaal.
Fonte: www.acasicos.com.br
Enquanto Egito e Mesopotâmia colocam-se como grandes impérios que se fundam na Antigüidade, tendemos a nos esquecer de outros povos que hoje, talvez, suas permanências sejam muito mais presentes na nossa própria vida.
A Fenícia, cujo território hoje corresponde ao Líbano, deixou-nos o alfabeto fonético, criado por volta do ano 1.000 a.C., como grande herança.
A importância desse alfabeto reside justamente no fato de se constituir na base dos alfabetos grego e, posteriormente, o latino. Outro fato que convém lembrarmos é que não trata-se apenas de um alfabeto, mas de idioma possível de ser aprendido e pronunciado por outros povos.
O período de apogeu dos fenícios, povo descendente dos cananeus, foi entre 1.200 a.C. até 800 a C. , quando fundaram várias cidades-Estado, entre as quais Arad, Biblos, Ugarit, Sidon e Tiro -- essa última muito citada no Antigo Testamento da Bíblia. Após esse período entraram em declínio e no século VI a. C. caíram sob domínio dos persas.
Notabilizaram-se pela produção de um artesanato de luxo -- jóias, estatuetas, caixas de marfim etc. -- vinculado ao seu comércio, aliás sua principal atividade econômica.
O último baluarte fenício, Cartago, caiu sob o domínio de Roma, vitoriosa nas Guerras Púnicas.
Outro povo que mantém sua presença entre nós são os hebreus (judeus ou israelitas). Não há como ignorarmos todo o atual conflito no Oriente e no qual o Estado de Israel está diretamente envolvido.
Israel é o primeiro nome dado ao Estado fundado , por volta do século XII a. C., pelos hebreus, povo de origem semita. O termos significa provavelmente "aquele que lutou com Deus" , em clara referência ao ancestral Jacó.
A história desse povo é assinalada por uma série, quase que infindável, de conflitos e divisões internas, além das várias anexações pelas quais passaram ao longo do tempo. Porém, o que nos chama a atenção é a presença de uma religião monoteísta que sempre manteve a unidade política desse povo e, atualmente, se coloca como um dos fatores que envolve o conflito com os demais povos da Palestina e Oriente.
Também é pertinente lembrarmos que a ortodoxia na religião hebraica e a insistência na criação de um Estado para os hebreus são causas de divisionismos internos, haja vista, a polêmica entre os hebreus a partir do movimento sionista iniciado em 1897 por Theodor Herzl que redundou na criação do Estado de Israel em 1948.
A Pérsia antiga é uma das civilizações de caráter marcadamente militarista. Geralmente, atribuímos essa característica aos assírios, como se esses fossem os únicos a usar da guerra como meio de constituir um império.
Considerando a história desse povo, desde o início ela se constrói via conquistas militares. Ciro, Aquemênida, é um dos grandes exemplos dessa perspectiva militarista, ao unificar o Planalto Iraniano com a conquista e anexação dos medos. À testa do Estado, manteve essa política, ampliando os domínios do Império ao englobar a Lídia, a Babilônia, Fenícia, Síria, Palestina e Oriente, criando fronteiras que iam até a Índia.
Aliás, a dinastia Aquemênida marca-se pelo expansionismo e o próprio apogeu de sua história identifica-se com o apogeu das conquistas militares.
Sem dúvida, um outro grande momento é o reinado de Dario I que, após reorganizar o exército, se lança sobre o Mundo Grego iniciando as Guerras Médicas, responsáveis pela decadência persa, após o Tratado de Susa.
Se são importantes as conquistas militares, devemos acrescentar, também, as reformas de Dario I ao criar um sistema de estradas interligando o império, ao qual estava vinculado um correio que mantinha o imperador sempre bem informado; a arrecadação de impostos e a criação de uma moeda-padrão cunhada a ouro, o dárico.
A sustentação de toda esse estrutura militar e da suntuosidade da corte, acabaram tornando-se os responsáveis pela derrocada do Império que, para mantê-las, espoliava os povos vencidos e anexados que, obviamente, revoltavam-se não aceitando passivamente a dominação.
Fonte: www.historianet.com.br
FENÍCIA
Os fenícios assimilaram as culturas do Egito e da Mesopotâmia e as estenderam por todo o Mediterrâneo, do Oriente Médio até as costas orientais da península ibérica. O maior legado que deixaram foi um alfabeto do qual derivam os caracteres gregos e latinos. Chamou-se Fenícia à antiga região que se estendia pelo território do que mais tarde seria o Líbano e por parte da Síria e da Palestina, habitada por um povo de artesãos, navegadores e comerciantes. Biblo (futura Jubayl), Sídon (Saída), Tiro (Sur), Bérito (Beirute) e Árado foram as suas cidades principais. O nome Fenícia deriva do grego Phoiníke ("país da púrpura" ou, segundo alguns, "terra das palmeiras").
Na Bíblia, parte da região recebe o nome de Canaã, derivado da palavra semita kena'ani, "mercador". Os fenícios chegaram às costas libanesas por volta de 3000 a.C. Sua origem é obscura, mas sabe-se que eram semitas, procedentes provavelmente do golfo Pérsico. No começo, estiveram divididos em pequenos estados locais, dominados às vezes pelos impérios da Mesopotâmia e do Egito. Apesar de submetidos, os fenícios conseguiram desenvolver uma florescente atividade econômica que lhes permitiu, com o passar do tempo, transformar-se numa das potências comerciais hegemônicas do mundo banhado pelo Mediterrâneo.
A dependência dos primeiros fenícios em relação ao poderio egípcio iniciou-se com a IV dinastia (2613-2494, aproximadamente), e é notada pela grande quantidade de objetos de influência egípcia encontrados nas escavações arqueológicas. No século XIV a.C., a civilização grega de Micenas fez seu aparecimento na Fenícia, com o estabelecimento de comerciantes em Tiro, Sídon, Biblo e Árado. As invasões dos chamados povos do mar significaram uma grande mudança para o mundo mediterrâneo: os filisteus se instalaram na Fenícia, enquanto Egito e Creta começavam a decair como potências. Dessa forma, a Fenícia estava preparada no século XIII a.C. para iniciar a sua expansão marítima. A cidade de Tiro assumiu o papel hegemônico na região. Em pouco tempo, seus habitantes controlaram todas as rotas comerciais do interior, comercializando principalmente madeira de cedro, azeite e perfumes. Quando dominaram o comércio na área, iniciaram a expansão pelo Mediterrâneo, onde fundaram muitas colônias e feitorias. Os fenícios escalaram primeiro em Chipre, ilha com a qual há muito mantinham contato, e no século X a.C. se estabeleceram em Cício ou Kítion (Larnaca).
A faixa costeira da Anatólia também conheceu a presença fenícia, embora lá não se tenham estabelecido colônias permanentes. No sul da Palestina, sob domínio judeu desde o fim do século XI a.C., assentaram-se colônias comerciais estáveis, assim como no Egito, sobretudo no delta do Nilo. O Mediterrâneo ocidental foi, no entanto, a região de maior atração para os fenícios, que mantiveram relações econômicas com Creta, mas a presença dos gregos os induziu a dirigirem-se mais a oeste, chegando à Sicília, onde fundaram Mócia (Mótya), Panormo (Panormum) e Solos (Sóloi). No norte da África, os fenícios tinham-se estabelecido em Útica no século XII a.C. e fundaram outros núcleos no século IX a.C., entre os quais Cartago. Na península ibérica, Gades (Cádiz), fundada no século XII a.C., foi o porto principal dos fenícios, que ali adquiriam minerais e outros produtos do interior.
Na ilha de Malta, a Fenícia impôs seu controle no século VIII a.C., e a partir de Cartago fez o mesmo em relação a Ibiza no século VI a.C. O esplendor econômico e cultural da Fenícia viu-se ameaçado a partir do século IX a.C., quando a Assíria, que precisava de uma saída para o mar a fim de fortalecer sua posição política no Oriente Médio, começou a introduzir-se na região. O rei assírio Assurbanipal estendeu sua influência a Tiro, Sídon e Biblo, cidades às quais impôs pesados tributos. A dominação assíria obrigou as cidades fenícias a firmarem uma aliança: em meados do século VIII a.C., Tiro e Sídon se uniram para enfrentar os assírios, aos quais opuseram tenaz resistência; mas, apesar desses esforços de independência, a Assíria manteve sua hegemonia. Os egípcios, também submetidos à influência assíria, estabeleceram um pacto defensivo com Tiro no início do século VII a.C., mas foram vencidos. No fim desse século, Nabucodonosor II impôs a hegemonia da Babilônia no Oriente Médio.
O rei babilônico conquistou a região da Palestina e, depois de longo assédio, submeteu Tiro em 573 a.C. A Pérsia substituiu a Babilônia em 539 a.C. como poder hegemônico. A partir de então, Sídon passou a ter supremacia sobre as outras cidades fenícias e colaborou com o império persa contra os gregos, seus principais inimigos na disputa do controle comercial do Mediterrâneo. Os persas incluíram a Fenícia em sua quinta satrapia (província), junto com a Palestina e Chipre. Sídon procurou então uma aproximação com os gregos, cuja influência cultural se acentuou na Fenícia. No século IV, o macedônio Alexandre o Grande irrompeu na Fenícia; mais uma vez, Tiro foi a cidade que apresentou a resistência mais forte, mas, esgotada por anos de lutas contínuas, caiu em poder de Alexandre em 322 a.C. Depois da derrota, toda a Fenícia foi tomada pelos gregos. Finalmente, Roma incorporou a região a seus domínios, como parte da província da Síria, em 64 a.C. A Fenícia foi um dos países mais prósperos da antiguidade. Suas cidades desenvolveram uma florescente indústria, que abastecia os mais distantes mercados.
Objetos de madeira talhada (cedro e pinho) e tecidos de lã, algodão e linho tingidos com a famosa púrpura de Tiro, extraída de um molusco, foram as manufaturas fenícias de maior prestígio e difusão. Também eram muito procurados os objetos de metal; o cobre, obtido em Chipre, o ouro, a prata e o bronze foram os mais utilizados, em objetos suntuários e em jóias de fino valor. Os trabalhos em marfim alcançaram grande perfeição técnica na forma de pentes, estojos e estatuetas. Os fenícios descobriram ainda a técnica de fabricação do vidro e aperfeiçoaram-na para confeccionar belos objetos. O comércio se fez principalmente pelo mar, já que o transporte terrestre de grandes carregamentos era dificílimo. Essa exigência contribuiu para desenvolver a habilidade dos fenícios como construtores navais e os transformou em hábeis navegadores. Sociedade e política. Para a construção de suas cidades e feitorias, os fenícios escolhiam zonas estratégicas do ponto de vista comercial e da navegação. Erguiam-nas sempre em portos protegidos, amplas baías que permitiam aos barcos atracar com facilidade e penínsulas abrigadas.
As cidades eram geralmente protegidas com muralhas, e os edifícios chegavam a uma altura considerável. A classe dos comerciantes ricos exercia o domínio político em cada cidade, governada por um rei. A diversidade arquitetônica das casas fenícias que foi possível conhecer revela a existência de uma marcada diferenciação social entre a oligarquia de mercadores e o conjunto dos trabalhadores artesanais e agrícolas. A religião dos fenícios era semelhante à de outros povos do Oriente Médio, embora também apresentasse características e influências de religiões e crenças de outras áreas como o mar Egeu, o Egito e mais tarde a Grécia, em conseqüência dos contatos comerciais.
A religiosidade se baseava no culto às forças naturais divinizadas. A divindade principal era El, adorado junto com sua companheira e mãe, Asherat ou Elat, deusa do mar. Desses dois descendiam outros, como Baal, deus das montanhas e da chuva, e Astarte ou Astar, deusa da fertilidade, chamada Tanit nas colônias do Mediterrâneo ocidental, como Cartago. As cidades fenícias tinham ainda divindades particulares; Melqart foi o deus de Tiro, de onde seu culto, com a expansão marítima, passou ao Ocidente, concretamente a Cartago e Gades. Entre os rituais fenícios mais praticados tiveram papel essencial os sacrifícios de animais, mas também os humanos, principalmente crianças. Em geral os templos, normalmente divididos em três espaços, eram edificados em áreas abertas dentro das cidades. Havia ainda pequenas capelas, altares ao ar livre e santuários com estelas decoradas em relevo. Os sacerdotes e sacerdotisas freqüentemente herdavam da família o ofício sagrado.
Os próprios monarcas fenícios, homens ou mulheres, exerciam o sacerdócio, para o que se requeria um estudo profundo da tradição. A civilização ocidental deve aos fenícios a difusão do alfabeto, cuja origem é incerta. Povo pragmático por natureza, os fenícios parecem haver adotado e simplificado formas de escrita mais complexas, talvez de procedência egípcia, para criar um alfabeto consonântico de 22 letras, que se escreviam da direita para a esquerda. Os gregos foram os primeiros a receber essa importante herança fenícia, que remonta ao século XIV a.C.; a exemplo dos latinos e outros povos da antiguidade, transformaram esse alfabeto e lhe incorporaram as vogais. A arte fenícia constituiu um sincretismo de elementos egípcios, egeus, micênicos, mesopotâmicos, gregos e de outros povos, e tinha um caráter essencialmente utilitário e comercial. A difusão dos objetos fenícios pelo Mediterrâneo contribuiu para estender as influências orientalizantes à arte dos gregos, dos etruscos, dos iberos e outros. A peça mais destacada da escultura fenícia é o sarcófago de Ahiram, encontrado em Biblo, cuja decoração apresenta motivos talhados em relevo.
Fonte: www.nomismatike.hpg.ig.com.br
Um pouco da história dos Fenícios
Os fenícios estabeleceram-se nas margens orientais do Mediterrâneo, na fina e fértil faixa situada entre o mar e os montes Líbano e Antilíbano. A pequenez de seu território, a presença de vizinhos poderosos, e a existência de muita madeira de cedro (boa para a construção naval), nas florestas das montanhas, parecem ter sido fatores adicionais que orientaram a civilização fenícia para o mar.
Construiram frotas numerosas e poderosas. Visitaram as costas do norte da África e todo o sul da Europa, comerciaram na Itália, penetraram no ponto Euxino (mar Negro) e sairam pelas Colunas de Hércules (Estreito de Gibraltar), tocando o litoral atlântico da África e chegando até as ilhas do Estanho (Inglaterra).
Comerciando sempre, construiram entrepostos e armazéns ao longo de suas rotas. Quando podiam saqueavam e roubavam, mas evitavam os enimigos poderosos, que preferiam enfraquecer mais pelo ouro do que pela espada. Seus agentes e diplomatas não eram estranhos a quase todas as guerras travadas na época, e delas tiravam bom proveito. Fizeram o périplo africano, seguindo em sentido inverso ao caminho que percorreria Vasco da Gama muito mais tarde. E as provas se acumulam para confirmar que atravessaram o Atlântico e visitaram o novo continente. Os fenícios navegavam utilizando a técnica de orientação pelas estrelas, pelas correntes marinhas e pela direção dos ventos, e seguindo esses indícios seus capitães cobriam vastas distâncias com precisão. Já eram influentes por volta do ano 2000 a.C., mas seu poder cresceu com Abibaal (1020 a.C.) e Hirã (aliado de Salomão). Biblos, Sidon e Tiro foram sucessivamente capitais de um império comercial de cidades unidas antes pelos interesses, costumes e religião do que por uma estrutura política mais rígida.
Sobre o Brasil
O Brasil está repleto de indícios comprobatórios da passagem dos fenícios, e tudo indica que eles concentraram sua atenção no nordeste. Pouco distante da confluência do rio Longá e do rio Parnaíba, no Estado do Piauí, existe um lago onde foram encontrados estaleiros fenícios e um porto, com local para atracação dos "carpássios" (navios antigos de longo curso).
Subindo o rio Mearim, no Estado do Maranhão, na confluência dos rios Pindaré e Grajaú, encontramos o lago Pensiva, que outrora foi chamado Maracu. Neste lago, em ambas as margens, existem estaleiros de madeira petrificada, com grossos pregos e cavilhas de bronze. O pesquisador maranhense Raimundo Lopes escavou ali, no fim da década de 1920, e encontrou utensílios tipicamente fenícios.
No Rio Grande do Norte, por sua vez, depois de percorrer um canal de 11 quilômetros, os barcos fenícios ancoravam no lago Extremoz. O professor austríaco Ludwig Schwennhagen estudou cuidadosamente os aterros e subterrâneos do local, e outros que existem perto da vila de Touros, onde os navegadores fenícios vinham a ancorar após percorrer uns 10 quilômetros de canal. O mesmo Schwennhagen relata que encontrou na Amazônia inscrições fenícias gravadas em pedra, nas quais havia referências a diversos reis de Tiro e Sidon (887 a 856 a.C.).
Schwennhagen acredita que os fenícios usaram o Brasil como base durante pelo menos oitocentos anos, deixando aqui, além das provas materiais, uma importante influência lingüística entre os nativos.
Nas entradas dos rios Camocim (Ceará), Parnaíba (Piauí) e Mearim (Maranhão), existem muralhas de pedra e cal erguidas pelos antigos fenícios.
Apollinaire Frot, pesquisador francês, percorreu longamente o interior do Brasil, coletando inscrições fenícias nas serras de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Bahia. As inscrições reunidas são tantas que "ocupariam vários volumes se fossem publicadas", segundo declaração do próprio Frot.
Sua tradução faz referência às obras dos fenícios no Brasil, à atividade comercial que aqui vinham exercer e ao afundamento da Atlântida. Algumas inscrições revelam que, em virtude dos abalos sofridos, os sobreviventes da Atlântida foram para o norte da África fundar os impérios do Egito e várias nações do Oriente Médio. Falam ainda do dilúvio bíblico que, segundo eles, não foi universal, mas apenas um cataclisma local, na Mesopotâmia, fato esse que os cientistas aceitam hoje em dia.
A condição de potência econômica, de cujo comércio as demais dependiam, deu à Fenícia uma certa estabilidade que lhe permitiu existir tanto tempo sem possuir fortes exércitos. Sobreviveu à hegemonia egípcia, síria e assíria, e depois também ao domínio persa. Eis que finalmente chegou um elemento racialmente estranho, na forma dos invasores da Europa, e a Fenícia finalmente baqueou, primeiro sobre a invasão dos gregos de Alexandre magno e depois debaixo do poderio das legiões romanas.
Com a guerra, interrompeu-se o comércio, e as colônias e entrepostos distantes, abandonados à própria sorte, começaram a ser destruídos pelas populações locais. Naquelas regiões, por demais afastadas para permitir a volta à metrópole, as populações regrediram a um estado primitivo. Isto é apenas teoria, mas explicaria os selvagens louros e de constituição física diversa que encontramos em algumas tribos indígenas brasileiras da Amazônia. Explicaria também a pele clara e o grande número de vocábulos fenícios no linguajar dos índios tiriós.
Cartago, a maior das colônias da Fenícia, sobreviveu e prosperou até herdar da antiga metrópole o comércio pelo mar. É Heródoto que nos conta que "o Senado de Cartago baixou decreto proibindo sob pena de morte que se continuassem fazendo viagens para esse lado do Atlântico" (Américas) "já que a contínua vinda de homens e de recursos estava despovoando a capital".
E há, finalmente, a famosa inscrição da Pedra da Gávea, no Rio de Janeiro, bastante conhecida: Aqui Badezir, rei de Tiro, primogênito de Jetbaal.
Fonte: www.acasicos.com.br