18.9.12
Biologia Evolutiva
Charles Darwin
Apesar de, desde muito tempo, filósofos e cientistas naturais buscarem explicações para justificar a biodiversidade e, ao mesmo tempo, a semelhança entre espécies, em menor ou maior grau, foi somente no século XIX que surgiu uma explicação favorável a este fato. No senso comum, permeava a ideia de que cada espécie existente no planeta havia sido criada por Deus, sem apresentar nenhuma mudança ao longo dos tempos – princípio este denominado fixismo.
Entretanto, Lamarck, em 1809, sugeriu que os seres vivos passavam por modificações, de acordo com o ambiente, a fim de se adaptarem: a lei do uso e desuso. Sob essa ótica, por exemplo, se um grupo de girafas passasse, em determinado momento, a comer as folhas de copas mais altas, seus pescoços tenderiam a crescer. Esse mesmo princípio poderia ser aplicado para justificar a ausência de cauda em humanos.
Lamarck postulou outra lei: a da transmissão dos caracteres adquiridos, a qual explicava que tais modificações passariam de pais para filhos, podendo, dessa forma, ao longo do tempo, surgirem novas espécies.
Apesar de suas ideias serem bastante respeitadas por proporem novos conceitos e questionarem o fixismo, Lamarck acreditava, ainda, que espécies mais simples surgiam por geração espontânea. Além disso, tempos mais tarde, percebeu-se que a lei do uso e desuso não se aplicava a todos os casos, e que nem todas as alterações corporais eram transmitidas para as novas gerações.
Ao viajar ao redor do mundo a bordo de um navio, por cinco anos, Darwin foi percebendo que os seres vivos eram adaptados ao ambiente que viviam; e que essa situação poderia estar relacionada ao surgimento de novas espécies, ao longo do tempo, a partir de restrições do ambiente, onde somente os mais adaptados a ele poderiam sobreviver, se reproduzir e ter descendentes com tais modificações – princípio este chamado de seleção natural. Como tais descobertas entravam em choque com o pensamento da época, Darwin preferiu calar-se e permaneceu assim por muito tempo.
Como Darwin passou a ser bastante conhecido devido à viagem que fez, Alfred Wallace decidiu enviar algumas de suas descobertas recentes a ele. Foi quando o mesmo percebeu que ambos haviam chegado às mesmas conclusões – embora Darwin estivesse munido de mais explicações e provas materiais consistentes. Assim, em 1858, ambos apresentaram suas ideias em uma reunião científica, em Londres.
Na atualidade, a evolução é estudada com base nos princípios de Darwin e Wallace, mas considerando aspectos da Genética. Trata-se da Teoria sintética (ou moderna) da evolução. Além da seleção natural, essa Teoria considera a migração e deriva genética (mudanças na frequência dos genes de uma população que ocorrem ao acaso) como fatores que atuam sobre a variabilidade genética; e a mutação e permutação (reprodução sexuada) como fatores que propiciam seu aumento.
Nessa seção, você encontrará textos que aprofundam melhor esse tema. É importante buscar entender bem a evolução, porque, além de diversos outros motivos, a Biologia tende a ser estudada sob essa ótica.
Por Mariana Araguaia
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