15.10.12

11 prêmios importantes da ciência (além do Nobel)

Jessica Soares
Desde 1901, o Prêmio Nobel homenageia anualmente realizações nas áreas de física, química, fisiologia ou medicina, literatura e paz. No entanto, pouca gente sabe que o prêmio – permitido pela fortuna e legado do cientista, empresário, autor, pacifista e inventor Alfred Nobel – é apenas um dos representantes das quase três centenas de premiações que visam prestigiar e incentivar inovações e avanços científicos em todo o mundo. Prepare-se para o próximo bolão – a SUPER listou outros 11 prêmios importantes da ciência:

1. Medalha Copley



Início: 1731
Quem é premiado: pesquisador responsável por realizações de destaque em pesquisa nas áreas das ciências físicas e biológicas.

Se ainda fosse vivo, o pesquisador Charles Darwin com certeza exibiria com orgulho sua Medalha Copley. O naturalista inglês faz parte da longa lista de agraciados do mais antigo prêmio da Royal Society - sociedade britânica fundada em 1660 que reúne destacados cientistas. Inicialmente concedido à descoberta científica mais importante ou para a maior contribuição feita por meio de experimentos, em 1831 o prêmio passou a ser destinado anualmente ao autor da pesquisa que o Conselho da Sociedade julga o mais merecedor da honra.

2. Prêmio Demidov

Início: 1831
Quem é premiado: pesquisadores da Academia de Ciências da Rússia responsáveis por conquistas notáveis em ciências naturais e humanas.

Iniciado durante o Império Russo por Pavel Nikolaevich Demidov, membro de uma família nobre, o Prêmio Demidov é um dos mais antigos no ramo da ciência. Entre os anos de 1832 e 1866, a Academia de Ciências da Rússia concedeu 55 prêmios integrais a importantes pesquisadores russos, como o criador da tabela periódica, Dmitri Mendeleiv, e o inventor do método de imobilização em gesso para tratamento de fraturas, Nikolay Pirogov. A partir de 1866, 25 anos após a morte de Demidov, o prêmio deixou de ser concedido anualmente. Foi só em 1993 que o vice-presidente da Academia de Ciências da Rússia, Gennady Mesyats, e o governador do distrito de Óblast de Sverdlovsk, Eduard Rossel, resolveram restabelecer o tradicional prêmio, que segue homenageando importantes trabalhos em ciências naturais e humanas.

3. Medalha Perkin


Início: 1906
Quem é premiado: químicos residentes nos Estados Unidos que tenham promovido inovações em química aplicada, “resultando em excepcional desenvolvimento comercial”.

A premiação anual teve como primeiro homenageado o químico inglês William Perkin, responsável pelo desenvolvimento do primeiro corante de anilina sintético. Desde 1908, o prêmio é concedido pela seção estadunidense da Sociedade da Indústria Química.

4. Medalha Priestley



Início:1922
Quem é premiado: cientistas responsáveis por um trabalho notável no campo da química.

O nome da premiação estadunidense vem de Joseph Priestley, britânico que imigrou para os EUA em 1794 e tem no currículo um crédito nada insignificante: a descoberta do gás oxigênio. A condecoração, a maior oferecida pela American Chemical Society, foi inicialmente concedida a cada três anos e, a partir de 1944, passou a ser anual.

5. Nicholas Appert Award

Início: 1942
Quem é premiado: pesquisadores cujo conjunto da obra tenha representado avanços significativos na tecnologia de alimentos.

Considerada uma das maiores honras em tecnologia alimentar, o Nicholas Appert Award é concedido anualmente pela seção de Chicago do Institute of Food Technologists. Seu nome remete a um grande destaque do ramo: Nicolas Appert, o francês responsável por desenvolver a conservação hermética de alimentos.

6. Prêmio Louisa Gross Horwitz


Arnold J. Levine e Bert Vogelstein arremataram o prêmio em 1999, pelo trabalho desenvolvido no entendimento das alterações moleculares no gene supressor p53 responsáveis por quase 50% dos tumores humanos

Início: 1967
Quem é premiado: pesquisador ou grupo de pesquisadores que tenha feito contribuições notáveis nos campos de biologia e bioquímica.

O prêmio anual é concedido pela Universidade Columbia, em homenagem a Louisa Gross Horwits, filha de Samuel D. Cross - famoso cirurgião do século XIX e 20º Presidente daAssociação Médica Americana – e mãe de S. Gross Horwitz, que fez uma doação generosa para permitir a premiação. Para os fãs de apostas, vale acompanhar: a condecoração é considerada um ótimo termômetro para o Prêmio Nobel – dos 91 laureados até 2012, 31 arremataram a medalha em Medicina e 11 em Química.

7. Prêmio Crafoord



Início: 1980
Quem é premiado: pesquisas internacionais inovadoras em astronomia, matemática, geociência e biociência

Iniciado pelo sueco Holger Crafoord e administrado pela Academia Real das Ciências da Suécia, o prêmio dá ênfase especial ao desenvolvimento na área da ecologia e da poliartrite, doença da qual Holger sofreu em seus últimos anos de vida. A cada ano, uma única categoria é contemplada, em um esquema rotativo, e apenas é concedido um prêmio no campo da poliartrite quando a comissão considera que um avanço notável foi feito. A cerimônia de premiação acontece sempre no mês de abril e a homenagem é entregue pelo Rei da Suécia, que também é responsável por entregar as medalhas aos laureados do Prêmio Nobel em dezembro.

8. Prêmio Charles Stark Draper


Jack Kirby, o primeiro laureado do Prêmio Charles Stark Drapper e vencedor do Nobel da Física em 2000 pela sua contribuição no desenvolvimento das tecnologias da informação

Início: 1988
Quem é premiado: aqueles que contribuíram para o avanço da engenharia e para “melhorar a compreensão pública da importância da engenharia e da tecnologia”.

O prêmio anual, organizado pela Academia Nacional de Engenharia dos Estados Unidos, é considerado uma das mais importantes honras na área. Mais que uma busca pela inovação, há uma preocupação social na escolha dos homenageados: a ideia, segundo o site da instituição, é destacar realizações que tenham impactado significativamente a sociedade, “melhorando a qualidade de vida e proporcionando a capacidade de viver livre e confortavelmente”. A descrição enigmática fica mais clara ao se conferir os últimos laureados – o grupo de pesquisadores homenageados em 2012 foi responsável pelo desenvolvimento da engenharia do display de cristal líquido, o famoso LCD, utilizado em – olhe à sua volta – milhões de dispositivos de consumo pessoal e profissional.

9. Medalha Lovelace

Início: 1998
Quem é premiado: pessoas que fizeram uma excelente contribuição para compreensão ou avanço da Computação.

Apesar de ser filha do poeta Lord Byron, Ada Lovelace não precisou do pai famoso para deixar sua marca na história. A britânica, nascida em 1815, é considerada a primeira programadora da história – o que joga por terra a teoria de que este é um campo dominado pelos homens. Hoje, além de dar nome à uma linguagem da computação, Lovelace inspira a premiação administrada pela Academia de Computação da British Computer Society. A cada ano o prêmio determina uma área de foco, podendo contemplar engenharia, ciência ou produtos e práticas da computação.

10. Energy Globe Awards



Início: 1999
Quem é premiado: projetos que envolvam uso consciente e econômico de recursos naturais e explorem fontes de energia alternativas.

Uma comissão formada por membros da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial, do Banco Mundial e do Conselho Europeu de Energias Renováveis é responsável por selecionar os ganhadores nas categorias Terra, Fogo, Água, Ar e coração Juventude. Focado em sustentabilidade, o prêmio ambiental é um dos mais prestigiados da atualidade.

11. Prêmio Dan David

Início: 2002
Quem é premiado: realizações que tenham promovido excepcional impacto científico, tecnológico, cultural ou social em nosso mundo.

Um prêmio em 3D – assim poderia ser descrito o Prêmio Dan David. Anualmente, a premiação internacional sediada na Universidade de Tel Aviv, em Israel, reconhece iniciativas em três “dimensões” – Passado, Presente e Futuro. Cada uma das categorias inusitadas remete ao impacto do pesquisador homenageado: o Passado refere-se às realizações que expandem o conhecimento dos tempos antigos; o Presente reconhece aquelas que moldam e enriquecem a sociedade de hoje; e o Futuro é focado em descobertas que prometem grandes melhorias. Em 2012, o historiador Robert Conquest, o artista plástico William Kentridge e o professor David Botstein, líder intelectual da pesquisa em genoma, foram os agraciados pelo prêmio em cada uma das respectivas dimensões.

Fonte:

Um Governo Holandês no Brasil Colônia

por Cristiano Catarin

Os holandeses perceberam a vulnerabilidade que as colônias portuguesas instaladas no Brasil apresentavam e decidiram colocar parte de seus planos em prática invadindo a região Nordeste do Brasil nas primeiras décadas do século XVII. A Holanda, nesta época, contava com uma poderosa tecnologia naval, fruto de investimentos advindos do "acolhimento", da parte dos holandeses, com relação aos cristãos -- novos, foragidos de outras regiões.
Para entendermos as intenções holandesas

1536 -- 1821 período em que o Santo Ofício já atuava na Espanha e também iniciou, em 1536, suas atividades em Lisboa.

A distinção entre cristãos -- velhos e cristãos -- novos percorreu desde o início desta instituição até 1775. Em Lisboa os judeus foram convertidos à força pela então realeza portuguesa. Entretanto, o que pretendemos a respeito da Inquisição é com relação ao seu alvo de atuação, ou fundo de argumentação, melhor dizendo, para o desenvolvimento das perseguições.



Grande parte dos livros de história relatam a questão religiosa referente a "necessidade" de tal perseguição. No entanto, é importante sabermos que além da dimensão religiosa (escândalos sexuais, heresia, questionamentos feitos a santos católicos, etc), há também a questão econômica.

A grande maioria dos descendentes de judeus, convertidos sob o reinado manoelita eram portadores de significativas fortunas, eram comerciantes de importante potencial, tais fortunas eram também representadas pelos bens materiais dos judeus.

O Santo Ofício, quando capturava um "herege" executava um procedimento. Este procedimento consistia no confisco de todos os bens do acusado, uma atitude que prevalecia até o julgamento final, seja ele condenatório ou não. Os bens do prisioneiro "teoricamente" eram devolvidos em casos raríssimos de absolvição do julgado.



Além disto, durante todo período de trâmite do processo inquisitorial, todas as despesas com o próprio acusado, como também a dos funcionários do Santo Ofício eram pagas pela família da própria "vítima".

"O confisco de seus bens significava a transferência de enormes somas para Inquisição e para Coroa. Tratava-se de uma forma de apropriar-se de lucros de comerciantes bem -- sucedidos. Por esta razão, o impacto das perseguições inquisitoriais sobre a economia foi bastante negativa." Pg. 47

Era desta forma que agia o tribunal do Santo Ofício. No Brasil não fora diferente, as visitas inquisitoriais ocorreram em localidades de maior riqueza e de maior população. No século XVII o Nordeste brasileiro foi alvo dos tribunais, já no século XVIII foi a vez de Minas Gerais e depois Rio de Janeiro.

Estas atuações do Santo Ofício acabou desenvolvendo dificuldades para Coroa portuguesa, este remanejamento de grandes fatias econômicas de certa forma, desestabilizou os investimentos na tecnologia naval, os cristãos -- novos foram perseguidos e com eles suas fortunas que mantinham a armada lusitana. Portugal que mantivera grande estabilidade econômica lucrativa nos séculos XV e XVI, ao final deste último, passou a conhecer as dificuldades e sua decadência. Portugal, agora era exclusivista, sujeitando-se a disposição da Coroa espanhola, o que acarretou no aparecimento dum poderoso inimigo, a Holanda, até então grande distribuidora de seus produtos. Todo este ambiente é importante e, sobretudo, necessário para que possamos entender um pouco melhor sobre as invasões holandesas no Nordeste do Brasil. Evidente que o fato desta manutenção da economia influenciada pelo Santo Ofício, na transferência de importantes valores e com o abrigo dado pela Holanda aos cristãos -- novos não satisfaz totalmente nossa pesquisa, mas demonstra uma importante contribuição.

Evaldo Cabral de Mello, o mais capacitado dentre os historiadores para relatar de forma brilhante este período da açucarocracia brasileira, termo por ele mesmo definido, afirma que as colônias portuguesas, desde sua formação, sempre ofereceram maior fragilidade com relação a um possível ataque do inimigo. Diferentemente da Espanha, o litoral brasileiro não dispunha de nenhum tipo de segurança, um ataque inimigo provavelmente seria bem sucedido, pois a concentração da produção de açúcar não ficava muito distante da região litorânea. Talvez este tenha sido outro atrativo para Holanda resolver atacar primariamente as colônias portuguesas no Brasil. Mas além desta fragilidade de localidade, a Holanda também pode contar com extremo avanço em sua tecnologia naval, tomando o primeiro lugar de Portugal e Espanha.

Este humilde artigo tentará tratar destes assuntos, respondendo perguntas como: Como foi se formando, ao longo do tempo, esta decisão da Holanda em invadir o litoral do Nordeste brasileiro? Qual o papel de João Maurício de Nassau quando da sua chegada no Brasil em 1637? Não trataremos, pelo menos neste artigo, das grandes guerras havidas entre 1630 a 1654. Pretendemos fazer, em breve, um outro artigo como se fosse uma segunda parte deste, uma continuação.
A ascensão holandesa

Enquanto Portugal observava seu próprio fracasso, a Holanda crescia em seu importante comércio de tecidos, com significativa ajuda dos cristãos -- novos, acolhidos pelo país. A Holanda desenvolveu um tipo de navio destinado especificamente para guerras, era a fragata. Com isto, o domínio marítimo até então atribuído a Espanha e Portugal, passara a Holanda. Ao final do século XVII a Holanda consegue sua dependência, após guerrear contra Espanha. Os holandeses, apercebidos dos bons resultados obtidos, tanto em estratégias com sua independência com também em seu poderio comercial, decide elaborar um plano para atacar as colônias portuguesas, por meio de um modelo já conhecido: a Companhia da Índias Orientais. Então, em 1620 é fundada, pelos holandeses, a Companhia das Índias Ocidentais, a exemplo da primeira, representando uma fusão entre comércio e guerra.
O primeiro ataque ao Brasil

O Brasil foi o primeiro alvo a ser atacado pelos holandeses. O primeiro ataque ocorreu na Segunda década do século XVII, com 1700 homens os holandeses invadiram a Bahia iniciando o conflito na região urbana, depois foram atraídos para regiões distantes, onde ficavam as instalações dos engenhos de cana -- de -- açúcar que funcionavam com a mão -- de -- obra escravista. Estes modelo de produção até então exclusivo dos portugueses despertou grande interesse aos holandeses.

Em maio de 1625 uma frota portuguesa consegue expulsar os holandeses, mas, durante o tempo em que os invasores estiveram ali, foi o suficiente para aprenderem o até então modelo exclusivo de produção escravista dos portugueses no trabalho com engenhos. Com isto o monopólio açucareiro da colônia portuguesa termina, tendo agora de competir sua produção com ingleses, franceses, holandeses e espanhóis.

O modelo escravista, a grosso modo representado pelos senhores de engenho e escravos conquistou a Europa daquele século. As Antilhas foi cede de engenhos franceses, ingleses, holandeses, etc. mesmo com toda concorrência, o Brasil ainda ocupava o primeiro lugar em lucratividade na produção do açúcar.

Sua localização privilegiada contribuía para isto, pois ficava próximo da África (facilitando o abastecimento de escravos), contava ainda com o fornecimento de alimentos advindos dos índios, fator que barateava a empresa.

Os holandeses, após serem derrotados no Brasil em 1625, decidem-se em 1630 realizar um novo ataque, agora em Pernambuco, região extremamente desenvolvida na produção açucareira do Nordeste brasileiro.

Desta vez com 3800 homens atracaram em Pernambuco, depois os holandeses contaram com reforço de mais aproximadamente 6000 homens, o domínio por parte dos holandeses foi incontestável, atingindo todo litoral nordestino até o Maranhão.
Jacobi Rabi

Estes personagem de origem alemã, chegou ao Brasil em 1637, logo se envolveu com os indígenas e fez uma verdadeira revolução com os nativos, ensinando-lhes táticas de guerra da europa, uma fusão da crueldade nativa com europeia. Os índios ficaram fortes aliados de Jacobi. Portugueses, judeus, protestantes, todos detinham grande ódio deste estrangeiro que não excitava em criar grandes problemas com quem resistia a seus interesses. Sua atuação durou até 1645, quando os próprios holandeses, temendo perder o controle sobre ele, decidiram executá-lo. Esta atitude dos holandeses foi um verdadeiro desastre contra eles próprios, pois todos os nativos que o apoiavam Jacobi passaram a apoiar os portugueses, com esta ajuda, o território seria novamente luso.

Porém, 1637 foi o ano em que ocorrera o fato mais ousado dos holandeses, agora com pleno domínio dos engenhos açucareiros, trouxeram para o Recife o conde Maurício de Nassau, que desembarcou no Brasil em janeiro de 1637, trazendo condigo uma equipe composta por pintores, escritores, arquitetos, etc. Nassau com isto, pretendia restaurar o Recife.

Pela primeira vez, uma colônia da América seria governada à europeia. Com supremacia militar e prevendo excelentes perspectivas econômicas, Nassau usou dinheiro e escravos da Companhia para atrair os donos de engenho para órbita holandesa. Com sinal de sua grandeza começou a reformar Recife, a primeira cidade planejada para ser capital do Brasil.
João Maurício de Nassau



Leia a biografia de João Maurício de Nassau

Sem dúvida um personagem de muito destaque durante o período da presença holandesa no Brasil. O Conde Maurício de Nassau chegou no Brasil, mais precisamente em Recife, região Nordeste do país, em 1637 -- quando a situação e ocupação militar já estava praticamente estabilizada, no que diz respeito ao domínio holandês frente as colônias portuguesas.

No entanto, Nassau não chegara só no território brasileiro, trouxe consigo uma equipe cultural, sim, composta, como já dissemos, por pintores, arquitetos, escritores, naturistas, médicos, astrólogos, etc. Suas intenções uniam conforto para sua estadia no país e também domínio da produção açucareira. Com a presença de Maurício, Recife sofreu uma verdadeira reformulação urbana, ele mandou construir jardins, lagos e um palácio para sua acomodação, localizado na ilha de Antônio Vaz. Em 1639 Nassau foi mais longe, acompanhou a construção de uma cidade inteira a seu gosto, denominada Cidade Maurícia, esta cidade ficava localizada ao lado de Recife, entre a foz do Capiberibe e Beberibe.
Artistas Registram As Riquezas Do Brasil Holandês



Os artistas que acompanharam Nassau retratavam a América naturalista, preocupavam-se em registrar a natureza destacando os animais e as paisagens vegetais, demonstrando assim, toda opulência do Brasil holandês, estes registros tinham o caráter científico, pois estas ilustrações ficaram conhecidas em toda Europa. Frans Post e Albert Eckhout foram os principais pintores trazidos por Maurício ao Brasil, registraram o Nordeste brasileiro, revelando as riquezas dos trópicos, a produção do açúcar, a cidade Maurícia, todos os feitos de Nassau foram devidamente registrados por estes dominadores de imagens.
Reação de Portugal

Diferentemente da dimensão holandesa, o Brasil português mostrava-se de mau a pior. A grande alternativa de Portugal foi buscar sua independência em 1640 ao nomear o duque de Bragança como D. João IV. Portugal dependia totalmente dos recursos advindos do açúcar brasileiro, distribuído pelos holandeses, para financiar seu conflito com a Espanha.
Holandeses próximos de deixar o Brasil

D. João IV conseguiu assegurar a independência de Portugal, sua busca agora referia-se a retomada das colônias apoderadas pela Holanda. Tarefa difícil, pois Nassau, por meio da Companhia das Índias, concedia créditos e escravos à vontade para os senhores de engenho do Brasil, a produção aumentava a cada período, entretanto, os próprios cofres na Holanda verificaram a falta de dinheiro em espécie, tudo o que tinham eram títulos de dívidas e empréstimos destes senhores de engenho. Começa então um questionamento quanto as atitudes de Maurício de Nassau. Em maio de 1644 a Holanda convoca a volta de Maurício de Nassau para estabelecer alguma manobra para reverter esta situação, então redigiram acordos, ou melhor, contratos onde ficou estabelecido que os senhores de engenho só teriam acesso a novos empréstimos após pagamento total das dívidas pendentes.

Em 1645, após tomarem conhecimento de que teriam de mexer em seus próprios bolsos, os colonos revoltaram-se contra tal atitude dos holandeses, a rebelião estava formada. Em pouco tempo, a Holanda perdera tudo o que havia conquistado até então, pondo fim ao grande sonho de conquista da América proferido pelos holandeses.

Somente em 1654 os holandeses deixaram definitivamente o território brasileiro, mas como dissemos, não entraremos nos detalhes das batalhas havidas, pelo menos neste expediente.

As terras brasílicas já conviveram com batalhas francesas, holandesas, enfim, com todos que aproveitavam-se de maneira ilegal das terras dos portugueses, que queriam manter o processo de colonização em desenvolvimento. Afinal, esta era uma alternativa que a Coroa portuguesa apostou com todas as suas forças para manter-se no cenário como nação a partir do século XVI.

A verdade é que os holandeses também desfrutaram um pouco das riquezas presentes nesta imensidão de terras produtivas, similarmente aos franceses que traficaram, em enorme quantidade, o pau -- brasil, por toda região litorânea. Fato que despertou os olhares de Portugal, no sentido da proteção e da necessidade de ocupação das terras recém "descobertas" por Cabral.

Com isso, a História do Brasil, tão rica, extensa e maravilhosa, nos comprova, ao longo dos séculos, a cobiça e a ambição dos estrangeiros pela exploração da imensa variedade de riquezas existentes na região conquistada pelos lusos em 1500. O Brasil é de quem?
Referência Bibliográfica

CALDEIRA, Jorge; CARVALHO, Flavio; MARCONDES, Claudio, GOES, Sergio. Viagem pela história do Brasil. 2ª Ed. São Paulo, Cia das Letras, 1997.
MELLO, Evando Cabral. Olinda Restaurada: guerra e açúcar no Nordeste, 1630-1654. 2ª Ed. Rio de Janeiro, 1998.




Fonte: http://www.algosobre.com.br/historia/um-governo-holandes-no-brasil-colonia.html

EUA no Século XIX

1. Introdução

A primeira metade do século XIX na História dos EUA foi marcada pela conquista de territórios em direção ao Oceano Pacífico, conhecida como "a marcha para o Oeste". A população passou de 3.900.000 em 1790 para 7.200.000 em 1810, compondo uma sociedade essencialmente agrária, formada por granjas no Nordeste e grandes latifúndios exportadores no Sudeste.

2. Fatores da Expansão

Vários fatores são colocados para explicar essa expansão, vejamos a seguir. A imigração nesse período foi muito intensa, vinda principalmente da Alemanha, Irlanda e Inglaterra, sendo que os motivos para esse deslocamento está ligado a dificuldades financeiras pelas quais a população europeias passava, os camponeses eram expulsos da terra devido à concentração fundiária e os artesãos não conseguiam empregos devido à mecanização industrial nas cidades. No início do século XIX a população norte-americana passava a contar com cerca de sete milhões de habitantes. Esse crescimento demográfico e a pequena área do país contribuíram para que se pretendesse ocupar terras a Oeste, em razão da necessidade de aumentar a produção agrícola e a área destinada aos rebanhos.
A partir da segunda metade do século XIX a pecuária chegou a ocupar um quarto do território americano, em terras que se estendiam do Texas ao Canadá. A descoberta de ouro na Califórnia, em 1848, estimulou uma corrida em busca de "riqueza fácil", incentivando o deslocamento populacional. Além disso, a construção de ferrovias, iniciada em 1829, barateava o transporte. Em fins do século XIX a quantidade de quilômetros de linhas férreas nos Estados Unidos era maior que a soma de todos os países europeus. Em 1890, a ferrovia ligava a Costa do Atlântico ao Pacífico. a expansão para o Oeste foi justificada pela doutrina do "Destino Manifesto", que pregava serem os norte-americanos destinados por Deus a conquistar e ocupar os territórios situados entre o Atlântico e o Pacífico.
Em 1820, a expansão norte-americana ganha um conteúdo politizado com a Doutrina Monroe, que inicialmente colocou-se como defensora das recém-independentes nações latino-americanas ao pronunciar "a América para os americanos", mas conforme os interesses territoriais dos Estados Unidos foram ampliando-se em direção ao Oeste e ao Sul, a Doutrina seria mais bem definida pela frase "a América para os norte-americanos".

3. Leis sobre terras

Anterior à independência, os colonos americanos já cobiçavam terras a Oeste. Um dos motivos que levou ao início da luta contra os ingleses foi a Lei de Quebec - parte das Leis Intoleráveis, 1774 -, que proibia a ocupação de terras entre os Apaches e o Mississipi pelos colonos.
Após a independência foi elaborada, pela Convenção da Filadélfia, a Lei Noroeste (1787), que estabeleceu as bases para a ocupação das terras a Oeste e a integração dos novos territórios surgidos à União - ao definir que, quando a população atingisse 5.000 habitantes do sexo masculino em idade de votar, poderia organizar um Legislativo bicameral e passaria a ter o direito de um representante no Congresso, sem direito a voto; caso constituísse uma população livre de 60.000 habitantes, o território seria incorporado à União como Estado.
As grandes Companhias Loteadoras incorporaram essas terras e passaram a comercializá-las junto aos pioneiros por um preço bem reduzido (aproximadamente 2 dólares por hectare). Os pioneiros eram granjeiros, caçadores ou grandes latifundiários sulistas que estavam interessados em expandir a cultura algodoeira ou seu rebanho. A postura do governo norte-americano foi de incentivo à ocupação e, em 1862, o governo Lincoln concedia terras gratuitamente através do Homestead Act - 160 acres a todos aqueles que a cultivassem durante cinco anos.

4. Mecanismos de Conquista

a) Compra de Territórios

Pelo Tratado de Versalhes, 1783, firmado com a Inglaterra, o território dos Estados Unidos abrangia da Costa do Atlântico até o Mississipi.
No século XIX, essa realidade se altera consideravelmente.
Em direção ao Oeste aparece o território da Louisiana, colônia francesa, que Napoleão Bonaparte - devido às guerras na Europa e Antilhas, Haiti - negociou com os norte-americanos por 15 milhões de dólares (1803).
A Flórida foi comprada dos espanhóis, em 1819, por cinco milhões de dólares. A Rússia vendeu o Alasca aos Estados Unidos por sete milhões de dólares.

b) Diplomacia
A anexação de Óregon - Noroeste -, colônia inglesa, região que despertou pouco interesse até 1841, foi cedida aos americanos em 1846.

c) Guerra
O Sudoeste americano pertencia ao México. A conquista desse território ocorreu através da guerra.
Em 1821, os colonos americanos passaram a colonizar esse território com autorização do governo mexicano, que exigiu-lhes a lealdade e a adoção da religião católica por parte dos pioneiros.
A dificuldade encontrada pelo México na consolidação do Estado Nacional refletiu-se em conflitos internos e no estabelecimento de ditaduras, como a de Lópes de Sant'Anna. Esses fatos impediram um efetivo controle sobre essa região, outrora concedida. Dessa maneira, o Texas estava fadado a compor os Estados Unidos, o que ocorreu em 1845, quando os colonos norte-americanos ali estabelecidos declararam a independência do território em relação ao México e a sua incorporação aos Estados Unidos.
A guerra estendeu-se até 1848, quando foi assinado o Tratado de Guadalupe-Hidalgo, que estabelecia o Rio Grande como linha fronteiriça entre o México e o Texas, além da cessão da Califórnia, Arizona, Novo México, Nevada, Utah e parte do Colorado aos Estados Unidos, por 15 milhões de dólares.
Em 1853, foi completada a anexação de territórios do México com a incorporação de Gadsden. Metade do território mexicano havia sido perdida para os Estados Unidos. Lázaro Cárdenas, presidente mexicano (1934-1940), em relação ao imperialismo norte-americano comentou: "Pobre México, tão longe de Deus e tão perto dos Estados Unidos".

d) A guerra de extermínio contra os indígenas
As maiores vítimas da marcha para o Oeste foram os indígenas. Estes encontravam-se em estágios de pouco desenvolvimento se comparados aos astecas, maias e incas, daí sua dificuldade para resistir ao domínio e força dos brancos europeus.
Os norte-americanos acreditavam que, além de serem os predestinados por Deus a ocuparem todo o território, deveriam cumprir a missão de civilizar outros povos. Nesse sentido, contribuíram decisivamente para o extermínio da cultura e da pessoa física do indígena.
As tribos do Sul, mais desenvolvidas, proporcionam uma resistência maior à ocupação do branco. No entanto, a única opção das tribos indígenas foi a ocupação de terras inférteis em direção ao Pacífico, até o seu extermínio.
De acordo com o "herói" americano, o general Armstrong Custer, considerado como o "grande matador de índios", "o único índio bom é um índio morto".

5 - A política no processo de Expansão

Em 1789, foi eleito o primeiro presidente dos Estados Unidos, George Washington, que governou o país durante dois quatriênios. Nesse período, dois grupos políticos disputavam o poder: o Partido Federalista e o Partido Republicano Democrático, liderados respectivamente por Alexander Hamilton e Thomas Jefferson, secretários do Tesouro e do Estado, ligados ao governo de George Washington.
O Partido Federalista defendia um governo com poder centralizado, representando os interesses dos grandes comerciantes, manufatureiros e financistas.
O Partido Republicano Democrático defendia um governo descentralizado, ou seja, uma maior autonomia para os Estados, como também, uma maior participação popular nas eleições - eram simpáticos aos ideais da Revolução Francesa e representavam os interesses dos pequenos proprietários.
O governo de Andrew Jackson (1829-1837, na foto ao lado) foi marcado pela mudança de orientação política. Ligado ao recém-criado Partido Democrático, defendia os interesses dos grandes fazendeiros do Oeste e operários do Norte.
Durante sua gestão foram realizados expurgos de elementos que pertenciam a governos anteriores, processo que ficou conhecido como "sistema de despojos" (Spoil System).

6. Consequências da Expansão

A conquista de um vasto território criou condições para o grande desenvolvimento da economia norte-americana.
Em 1912 conclui-se o processo de formação da União, com a incorporação do Arizona como Estado.
Foi acentuado o crescimento da agricultura, indústria, comércio, mineração e pecuária. A população cresceu para cerca de trinta milhões até 1860. Formaram sociedades diferenciadas dentro do país. a Norte e Leste, surgiu uma poderosa burguesia industrial e comercial, juntamente com um operariado fabril; ao Sul, predominavam os grandes aristocratas vinculados ao latifúndio, à monocultura, à exportação e à escravidão; na região Centro - Oeste, nasceu a sociedade a partir dos pioneiros, marcada pela base agrícola e pela pecuária.
No entanto, aumentou a rivalidade entre os interesses díspares de nortistas e sulistas, o que culminou mais tarde em uma guerra civil.

7. A Guerra de Secessão

A primeira metade do século XIX marca a primeira fase do processo de industrialização norte-americana. Ocorreu no Norte, sobretudo na região da Nova Inglaterra, sobre uma base vinda do Período Colonial.
Em meados do século, o Norte, ou mais precisamente, o Nordeste era o polo econômico vital da economia.
Esse desenvolvimento foi favorecido por ocasião das Guerras Napoleônicas e pela Segunda Guerra de Independência (l 812-14), já que as importações diminuíram e o mercado lnterno passou a consumir as manufaturas locais.
Essa incipiente indústria, por volta de 1810, beneficiou-se também de grande disponibilidade de ferro, carvão e energia hidráulica da Região Norte.
O mesmo processo não atingiu a Região Sudeste, que permanecia com uma economia marcadamente colonial, cuja produção ainda se fazia no interior da grande propriedade monocultora, voltada para o mercado externo e baseada na exploração do trabalho escravo.
Enquanto no Norte-Nordeste formava-se uma sociedade tipicamente industrial, dominada por uma forte burguesia, no Sul-Sudeste, a sociedade permanecia como que inalterada desde o Período Colonial.
Nos Estados Unidos, na realidade, abrigavam-se duas nações distintas - o Norte-Nordeste e o Sul-Sudeste - e do antagonismo entre os interesses o país passará por uma guerra civil, a Guerra de Secessão.

8. Fatores da Guerra


a) Desenvolvimento do Norte
O protecionismo alfandegário foi, certamente, fundamental para a eclosão da Guerra Civil Americana.
Os Estados do Norte, em processo de industrialização, reivindicavam altas tarifas de importação como mecanismo de manutenção de seu desenvolvimento, pois não conseguiam competir com os preços dos produtos ingleses. O Sul, por outro lado, dependia economicamente do Norte, exportando para lá parte de sua produção algodoeira e importando manufatura. Para sua sobrevivência defendia a liberdade de comércio, preferindo importar as manufaturados inglesas, de melhor qualidade e mais baratas do que as produzidas pelos Estados do Norte.
Além desse fato, os industriais ingleses poderiam deixar de comprar sua produção, caso optassem por dar apoio às propostas protecionistas dos industriais do Norte.

b) O Problema do escravismo
O problema da manutenção do escravismo encontrou seu campo de discussão, no nível político no Congresso, que, ao sintetizar as disputas políticas pela salvaguarda de interesses econômicos nortistas e sulistas, se dividiu entre abolicionistas e escravistas. Com o processo de expansão para o Oeste e a incorporação de novos Estados à União, as disputas acirraram-se em torno da questão abolicionista.
Ao Sul interessava que fosse livre a adoção do escravismo - assim o preço do escravo manter-se-ia elevado. O Norte defendia o abolicionismo em razão de pretender o crescimento do mercado consumidor e, ao mesmo tempo, obter mão-de-obra barata. Em 1820 o Missouri solicitou sua integração à União, gerando uma série de conflitos, pois a balança política passou a pender a favor dos sulistas.
Esses atritos levaram a se firmar o Acordo do Mississipi-Missouri, em 1820, que arbitrou a questão estabelecendo a incorporação do Missouri - Estado escravista - e a incorporação do Maine - Estado com mão-de-obra livre. O ponto de referência seria o paralelo 36 30', separando o trabalho livre (Norte) e o trabalho escravo (Sul). A incorporação da Califórnia, em 1849, como Estado livre, não obstante estar abaixo do paralelo 36 40', contribuiu para acirrar a polêmica, pois pelo Compromisso do Mississipi-Missouri, a Califórnia deveria ser escravista.
Um novo acordo foi firmado em 1850, o Compromisso Clay, definindo que caberia a cada Estado decidir sobre a continuidade ou não do escravismo. Em 1860, o Norte lança a candidatura de Abrahan Lincoln para a presidência. Lincoln, em relação ao escravismo tinha posições moderadas. Considerava que manter a União era mais importante do que a questão social dos negros. Depois de eleito chegou a pronunciar-se sobre a questão nos se guintes termos: "se pudesse salvar a União sem libertar nenhum escravo, eu o faria. Se pudesse salvar a União libertando os escravos,eu o faria".

c) A Questão Política
Desde a independência norte-americana coube aos grandes proprietários rurais sulistas e à burguesia nortista, através do Partido Democrata, o controle da vida política nacional. Em 1854, foi criado no Norte, o Partido Republicano, que continha em seu programa a intenção de lutar a favor do abolicionismo e manter a União, propostas que atraíram muitos políticos do Partido Democrata.
As eleições presidenciais de 1860, extremamente tensas, encontraram o Partido Democrata dividido em torno de dois candidatos, John Breckinridge e Stephen Douglas. O Partido Republicano uniu-se em torno da candidatura de Lincoln. O Partido da União Constitucional lançou um quarto candidato, John Bell. Lincoln vence o pleito e esse fato desencadeia a secessão.

d) A Eclosão da Guerra
Logo após a eleição de Lincoln, e não esperando a posse do presidente, a Carolina do Sul resolveu separar-se da União, arrastando consigo mais seis Estados. Formaram os Estados Confederados da América, sob a presidência de Jefferson Davis em 8 de fevereiro de 1861, com capital em Richmond, Virgínia.
As hostilidades começaram com o ataque da artilharia confederada, no dia 12 de abril de 1861, ao Forte Sumter, uma guarnição federal. Inicialmente as vitórias pertenceram aos sulistas. Mas, a correlação de forças foi tornando-se extremamente desigual à medida que se desenrolavam as batalhas. O Norte contava com o apoio de 25 Estados, uma população de cerca de 22 milhões de habitantes, uma economia industrial diversificada e uma marinha de guerra. O Sul obteve o apoio de 11 Estados, uma população de 9 milhões de habitantes, dos quais 4 milhões eram escravos, uma economia de base agrária o que o fez dependente de recursos exteriores para o desenvolvimento da guerra.
Durante os confrontos, Lincoln, para fortalecer os Estados Nortistas, extinguiu a escravidão e promulgou o Homestead Act,l862, - garantindo o apoio dos granjeiros e pioneiros interessados nas terras a Oeste. Ex-escravos, colonos e operários se incorporaram ao Exército da União, o que começou a reverter a guerra em favor do Norte, que passou a impedir a chegada de produtos europeus ao Sul, através de um bloqueio naval.
Em 6 de abril de 1865, o general Lee, comandante das tropas sulistas, pede os termos de rendição.

9. As consequências da Guerra

A vitória do Norte sobre o Sul decidiu definitivamente a questão da unidade nacional pelo fortalecimento da União. A sociedade urbana e industrial do Norte prevaleceu sobre a federação arrasando a sociedade agrária e aristocrática do Sul.
A grande propriedade cedeu lugar às pequenas e médias.
O escravismo foi suprimido, mas não encaminhou para uma solução da "questão negra"; apesar do direito de voto concedido, os negros continuaram marginalizados. Intensificaram-se as atitudes racistas com o surgimento de sociedades como a Ku-Klux-Klan, nascida em 1867.
Os mortos somaram 600.000. Em 14 de abril de 1865, Lincoln foi assassinado por John Wilkes Booth, um fanático do Sul.
Os Estados Unidos começavam a despontar como potência dentro da América.




Fonte: http://www.algosobre.com.br/historia/eua-no-seculo-xix.html

Os mitos por trás do zodíaco


O homem enxergou no céu referências para se orientar no tempo e no espaço. Viu também imagens que reproduziam os deuses e suas façanhas. Esse legado atravessou o tempo e está presente em nosso dia a dia

Texto Ricardo Muniz | Design Rodrigo Villas



A trajetória do Sol, as fases da Lua e a rotação do céu noturno foram as primeiras grandes referências que o homem descobriu e usou para se orientar no tempo e no espaço. A necessidade dessas referências cresceu há 10 mil anos, com o desenvolvimento da agricultura. E cresceria ainda mais no início das grandes navegações, nos séculos 15 e 16.

Mas foi há 3 mil anos que as civilizações do Crescente Fértil, a região atravessada pelos rios Nilo, Tigre e Eufrates (no Oriente Médio), esboçaram os primeiros estudos do céu - personificando fenômenos astronômicos na figura de deuses. Os sacerdotes da Mesopotâmia estabeleceram as constelações do zodíaco por volta do século 5 a.C. Elas não serviam para traçar o destino dos indivíduos em função da data de nascimento, como faria depois o horóscopo, mas para dar consultoria ao rei sobre a iminência de tempos difíceis.

A necessidade de referências, combinada à compulsão em dar sentido a tudo - incluindo o aparente caos celestial -, levou o homem a criar no firmamento, ligando estrelas com linhas imaginárias, um conjunto de imagens que simbolizam o enredo de alguns de seus mitos.



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O nome das constelações vem da mitologia grega - algumas delas, os helênicos herdaram de povos da Mesopotâmia. E nós herdamos deles. A de Aquário, por exemplo, lembra o sequestro de um jovem e belo troiano, Ganimedes, que foi obrigado a servir de copeiro no Olimpo. A titular da vaga era Hebe, deusa da juventude, filha de Zeus, mas ela largou o batente quando se casou com Hércules (herói que também ganhou uma constelação). Distraído enquanto se divertia com os amigos no monte Ida, Ganimedes foi raptado por Zeus, que estava de olho naquela beleza toda. Entre suas atribuições oficiais estava servir o néctar (a "água" da imortalidade) aos deuses. "Aquário", na Antiguidade, era o escravo responsável pela água - daí a constelação ser representada por um homem derramando líquido de um jarro.

Loteamento

A União Astronômica Internacional, fundada em 1919, na França, não se atreveu a abandonar todo o simbolismo que reina nas alturas quando a Délimitation Scientifique des Constellations loteou o firmamento em 88 grupos, em 1930. "Talvez alguém se incomode que, em pleno século 21, ainda façamos referência à mitologia quando falamos de constelações. Mas tudo é histórico. Tudo é cultural. São ‘causos’ que marcam a cultura ocidental", afirma Walmir Thomazi Cardoso, mestre em História da Ciência, doutor em Educação Matemática e professor do Departamento de Física da PUC-SP. "O arranjo que acabou por se consolidar presta uma homenagem às origens históricas da astronomia", avalia Marcelo Gleiser, professor de Física Teórica e Astronomia do Dartmouth College (EUA).

Os gregos antigos descreveram mais da metade dessas 88 constelações reconhecidas pela União Astronômica. Quarenta e oito delas foram registradas nos volumes 7 e 8 da Composição Matemática, a obra mais importante de Cláudio Ptolomeu (90-168), célebre astrônomo de Alexandria. Os volumes só foram resgatados do esquecimento graças à admiração e ao zelo dos árabes, que traduziram a Composição, batizando-a de Almagesto. O trabalho de Ptolomeu é fortemente influenciado pela obra de Eudóxio de Cnido, de aproximadamente 350 a.C. A essa natural transmissão de legado entre pensadores corresponde uma verdadeira corrida, de cultura para cultura, que marca o conhecimento astronômico que chegou até nós. Entre os séculos 16 e 18, astrônomos e cartógrafos celestes europeus, por sua vez, adicionaram novas constelações às 48 consolidadas por Ptolomeu. Em sua maioria, eram descobertas feitas pelos primeiros exploradores do Hemisfério Sul. Entre quem fez contribuições particulares para a nova safra estão os astrônomos Johannes Hevelius e Nicolas de Lacaille, os cartógrafos Houtman, Keyser, Mercator e Plancius e o navegador Américo Vespúcio. Lacaille, por exemplo, saiu batizando constelações, 14 ao todo, com as designações de aparelhos das ciências e das artes. Foi assim que ele prestou seus respeitos a itens como o forno químico, usado para destilação, e a máquina pneumática - sim, existe a constelação do Forno e a constelação da Máquina Pneumática.

O céu não é mais aquele

Mas o loteamento celeste que faz mais sucesso é o zodiacal, e aí não importa que a poluição atmosférica e o excesso de luzes urbanas tenham tornado difícil ver alguma coisa quando se olha para o céu noturno. Para chegar à divisão do zodíaco - 12 signos, de 30 graus cada um -, foram necessárias muitas observações precisas e uma aritmética elaborada. Os babilônios empregavam a numeração sexagesimal, mantida até hoje na divisão do círculo em 360 graus e na divisão do dia em 24 horas.

Por causa de um dos mais de 20 movimentos da Terra, chamado precessão, o eixo dos polos não aponta sempre para uma mesma estrela. Hoje o eixo mira Polaris, mas, na época dos egípcios, a estrela "polar" era Thuban - e daqui a 12 mil ou 13 mil anos será Vega. Como a nomenclatura atual das constelações do zodíaco foi codificada há 2 mil anos, o céu já mudou. E o zodíaco de hoje é ligeiramente diferente.Previsivelmente, o pensamento científico repudia a devoção persistente ao horóscopo - o que pouco se reflete no grande público consumidor das previsões para seus signos.

Ainda assim, ai de quem ousar mexer no horóscopo. Parke Kunkle, da Sociedade Planetária de Minnesota, apareceu no início deste ano falando em precessão, que os signos astrológicos não correspondem ao lugar real das coisas na abóbada celeste... E ainda por cima atreveu-se a afirmar que deveria haver um novo signo (ofiúco, ou serpentário). Kunkle foi alvo da ira planetária do numeroso e antiquíssimo fã-clube do horóscopo.


Fonte: Aventuras na História

Guerrilha do Caparaó



Por Antonio Gasparetto Junior

A Guerrilha do Caparaó foi um importante movimento armado de contestação ao regime militar no Brasil.



Com a ascensão do governo ditatorial militar no Brasil em 1964, formaram-se vários grupos de contestação ao regime. Geralmente, esses grupos eram dotados de referências que seguiam a ideologia socialista. Na ocasião, o mundo encontrava-se polarizado entre capitalismo e socialismo no embate conhecido como Guerra Fria. O governo brasileiro havia assumido uma posição clara de alinhamento com o capitalismo estadunidense e de oposição às manifestações orientadas pela ideologia socialista.

Um dos grupos de contestação ao regime vigente na década de 1960 foi o chamado Movimento Nacionalista Revolucionário (MNR). A origem deste movimento aconteceu em Montevidéu, capital do Uruguai, local onde os militantes receberam apoio financeiro de Cuba, único país das Américas alinhado com o socialismo soviético na época. Uma importante figura nessas negociações de apoio foi o político brasileiro Leonel Brizola, que recebeu sustento de alguns ex-militares brasileiros. Esse relacionamento entre o MNR e o governo cubano funcionou muito bem durante algum tempo, porém Cuba preferiu apoiar o militante revolucionário Carlos Marighella, suspendendo a ligação com o MNR.

O Movimento Nacionalista Revolucionário foi responsável por articular a Guerrilha do Caparaó. A ação foi coordenada para ocorrer na serra do Caparaó, localizada na divisa dos estados de Minas Gerais com Espírito Santo, tendo como inspiração o modelo de guerrilha que havia sido praticado em Sierra Maestra. O movimento ocorreu no Brasil entre 1966 e 1967. Inicialmente, a guerrilha era financiada pelo governo cubano, mas com a suspensão do auxílio, seus integrantes passaram a enfrentar dificuldades agudas. Foi preciso começar a roubar e abater animais variados para alimentação, chamando, assim, a atenção da polícia. Os serviços de inteligência do governo investigaram a fundo o movimento e o repreenderam no ano de 1967 através da ação da Polícia Militar de Minas Gerais. Quando o governo brasileiro agiu, os guerrilheiros já estavam em posição desfavorável e, praticamente, não foi necessário disparar nenhum tiro. Os vinte guerrilheiros foram aprisionados facilmente e alguns moradores da região também foram levados para investigação.

Com a desarticulação a guerrilha, as Forças Armadas brasileiras tentaram criar a imagem de criminosos comuns, desqualificando os guerrilheiros como revolucionários. Entretanto a polícia mineira provou que se tratavam de ex-militares. O exército e as Forças Aéreas se uniram, então, em uma grande operação para caçar outros guerrilheiros que pudessem ter restado escondidos na serra. Ninguém foi encontrado, mas a operação foi uma grande demonstração de poder do exército brasileiro para desencorajar outros grupos revolucionários espalhados pelo país.

A Guerrilha do Caparaó acabou antes mesmo de entrar em ação efetiva. Os guerrilheiros permaneceram por meses na Serra do Caparaó desenvolvendo treinamento financiado por Cuba. As dificuldades enfrentadas com o fim do financiamento cubano deixou os guerrilheiros em situações complicadas e a população, assustada, denunciou o movimento.

Fontes:
http://www.ufjf.br/lahes/files/2010/03/c1-a57.pdfhttp://www.revistadehistoria.com.br/secao/livros/caparao-a-primeira-guerrilha-contra-a-ditadura

Movimento Nacionalista Revolucionário



Por Antonio Gasparetto Junior

Movimento Nacionalista Revolucionário foi uma organização brasileira de esquerda com objetivos de introduzir o socialismo no Brasil.



O Movimento Nacionalista Revolucionário foi criado no início da década de 1960 para ser uma organização armada e ilegal com a intenção de fazer do Brasil um membro do então existente Bloco Comunista. Ou seja, com o advento daGuerra Fria que polarizou o mundo entre capitalismo e comunismo, os revoltosos desse grupo se espelhavam no exemplo de Cuba, que foi o primeiro país do continente americano a assumir o sistema socialista, para tentar alterar a orientação ideológica vigente no Brasil. O grupo de revolucionários era liderado por Jefferson Cardim de Alencar Osório e recebia o apoio financeiro de Cuba, representante direto da União Soviética nas Américas. A relação entre o grupo revolucionário brasileiro e o governo cubano começou em território uruguaio, em Montevidéu, onde os brasileiros eram treinados e instruídos com táticas de guerrilha para lutar pela revolução.

O Movimento Nacionalista Revolucionário (MNR) seria o pioneiro na luta armada no Brasil com o início de suas atividades datando de janeiro de 1965. A primeira ação desse grupo revolucionário ocorreu na serra gaúcha e os envolvidos conseguiram dominar cinco cidades que eram mantidas pelas forças de repressão do nascente regime militar que se instalara no Brasil no ano anterior. Outras investidas vieram que nem foram consideradas como subversivas, mas que pretendiam dominar localidades estratégicas para o objetivo socialista. Sem dúvida, a movimentação mais famosa desse grupo revolucionário e que realmente chamou a atenção do governo brasileiro para agir em repressão ocorreu na Serra do Caparaó. No ano de 1967, os guerrilheiros se reuniram em tal localidade, que se encontra na divisa dos estados de Minas Gerais com Espírito Santo, para treinamento amparado e financiado por Cuba. De lá pretendiam expandir a revolução pelo sudeste, mas os cubanos suspenderam o patrocínio, o que deixou os integrantes do movimento em situações precárias. Foi preciso realizar assaltos e matar animais para que pudessem sobreviver. A população que vivia em volta, assustada, logo denunciou a organização dos revoltosos na região e o governo brasileiro interveio para resolver a situação. Os revoltosos foram todos presos e o movimento facilmente liquidado antes mesmo de qualquer ação.

O que restou do Movimento Nacionalista Revolucionário nos anos seguintes fundiu-se com a Organização Revolucionária Marxista Política Operária (POLOP) e uma parte dos integrantes, que decidiu persistir no movimento inicial, acabou dando origem à Vanguarda Popular Revolucionária (VPR). Esses grupos foram responsáveis por diversas ações urbanas, como assaltos e sequestros, realizadas com o intuito de se arrecadar recursos para a causa revolucionária.

Fontes:
http://www.movimentorevolucionario.org/nacional.html

China Antiga



Por Araújo, A. Ana Paula de


Origens da Civilização Chinesa

Sendo parte de uma das mais antigas civilizações conhecidas, o Império Chinês já existia antes mesmo da ascensão de Roma no mundo antigo, e perdurou mesmo após a queda do Império Romano. Sua cultura influenciou vários países vizinhos como o Japão e a Coréia, sobrevivendo até a atualidade com muitos de seus costumes culturais.

Além de terem sido responsáveis pela descoberta da pólvora e pelas invenções do papel e da bússola, segundo economistas, a China tem grandes chances de se tornar futuramente uma das maiores economias do mundo, se não a maior, posição que é ocupada atualmente pelos EUA.

Foi na China que foram encontrados os vestígios fósseis do “Homem de Pequim” ou, cientificamente falando, Homo erectus pekinensis, que é um dos mais antigos fósseis pertencentes à espécie humana. Esse provável antepassado teria vivido há mais de 400 mil anos e andava ereto.

No leste da China encontram-se dois rios, o Yang-Tsé-Kiang e o Huang-Ho, também conhecido como rio Amarelo. Este segundo foi o responsável pelo desenvolvimento da agricultura e o surgimento de cidades na região. Ele se torna muito raso e arenoso durante as secas, e após as chuvas ele se enche e cobre as planícies. Esta dinâmica irrigava as terras e os camponeses podiam plantar na época em que estavam secas.

Acreditava-se que neste território teria se dado o início de toda a civilização chinesa, mas recentemente as pesquisas revelaram aos historiadores que este foi apenas um dos centros de difusão que deu origem à civilização chinesa.
Dinastias Chinesas

A China foi governada por diferentes linhagens de reis e imperadores, devido a isso, costuma-se dividir a história da China Antiga baseando-se nos períodos de governo de cada dinastia.

As cinco primeiras dinastias chinesas foram:
1. Dinastia Xia, 2205-1818 a.C.

A existência dessa dinastia é controvérsia entre os historiadores, de modo que não se sabe ao certo se ela realmente existiu.
2. Dinastia Shang, 1500-1050 a.C.

Apesar de alguns historiadores duvidarem da existência dessa dinastia, algumas descobertas arqueológicas recentes comprovaram a sua existência. Foram encontrados objetos de bronze, inscrições em ossos e cascos de tartaruga e sepulturas. Os escritos encontrados referentes ao período da dinastia Shang são considerados os mais antigos registros escritos da história da China.
3. Dinastia Zhou, 1050-256 a.C.

Os Zhou derrubaram os Shang e assumiram o poder. Eram de uma poderosa família e tinham o costume de distribuir terras aos seus aliados. Eram apoiados por famílias nobres e ricas, e cada uma destas famílias governava uma província.

Com o passar do tempo e o crescimento destas províncias, a China acabou sendo dividida em sete principados. Em pouco tempo, eles entraram em guerra entre si, período conhecido como “Época dos Estados Guerreiros”, guerra esta que foi vencida pelo primeiro reino de Qin.
4. Dinastia Qin, 221-207 a.C.

O rei de Qin, após vencer a dinastia Zhou, conquistou um território após o outro e fez crescer o seu reino. Chegou ao ponto de conquistar quase toda a China e ganhou o título de “primeiro rei de Qin”. Qin tornou-se o fundador do Império Chinês e estabeleceu pela primeira vez um Estado unificado.
5. Dinastia Han, 206 a.C. – 220 d.C.

Aproveitando-se da morte do imperador e da crise política no país, Liu Bang tomou o poder e deu início à dinastia Han. Esta dinastia se caracterizou por tentar comprar aliados vizinhos através de presentes como tecidos de seda, espelhos de bronze, perfumes, jóias, etc.

Nesta época os chineses se consideravam o centro do mundo, chegando a chamar seu país de “Império do Meio”.

Durante esta dinastia, a China teve um grande aumento da população e muitos avanços técnicos como a invenção do carrinho de mão e do moinho movido a água.

Apesar disso, os camponeses continuavam vivendo sob condições precárias, o que causou violentas revoltas camponesas no início da Era Cristã. Estas revoltar contribuíram para o enfraquecimento do Império chinês, trazendo ao fim a dinastia Han. A partir de então, o Império da China se dividiu em três reinos: Wei, Wu e Shu, que duraram do ano 220 ao ano 265 da Era Cristã.

Fontes:
http://educacao.uol.com.br/historia/china-antiga-1-o-rio-amarelo-e-as-origens-da-civilizacao-chinesa.jhtmhttp://educacao.uol.com.br/historia/china-antiga-2-as-cinco-primeiras-dinastias-chinesas.jhtm

Gulag (sistema de trabalho forçado na URSS)


Por Felipe Araújo

Gulag foi um sistema de trabalhos forçados vigente na época em que a URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas) esteve no poder. Nestes campos de trabalho encontravam-se os presos políticos, criminosos e qualquer cidadão que demonstrasse ideias opostas à ideologia do regime soviético. A maioria deles prestava serviços no campo de Gulag de Kengir. O nome oficial desse sistema era Administração Geral dos Campos de Trabalho Correcional e Colônias.



Tendo contado com os serviços obrigatórios de milhares de homens, o sistema de Gulag funcionou entre os anos de 1930 e 1960. Grande parte dos prisioneiros era perseguida por Stalin, que os considerava como pessoas infames para a Pátria Mãe. A premissa desse sistema de trabalho era de reeducar os cidadãos para que pudessem voltar a viver dentro das leis e seguindo o sistema apresentado na URSS.

Símbolo de ordem e repressão na época de Stalin, o Gulag, apesar da proposta da reeducação por meio do trabalho, não apresentava condições minimamente sadias para as atividades dos homens que o compunham. Segundo historiadores, a situação nos campos era penosa, os trabalhadores passavam frio, fome e por horas abusivas de trabalho intenso, elementos que caracterizam tal sistema como uma escravatura. Além disso, os guardiões dos cidadãos de Gulag tinham atitudes desumanas. A área dos campos de trabalho estendia-se pela Sibéria e Ucrânia, onde os desafetos do regime da URSS eram silenciados.

Entre as atividades dos presos de Gulag, foi construído o Canal Mar Branco-Báltico. De acordo com alguns historiadores, as obras deste canal custaram a vida de mais de 60 mil pessoas. Isso aconteceu devido aos ferimentos que muitos prisioneiros tiveram durante os anos da construção. Apesar disso, a inauguração do canal serviu para mostrar ao mundo a eficiência do sistema de Gulag. Na época, era comum ver faixas com os seguintes dizeres: “Soldado do exército do canal! O calor do seu trabalho derreterá a sua pena de prisão!”.

A partir do ano de 1930, o número de prisioneiros pula de 176 mil para mais de 510 mil homens em Gulag e outros campos. Esse número só veio a diminuir com o início da Segunda Guerra Mundial, quando os presos trocaram os campos de trabalho pelos de batalha. Entre os anos de 1945 e 1950, pós-guerra, este número volta a crescer, chegando a mais de dois milhões de prisioneiros.

Além da antiga URSS, a Coreia do Norte é outro país que utiliza o mesmo sistema de Gulag. Disfarçados em algumas regiões do país, existem campos em que o trabalho é forçado e há a mesma proposta dos soviéticos: reeducar os cidadãos com as atividades obrigatórias.

Fontes:
http://guiadoestudante.abril.com.br/estudar/historia/gulag-stalinista-434357.shtmlhttp://mundoestranho.abril.com.br/materia/o-que-eram-os-gulagshttp://cafehistoria.ning.com/forum/topics/gulags-o-que-se-sabe-sobre-os

Osíris

Por Antonio Gasparetto Junior

Osíris era um deus egípcio.

Reza a lenda, que os primeiros egípcios olharam para o céu e temeram o universo, acreditando que era regido por dois deuses, o Sol e a Lua. Esses deuses receberam os nomes respectivamente deOsíris e Ísis. O primeiro é uma palavra derivada do grego que significa muitos olhos, pois representa os raios de Sol que tocam todos os lugares. Porém o significado exato do nome é desconhecido.

Osíris era o deus superior dos egípcios que, durante o Império Antigo, assumiu a vertente de deus funerário e, a princípio, era acessível somente aos reis. Com a democratização espiritual do Egito Antigo, Osíris passou a ser acessível a todos após a morte, desde que cumprissem as ritualísticas básicas em sua homenagem.

Sabe-se que Osíris é oriundo da região de Busíris, no Baixo Egito, de onde partiu para ser o mais importante deus de todo o Império Antigo. Consequentemente, era uma dos mais populares, cultuado desde épocas remotas até o fim da independência política do Egito. Em sua homenagem foram construídos diversos templos, sempre respeitando a deusa que era considerada sua esposa, Ísis. A tríade que completava a principal família de deuses míticos do Egito completava-se com o filho Hórus. Osíris e Ísis eram reconhecidos por julgar a alma dos egípcios quando morriam e decidir sobre seu destino. Mas, no início de seu culto, era conhecido apenas por ser a reencarnação de forças da terra e das plantas. O crescimento da representação de Osíris na cultura religiosa do Antigo Egito foi monumental a ponto de substituir o culto solar.

A representação mais antiga de Osíris data de 2300 a.C.. Sua imagem variou bastante durante a história, sendo representado como homem mumificado, em pé, deitado, com a pele negra ou verde e, ocasionalmente, como um animal. Normalmente aparece com a cabeça coberta por uma mitra branca, representando um ser bondoso que assegura vida e felicidade eterna para todos os seus protegidos. Apesar de Osíris ser o nome mais popular e difundido, também foi identificado com uma série de outros nomes.

No contexto da mitologia grega, Osíris é protagonista de uma difundida lenda de prosperidade da terra e davegetação egípcia. Osíris teria sido responsável por governar a terra e, através das águas do Nilo, ressuscitar a vida existente em torno do rio sempre que a seca matava tudo. Ele teria ensinado aos humanos as técnicas necessárias para a civilização, para a agricultura e para a domesticação de animais.

Fonte:
http://www.ocultura.org.br/index.php/Os%C3%ADris

Bom Selvagem


Por Felipe Araújo

Na época das grandes navegações europeias, teve início o contato de duas culturas: a dos descobridores e a dos nativos que habitavam a América. Após este primeiro contato, o conceito de bom selvagem começa a ser utilizado e torna-se lugar comum no pensamento e nas obras literárias produzidas na época.


Um dos primeiros registros em que este conceito pode ser encontrado é de autoria de Cristóvão Colombo. O descobridor indicava o achado de um “paraíso na terra”. A partir dos primeiros contatos com os nativos, a imaginação europeia começou a ligar os povos recém-descobertos a bondades ingênuas. Na época, o termo “naturais” era utilizado para designá-los. Outra obra que teve influência na difusão do conceito de bom selvagem foi a Brevísima Relación de la Destrucción de las Indias, de Bartolomé de las Casas, um cronista e teólogo dominicano.

Como forma de justificativa da conquista e da exploração dos meios naturais encontrados no continente americano, integrantes do clero, teólogos, muitos deles da Escola de Salamanca, e reis reuniram-se na Junta de Valladolid e na Junta de Burgos para debater temas como a guerra aos naturais, os justos títulos e o corpo de legislação das terras descobertas.

Conforme os europeus foram adentrando cada vez mais no continente descoberto e entrando em contato com os povos nativos, a Fábula Negra foi difundida por toda a Europa. Esta visão inicial de pessoas em estado natural, sendo exploradas pelos espanhóis e portugueses, indicava que o homem civilizado era degenerado e viciado.

Este mito foi se estendendo com o passar dos anos. Durante o século XVI, autores como Erasmo de Rotterdam, Tomás Moro e Baltasar Gracián discutem uma maldade natural de todos os seres humanos. Obras que defendem este conceito são: Elogio da Loucura, Utopia e El Criticón. Por outro lado, outros estudiosos defendiam a ideia de que a natureza humana seria boa, como Rousseau e Locke. Esse conceito ganhou força com a descoberta de bons selvagenslocalizados nas Ilhas do Pacífico, onde existiam “nativos nus de natureza pródiga”.

Neste mesmo momento, surge a teoria das crianças selvagens, exemplificadas em Kaspar Hauser, encontrado na praça Unschlittplatz, em Nuremberg, e Victor de Aveyron, encontrado na França em 1798. Este conceito foi explorado no cinema por Werner Herzog no longa O Enigma de Kaspar Hauser. Outra produção que abordou a temática foi O Livro da Selva ou Tarzan.

Fontes:
MAGEE, Bryan. História da filosofia. Tradução de Marcos Bueno. 3.ed. São Paulo: Loyola, 2001.
http://revistaalceu.com.puc-rio.br/media/alceu_n4_Leopoldi.pdfhttp://www.imdb.com/title/tt0071691/http://pt.wikipedia.org/wiki/Bom_selvagem

Leis de Nuremberg


Por Antonio Gasparetto Junior

As Leis de Nuremberg fazem parte de um texto elaborado por Adolf Hitler para ser adotado pelos nazistas.

Ficheiro:Bundesarchiv Bild 183-2004-0312-505, Nürnberg, Reichsparteitag, Grundstein Kongreßhalle.jpg

No início da década de 1930, Adolf Hitler assumiu a liderança política da Alemanha, país que passava por uma grave crise econômica e moral em função das consequências da Primeira Guerra Mundial e da Crise de 1929. Hitler foi considerado pela população alemã como um grande líder que seria capaz de resgatar o prestígio e a grandeza dos germânicos, o que o fez receber grande apoio da população. O regime estabelecido pelo novo líder do país era autoritário, tudo estava submetido ao seu controle. Se por um lado ele conseguiu reorganizar o país e oferecer esperança à população, por outro lado sua política aumentou a instabilidade no continente europeu e suas decisões conduziram o continente à Segunda Guerra Mundial.

No dia 15 de setembro de 1935, Adolf Hitler estava reunido com os demais membros do Partido Nacional Socialista Alemão dos Trabalhadores em Nuremberg por ocasião de seu sétimo congresso anual. Em uma sessão extraordinária foram adotados alguns textos que Hitler sugeriu, entre eles estavam: a Lei da Bandeira do Reich, a Lei da Cidadania do Reich e a Lei da Proteção do Sangue e Honra Alemães. Esse conjunto de leis formava o que ficou conhecido como asLeis de Nuremberg.

A adoção das Leis de Nuremberg fundamentavam toda a ação e a ideologia do nazismo, o que inclui a perseguição aos judeus na sociedade alemã. As leis determinavam a segregação racial, a proibição da união matrimonial, da coabitação, de relações sexuais e qualquer outro tipo de relacionamento do povo alemão com os judeus. Estes eram qualificados como indivíduos de segunda categoria.

As Leis de Nuremberg refletiriam em uma das consequências mais desastrosas da história da humanidade. Ainda antes da eclosão da Segunda Guerra Mundial, a caça aos judeus já faria parte das ações nazistas. Mas, além disso, essa segregação racial seria absorvida e realmente praticada pela população germânica. Ao invadir a Polônia em 1939, Hitler e seu exército nazista eram motivados por questões estratégicas de guerra e também pela crença na limpeza étnica. Durante a Segunda Guerra Mundial, os chamados campos de concentração receberiam milhões de judeus para executarem trabalho escravo, servirem como cobaias de experiência e, sobretudo, para serem exterminados. A morte de mais de seis milhões de judeus, chamada de Holocausto ou Shoah, foi um dos eventos mais trágicos da humanidade. Com o fim do conflito armado e a derrota do nazismo, as consequências das Leis de Nuremberg e os crimes contra a humanidade cometidos pelos nazistas foram julgados na mesma cidade em que suas ações foram regulamentadas, no Tribunal de Nuremberg.




Fonte:

Formação Contínua


A formação do professor também deve ser em movimento espiralado


A evolução da carreira de um profissional depende da sua formação, dos investimentos em cursos de especialização e atualização, que complementam as ideias já adquiridas, modificando-as e atualizando-as em novos conceitos.

A atualização de um profissional é importante, pois à medida que as teorias vão sendo testadas e experimentadas, abrem-se novas linhas de pesquisas e de conclusões, levando a novos caminhos, a outras formas de se aplicar tais conhecimentos, normalmente com técnicas mais aprimoradas.

No campo de atuação dos profissionais de educação, esses conceitos não são diferentes.

De acordo com o sociólogo suíço Phillippe Perrenoud, um dos aspectos mais importantes da reciclagem de professores diz respeito às suas competências básicas, a que classificou em dez elementos distintos, como:

1. Organizar e animar situações de aprendizagem;

2. Gerir a progressão das aprendizagens – idealizar e administrar situações-problema ajustadas aos níveis e possibilidades dos alunos;

3. Conceber e fazer evoluir dispositivos de diferenciação – conduzir a heterogeneidade dentro de uma classe;

4. Implicar os alunos em sua aprendizagem e em seu trabalho – suscitar o desejo de aprender, explicitar a relação com os conhecimentos, o sentido do trabalho escolar, e desenvolver a capacidade de autoavaliação na criança;

5. Trabalhar em equipe – elaborar um projeto de equipe com representações comuns;

6. Participar da gestão da escola – elaborar e negociar um projeto para a escola;

7. Informar e sugerir aos pais – animar reuniões de informação e de debate;

8. Utilizar tecnologias novas – empregar softwares de edição de documentos;

9. Enfrentar os deveres e os dilemas éticos da profissão;

10. Gerir sua própria formação contínua.

Desenvolvendo um trabalho a partir dessas competências, o educador será capaz de se autoavaliar, elaborando em si a consciência sobre o nível de suas competências, podendo proceder para práticas mais apropriadas e inovadoras, promovendo a motivação dos alunos e atingindo maior aprimoramento profissional.

O sociólogo propõe ainda que o trabalho pedagógico esteja voltado para um “trabalho de equipe, através de projetos que desenvolvam autonomia, responsabilidades crescentes, pedagogias diferenciadas, centralização sobre os dispositivos e as várias situações de aprendizagem”.

É importante a participação da escola nesse processo de formação contínua, pois o grande interesse em manter os alunos na instituição é da direção. Para que isso aconteça, é necessário que a mesma institua reuniões de grupos de estudo, agenciem debates de temas presentes nas práticas educativas da instituição, contrate profissionais mais experientes e especialistas para oferecer cursos e palestras, participação de seus profissionais em feiras educativas e congressos, dentre outros.

Por Jussara Barros

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Jean Jacques Rousseau e a França do seu tempo



Quem transmitiu a paixão pela leitura a Rousseau foi seu pai, um modesto relojoeiro, com quem passou a compartilhar as noites devorando páginas e mais páginas, por vezes até o amanhecer, de todo o tipo de literatura
Foto: Getty Images



Nascido há 300 anos, em 28 de junho de 1712, em Genebra - cidade suíça, mas de fala francesa -, Jean Jacques Rousseau, órfão de mãe ao nascer, foi talvez um dos mais importantes pensadores da Idade Contemporânea. Seus livros e suas conclusões revolucionariam a teoria política (O contrato socialcom os conceitos de "a vontade geral", "a soberania popular" etc), a educação (Emilio ou da educação), o sentimento (A Nova Heloisa), os costumes (As confissões, As confissões de um vigário Saboiano), e tantas outras coisas mais.

Quem lhe transmitiu a paixão pela leitura foi seu pai, um modesto relojoeiro, com quem passou a compartilhar as noites devorando páginas e mais páginas, por vezes até o amanhecer, de todo o tipo de literatura. Ainda jovem, sua erudição tornara-se imensa, o que lhe deu a confiança necessária para sair pelos portões da sua cidade-natal assim que se sentiu suficientemente maduro para enfrentar as amplitudes do mundo. Desta forma começou a sua impressionante aventura intelectual que deixou seu nome marcado para sempre entre os maiores filósofos da cultura ocidental.

Confira, a seguir, alguns fatos que marcaram a formação do pensamento de Rousseau.


20 de outubro de 1991 – Senna é tricampeão de Fórmula 1

por: Thiago Jansen


Em 1991, ao dar passagem para Gerhard Berger vencer o GP do Japão, Ayrton Senna conquistou o Campeonato Mundial de Pilotos de Fórmula 1 e entrou para o seleto time dos tricampeões do mundo, que só havia admitido até aquele momento outros cinco pilotos: Jack Brabham (aos 40), Jackie Stewart (34), Niki Lauda (35), Nelson Piquet (35) e Alain Prost (34). Todos chegaram ao título com mais de 31 anos, idade de Senna ao tornar-se campeão.




- Doeu no coração dar a vitória que foi sofrida e resultado de uma grande luta. Mas esta dor é nada comparada com a emoção pelo terceiro título - afirmou Ayrton Senna, que tirou o pé na última volta e deixou seu companheiro, Gerhard Berger, ultrapassá-lo na última curva antes da bandeirada, obedecendo ao diretor da equipe, Ron Dennis.




Apesar de ter que entregar a vitória ao colega, alívio e satisfação foram os sentimentos que dominaram o piloto após o fim da luta pelo terceiro título de sua carreira. Ao esvaziar na própria cabeça a garrafa de champagne pelo segundo lugar no GP do Japão, Senna deixou escorrer a mágoa e a frustração pelos dois campeonatos anteriores, marcados por sua desclassificação pela Federação Internacional do Automóvel (1989) e por sua vitória controversa, após uma batida com Prost (1990). Com o segundo lugar do pódio, Senna pode saborear um título que parecia fácil no início de 1991 e ficou complicado no meio da temporada, devido à desvantagem técnica entre a sua McLaren e a Williams do inglês Nigel Mansell – o único que até parar na 10º volta, em Suzuka, ainda podia alcançá-lo na soma dos pontos.

Um herói nacional
Motivado pelo pai empresário, Milton Guirado Theodoro da Silva, um entusiasta das competições automobilística, Ayrton Senna começou a competir oficialmente em provas de kart, aos 13 anos. Sua estreia na Fórmula 1 foi em 1984, pela equipe Toleman. Desde então, foram quatro equipes, 162 GPs disputados, 41 vitórias, 80 pódios, 610 pontos e 65 pole positions. O título de 1991 foi seu último na Fórmula 1. Em 1994 Ayrton Senna morreria tragicamente em um acidente no Autódromo Enzo e Dono Ferrari, em Ímola, durante o Grande Prêmio de San Marino. Ainda hoje Ayrton Senna é considerado um dos maiores nomes do esporte brasileiro e um dos maiores pilotos da história do automobilismo mundial.
Fonte: JBLOG

15 de outubro de 1978 – João Batista Figueiredo é eleito presidente do Brasil






Sem votos dissidentes e por uma margem de 129 votos a seu favor, o general João Batista de Oliveira Figueiredo, candidato da Arena, foi eleito, por votação do Colégio Eleitoral reunido no plenário do Congresso Nacional, o 30º Presidente da República do Brasil.

A votação foi iniciada às 10h40m, após os discursos do presidente nacional do MDB, o deputado Ulisses Guimarães, e do presidente nacional da Arena, o deputado Francelino Pereira. Durante a votação, o general João Batista Figueiredo recebeu 355 votos e o candidato do MDB, o general Euler Bentes Monteiro, obteve 226. Excetuando-se as ausências dos deputados Alberto Lavinas (RJ) e Otávio Ceccato (SP), e dos senadores arenistas Teotonio Vilela, Accioly Filho (PR) e Magalhães Pinto (MG), não houve votos contrários às linhas partidárias e nenhum delegado da Assembléia Legislativa deixou de votar. Dada a presença maciça de populares nas galerias do plenário, apoiando os dois candidatos por meio de palmas, vaias e gritos, o processo de votação se deu sob forte tensão, com o presidente da sessão, o senador Petrônio Portella, acionando várias vezes as capainhias e pedindo ordem no recinto.




Terminada a sessão, o senador Portella foi ao Hotel Aracoara e lá comunicou o resultado ao general Figueiredo, que, horas depois, anunciou que ofereceria a ao povo brasileiro a “mão estendida em conciliação”. Pouco antes, numa rápida entrevista, o então novo Presidente da República também disse: “meu governo será para abrir mesmo, e quem não quiser que abra, eu prendo, arrebento. A minha reação agora vai ser contra os que não quiserem a abertura”.

“Transição lenta, gradual e segura”
Sucedendo o governo do general Ernesto Geisel, o general João Batista Figueiredo ficou conhecido como o presidente do Brasil responsável por promover no país, em suas palavras, uma “transição lenta, gradual e segura” do poder político dos militares para os civis. Para isso, concedeu anistia ampla geral e irrestrita aos políticos cassados com base em atos
institucionais, permitindo o retorno de exilados pelo Regime Militar, e extinguiu o bipartidarismo. Por essas medidas, seu governo foi alvo de diversos atentados terroristas, atribuídos a setores da direita e militares da linha dura, sendo o mais famoso deles o do Riocentro, na Barra da Tijuca.
Fonte: JBLOG

13 de outubro de 1968: Fui-me embora para Pasárgada... A morte de Manuel Bandeira

por: Lucyanne Mano


"De fato, cheguei ao apaziguamento das minhas insatisfações e das minhas revoltas pela descoberta de ter dado à angústia de muitos uma palavra fraterna. Agora a morte pode vir, - essa morte que espero desde os dezoito anos: tenho a impressão que ela encontrará, como em Consoada está dito, a casa limpa, a mesa posta, com cada coisa em seu lugar", disse Manuel Bandeira certa vez. E em paz, o poeta imortal foi ser "amigo do Rei", aos 82 anos.

Com livros e cadernos debaixo do braço, dezenas de estudantes estiveram no Salão dos Poetas Românticos da Academia Brasileira de Letras, no Rio de Janeiro, para velar o corpo de Manuel Bandeira e homenagear o poeta que também foi professor de literatura do Colégio Pedro II e de literatura hispano-americana da Faculdade Nacional de Filosofia. Dona Maria de Lourdes, amiga e companheira de Manuel Bandeira durante mais de 30 anos, permaneceu todo o tempo sentada diante do caixão, enquanto chegavam vários amigos do poeta, entre os quais os acadêmicos Peregrino Júnior e Austregésilo de Ataíde, presidente da Academia, Ricardo Cravo Albim, diretor do Museu da Imagem e do Som, Paulo Mendes Campos e Fernando Sabino.

Mais tarde, cerca de cem pessoas, incluindo contínuos da ABL, levaram o corpo de Manuel Bandeira ao túmulo 15 do Mausoléu dos Imortais, no cemitério São João Batista. Para Fernando Sabino, Manuel Bandeira foi "o grande íntimo da morte. Ao longo de uma vida limpa, harmoniosa e integral, soube fazer da morte e da eternidade a substância da sua existência e de sua poesia".

Uma obra singular
Manuel Bandeira nasceu em 19 de abril de 1886, no Recife. Sua obra, caracterizada por elementos modernistas, pelo tom confidencial e irônico, por vezes até trágico, e, acima de tudo, pela simplicidade, permanece como uma das principais influências para escritores e poetas brasileiros até os dias de hoje. Sobre ela, o cronista Paulo Mendes Campos, poeta de outra geração, disse que "Manuel Bandeira foi talvez o último que podia estabelecer um compromisso consciente entre a sintaxe tradicional e a inovação da linguagem". Como poucos, Bandeira soube construir uma obra depurada e de grande valor estético.



Manuel Bandeira nas páginas do JB

"Volto, hoje à tarimba jornalística, trazido pelas mãos ilustres do Annibal Freire... Bem, mãos à obra. Deus me dê assunto e inspiração..."
Jornal do Brasil, 1º/06/1955

O escritor começou no Jornal do Brasil no dia 1º de junho de 1955, publicando mais de 600 crônicas em uma coluna bissemanal, aos domingos e quartas-feiras. Além de tratar sobre temas atuais, voltava-se a homenagens a personalidades nacionais. A última coluna foi publicada em 22 de novembro de 1961.
Fonte: JBLOG

Papa Bento XV


Por Antonio Gasparetto Junior

Bento XV foi o 258º papa da história da Igreja Católica.



Nascido na cidade italiana de Pegli no dia 21 de novembro de 1854, Giacomo della Chiesa era proveniente de uma família nobre. Mas, embora seu nome fosse muito sugestivo para a vida religiosa, seu pai não concordava com sua escolha pelo sacerdócio e desejava que o filho seguisse a carreira jurídica. Em função do desejo do pai, Giacomo della Chiesa doutorou-se em Direito aos 21 anos de idade, antes de ser ordenado sacerdote. Sua formação o levou ao serviço diplomático do Vaticano para trabalhar como secretário do cardeal Mariano Rampolla. A entrada na vida religiosa só foi possível após muita insistência de Giacomo com seu pai, que, por fim, cedeu aos pedidos do filho.

Com a concessão do pai, Giacomo della Chiesa iniciou sua carreira religiosa e cresceu rapidamente. Em 1907, tornou-se arcebispo de Bolonha e, sete anos mais tarde, foi nomeado cardeal. Naquele momento, pairava na Europa um clima de crescente hostilidade que culminou com a eclosão da Primeira Guerra Mundial. Até o início do conflito internacional, o papa vigente era Pio X. Mas este morreu logo no início da guerra, o que forçou um conclave que foi realizado na Capela Sistina no dia três de setembro de 1914. Os cardeais votaram e escolheram para sucessor de Pio X o cardeal Giacomo della Chiesa, o qual tomou posse no dia seis de setembro assumindo o nome de Bento XV.

Bento XV foi o papa responsável por liderar a Igreja Católica nos assustadores anos da Primeira Guerra Mundial. Após um período de praticamente meio século de grande crescimento da Europa, onde se viu muito progresso tecnológico, os países caíram em um conflito bélico que assustou os europeus e o mundo. Toda aquela capacidade de crescimento tecnológico mostrava-se apta também para o massacre e a destruição. O cenário era de completa desilusão com a raça humana. Nesse contexto, Bento XV foi obrigado a se posicionar e o fez ressaltando que a Igreja Católica assumiria uma postura neutra, porém dedicada a promover a paz e a acudir os feridos. O papa Bento XV tentou negociar a paz entre os povos de diversas formas, todavia não foi ouvido. Com o fim da guerra, o Vaticano nem foi chamado para as negociações de paz. Mas essas tentativas de restabelecer a paz na Europa marcaram, em grande medida, o papado de Bento XV, que liderou a Igreja durante todos os anos do conflito.

A Primeira Guerra Mundial chegou ao fim no ano de 1918. Os países europeus reuniram-se para restabelecer a paz no continente e superar os estragos feitos e as várias vidas perdidas. Mais uma vez, Bento XV mostrou-se sintonizado com a situação política internacional e procurou adaptar a Igreja às características que emergiam no novo sistema. A partir do final do conflito armado, Bento XV dedicou-se a uma reforma administrativa da Igreja Católica até sua morte, no dia 22 de janeiro de 1922. Bento XV foi sucedido pelo papa Pio XI.

Fonte:
http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xv/biography/documents/hf_ben-xv_bio_20060214_biography_it.html

Países Baixos


Por Emerson Santiago

O Reino dos Países Baixos (Koninkrijk der Nederlanden em holandês) é um país independente, localizado a oeste daEuropa. Com uma população de 16.7 milhões, sua capital é Amsterdã. A maioria dos holandeses segue o cristianismo de rito católico ou protestante. A língua oficial é o holandês e a moeda é o euro. O país divide fronteiras com a Alemanha a leste, o mar do Norte a norte e oeste, e Bélgica ao sul. Seu território tem 41,864 km², área um pouco menor que a do estado do Rio de Janeiro.



Os holandeses são basicamente de origem germânica com alguma mistura galo-celta. Sua pequena pátria foi frequentemente ameaçada de destruição pelo mar do Norte, além de ser várias vezes invadida por grandes potências europeias. No século I a.C. a região era habitada por tribos germânicas. A parte ocidental, habitada pelos batavos, tornou-se parte de uma província romana, e a parte oriental foi habitada pelos frísios. Entre os séculos IV e VIII, a maioria do território foi conquistado pelos francos. A área mais tarde passou para as mãos da Casa de Borgonha e dos Habsburgos austríacos. Sob domínio espanhol no século XVI, os holandeses se revoltaram em 1558, liderados por Guilherme (Willem) de Orange. Em 1579, as sete províncias do norte holandês se tornam a República das Sete Províncias Unidas dos Países Baixos.

O século XVII é considerada a “época de ouro” dos Países Baixos, quando este se torna uma grande potência marítima e colonial. Entre outras conquistas, houve o surgimento de das pinturas de “Velhos Mestres”, incluindo Rembrandt, Vermeer, e Hals, cujas obras, junto com as de artistas posteriores, como Mondrian e Van Gogh, estão hoje em exibição em museus toda a Holanda e do mundo.

A perda gradual da superioridade tecnológica e as guerras com a Espanha, França e Inglaterra no século XVII e XVIII causam o declínio dos Países Baixos.

A Holanda passa por um período de dominação pela França sob o nome de República Batava, e depois, como Reino da Holanda, governada por Luís Bonaparte, e, finalmente, é anexada pela França. Após a derrota de Napoleão, em 1815, Holanda e Bélgica se tornam o “Reino Unido dos Países Baixos” sob o rei Willem I. Os belgas se retiram da união em 1830 para formar seu próprio reino.

A Holanda proclamou neutralidade no início das duas guerras mundiais. Embora escapasse da ocupação na Primeira Guerra Mundial, as tropas alemãs invadiram o país na seguinte, em maio de 1940. A rainha Wilhelmina foge para Londres e estabelece um governo no exílio. Durante a guerra, mais de 75% dos judeus dos Países Baixos morrem nas mãos dos nazistas.

A princesa Juliana sobe ao trono em 1948 após a abdicação de sua mãe. Em abril de 1980, a rainha Juliana abdicou em favor de sua filha, agora rainha Beatrix.

Após a liberação, os Países Baixos vão abrindo mão de seu império ultramarino gradualmente. A Indonésia ganha sua independência em 1949, e o mesmo ocorre com o Suriname em 1975. No Caribe, as Antilhas Holandesas se dissolvem a 10 de outubro de 2010. As ilhas de Aruba e Curaçao, e o setor holandês de Sint Maarten são agora formalmente países constituintes, parte dos Países Baixos no Caribe. Enquanto isso, as ilhas de Bonaire, Saba e Sint Eustatius são consideradas municipalidades especiais.

Bibliografia:
Netherlands profile (em inglês). Disponível em: < http://www.bbc.co.uk/news/world-europe-17741091 >. Acesso em: 23 set. 2012.
Background Note: The Netherlands (em inglês). Disponível em: < http://www.state.gov/r/pa/ei/bgn/3204.htm >. Acesso em: 23 set. 2012.
Mapa: http://www.sacred-destinations.com/netherlands/netherlands-map.htm

Fonte: