Por oito décadas os portugueses alimentaram o sonho de conhecer e obter novas terras, dentre elas estava o desejo de dominar a rota das Índias.
Em meio à jornada de Pedro Álvares Cabral, os marinheiros acompanhavam atentos às evidências quanto à proximidade de terra à vista, algas marinhas em volta das naves, e para eles, o mais comum dos sinais desta proximidade era com o barulho das gaivotas fura -- buxos. Para os portugueses, seguir tais aves era certeza do encontro de terras.
No entanto, a história da empresa marítima portuguesa revela uma similaridade desta circunstância com Pedro Alvares em relação à expedição de Vasco da Gama, pois em 22 de agosto de 1497, como mostra registros do diário de um dos tripulantes da armada de Gama:
"achámos muitas aves, feitas como garções, e, quando veio a noite, tiravam contra o su-sueste muito rijas como aves que iam para terra; e neste mesmo dia vimos uma baleia, e isto bem oitocentas léguas em mar."
Vasco da Gama foi, na verdade, uma espécie de mentor de Cabral, visto que em meio a seus pertences o comandante da nau capitânia levava consigo um manuscrito de Vasco da Gama onde este havia relatado orientações para que a armada cabralina não fosse surpreendida em alto mar, como se fosse um manual para atingir as Índias.
De fato, todo cuidado era necessário, pois em meio ao trajeto a ser realizado pela armada de Cabral havia, pela frente, a necessidade de passar pelo Cabo das Tormentas, assim denominado pelos marinheiros mais expostos. Mas, este termo também foi rebatizado por D. João II por Cabo da Boa Esperança, chamado pelos determinados estudiosos dos mares como. Vasco da Gama conseguiu vencê-lo sempre mantendo o rumo a oeste, contrariando a tese do genovêz Cristóvão Colombo.
Difícil relatar sem revelar o prazer, ou melhor, o alívio de toda tripulação de Cabral no momento da manhã de 22 de abril de 1500, quando na oportunidade, é avistado um monte mui grande e revestido de arvoredos esverdeados, lindos. A armada ancorou-se a 36 Km da costa, ou como na época, à 6 léguas de distancia da hoje denominada Bahia de todos os santos.
O descobrimento do Brasil, ou achamento suscita, ainda em nossos dias, muita polêmica. Eduardo Bueno, não historiador, mas um pesquisador cuidadoso e, sobretudo, competente, afirma que realmente é difícil "decretar" que os portugueses não conheciam, ou não faziam a menor ideia das "novas" terras de Vera Cruz. Pois de acordo com relatos, a "escola" marítima portuguesa já era portadora de convicções de que havia sim novas terras para direção em que de fato, atingiram e lançaram âncoras, isto muito antes de Gama, seguindo a rota dos pássaros.
O grande objetivo português era atingir a Índia, descobrir a rota das riquezas, das cedas, do outro, das especiarias etc. Afinal, qual era o conhecimento, por parte destes perseverantes portugueses, quanto às riquezas, inclusive naturais, existentes do agora Brasil? Nenhuma.
Foram dez dias ancorados na ilha de Vera Cruz, Pedro Álvares Cabral junto a seus comandados entendiam que estava descoberta, na ocasião, uma nova ilha. Como é bom saber que quase meio século depois, todo este (detalhe dos portugueses) ganhara uma estrondosa importância para o cenário mundial.
Importância que dera inicio já com a confirmação do fracasso da empresa das Índias, 30 anos depois do "primeiro" contato com o Brasil.
Outro fato interessante fica por conta da grandiosidade da expedição de Cabral, uma empresa: náutica, militar e mercantil, extremamente onerosa. D. Manuel, a exemplo de D. João II, recorreu à iniciativa privada para realização de tal projeto. A Coroa portuguesa não reunia condições suficientes para suprir com todos os gastos envolvidos, tanto para manter toda tripulação nas condições mínimas de sobrevivência, tratava-se de 1500 tripulantes, distribuídos em 13 embarcações. Banqueiros como: Bartolomeu Marchioni e Girulamo Sernige contribuíram com o financiamento da expedição.
Bartolomeu Dias e seu irmão Diogo Dias também estavam presentes e faziam parte da chamada segunda divisão da esquadra, pois a primeira era formada por onze naus, sendo a nau capitânia sob comando de Cabral.
A Partida
Muita expectativa, tanto dento como também fora das naus, Lisboa, mais precisamente no Porto de Rastelo, encontrava-se totalmente tomado por familiares, pela nobreza, por escravos, pelo povo... , admirando o "desfile" das embarcações.
Muitos marinheiros olhavam para trás com verdadeiro pesar no coração, é sabido que a grande maioria não tinha esperança de um dia poder voltar, pois quase todos tinham conhecimento dos riscos envolvidos em tal jornada.
Dois a cada três jamais voltaram, segundo comparação feita pelo historiador Paulo Miceli, muitos, antes de embarcar, deixaram testamentos prontos.
Em 23 de março de 1500, ocorre a primeira de muitas tragédias em pleno mar, a nau de Vasto de Ataíde que compunha o comboio, desaparece sem deixar qualquer sinal.
A fantástica viagem de Vasco da Gama rumo à Índia é motivo de muito orgulho para os marinheiros portugueses que há oitenta e cinco anos mantiveram firmes em navegar pelos mares no sentido sul em busca desta terra detentora de muitas riquezas.
Colombo em 1492, seguindo caminho contrário aos feitos lusos, sempre afirmara ter atingido as Índias, quando na verdade havia descoberto um "novo mundo", a América.
Como já vimos, Vasco da Gama fora um grande modelo a ser seguido, três anos após sua viagem por Pedro Álvares Cabral. Gama chegou próximo ao monte que as aves "muito rijas" anunciavam, o próprio Diário que registra os principais momentos da viagem de Gama, escrito por Álvaro Velho, embora muitos tenham contestado a autoria de tal documento, temo cuidado de mostrar o aparecimento destas aves que mais tarde seria anunciadoras do Brasil com a expedição de Cabral. Mas em 22 de agosto de 1497, Vasco da Gama seguiu rumo ao Cabo da Boa Esperança em segmento a Índia. Muitos historiadores dizem que o principal fator para Pedrâ?? Alvares ter "descoberto" o Brasil dá-se a estes registros do caminho das aves também na viagem de Gama.
A nau São Gabriel foi quem acomodou o comandante Vasco da Gama, que navegou durante noventa e trêsdias sem avistar qualquer terra, muitas vezes em alto mar, ele foi o inventor da manobra marítima que ficou conhecida como "a volta do mar", ou "a volta do Brasil", uma tática audaciosa exercida para contornar a África.
A viagem de Vasco da Gama contribuiu muito para uma unificação geopolítica entre: Europa, Ásia, África e América, desenvolvendo novas relações econômicas, políticas e culturais, Gama ficou extremamente rico e desfrutou de muitas glorias após este feito, claro que não podemos esquecer da ajuda prestada no sentido de orientar a esquadra que em 1500 partira do Porto de Rastelo sob comando de Pedro Álvares Cabral precursor de um episódio não menos importante para todos nós brasileiros. O que seria do Brasil sem a viagem de Gama e, posteriormente a de Cabral?
Referência bibliográfica:
BUENO, Eduardo, A Viagem do Descobrimento: A verdadeira história da expedição de Cabral, Objetiva, RJ -- 1998, volume I, coleção Terra Brasilis.
VELHO, Álvaro, O Descobrimento das Índias: o diário da viagem de Vasco da Gama, introdução, notas e comentários finais Eduardo Bueno. Objetiva, RJ -- 1998.
Fonte: http://www.algosobre.com.br
Em meio à jornada de Pedro Álvares Cabral, os marinheiros acompanhavam atentos às evidências quanto à proximidade de terra à vista, algas marinhas em volta das naves, e para eles, o mais comum dos sinais desta proximidade era com o barulho das gaivotas fura -- buxos. Para os portugueses, seguir tais aves era certeza do encontro de terras.
No entanto, a história da empresa marítima portuguesa revela uma similaridade desta circunstância com Pedro Alvares em relação à expedição de Vasco da Gama, pois em 22 de agosto de 1497, como mostra registros do diário de um dos tripulantes da armada de Gama:
"achámos muitas aves, feitas como garções, e, quando veio a noite, tiravam contra o su-sueste muito rijas como aves que iam para terra; e neste mesmo dia vimos uma baleia, e isto bem oitocentas léguas em mar."
Vasco da Gama foi, na verdade, uma espécie de mentor de Cabral, visto que em meio a seus pertences o comandante da nau capitânia levava consigo um manuscrito de Vasco da Gama onde este havia relatado orientações para que a armada cabralina não fosse surpreendida em alto mar, como se fosse um manual para atingir as Índias.
De fato, todo cuidado era necessário, pois em meio ao trajeto a ser realizado pela armada de Cabral havia, pela frente, a necessidade de passar pelo Cabo das Tormentas, assim denominado pelos marinheiros mais expostos. Mas, este termo também foi rebatizado por D. João II por Cabo da Boa Esperança, chamado pelos determinados estudiosos dos mares como. Vasco da Gama conseguiu vencê-lo sempre mantendo o rumo a oeste, contrariando a tese do genovêz Cristóvão Colombo.
Difícil relatar sem revelar o prazer, ou melhor, o alívio de toda tripulação de Cabral no momento da manhã de 22 de abril de 1500, quando na oportunidade, é avistado um monte mui grande e revestido de arvoredos esverdeados, lindos. A armada ancorou-se a 36 Km da costa, ou como na época, à 6 léguas de distancia da hoje denominada Bahia de todos os santos.
O descobrimento do Brasil, ou achamento suscita, ainda em nossos dias, muita polêmica. Eduardo Bueno, não historiador, mas um pesquisador cuidadoso e, sobretudo, competente, afirma que realmente é difícil "decretar" que os portugueses não conheciam, ou não faziam a menor ideia das "novas" terras de Vera Cruz. Pois de acordo com relatos, a "escola" marítima portuguesa já era portadora de convicções de que havia sim novas terras para direção em que de fato, atingiram e lançaram âncoras, isto muito antes de Gama, seguindo a rota dos pássaros.
O grande objetivo português era atingir a Índia, descobrir a rota das riquezas, das cedas, do outro, das especiarias etc. Afinal, qual era o conhecimento, por parte destes perseverantes portugueses, quanto às riquezas, inclusive naturais, existentes do agora Brasil? Nenhuma.
Foram dez dias ancorados na ilha de Vera Cruz, Pedro Álvares Cabral junto a seus comandados entendiam que estava descoberta, na ocasião, uma nova ilha. Como é bom saber que quase meio século depois, todo este (detalhe dos portugueses) ganhara uma estrondosa importância para o cenário mundial.
Importância que dera inicio já com a confirmação do fracasso da empresa das Índias, 30 anos depois do "primeiro" contato com o Brasil.
Outro fato interessante fica por conta da grandiosidade da expedição de Cabral, uma empresa: náutica, militar e mercantil, extremamente onerosa. D. Manuel, a exemplo de D. João II, recorreu à iniciativa privada para realização de tal projeto. A Coroa portuguesa não reunia condições suficientes para suprir com todos os gastos envolvidos, tanto para manter toda tripulação nas condições mínimas de sobrevivência, tratava-se de 1500 tripulantes, distribuídos em 13 embarcações. Banqueiros como: Bartolomeu Marchioni e Girulamo Sernige contribuíram com o financiamento da expedição.
Bartolomeu Dias e seu irmão Diogo Dias também estavam presentes e faziam parte da chamada segunda divisão da esquadra, pois a primeira era formada por onze naus, sendo a nau capitânia sob comando de Cabral.
A Partida
Muita expectativa, tanto dento como também fora das naus, Lisboa, mais precisamente no Porto de Rastelo, encontrava-se totalmente tomado por familiares, pela nobreza, por escravos, pelo povo... , admirando o "desfile" das embarcações.
Muitos marinheiros olhavam para trás com verdadeiro pesar no coração, é sabido que a grande maioria não tinha esperança de um dia poder voltar, pois quase todos tinham conhecimento dos riscos envolvidos em tal jornada.
Dois a cada três jamais voltaram, segundo comparação feita pelo historiador Paulo Miceli, muitos, antes de embarcar, deixaram testamentos prontos.
Em 23 de março de 1500, ocorre a primeira de muitas tragédias em pleno mar, a nau de Vasto de Ataíde que compunha o comboio, desaparece sem deixar qualquer sinal.
A fantástica viagem de Vasco da Gama rumo à Índia é motivo de muito orgulho para os marinheiros portugueses que há oitenta e cinco anos mantiveram firmes em navegar pelos mares no sentido sul em busca desta terra detentora de muitas riquezas.
Colombo em 1492, seguindo caminho contrário aos feitos lusos, sempre afirmara ter atingido as Índias, quando na verdade havia descoberto um "novo mundo", a América.
Como já vimos, Vasco da Gama fora um grande modelo a ser seguido, três anos após sua viagem por Pedro Álvares Cabral. Gama chegou próximo ao monte que as aves "muito rijas" anunciavam, o próprio Diário que registra os principais momentos da viagem de Gama, escrito por Álvaro Velho, embora muitos tenham contestado a autoria de tal documento, temo cuidado de mostrar o aparecimento destas aves que mais tarde seria anunciadoras do Brasil com a expedição de Cabral. Mas em 22 de agosto de 1497, Vasco da Gama seguiu rumo ao Cabo da Boa Esperança em segmento a Índia. Muitos historiadores dizem que o principal fator para Pedrâ?? Alvares ter "descoberto" o Brasil dá-se a estes registros do caminho das aves também na viagem de Gama.
A nau São Gabriel foi quem acomodou o comandante Vasco da Gama, que navegou durante noventa e trêsdias sem avistar qualquer terra, muitas vezes em alto mar, ele foi o inventor da manobra marítima que ficou conhecida como "a volta do mar", ou "a volta do Brasil", uma tática audaciosa exercida para contornar a África.
A viagem de Vasco da Gama contribuiu muito para uma unificação geopolítica entre: Europa, Ásia, África e América, desenvolvendo novas relações econômicas, políticas e culturais, Gama ficou extremamente rico e desfrutou de muitas glorias após este feito, claro que não podemos esquecer da ajuda prestada no sentido de orientar a esquadra que em 1500 partira do Porto de Rastelo sob comando de Pedro Álvares Cabral precursor de um episódio não menos importante para todos nós brasileiros. O que seria do Brasil sem a viagem de Gama e, posteriormente a de Cabral?
Referência bibliográfica:
BUENO, Eduardo, A Viagem do Descobrimento: A verdadeira história da expedição de Cabral, Objetiva, RJ -- 1998, volume I, coleção Terra Brasilis.
VELHO, Álvaro, O Descobrimento das Índias: o diário da viagem de Vasco da Gama, introdução, notas e comentários finais Eduardo Bueno. Objetiva, RJ -- 1998.
Fonte: http://www.algosobre.com.br