20.2.13

Revolta de Filipe dos Santos


Casas de Fundição, centro de tributação da colonização portuguesa.

A riqueza gerada pela exploração das atividades mineradoras, durante o período colonial, não só inaugurou uma nova fase da história econômica do Brasil, como também promoveu uma radicalização dos instrumentos de controle e fiscalização da administração portuguesa. Em 1719, as chamadas Casas de Fundição foram criadas com o intuito de arrecadarem impostos sobre o ouro e combater o comércio ilegal.

Além de buscar maior margem de lucros na exploração mineradora, Portugal também obtinha grandes remessas financeiras pelo monopólio comercial estabelecido pelo Pacto Colonial. Esse monopólio obrigava os colonos a comprarem os produtos fornecidos pela metrópole, ao preço imposto por Portugal. Dessa maneira, a fiscalização metropolitana e os altos valores cobrados pelos produtos vindos de Portugal geraram a inconformidade dos colonos frente a essa situação.

A tensão entre os mineradores e a administração portuguesa chegou ao extremo quando, em 1720, uma multidão de cerca de 2000 pessoas, oriundas de Vila Rica, arrombou a casa do Ouvidor-Mor e seguiram até Vila do Carmo (atual cidade Mariana) para exigir do Governador, o Conde de Assumar, o fim das Casas de Fundição e a diminuição das taxas comerciais. Ao receber os revoltosos, o Conde de Assumar prometeu atender todas as exigências feitas.

Porém, essa promessa foi uma simples manobra para ganhar tempo. Em 14 de julho daquele mesmo ano, tropas portuguesas foram reunidas com o intuito de reprimir os participantes daquele movimento. Vários mineiros foram presos, entre eles, Felipe dos Santos, que foi condenado à morte. Depois de conter a revolta, o governo português resolveu desmembrar a região de Minas Gerais da capitania de São Paulo, com o objetivo de aumentar o controle sob a região.


Por Rainer Sousa
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