21.3.13

19 de março de 1965 — Astronauta russo flutua no espaço



por: denisedealmeida


O primeiro astronauta a fazer um passeio pelo espaço foi Alexey Leonov. O cosmonauta flutuou durante 20 minutos preso por um cabo de cinco metros à nave Voskhod 2. A caminhada teve início quando a cápsula estava sobre o noroeste da África e terminou quando esta passava sobre a Sibéria Oriental.
Leonov preparou-se na câmara de pressurização inflável da nave, com diâmetro de 1,2 metros e comprimento de 2,5 metros, antes de sair para o espaço. O astronauta fotografou a Terra, enquanto imagens do passeio eram transmitidas para toda a Europa pela TV.

Leonov teve dificuldade para retornar à câmara de pressurização porque o seu traje havia se expandido no vácuo e teve de forçar a porta durante 8 minutos até conseguir entrar. Três meses depois, o astronauta norte-americano Edward White passaria pela mesma experiência ao voltar para a nave Gemini 4, após ter realizado a sua caminhada espacial.

A Voskhod 2, que em russo significa alvorada, permaneceu 26 horas no espaço e deu 17 voltas e meia em torno da Terra no sentido Sul-Norte. A nave aterrissou nos Montes Urais, a 800 quilômetros do ponto marcado para a descida, depois de uma demora de 5 horas. O atraso foi devido a uma falha no controle, que obrigou o comandante Pavel Belyayev a dar uma volta suplementar.

Pouso difícil Os astronautas passaram por momentos de grande tensão quando o módulo de serviço não se separou completamente, tal como planejado, colocando a nave e a tripulação em risco, ao girar violentamente e sem controle. Depois do pouso, a tripulação passou a noite na floresta, ameaçada por lobos e nevascas, até ser localizada e resgatada no dia seguinte.
Os dois acidentes ocorridos no voo resultaram no cancelamento de uma missão tripulada apenas por mulheres. Por fim, o desenvolvimento das naves Soyuz acabou por aposentar o projeto Voskhod.


Fonte: http://www.jblog.com.br/hojenahistoria.php?itemid=11819

1984 - Marcha pelas eleições diretas


por: Ana Paula Amorim
Milhares de pessoas participaram da passeata, que começou na Candelária e terminou com um comício na Cinelândia, no Rio de Janeiro, a favor do restabelecimento das eleições diretas para a Presidência da República.

Falaram o Senador Saturnino Braga (PDT), Jorge Gama (PMDB), Luís Inácio da Silva (PT) e representantes de entidades sindicais e de movimentos populares. Os Partidos clandestinos - PCB, PC do B e o MR-8, cujas bandeiras tremularam na avenida, foram proibidos de falar pelo governo estadual. Essa determinação teve uma exceção: o ex-secretário-geral do PCB, Luís Carlos Prestes. A decisão foi tomada no Palácio Guanabara sob a alegação de "razões de Estado", pelos representantes do Governo, desagradando ao comitê Rio Pró-Diretas e aos Partidos que lutavam por sua legalização.

Luís Carlos Prestes falou a pedido dos participantes do comício, e em nome dos "comunistas revolucionários".


A passeata pró-diretas não deixou de lado o que há de mais característico no carioca: o bom humor. Grupos com camisetas, adereços de mão, faixas coloridas e palavras de ordem próprias.
O movimento Diretas Já foi um movimento civil de reivindicação por eleições diretas para o próximo presidente da república.


A importância do Movimento

A possibilidade de eleições diretas no país se concretizaria na aprovação da Proposta de Emenda Constitucional Dante de Oliveira pelo Congresso Nacional. A emenda das Diretas foi derrotada na Câmara dos Deputados em 26 de abril de 1984.

Mesmo com eleição indireta, poucos meses depois, Tancredo Neves, candidato do MDB, derrotaria Paulo Maluf (PDS), aliado dos militares.

O país ainda esperaria cinco anos até poder voltar às urnas, mas a derrota da emenda de Dante teve sabor de vitória.


Fonte: JBLOG

Páscoa

A festa da ressurreição - Conheça o significado da Páscoa, a maior festa do calendário cristão



Por que o coelho é o animal que simboliza a Páscoa?

Imagine que, na Páscoa, você recebeu em sua casa convidados muito especiais: habitantes de um planeta distante. Eles nunca tinham visto ovos de chocolate embrulhados em papéis coloridos, tampouco conheciam a figura do coelho da Páscoa. Encantados, os visitantes resolveram levar a comemoração para o seu planeta e o convidaram para ver o resultado.

Quando você desceu da nave espacial, levou um susto. Os ETs não trocavam ovos de páscoa, mas jiló de Páscoa. E o símbolo da festa era uma girafa! Então, você disse que estava tudo errado! Intrigados, os extraterrestres começaram a perguntar: por que o símbolo da Páscoa é o coelho? Por que os terráqueos trocam ovos? Qual o problema com a girafa? Se você não tem uma resposta na ponta da língua, não se preocupe. Agora você vai ficar sabendo tudo sobre essa festa.

A palavra Páscoa vem do hebraico Pessach, que significa ressurreição, vida nova. Os antigos hebreus foram os primeiros a comemorar a Páscoa, que possui diversos significados. Em termos históricos, ela celebra a libertação dos hebreus da escravidão no Egito e a passagem através do Mar Vermelho. Livres, eles passaram a formar um povo com uma religião e um destino comuns. É com o sentido de libertação que, até hoje, os judeus celebram esta festa.

Os cristãos também comemoram a Páscoa. No entanto, o significado da festividade é diferente no cristianismo. Nela, celebra-se a ressurreição de Jesus Cristo que, segundo a bíblia, teria ocorrido três dias depois da sua crucificação. Ela é a principal festa do ano litúrgico cristão e, provavelmente, uma das mais antigas, pois surgiu nos primeiros anos do cristianismo. Ainda que todos os domingos do ano sejam destinados pelas igrejas cristãs de todo o mundo à celebração da ressurreição de Cristo (o que é feito por meio da eucaristia), no domingo de Páscoa, esse acontecimento ganha destaque, já que se festeja uma espécie de aniversário da ressurreição.

A Páscoa é uma data móvel, que acontece anualmente entre 22 de março e 25 de abril. Como no Hemisfério Norte esse período coincide com a chegada da primavera, o Pessach também é a festa do início da colheita dos cereais e da chegada da nova estação . Ela é comemorada no primeiro domingo após a lua cheia do equinócio de março. O equinócio é o ponto da órbita da Terra em que se registra uma igual duração do dia e da noite.

Mas há um modo mais fácil de saber quando é o domingo de Páscoa. Basta contar 46 dias a partir da quarta-feira de cinzas. A Páscoa cristã é antecedida pela Quaresma, período que dura 40 dias entre a quarta-feira de cinzas e odomingo de Ramos, que acontece uma semana antes da Páscoa. Os católicos destinam a Quaresma para fazer penitência, como o jejum, com o objetivo de libertar as pessoas dos pecados.

Fonte: http://www.miniweb.com.br/Cidadania/Temas_Transversais/Pascoa/introducao_pascoa.html

A imigração árabe no Brasil





A imigração árabe no Brasil teve início no século XIX por volta de 1860, quando o Imperador Dom Pedro II fez uma visita ao Líbano e estimulou a imigração de libaneses para o Brasil. Líbano e Síria foram atacados e dominados pela Turquia, fazendo com que muitos sírios-libaneses imigrassem para o Brasil, muito dos quais possuíam passaporte da Turquia, e eram muitas vezes confundidos com turcos quando chegavam ao Brasil. Até 1930, cerca de 100.000 árabes entraram no Brasil.

No começo, a maioria dos imigrantes era da Síria, do Líbano e da Palestina, mas tinham alguns representantes do Iraque, do Marrocos, da Argélia e do Egito. No final do século passado, o império Otomano ainda dominava a região, por isso a maior parte dos estrangeiros chegava com passaporte turco. Os primeiros imigrantes eram rapazes solteiros, de classes inferiores, que queriam ficar ricos e voltar para seus países de origem. Depois, vieram camponeses arruinados após a Primeira Guerra Mundial e árabes em busca de paz, lar e segurança, fugindo dos constantes conflitos da região. Trouxeram sonhos de dias melhores e um idioma riquíssimo, com 15 séculos de existência.

A partir do início do século XX a imigração árabe no Brasil cresceu rapidamente, concentrando-se nos grandes centros urbanos, onde se dedicavam sobretudo ao comércio. A maioria dos árabes no Brasil eram cristãos.

A emigração para o Brasil - uma história antiga

D. João VI

Em 1808, quando a família real portuguesa chegou ao Brasil, um libanês ofereceu sua casa para D. João VI como residência imperial. Antun Elias Lubbos, também conhecido como Elias Antônio Lopes (nome que adotou no Brasil), era proprietário de terras na Prainha e possuía um açougue de carne de carneiro e uma casa de secos e molhados na Ponta do Caju. A residência que ele ofertou a D. João VI se tornou a Casa Imperial Brasileira (onde nasceu D. Pedro II) e, posteriormente, o
Museu Nacional da Quinta da Boa Vista. Essa história consta dos arquivos da Biblioteca Nacional de Portugal, e no museu Histórico e Geográfico Nacional podem ser vistos documentos relacionados a essa ocasião.







A emigração de libaneses para o Brasil, como se observa, é antiga e se intensificou na segunda metade do século 19. Durante o domínio otomano, especialmente após o massacre de 1860, ocorreu uma emigração em massa para a América do Sul. Os libaneses portavam um passaporte fornecido pelas autoridades turcas, que concediam a permissão oficial para a viagem; por isso, os libaneses eram (e ainda são, em algumas regiões) chamados de "turcos". De fato, qualquer cidadão oriundo daquela região, fosse ele palestino, sírio ou persa, era conhecido no Brasil como "turco".

Cada emigrante libanês tem uma história própria. Alguns desejavam retornar à terra natal (vinham ao país por questões econômicas e sonhavam com um retorno mais próspero; com o fim da Primeira Guerra e a derrota do Império Otomano, parte dos imigrantes retornou à região); outros decidiram permanecer e educar os filhos no Brasil. Depois, trouxeram mais familiares para o país.
Espalhados em diversos Estados brasileiros, do Amazonas ao Rio Grande do Sul, na capital ou em aldeias remotas, os libaneses se dedicaram a várias profissões: alguns se embrenharam pelo interior do Brasil e, de porta em porta, mascatearam seus artigos e venderam à vista ou a crédito. Outros tornaram-se agricultores, médicos, empresários, donos de fábricas têxteis, de vidro, artefatos de couro, ourivesaria etc.
Devido à dificuldade de pronúncia dos nomes árabes e do estranhamento (e, eventualmente, perseguição) que provocavam, alguns emigrantes alteraram o nome de origem, adaptando-o ou traduzindo-o para a língua nativa da nova terra. No Brasil, Tanus al Bustani passou a se chamar Antonio Jardim ou Jardineiro, tradução aproximada do original árabe. Durante muito tempo, esse costume perdurou, mas nos últimos anos a prática caiu em desuso e os erros de grafia na transliteração se tornaram bem menos freqüentes.
A culinária libanesa tornou-se bastante conhecida dos brasileiros. Pratos como quibe e esfiha são vendidos em muitos restaurantes e lanchonetes brasileiros ao lado de empadas e outros salgados. A integração caracterizou essa emigração.
Atualmente, há cerca de 7 milhões de libaneses e descendentes no Brasil. O maior núcleo vive em São Paulo, mas há comunidades importantes em muitas outras regiões do país.

D. Pedro II e o Líbano

Grande admirador da cultura árabe, D. Pedro II (1825-1891) esteve duas vezes no Oriente Médio: em 1871, visitou o Egito; em 1876, o Líbano, a Palestina e a Síria.
O imperador permaneceu no Líbano de 11 a 15 de novembro de 1876, acompanhado de sua esposa, Dona Tereza Christina Maria, e de uma comitiva de cerca de 200 pessoas. De Beirute, onde se hospedou (no hotel Belle Vue), escreveu ao diplomata francês Joseph Gobineau, que estava em Atenas: "A partir de hoje, começa um mundo novo. O Líbano ergue-se diante de mim com seus cimos nevados, seu aspecto severo, como convém a essa sentinela da Terra Santa".
Nesse período, D. Pedro II visitou o Colégio Protestante Sírio (fundado em 1866, tornou-se mais tarde a Universidade Americana de Beirute), o Colégio Francês dos Jesuítas (fundado em 1875, posteriormente tornou-se a Universidade Americana de Beirute) e outras instituições. Encontrou-se com diversos intelectuais vinculados às ciências e às artes, entre os quais o gramático Ibrahim al Yazigi, que lhe ofereceu vários livros em árabe (as obras integram o acervo do Museu Imperial de Petrópolis - RJ), e o professor Cornelius Van Dyck, da Universidade Americana de Beirute. O imperador assistiu a uma das aulas de Van Dyck próximo a Nemi Jafet, um dos pioneiros da emigração libanesa.
Depois de visitar o patriarca da Igreja Maronita, Bulos Mass'ad, em Bkerke, dirigiu-se à cidade de Chtaura numa carruagem da "Sociedade Otomana da Estrada de Beirute a Damasco" (fundada em 1861). Ao chegar à cordilheira do Monte Líbano, escreveu em seu diário: "Felizmente a chuva tinha cessado, clareando o tempo de modo a gozar da vista magnífica da planície de Bekaa".
Após atravessar o vale de Chtaura e passar por Zahle e outras cidades, chegou a Baalbeck em 14 de novembro e redigiu em seu diário: "A entrada nas ruínas de Baalbeck, à luz de fogaréus e lanternas, atravessando por longa abóbada de grandes pedras, foi triunfal e as colunas tomavam dimensões colossais".
No dia seguinte, visitou os templos de Baco, Júpiter e Vênus. Anotou: "Saindo de Baalbeck, onde deixei meu nome com a data na parede do fundo do pequeno templo [o templo de Baco], está cheio de semelhantes inscrições, lendo-se logo depois da entrada estas palavras - "Comme le monde est bête!!! (...) A noite passada encheram-se os cabeços dos montes de neve e que belo efeito produziram, vistos do fundo do grande templo [o templo de Júpiter] ou por entre as seis colunas".
Durante a viagem, falou aos camponeses sobre o Brasil, onde já vivia um pequeno número de libaneses. A visita incentivou o fluxo migratório.


A independência do Líbano veio em 1943, mas desde 1927 o país já contava com um hino próprio. O canto foi escrito pelo poeta libanês Rachid Nakhlé, acompanhado da música de Wadih Sabra, então diretor do conservatório de música do país. A composição foi eleita como hino do país após vencer um concurso realizado pelo parlamento do Líbano.
BANDEIRA DO LÍBANO:
O cedro do Líbano é mais que uma árvore, ele é o símbolo do Líbano. O cedro foi escolhido como emblema da bandeira libanesa por simbolizar força e imortalidade. Embora existam muitos tipos de cedros, o Cedro do Líbano ou Cedrus libani é a espécie mais velha e mais forte, podendo viver ao longo de centenas anos. Veja como o Cedro do Líbano marcou sua presença ao longo da história:
• Os fenícios empregavam sua madeira na construção de embarcações, utilizadas para a navegação no Mar Mediterrâneo e no Oceano Atlântico.
• O papiro de Unamon, datado do século XI a.C. testemunha o intercâmbio comercial entre o Líbano e o Egito. Unamon narra que foi encarregado pelo Grande Sacerdote do Deus Amon, de Tebas, para procurar os cedros a fim de construir um barco consagrado à divindade.
• Segundo a Bíblia, o Rei Salomão construiu seu famoso templo com a madeira dos cedros libaneses.
• A madeira do cedro era perfumada e utilizada pelos faraós do Egito para mumificar os mortos.
 
HINO NACIONAL LIBANÊS (tradução)


Somos todos para a Pátria
Para a sublime, pela bandeira
Nossa espada, nossa pena
Fulguram aos olhos do tempo
Nossos vales e montes
São o berço dos bravos
Nossa palavra e ação, só buscam a perfeição

Somos todos para a Pátria
Para a sublime, pela bandeira
Somos todos para a Pátria
Velhos e moços ao apelo da Pátria
Investem, como leões da floresta,
Quando surgem os embates
Coração de nosso Oriente
Que Deus o preserve ao longo dos séculos

Seu mar, sua terra são a pérola dos dois Orientes
Sua opulência, sua caridade
Preenchem os dois pólos
Seu nome é seu triunfo
Desde a época de nossos ancestrais
Sua glória é seus cedros
Seu símbolo é para a eternidade

Somos todos para a Pátria
Para a sublime, pela bandeira
Somos todos para a Pátria.


Relações Brasil / Líbano

É sabido que as relações dos povos brasileiro e libanês antecedem a própria independência do Líbano, em 22 de novembro de 1943.

Em 1876 o Imperador Dom Pedro II, realizou uma visita de cortesia ao Líbano, ainda sob o domínio do Império Otomano. Impressionado pelo trabalho espetacular dos primeiros libaneses que vieram ao Brasil, tanto pelo caráter, como pelo seu amor à nova pátria, ainda em Beirute, convidou aos que quisessem emigrar, sendo que os receberia de braços abertos nesta terra hospitaleira.

Os libaneses na ocasião o presentearam com uma biblioteca e um trono feito com a madeira de seus cedros, que simboliza a eternidade. Este trono pode ser visto hoje no Museu Imperial de Petrópolis, no Rio de Janeiro. Em retribuição, D. Pedro II ofereceu aos libaneses uma caixa de ouro e diamantes, que representa a riqueza das terras brasileiras. A imigração contemporânea iniciou-se em 1880 com a chegada simbólica de Youssef Mussa ao Rio de Janeiro.

Hoje vivem aqui, aproximadamente , 6 milhões de libaneses e descendentes, o maior número de imigrantes libaneses do mundo, que pela força do seu trabalho, perseverança e inteligência alcançaram notáveis posições em todas as áreas de atividades, contribuindo decisivamente para a formação da nacionalidade brasileira. A História é pródiga em exemplos que marcam o elo afetivo entre os dois países.

Em 1808 , quando a família real portuguesa chegou ao Brasil e ao saber que não havia encontrado à sua chegada um solar digno dela, um libanês ofereceu a sua casa para D. João VI afim de servir como residência da Família Real. Essa história consta dos arquivos da Biblioteca Nacional de Portugal. No documento, o nome do homem que praticou o nobre gesto: Antun Elias Lubbos, também conhecido pelo nome Antônio Lopes. E a casa que ele ofertou a D. João VI se tornou o Museu Nacional da Quinta da Boa Vista.
No museu Histórico e Geográfico e Nacional podem ser vistos a fotografia e documentos relacionados a essa sessão.


Fonte: http://www.miniweb.com.br/Cidadania/Personalidades/imigrantes10.html

Quem conquistou mais territórios: Napoleão, Hitler, Gêngis Khan ou Alexandre?

por Roberto Navarro

Foi Gêngis Khan, título do chefe mongol Temujin, que conquistou quase 20 milhões de km2. Em segundo lugar vem Alexandre, cujos domínios ultrapassaram 5 milhões de km2. O terceirão é Adolf Hitler, que no auge da expansão da Alemanha nazista chegou a controlar mais de 3 milhões de km2, ganhando de Napoleão Bonaparte, que conquistou cerca de 2 milhões de km2. Nessa lista, consideramos apenas os impérios construídos pela ação de um conquistador - um líder que geralmente usava a força de seus exércitos para dominar vastas porções de terra. Mas nem sempre um grande império nasce só do poderio militar. Foi o que rolou, por exemplo, no caso do Império Britânico, que no século 19 tornou-se o maior império já surgido, com 37 milhões de km2, um quarto do planeta! Na época governado pela rainha Vitória, o Império Britânico resultou mais de aquisições realizadas a partir do século 17 por empresários e companhias particulares do que de guerras vencidas pelos britânicos.


Khan era o cara! O chefe mongol dominou o equivalente a dois Brasis

1- GÊNGIS KHAN

Área dominada - 20 milhões de km2

Território em relação ao Brasil - 2,3

Época - De 1200 a 1227

Trajetória - À frente de uma tribo mongol nômade, Gêngis Khan dominou pela força várias tribos rivais na Mongólia até 1206. Depois, partiu para a briga na Ásia Central: 1. Em 1211, atacou o Império Chin, no norte da China, e tomou a cidade mais importante, Pequim, quatro anos mais tarde. 2. Depois, expandiu seus domínios em direção ao oeste e conquistou boa parte do território asiático, chegando até as margens do mar Cáspio. Após a morte de Gêngis Khan, seus filhos e netos ampliaram ainda mais o Império Mongol.

Principal inimigo - Império Chin (chinês)

Que fim levou - Morreu em 1227, em circunstâncias desconhecidas. Algumas versões dizem que morreu depois de cair de um cavalo, durante uma caçada ou em meio a uma batalha



2- ALEXANDRE

Área dominada - 5 milhões de km2

Território em relação ao Brasil - 0,6

Época - Entre 335 a.C. e 323 a.C.

Trajetória - Herdeiro do Império Macedônico, Alexandre comandou seu exército avançando contra os persas no território da atual Turquia, contornando a costa do Mediterrâneo e conquistando o Egito, no norte da África. 2. Depois, ele domina boa parte de Oriente Médio e oeste da Ásia, parando nas fronteiras ocidentais da Índia, pois seus soldados recusavam-se a seguir.

Principal inimigo - Império Persa

Que fim levou - Morreu de motivos incertos em 323 a.C. Seus domínios foram divididos entre seus generais, que entraram em luta entre si e desintegraram o império



3- HITLER

Área dominada - 3 milhões de km2

Território em relação ao Brasil - 0,4

Época - Entre 1938 e 1945

Trajetória - 1. Hitler anexou com manobras políticas a Áustria em 1938 e 2. ocupou a Tchecoslováquia e a Polônia no ano seguinte, dando início à Segunda Guerra Mundial. 3. No conflito, dominou a França e uma porção do norte da África. 5. Seu avanço foi contido depois de invadir a União Soviética, em 1941.

Principal inimigo - Grã-Bretanha, União Soviética e Estados Unidos

Que fim levou - Suicidou-se em Berlim em 1945, no fim da Segunda Guerra



4- NAPOLEÃO

Área dominada - 2 milhões de km2

Território em relação ao Brasil - 0,2

Época - Entre 1799 e 1815

Trajetória - 1. Em 1780, Napoleão derrotou os exércitos da Áustria e submeteu a Suíça e a Holanda, 2. além de anexar territórios da atual Itália. 3. Invadiu em seguida sua ex-aliada Espanha e tratou de consolidar seu império, que chegou a dominar boa parte da Europa. 4. Fracassou na tentativa de conquistar a Rússia, sendo derrotado definitivamente em 1815 por tropas lideradas pelos britânicos.

Principal inimigo - Grã-Bretanha e Rússia

Que fim levou - Exilado na ilha de Santa Helena, no sul do oceano Atlântico, morreu em 1821.

Fonte: http://mundoestranho.abril.com.br/materia/quem-conquistou-mais-territorios-napoleao-hitler-gengis-khan-ou-alexandre

Gigante no céu do Brasil



Pesquisadores encontram esqueleto quase completo de réptil voador que viveu há 110 milhões de anos no sertão nordestino. Maior pterossauro do hemisfério sul, o exemplar poderá ser visitado em museu carioca.

Por: Mariana Rocha



A partir de um conjunto muito bem preservado de fósseis, encontrado na Chapada do Araripe, paleontólogos conseguiram reconstituir exemplar imenso do ‘Tropognathus cf. mesembrinus’. (ilustração: Maurílio Oliveira/ Museu Nacional-UFRJ)


“Está na hora de santo de casa fazer milagre.” Assim o paleontólogo Alexander Kellner revelou, em coletiva de imprensa, que o maior pterossauro do hemisfério sul é brasileiro. Encontrado durante escavações no sertão nordestino, o réptil voador tem em torno de 8,5 metros de envergadura e marca a história da pesquisa de fósseis no país.

O anúncio da descoberta foi feito na própria instituição de Kellner, o Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Publicado nos Anais da Academia Brasileira de Ciências, o estudo descreve um esqueleto quase completo da espécieTropognathus cf. mesembrinus, pterossauro que viveu no Nordeste brasileiro há 110 milhões de anos.

Segundo Kellner, além de ser o esqueleto de pterossauro gigante mais completo já encontrado, o achado revela a época em que esses animais viviam. “Antes dessa descoberta, acreditava-se que pterossauros gigantes só tinham surgido entre 72 e 77 milhões de anos atrás”, explica.

A espécie foi descrita pela primeira vez na década de 1980, mas apenas ossos fragmentados haviam sido estudados até então. Encontrado na Chapada do Araripe, o conjunto de fósseis escavados pela equipe de Kellner apresenta ossos como vértebras, partes principais da asa, um fêmur, mandíbula e crânio – todos muito bem preservados.Os fósseis escavados pela equipe de Kellner apresentam estruturas como vértebras, partes principais da asa, um fêmur, mandíbula e crânio do pterossauro. Na reprodução da cabeça, é possível identificar dentes afiados, típicos em animais que se alimentam de peixes. (foto: Mariana Rocha)

A estrutura essencial para o reconhecimento da espécie é a crista, que fica no topo da cabeça e é maior e mais extensa no gênero Tropognathus do que em outros pterossauros. Sua função ainda é questionada pelos cientistas e o assunto já foi discutido na coluna de Kellner na CH On-line.

No entanto, a presença de sulcos no fóssil do crânio encontrado no Araripe sugere que essa estrutura servia para manter a temperatura do animal. “Os sulcos podem representar a impressão de vasos sanguíneos e a crista provavelmente regulava a temperatura corporal desse pterossauro”, diz o paleontólogo.

Outro resultado importante foi obtido após exame microscópico de partes da asa. Segundo Taissa Rodrigues, coautora do estudo e zoóloga da Universidade Federal do Espírito Santo, essa análise revelou que o animal era um exemplar adulto da espécie. “O crescimento desse pterossauro já estava perto de terminar e só descobrimos isso porque pudemos avaliar microscopicamente os ossos da asa”, explica.


Expostos no museu

Segundo outro coautor do estudo, Diogenes Campos, geólogo do Museu de Ciências da Terra, a Chapada do Araripe chama atenção por preservar fósseis com pouca ou nenhuma distorção. No entanto, a região recebe destaque na mídia por conta do intenso contrabando de fósseis. “Os fósseis são patrimônios do Brasil, mas acabam sendo contrabandeados e vendidos no exterior”, explica.
“Lugar de fóssil é no museu para que todos saibam como era o mundo no passado”

Campos destaca que a melhor forma de preservar os fósseis é investir em escavações e expor o material nos museus: “Lugar de fóssil é no museu para que todos saibam como era o mundo no passado”, defende.

Nesse caso, o material encontrado pela equipe de Kellner teve o destino certo. Os fósseis do Tropognathus cf. mesembrinus ficarão expostos no Museu Nacional da UFRJ a partir de sexta-feira (22/03). Além disso, será possível experimentar o voo dos pterossauros em um simulador que pode ser conferido no vídeo abaixo.

Fonte:

1925: Kai-shek no poder



No dia 20 de março de 1925, o general Chiang Kai-shek assumiu a liderança do revolucionário Partido Nacionalista chinês (Kuomintang).


Kai-Shek com a esposa, em foto de 1942


Uma visita da seleção norte-americana de tênis de mesa à República Popular da China marcou um dos piores anos do líder de Taiwan, Chiang Kai-shek. Os esportistas foram recebidos entusiasticamente pelo primeiro-ministro comunista. Apesar da insignificância esportiva, a ocasião foi instrumentalizada pelos políticos. A nova política para a Ásia iniciada pelo presidente dos Estados Unidos, Richard Nixon, em 1971, vinha ao encontro de Pequim, em detrimento de Kai-shek.

Este nascera em 31 de outubro de 1887, na província de Chekiang. O nome de batismo deste filho de agricultores era Chiang Chung Cheng. Aos 15 anos de idade, foi casado pela família com uma garota rica. Isto lhe deu a segurança financeira para cursar uma escola de cadetes no Japão. Desde cedo, inspirou-se em Sun Yat-sen, uma figura que ajudou a escrever a história da China.

Sun Yat-sen foi o pai do movimento Kuomintang, que baniu os imperadores da dinastia Manchu em 1911. Em 1900, o médico havia criado o Partido Nacionalista, em oposição à monarquia e à hegemonia estrangeira. Apoiado por militares nacionalistas, havia sido proclamado presidente provisório em 1911.

Liderança do partido

O jovem oficial Kai-shek ascendeu rapidamente. Foi ministro no primeiro gabinete de Yat-sen e conseguiu libertar o norte da China dos déspotas locais. Depois da morte inesperada de Yat-sen, no dia 20 de março de 1925, Kai-shek assumiu a liderança do Partido Nacionalista, que se aliou ao Partido Comunista Chinês (criado em 1922) contra os senhores feudais do norte do país.

Em abril de 1927, aconteceu a ruptura com os correligionários de Mao Tse Tung, depois de uma insurreição operária reprimida com violência. A partir daí, o Kuomintang tornou-se rigorosamente anticomunista. Mesmo assim, os seguidores de Mao conseguiram se organizar, reunindo um contingente de 90 mil homens que participaram da Grande Marcha de 10 mil quilômetros (1934 a 1935), que lhes deu uma dimensão quase mítica e desembocou na Revolução, de 1949.

Em 1948, Kai-shek havia sido eleito o primeiro presidente da China. Desta maneira, o "generalíssimo", como se intitulava, permaneceu na chefia do Estado de 1925 a 1949. Foram tempos de conflitos internos, guerras com o Japão e a Segunda Guerra Mundial. Em 1937, chegou a ser escolhido "homem do ano" pela revista Time .

Trabalho em duas linhas

Kai-shek não conseguiu controlar a tradicional corrupção e o nepotismo chineses. Enquanto Mao havia reconhecido que a solução dos problemas dependia da redistribuição das terras, Chiang resolveu aliar-se à aristocracia feudal. Desde o começo de seu governo, combateu em duas linhas de frente: contra o inimigo externo, o Japão, e o interno, Mao. Isto distanciou Kai-shek da realidade no país e dos problemas cotidianos de seu povo.

A maior derrota militar de Kai-shek, em 1949, foi uma consequência lógica deste distanciamento. Quando seus soldados perderam para os de Mao, depois de dois anos de luta, Kai-shek e dois milhões de correligionários fugiram para a ilha de Formosa, hoje Taiwan. Protegida por tropas norte-americanas e fortalecida por alguns milhões de dólares dos Estados Unidos, a ilha prosperou e se desenvolveu sob o governo de Kai-shek.

Já idoso, foi confrontado com a visita do fervoroso anticomunista Richard Nixon a Mao em Pequim. Chiang Kai-shek morreu no dia 5 de abril de 1975, com 87 anos de idade. Muitos historiadores o consideram um dos principais derrotados na história da humanidade.


Autoria Oliver Ramme
Fonte:DW

1963: Fechamento da prisão de Alcatraz


1963: Fechamento da prisão de Alcatraz

A ilha mais temida na baía de São Francisco foi, por muito tempo, a ilha-prisão de Alcatraz. O presídio de segurança máxima construído em 1934 foi fechado em 21 de março de 1963.


Alcatraz fica em meio à baía de São Francisco


A ilha de Alcatraz deve seu nome ao termo espanhol alcatraces, ou seja, pelicanos. É um enorme bloco de rocha de cinco hectares, sem vegetação. Ela foi comprada dos mexicanos em 1847 e sete anos mais tarde abrigou o primeiro farol na costa do Pacífico.

Eternizado em livros e filmes, o nome Alcatraz tornou-se sinônimo de local impossível de se escapar. Em princípio, eram transportados para lá os desertores da Guerra Civil americana. Mais tarde, os que se negavam a prestar serviço militar.

Celas de seis metros quadrados

A ilha foi administrada pela Secretaria da Guerra dos EUA até 1934, passando oficialmente então à pasta da Justiça, como prisão de segurança máxima. Embora tão próximos da civilização, a possibilidade de chegar até ela era praticamente impossível.

Em cada cela, de escassos seis metros quadrados, havia uma cama, uma pequena mesa e um vaso sanitário. Os presos raramente podiam ouvir rádio ou assistir televisão e recebiam visitas apenas uma hora por mês. A vigilância era total e quem infringisse as duras regras ia para a solitária, uma cela onde se ficava completamente às escuras, 24 horas por dia.

A rotina era fixa: acordar às 6h30, café meia hora depois, seguido de trabalho. Depois vinha o almoço, às 11h40, e mais trabalho. O jantar já era servido às 16h20 e às 21h30 eram apagadas as luzes.

Lotação nunca esteve esgotada

Concebido para cerca de 500 prisioneiros, Alcatraz nunca teve mais de 250 apenados, que passavam em média dez anos na ilha. Dos 11576 prisioneiros que passaram pela ilha em 30 anos, 34 tentaram fugir em 14 tentativas diferentes; 23 foram capturados poucas horas depois, seis foram mortos ainda na ilha e cinco são oficialmente dados como desaparecidos. Presume-se que morreram afogados nas águas frias da baía de São Francisco.

Até o mafioso Al Capone passou uma temporada no presídio que foi tema de vários filmes de Hollywood. Alcatraz, Fuga Impossível (1979), dirigido por Donald Siegel e estrelado por Clint Eastwood, é o mais famoso deles e conta a história real dos únicos que conseguiram fugir da prisão, considerada na sua época a mais segura dos Estados Unidos. Trata-se da história de Clarence Anglin, seu irmão John e Frank Morris, que desapareceram da ilha em 11 de junho de 1962 e nunca mais foram vistos.

Em 1996, foi a vez de Nicolas Cage e Sean Connery transformarem o presídio em cenário da aventuraA Rocha. Desde 1973 são permitidas visitas turísticas à ilha.


Autoria Sabine Ochaba
Fonte:DW

O "Dia de Potsdam" e a encenação nazista



Em 21 de março de 1933, o Partido Nacional-Socialista, então recém-alçado ao poder, fez sua primeira grande obra de propaganda. Hitler se apresentou como um estadista humilde e encenou a transição com Von Hindenburg. Em 21 de março de 1933, a cidade de Potsdam, nos arredores de Berlim, estava tomada por bandeiras e cartazes com a suástica em branco, preto e vermelho. Grande parte da elite política alemã lá se encontrava para a reabertura do parlamento do Reich, eleito duas semanas antes. Simbolicamente, os nazistas chamaram o evento de "Dia de Potsdam". Naquele dia, dois homens estavam no centro das atenções: Adolf Hitler, o chanceler e líder do partido nacional-socialista, e o presidente Paul von Hindenburg, herói da Primeira Guerra Mundial, então muito popular entre os alemães. Antes da cerimônia na Igreja da Guarnição em Potsdam, os dois protagonizaram uma cena histórica. Hitler curvou-se de forma teatral, profunda e reverente perante Von Hindenburg e apertou-lhe a mão. O gesto demonstrava o respeito da "nova" Alemanha, Hitler, pela "antiga", Hindenburg. A partir dessa união deveria emergir um novo e forte império alemão. Tudo foi planejado por Joseph Goebbels, recém-nomeado ministro da Propaganda. Uma vez que o antigo prédio do Reichstag fora incendiado por um comunista holandês, em 27 de fevereiro de 1933, era necessário um novo local para os parlamentares eleitos em 5 de março. O pleito foi anunciado como "livre", mas, empregando o terror, os nazistas já haviam neutralizado muitos de seus adversários. O Partido Nacional-Socialista Alemão dos Trabalhadores (NSDAP) saiu vitorioso, mas não com votos suficientes para formar um governo unipartidário. Nesse contexto, era necessário um gesto de significado nacional para enfatizar as pretensões de Hitler ao poder. E não havia palco mais apropriado para o evento do que Igreja da Guarnição em Potsdam, de importância central para a história da Alemanha e, sobretudo, da Prússia. Ali estavam enterrados o rei prussiano Frederico Guilherme 1º e seu famoso filho Frederico, o Grande. Ambos haviam transformado a pequena Prússia numa potência europeia. Hitler como chefe de Estado Adolf Hitler trajou smoking e cartola, e não seu usual uniforme nazista O ministro da Propaganda Joseph Goebbels se superou nessa superprodução. Mais de 100 mil espectadores acorreram à cidade; houve apresentações das tropas e desfiles da SA e da SS; as estações de rádio transmitiam os acontecimentos ao vivo, e os jornais publicaram edições especiais, de modo que todos os alemães participassem do evento, de alguma forma. No entanto, Goebbels tinha plena noção do que estava encenando: ele se referia depreciativamente ao "Dia de Potsdam" como uma "a tragicomédia de Potsdam". Essa comédia teve início com dois cultos separados – um para os parlamentares católicos e outro para os luteranos. Em seguida, os parlamentares prosseguiram pelas ruas, tomadas por bandeiras, até a Igreja da Guarnição, onde transcorreria a cerimônia de inauguração do parlamento, propriamente dita. Todas as personalidades públicas da época estavam reunidas ali – políticos, empresários, governantes, militares. E foi lá que ocorreu o grotesco encontro entre Hitler e Hindenburg. O próprio Hitler se portou como um estadista, trocando o uniforme do partido pelo smoking e cartola. Já Hindenburg, com 86 anos, trajava seu uniforme de marechal-de-campo prussiano, representando o papel que lhe fora atribuído: o do velho antecessor que agora passava o leme ao mais jovem. De forma condizentemente paternalista, afirmou durante a inauguração do Reichstag que ele próprio "confiara a liderança do Reich a essa jovem Alemanha [...] em 30 de janeiro de 1933, numa magnânima decisão". Hitler falou sobretudo de unidade nacional, e também fez uma ameaça velada a todos que se interpusessem a seus objetivos: ele cuidaria para que se tornassem "inócuos". Lobo em pele de cordeiro Ministro da Propaganda Joseph Goebbels encenou o evento Muitos oponentes do nazismo já haviam sentido na pele o que Hitler queria dizer: social-democratas e comunistas não estavam presentes no "Dia de Potsdam". De forma cínica, o ministro do Interior Wilhem Frick disse que os parlamentares comunistas haviam sido impedidos de participar do evento devido a "trabalhos úteis nos campos de concentração". Ou seja: milhares de oposicionistas estavam confinados em campos e penitenciárias. Os social-democratas se ausentaram da cerimônia como forma de protesto. Hitler, por sua vez, se portou naquele dia de forma humilde e modesta. Uma estratégia que renderia frutos: sua ostensiva modéstia e aparente apego à tradição conquistou a simpatia das elites conservadoras e das Forças Armadas. Para muitos alemães, Hitler cresceu ainda mais no papel de líder nacional. "A partir do demagogo e líder partidário, o fanático e agitador [...], parece desenvolver-se o verdadeiro estadista", registrou uma testemunha da época, Como esse cidadão, muitos dos espectadores foram enganados pelo "Dia de Potsdam". Visto em retrospecto, março de 1933 foi o mês crucial: até abril, Hitler estabeleceria de vez sua ditadura, sepultando a democracia.

Fonte: DW.DE

Esqueletos egípcios de 3 mil anos revelam sofrimento dos cidadãos

Sinais de doenças associadas a esforço foram encontrados em mais de 75% dos adultos

The Amarna Project

Arqueólogos escavaram antigo cemitério da cidade egípcia de Amarna e encontraram cidadãos comuns da cidade
Mais de três quartos dos adultos mostraram sinais de doença degenerativa das articulações, provavelmente por levantar cargas pesadas, e cerca de dois terços desses adultos tinham pelo menos um osso quebrado

Por Tia Ghose e LiveScience

Novas evidências sugerem que enquanto um faraó egípcio construía templos majestosos recheados de tesouros cintilantes, as classes mais baixas realizavam trabalhos penosos e tinham dietas lamentáveis.

Uma análise de mais de 150 esqueletos de um cemitério de 3300 anos de idade na antiga cidade egípcia de Amarna revela fraturas, desgaste e lesões provocadas por levantamentos pesados e desnutrição violenta entre os plebeus da cidade.

A descoberta, detalhada no volume de março do periódico Antiquity, poderia esclarecer como viviam as não-elites da antiga sociedade egípcia.

Cidade da noite para o dia

Durante um breve período de 17 anos, o centro do Egito foi Amarna, uma pequena cidade nos bancos do Nilo, cerca de 350km ao sul do Cairo.

O faraó Akhenaton mudou sua capital para Amarna para construir um culto de adoração puro, imaculado, ao deus do sol Aten.

Em poucos anos nasceram templos, prédios de corte e complexos habitacionais. A certa altura, entre 20 e 30 mil oficiais da corte, soldados, construtores e servos viviam na cidade.

Mas após a morte de Akhenaton, o faraó seguinte, Tutancâmon, imediatamente abandonou o experimento. A cidade, que não tinha boas terras agrícolas, foi rapidamente abandonada.

Como os egípcios ocuparam Amarna por um período tão curto, a cidade fornece pistas sem precedentes sobre como eram as vidas das pessoas em um momento específico da história, declara a coautora do estudo, Anna Stevens, arqueóloga da University of Cambridge.

Vida dura

Há cerca de 10 anos, um pesquisador que investigava a região no deserto perto de Amarna descobriu um antigo cemitério. O local continha centenas de esqueletos e fragmentos de ossos de egípcios de classes baixas.

Para descobrir como eram as vidas desses egípcios comuns, Stevens e seus colegas analisaram 159 esqueletos que foram encontrados quase intactos.

As conclusões dos pesquisadores: a vida era difícil em Amarna. As crianças tinham o crescimento limitado, e muitos dos ossos eram porosos devido à deficiência nutricional, provavelmente porque os cidadãos comuns se alimentavam principalmente de pão e cerveja, contou Stevens à LiveScience.

Mais de três quartos dos adultos tinha doença degenerativa das articulações, provavelmente por levantarem cargas pesadas, e cerca de dois terços desses adultos tinham pelo menos um osso quebrado.

As descobertas sugerem que a rápida construção de Amarna pode ter sido especialmente difícil para os cidadãos comuns. Com base no tamanho dos tijolos encontrados em estruturas próximas, cada trabalhador provavelmente carregava um tijolo de calcário que pesava 70kg, ao estilo das linhas de montagem. Erigir as estruturas da cidade tão rapidamente teria exigido que trabalhadores executassem essa tarefa repetidamente. Isso poderia ter provocado a doença de articulações que os esqueletos revelaram.

A norma no Egito?

“Esse é um estudo fabuloso porque essa é uma grande população de um local conhecido, e nós temos todos esses corpos de pessoas que eram de classes relativamente baixas”, declara Salima Ikram, egiptóloga da American University, no Cairo, que não se envolveu no estudo.

Mas como, no total, arqueólogos escavaram tão poucos cemitérios egípcios antigos em que a não-elite era enterrada, é possível que essas condições extenuantes fossem prevalentes em todo o Egito naquela época, aponta Stevens.

Outra pesquisa descobriu que até mesmo egípcios abastados sofriam com desnutrição e doença, frequentemente vivendo até os 30 anos.
Fonte:

Simón Bolívar e o juramento do Monte Sacro



Arte reproduz Simón Bolívar, o Libertador, por volta do ano de 1820Foto: Getty Images


No dia 15 de agosto de 1805, em pleno verão romano, três venezuelanos dirigindo-se para fora da Cidade Eterna subiram no Monte Sacro, a histórica colina subversiva de Roma. Entre eles estava o jovem Simón Bolívar, então com 22 anos, acompanhado pelo seu preceptor Simón Rodrigues, um filósofo itinerante, e seu amigo Francisco Rodrigues Del Toro. Emocionado pela evocação do local - o monte servira de abrigo nos tempos da Roma Antiga para um protesto dos plebeus contra os que os oprimiam - Simón Bolívar empenhou ali a sua palavra de vir libertar a América do domínio espanhol. Foi o juramento do Monte Sacro.



Um dândi atrás da revolução
​Nascido em 1783, filho de uma família de crioulos venezuelanos riquíssimos, dona de terras e de minas, o jovem Simón Bolívar foi enviado aos 16 anos de idade para a Europa para aprimorar sua instrução. Esteve na corte de Madri e depois se dirigiu para a Paris de Napoleão. Lá, em 1804, frequentou o salão de uma prima, Fanny Dervieu de Villars, descendente dos Arisguieta da aristocracia crioula da Venezuela, casada com um conde francês apaixonado por biologia.



Viúvo aos 19 anos, Bolívar fazia então o papel do fidalgo estouvado, herdeiro de um potentado latino-americano que gastava dinheiro a rodo pavoneando-se como um dândi (firmou moda com o "chapéu a Bolívar", bem espetaculoso), dedicado a cortejar todas as beldades parisienses que encontrava pela frente.



Quem fazia notável sucesso social naquela ocasião era Alexandre von Humboldt, o barão prussiano que se consagrara como viajante e naturalista de renome. Ele recém desembarcara na França com seu companheiro André Bonplan, vindo de uma estadia de cinco anos pelo Novo Mundo (1799-1804), desbravando rios, entrando em florestas e escalando montanhas. Além disso, nominou ainda uns 400 vulcões e identificou nas costas peruanas uma corrente marítima que levou seu nome: a corrente de Humboldt.



Não havia salão de Paris que não quisesse ouvir as façanhas dos dois cientistas, promovidos a cavalheiros da natureza. Assim sendo, Humboldt - típico representante do nobre iluminista - terminou por encontrar Bolívar numa das tantas recepções oferecidas pela prima Fanny. Na ocasião, o venezuelano tinha 21 anos.



Humboldt e Bolívar
Entre eles, deu-se, por assim dizer, uma amizade à primeira vista. Mais tarde, Bolívar deixaria dito que, devido ao seu trabalho científico, o alemão "foi o verdadeiro descobridor da América".



Num desses encontros, Humboldt comentou que percebeu, por todos os lados em que andara no Vice-Reino da Nova Granada (Venezuela, Colômbia e Equador) ou no Vice-Reino da Nova Espanha (o México e os países da América Central de hoje), um enorme e sincero anseio dos chefes crioulos e dos nativos em geral em se verem livres do domínio espanhol.



A questão da independência das colônias, assegurou Humboldt, era coisa para qualquer hora. Todavia, ressalvou o sábio alemão, a rebelião poderia demorar porque ele não vira por lá quem pudesse encabeçar o levante contra Madri.



Talvez tal observação casual de Humboldt tenha servido como um inesperado desafio ao jovem Bolívar que, até então, somente demonstrara ser dono de um temperamento exaltado, romântico e passional - uma energia em busca de uma causa.

Simón Rodrigues, a quem Bolívar jurou libertar a AméricaFoto: Wikimedia

É certo que o preceptor dele, o impagável filósofo Simón Rodrigues, um peregrino da liberdade seguidor de Rousseau, inculcara-lhe horror à tirania e amor desmedido pela independência. Por igual, as duas margens do Atlântico foram violentamente sacudidas pelo efeito da revolução norte-americana de 1776 e pela francesa de 1789, ambas influindo sobre aquele rapagão irrequieto. A isso, somaram-se as tantas leituras que Bolívar fizera, devorando além de Rousseau e Voltaire, as biografias de Plutarco sobre os grandes homens do passado greco-romano: Péricles, Alexandre, César, os Gracos, e tantos outros mais.



Por último, dominando inteiramente o cenário europeu, havia a magnifica personalidade de Napoleão, o homem que do nada construíra um império, sozinho, e que projetara sua imagem titânica sobre uma nova geração que surgia do rescaldo da revolução de 1789 com grande sede de aventuras.



Por todos os poros da Europa e do Novo Mundo brotavam rapazes que queriam "ser como Napoleão".



O clima de tensão, as batalhas memoráveis da revolução, o domínio do inesperado, tudo isso serviu como entorno para que Bolívar, até então um jovem ricaço inconsequente, um pavão vaidoso e petulante, viesse a se transformar no Libertador.



O juramento de Roma
Com um empréstimo que a prima Fanny lhe alcançou, Bolívar, com seu preceptor Simón Rodrigues e o amigo Francisco Rodrigues del Toro, rumou de Paris para uma longa viagem em direção à Itália. Percorreram o caminho tanto de diligência como com boas caminhadas. O trio de amigos levou 11 dias para atravessar os Alpes até chegar a Milão. Lá foram testemunhas da coroação de Napoleão como rei da Itália, ocasião em que, numa cerimônia militar impressionante, o general tomou para si a coroa de ferro dos monarcas lombardos (a mesma que encimara a cabeça de Ataúlfo).



Quando, por fim, chegaram a Roma, hospedaram-se na Piazza di Spagna, bem perto da famosa escadaria. Alugando um coche, os três passaram a fazer um tour pela cidade até que, no dia 15 de agosto de 1805, passando pelos portões em direção à periferia, avistaram o Monte Sacro. De imediato, veio à memória de Simón Rodrigues o feito dos plebeus da cidade que, nos tempos da Roma Republicana, lá haviam acampado em sinal de protesto. No ano de 494 a.C., liderados por Sicino Belluto, o povo pobre da cidade de Roma manifestou sua desconformidade com as injurias que sofria por parte dos patrícios, arrancando deles com uma longa greve um conjunto de concessões. O Monte Sagrado onde Bolívar estava era, pois, um local subversivo por excelência.



Ao cair da tarde, tomado pela forte emoção que evocava o local histórico, ato de desafio aos poderosos feito em época tão remota, Bolívar, olhando fixo para Simón Rodrigues no momento em que o sol se punha, teria feito então o juramento que iria comprometê-lo para o resto da sua vida:




¡Juro delante de usted; juro por el Dios de mis padres; juro por ellos; juro por mi honor, y juro por mi Patria, que no daré descanso a mi brazo, ni reposo a mi alma, hasta que haya roto las cadenas que nos oprimen por voluntad del poder español!Simón Bolívar, O Juramento do Monte Sacro, Roma, 15/08/1805



Em tradução livre: "Juro frente a ti: juro por Deus e meus pais, juro por eles, juro pela minha honra e juro pela minha pátria, que não darei descanso ao meu braço nem repouso a minha alma, até que tenha rompido as cadeias que nos oprimem por vontade do poder espanhol!"



A partir de então, e pelos 20 anos seguintes, todas as energias dele voltaram-se para a nobre causa da libertação e independência do Novo Mundo.

Fonte: Voltaire Schilling

Qual é a profissão mais antiga do mundo?

por Tiago Cordeiro



Diferentemente do que diz a sabedoria popular, a primeira profissão humana foi a de cozinheiro – e não a de prostituta. É o que diz um estudo publicado pela Universidade de Harvard.

O raciocínio é o seguinte: se a prostituição surgiu quando uma ancestral nossa ofereceu sexo em troca de comida ou abrigo, já havia coletores de alimentos e guerreiros para protegê-la. “É certo que os caçadores vieram antes dos fazendeiros. Provavelmente, os coletores de alimentos são ainda mais antigos”, afirma Patrick Geary, historiador da Universidade da Califórnia.

Ainda assim, outras espécies de animais também coletam alimentos, caçam e se prostituem – comportamento observado em outros primatas. Cozinhar, porém, teria sido o primeiro ofício exclusivo dos seres humanos. A atividade teria surgido há 2 milhões de anos com o Homo erectus. Entre eles, já existia a especialização no preparo dos alimentos, como comprovam utensílios encontrados perto de fósseis da época. “Além de ser a primeira profissão, é também aquela que nos definiu como espécie”, defende Chris Organ, biólogo de Harvard e um dos coautores do estudo.

FONTES: Artigo Energetic Consequences of Thermal and Nonthermal Food Processing, publicado na revista acadêmica Proceedings of the National Academy of Sciences.

http://mundoestranho.abril.com.br/materia/qual-e-a-profissao-mais-antiga-do-mundo

Educação asteca


Breve introdução:

A educação para os cidadãos astecas ocupava uma destacada relevância. Iniciava-se nos lares, acompanhada de conselhos e da exigência de tarefas ordenadas pelos pais, e demonstrava uma elevada rigorosidade. Ainda no seio familiar, aprendiam a confecção de pequenos trabalhos, costumeiramente associados aos ofícios dos pais. Os astecas também possuíam escolas para serem frequentadas após a adolescência; a sabê-las: TELPUCHCALLI, CALMECAC e CUICACALLI. Utilizavam a língua náuatle, e embutiam importante ênfase na preparação militar e religiosa. Determinações sociais e de gênero procediam conjuntamente, sendo possível visualizar tais diferenciações mediante a família e a escola frequentada. Era, portanto, realizada de forma informal pela família e, com formalidade, pelas instituições públicas.

Educação Informal / Infância e adolescência:

Iniciada no lar e de cunho familiar, a educação dos astecas demonstrara ser uma formação de grande dificuldade. As exigências cotidianas de perfil militar, embutidas nos cidadãos astecas desde seus primeiros anos, induziram determinados tratamentos para o fortalecimento corporal e mental destes. O frio, o calor, a fome; erguer pesos e caminhar; pequenos trabalhos cognitivos, entre outros exemplos, eram pequenas provas instigadoras para a formação desta personalidade desejada – provas tais aplicadas desde uma idade bastante reduzida. Pequenas tarefas colocadas aos garotos, como buscar água, ou outras às meninas, como alguns ensinamentos de costura, eram estimuladores para tal perfil, e até aqui sem maiores diferenciações pela classe social: o preparo possuía um interesse central - e este era o aspecto militar, sobretudo.



Riqueza/Pobreza

Embora seja possível visualizar este traço comum na sociedade (a desenvoltura militar), uma nítida bifurcação entre ricos e pobres existia. Famílias mais abastadas, por exemplo, preocupavam-se com a polidez das palavras de seus filhos; com a boa linguagem destes - como é possível interpretar de um trecho escrito pelo Frei Bernardino de Sahagún, no século XVI:


[...] “Istruían al niño éstos que andavan com él para que hablasse palavras bien criadas y buen linguaje, y que no hiziesse desacato a nadie y reverenciasse a todos los que topaba por el camino que eram oficiales de la república, capitanes o hidalgos, aunque no fuessen sinos personas baxas, hombres y mugeres, como fuessen ancianos" [...] (SAHAGÚN, p. 682).


Já em um lar de famílias financeiramente desfavorecidas, isto não ocorria, e, se ocorria, era em uma proporção bastante desigual. As tarefas de um pai/mãe astecas eram encaminhadas a seus filhos, que repercutia, desta forma, o corpo de costumes da sociedade em questão; ou seja: se em famílias abastadas a polidez das palavras tornava-se um destaque, nas famílias pouco abastadas a atividade de sustento – como a pesca e a costura – eram as atividades enfocadas. No geral, cabia aos pais homens a educação do garoto e, da mesma forma, era com as garotas: a educação tendia à mãe.



Castigos

A prática dos castigos era também muito presente, e esta era exercida a partir da fase na qual a criança já possuía razoável discernimento da vida social. Determinados níveis de humilhação – como a imposição da nudez em algumas castigarias – eram também usuais, e tais níveis eram crescentes conforme a idade e a situação. A utilização de espinhos de Maguey e da aspiração forçada de fumaça de pimenta vermelha, entre outros exemplos, eram acompanhados de doloridos conselhos de seus pais, orientando-os moralmente. A saber, os castigos poderiam atingir, em casos socialmente graves, o sacrifício de um adulto asteca. Dito isto, é possível destacar a autoridade de pai asteca na passagem de Sahagún na qual ele diz:


[...] “llos tienem autoridade (os pais) para castigar y para herir y para reprender a sus hijos que enseñan”. [...] (SAHAGÚN, p. 580.)




Códice Mendoza: importante fonte para a pesquisa em questão. Nesta imagem, nota-se a realização de determinadas tarefas pelos jovens astecas, com castigarias ou não. Nota-se, também, a fala dos pais astecas, em todas as imagens.(Figuras do Códice Mendoza: ver www.river-styx.net/aztec-codex.htm)



Adolescência:

Na adolescência masculina, e sobretudo na parcela elitizada, a retórica e o esclarecimento político já eram instigados – visando, de forma precoce, uma vida com tais necessidades. O poder político e a perpetuação deste perfil de cidadãos eram já demonstrados a esses adolescentes, diferenciando em alto grau da parcela pobre/trabalhadora – pois a estes, especialmente, o esclarecimento estava na prática de um ofício da sobrevivência. A moralidade e outras exigências sociais - como a religiosidade - eram também elucidadas para o bom futuro de um homem asteca, visto o alto nível destas exigências em tal sociedade.


Já com as jovens mulheres, a educação era voltada ao matrimônio e à vida sexual, principalmente. Surgida a adolescência, os pais elevavam suas preocupações com o destino de suas filhas, interferindo significativamente em suas educações morais/sexuais. O casamento tornava-se uma grande questão familiar, e conselhos eram fornecidos até o ponto em que esta jovem mulher acatasse seu destino – modelado este pela sociedade. O adultério era motivo para pena máxima, ou seja: a morte a pedradas. Para a sociedade asteca, não somente os pais e a sociedade observavam as práticas sociais: o místico e seus deuses eram também grandes observadores.


Suma:

Em suma, e como uma exigência implícita, estava o treinamento militar – mas também religioso/cosmogônico. As práticas adotadas no seio familiar poderiam encaminhar estes pequenos cidadãos à vida pública e, variante a situação, destinava-os também às escolas oficiais. A prudência e a sanidade eram exigências básicas, exigidas de costume com austeridade, podendo atingir castigos de ainda maior severidade.


Educação Formal / Pós-adolescência:

Após a educação fornecida pelos próprios pais, e conjuntamente à adolescência final, cabia ao jovem cidadão frequentar as escolas organizadas pelo Estado asteca - se houvesse a ambição para tal. Embora com diferentes propósitos, tais escolas possuíam a religiosidade e o militarismo em comum, e assim também para com o poder político. Com uma nítida diferenciação social, tais centros astecas mantinham esta determinada estratificação, e tais escolas eram classificadas em TELPUCHCALLI, CALMECAC e CUICACALLI.



TELPUCHCALLI - Casa para jovens ou Colégio Militar

O TELPUCHCALLI ou, em outras palavras, a escola militar dos jovens astecas, era uma instituição oficial mexica que propunha o desenvolvimento de habilidades de guerra e de caça a uma parcela destes jovens. Para um reduzido setor dos nobres cidadãos, a TELPUCHCALLI era uma oportunidade para o aprendizado de algumas técnicas administrativas e governamentais (o que não ocorria de forma costumeira). Já para os menos favorecidos, tal frequência dava-se em âmbito maior, pois era também um caminho para romper com a rígida diferença social, ou seja: os diferentes títulos militares, ou mesma as façanhas de guerra, permitiria, aqui, uma ascensão social. Sobre tal colégio, Sahagún demonstra seu propósito:


[...] “si ofrecían la criatura a la casa de telpuchalli era su intencíon que allí se criase com los otros mancebos para servicio del pueblo y para las cosas de la guerra” [...]. (SAHAGÚN, p. 300).


O trabalho neste colégio remetia também a um alto nível de exigência, envolvendo sacrifícios, orações, rígidas disciplinas, castigos, penitências, entre outros exemplos. A exigência da boa conduta para a guerra, como exercícios físicos e jejuns, eram práticas recorrentes, somadas estes à valentia destes jovens. Mas a formação caminhava para além disto: alguns conhecimentos de história, e das façanhas de seus heróis, eram também somados às teorias de guerra, de oratória, política e de direito. Neste abrangente contexto, seus cantos de guerra envolviam - e eram envolvidos - por tais disciplinas/tarefas, ressoando coragem, mas sobretudo amor a seus deuses.


Pelo que se nota, o TELPUCHCALLI formava - e também fortalecia - o cidadão asteca no que se refere à guerra, mas não somente a ela. Um grande interesse ideológico havia conjuntamente, que acabava por direcionar seus cidadãos através de tal. Seu rigor era de fato militar/religioso, porém ressoava ainda além: um mundo de conhecimentos, herdados pelos mexicas no decorrer de seu passado ali repercutia – transmitidos oralmente ou não.



CALMECAC - ou fileira de casas

Incluído no sistema educacional asteca, porém com outra proposta de formação, o CALMECAC não destinava sua ênfase educacional no militarismo, mas sim em uma formação majoritariamente voltada à intelectualidade e à administração. Interpretado por alguns estudiosos como um colégio de estudos superiores, tal centro formador caracterizava-se, neste mesmo sentido, pelas artes e pelas ciências - porém para um seleto público alvo: o CALMECAC era exclusivamente destinado à nobreza; à elite dirigente. Sobre essa seleção elitista, é possível nota-la nestes breves trechos de Sahagún:




“Los señores o principales, o viejos ancianos, ofrecían a sus hijos a la casa que se llamava calmécac [...] Señor o principale o rico, cualquer que tenía hazienda, cuando ofrecía a su hijo [...]”. (SAHAGÚN, p. 305).




O CALMECAC era, conjuntamente, o colégio de formação dos representantes religiosos. Para os homens, tornar-se um sacerdote (Tlamacazqui, ou Quetzalcoatl Tlamacazqui) requeria cursar doze anos de longos e rigorosos estudos em tal colégio, e de uma forma bastante semelhante às mulheres: tornar-se uma sacerdotisa-matrona (Cihuatlamacazqui) requeria, além da castidade (por ambos os sexos), uma rígida postura moral.


Para tornar-se um sacerdote era preciso enfrentar diferentes estágios e, neste sentido, estudava-se com profundidade os sacrifícios, os seus simbolismos esotéricos, a astronomia, a teurgia, a oratória, a medicina, a botânica, a adivinhação, o canto, a poesia, os seus calendários e, destacadamente, os seus livros sagrados. Tal formação ia para além desta conjuntura, como a renúncia de confortos, levantar à meia noite para orar, entre outros exemplos.

Códice Mendoza: outra imagem importante para se analisar a educação asteca. Aqui, nota-se um momento de decisão e de diálogo para com os representantes das escolas Calmecac e Cuicacalli.(Figuras do Códice Mendoza: ver www.river-styx.net/aztec-codex.htm)



CUICACALLI: Colégio de Música

Já o Colégio de Música, ou também interpretado como Colégio de Canto, não possuía um caráter de obrigatoriedade, permitia uma ascensão social e, não excluindo a erudição, também incorporava a poesia, a composição e a dança. A religiosidade e o militarismo não eram deixados à margem, pelo contrário: a formação musical repercutia desde a banda imperial aos cantos religiosos.


Pelo que se evidencia, os participantes do CUICALLI eram também os frequentadores do TELPOCHCALLI, que, do por do sol à meia noite, recebiam aulas teóricas e práticas sobre os diferentes instrumentos musicais, sobre as regras de composição musical/poética, a história da musicalidade, as diferentes possibilidades de cantos, entre outras orientações. Terminada tal jornada, retornavam ao TELPOCHCALLI. A respeito desta escola de canto, Diego Durán fez a seguinte observação:




“Y es, que em todas las ciudades había junto a los templos, unas casas grandes, donde residían maestros que enseñaban a bailar y cantar. A las cuales casas llamaban cuicacalli, que quiere decir “casa de canto”. [...] (DURÁN, p. 188).




A formação ideológica estava fortemente embutida em tais práticas, perpetuando a ordem e a lógica dos astecas. Nas poesias incorporavam-se os discursos ideológicos, relembrando alguns êxitos nas guerras, ou abordando elogios a nobres, por exemplo. Por muitas vezes apreciados por estes, obtinham respeitável reconhecimento, podendo inclusive obter uma melhor posição social.

Fontes:
SAHAGÚN, Bernardino de. Historia General de las cosas de la Nueva España: I. 1° Edição. Madrid: Dastin, 2001.
SAHAGÚN, Bernardino de. Historia General de las cosas de la Nueva España: II. 1° Edição. Madrid: Dastin, 2001.
DURAN, Diego. Historia de las Indias de Nueva España: I. 2° Edição. México: Porrúa, 1984.
DURAN, Diego. Historia de las Indias de Nueva España: II. 2° Edição. México: Porrúa, 1984.

1500s-1900s: Life / Death Masks- Máscara mortuária


Abraham Lincoln, 1808-1865. Life Mask
George Washington, 1732-1799. Life Mask
William Wordsworth, 1770-1850. Life Mask
Samuel Taylor Coleridge, 1772-1834. Death Mask
Edmund Burke, 1729-1797. Death Mask
Oliver Cromwell, 1599-1658. Death Mask
Benjamin Disraeli, Earl of Beaconsfield, 1804-1881. Death Mask
Dante Alighieri, 1265-1321. Death Mask
Benjamin Franklin, 1706-1790. Life Mask
David Garrick, 1717-1779. Life Mask
Johann Wolfgang von Goethe, 1749-1832. Life Mask
Ulysses S Grant, 1822-1885. Death Mask
John Keats, 1795-1821. Life Mask
Heinrich Heine, 1797-1856. Death Mask
Henry IV, King of France, 1553-1610. Death Mask
Jean Paul Marat, 1743-1793. Death Mask
Felix Mendelssohn, 1809-1847. Death Mask
Sir Isaac Newton, 1642-1727. Death Mask
Thomas Paine, 1737-1809. Death Mask
Viscount Henry Jon Temple Palmerston, 1784-1865. Death Mask
Maximilien Robespierre, 1758-1794. Death Mask
Dante Gabriel Rossetti, 1828-1882. Death Mask
Sir Walter Scott, 1771-1832. Death Mask
Richard Brinsley Sheridan, 1751-1816. Death Mask
Jonathan Swift, 1667-1745 Death Mask
William Makepeace Thackeray, 1811-1863. Death Mask
Leo Tolstoy, 1828-1910. Death Mask
William Wordsworth, 1770-1850. Life Mask
Walt Whitman, 1819-1892. Death Mask
Ludwig van Beethoven, 1779-1827. Life Mask
Robert E Lee, 1807-1870. Life Mask



Abraham Lincoln, 1808-1865. Life Mask


George Washington, 1732-1799. Life Mask


Samuel Taylor Coleridge, 1772-1834. Death Mask


Edmund Burke, 1729-1797. Death Mask


Oliver Cromwell, 1599-1658. Death Mask


Benjamin Disraeli, Earl of Beaconsfield, 1804-1881. Death Mask


Dante Alighieri, 1265-1321. Death Mask


Benjamin Franklin, 1706-1790. Life Mask


David Garrick, 1717-1779. Life Mask


Johann Wolfgang von Goethe, 1749-1832. Life Mask


Ulysses S Grant, 1822-1885. Death Mask


John Keats, 1795-1821. Life Mask


Heinrich Heine, 1797-1856. Death Mask


Henry IV, King of France, 1553-1610. Death Mask


Jean Paul Marat, 1743-1793. Death Mask


Felix Mendelssohn, 1809-1847. Death Mask


Sir Isaac Newton, 1642-1727. Death Mask


Thomas Paine, 1737-1809. Death Mask


Viscount Henry Jon Temple Palmerston, 1784-1865. Death Mask


Maximilien Robespierre, 1758-1794. Death Mask


Dante Gabriel Rossetti, 1828-1882. Death Mask


Sir Walter Scott, 1771-1832. Death Mask


Richard Brinsley Sheridan, 1751-1816. Death Mask


Jonathan Swift, 1667-1745 Death Mask


William Makepeace Thackeray, 1811-1863. Death Mask


Leo Tolstoy, 1828-1910. Death Mask


William Wordsworth, 1770-1850. Life Mask


Walt Whitman, 1819-1892. Death Mask


Ludwig van Beethoven, 1779-1827. Life Mask


Robert E Lee, 1807-1870. Life Mask



Fonte: http://www.retronaut.com/2011/10/life-death-masks-1500s-1900s/