1.5.13
753 a.C.: Fundação de Roma
Não está definitivamente provado, mas supõe-se que a cidade de Roma tenha sido criada no dia 21 de abril de 753 antes de Cristo.
Conta a lenda que os gêmeos Rômulo e Remo teriam sido alimentados por uma loba
A resposta mitológica à criação de Roma surgiu quando a cidade já havia virado império mundial. Conta a lenda que Eneias, filho do rei de Troia e da deusa Vênus, fugiu de sua cidade durante uma batalha. Acompanhado de alguns homens, seguiu para a península itálica, onde seu filho Ascânio iniciou um povoamento chamado Alba Longa. Dois descendentes de Eneias – Numitor e Amúlio – apareceriam mais tarde em relatos sobre a criação de Roma.
A lenda continua: ao morrer, Sílvio Procas, duodécimo rei de Alba Longa, teria deixado dois filhos. O mais moço, Amúlio, apoderou-se do trono, preterindo Numitor, seu irmão mais velho. Para garantir o reinado de seus descendentes, matou Lauso, filho de Numitor e obrigou sua sobrinha, Reia Sílvia, a jurar castidade. Contudo, Marte, o deus da guerra, tornou Reia Sílvia mãe dos gêmeos Rômulo e Remo.
Quando Amúlio soube disso, condenou Reia Sílvia à morte e ordenou que os dois recém-nascidos fossem lançados numa cesta ao rio Tibre. Arrastadas pela correnteza, as crianças teriam sido encontrados por uma loba, na base do monte Palatino, que passou a amamentá-los. Nos rastros da loba, pastores da vizinhança encontraram os gêmeos e se encarregaram de criá-los.
Remo foi morto por Rômulo
Mais tarde, Rômulo e Remo foram levados à presença do solitário Numitor, que reconheceu seus netos e lhes contou a desonra. Num ato de vingança, eles tomaram o palácio de Alba Longa, mataram o rei Amúlio e entronizaram novamente o avô Numitor. Em sinal de gratidão, receberam a autorização para fundar uma cidade no local em que haviam sido abandonados.
Por vontade dos deuses, o povoado, logo cercado de muralha, se chamou Roma. Remo zombou do fosso de defesa aberto ao logo da muralha e foi morto pelo furioso Rômulo. Ambicioso em seus projetos, este começou a povoar a cidade com pastores, bandidos, escravos fugitivos e aventureiros.
Roma é um nome etrusco
Pelos cálculos do historiador romano Marcos Terêncio Varro (116 a.C. - 27 a.C.), levando em conta a lenda de Rômulo e Remo e a mitologia grega, 753 a.C. foi o ano da fundação de Roma. Alguns arqueólogos estimam, porém, que a cidade foi fundada no ano 600 a.C. Não se descarta também a hipótese de que Roma resultou da fusão de pequenos povoados latinos e sabinos do Palatino numa comunidade urbana.
Certo é que o nome "Roma" veio dos etruscos, um povo de origem desconhecida que desapareceu na história, deixando rastros enigmáticos de sua cultura, religião e legislação no Império Romano. Os arqueólogos também encontraram marcas dos etruscos nas técnicas de urbanismo e canalização.
Pouco a pouco, os romanos conseguiram se livrar do domínio etrusco, expandindo sua influência na África, Europa Central e Ocidental, Grécia e Ásia Menor. Em 509 a.C., a monarquia foi derrubada e instaurou-se a República. De 200 a.C. até o ano 476, Roma atravessou seis séculos de contínua expansão territorial, formando um império ainda mais vasto do que o de Alexandre, o Grande.
Tomada pelos germanos, em 476, Roma entrou para a história como símbolo de poder e civilização, de tragédia e glória – a "cidade eterna". Ainda hoje, qualquer escavação ou simples canteiro de obras revela novos detalhes do passado da cidade.
Fonte: DW.DE