23.5.13
7 casos de mortes anunciadas antes da hora
Jessica Soares
Você já deve ter ouvido falar que para morrer só basta estar vivo. A máxima parece ter sido levada ao pé da letra: trocas de identidades, boatos, fraudes e obituários publicados antes da hora fizeram com que pessoas tivessem suas mortes decretadas muito antes de decidirem partir dessa para a melhor. Conheça 7 casos de mortes anunciadas antes da hora:
1. Mark Twain
“A notícia sobre minha morte foi bastante exagerada”, declarou (bastante vivo, obrigado) Mark Twain. Em 1897, o autor de As aventuras de Tom Sawyer teve sua morte anunciada com 13 anos de antecedência pelo New York Journal. A confusão teria se dado devido à doença de um primo do escritor – este sim prestes a bater as botas. Durante a década “extra” de vida, Twain escreveu o manuscrito de sua autobiografia que, de acordo com suas instruções, só deveria ser publicada 100 anos depois de sua morte. A orientação excêntrica chamou atenção: o livro, lançado em 2010, se tornou um best-seller póstumo. Brás Cubas ficaria orgulhoso.
2. Alfred Nobel
Químico, engenheiro e inventor, Alfred Nobel se tornou mais conhecido em seu tempo por ter criado a dinamite. Mas esse legado nem sempre trouxe felicidade. O sueco, nascido em 1833, era um pacifista e amante de poesia que sentia-se incomodado com a apropriação de sua invenção pela indústria da guerra. Por isso, foi com um baque (maior ainda) que Nobel recebeu a notícia de sua própria morte em 1888. Naquele ano, foi Ludvig, irmão de Alfred, quem faleceu, mas um jornal francês acabou publicando o obituário prematuro do inventor por engano. O título já deixava claro o tom do texto de despedida: Le marchand de la mort est mort (“o mercador da morte está morto”, em português).
Para redimir seu nome, Alfred tomou providências para que, quando seu fim derradeiro chegasse (de verdade), ele fosse lembrado como mais que um fabricante de armamentos. Em seu testamento, determinou que 94% de sua fortuna fosse usada para instituir os prêmios Nobel. Alfred acabou morrendo 8 anos depois, em 1896, e a primeira edição daquele que viria a se tornar um dos mais importantes prêmios da ciência aconteceu em 1901.
3. Paul McCartney
Live and let die, uai
Para Sir Paul McCartney, desmentir os boatos de sua morte não foi tarefa tão fácil como para os colegas desta lista. Tudo começou em 1969, quando a morte do ex-beatle foi anunciada durante a ligação de um ouvinte a um programa da rádio americana WKNR-FM. O “furo” repercutiu e acabou alimentando histórias que combinam o que há de melhor nas mais absurdas teorias das conspiração. Supostamente, várias canções e capas de álbuns dos Beatles indicariam que Paul já teria passado dessa para melhor. E quem seria o senhor britânico que veio ao Brasil falar uai, no mês passado? Um sósia, é claro. Let it be.
4. Membros da “Associação dos Mortos”
Walking dead
O indiano Lal Bihari descobriu-se em uma condição singular quando tentou solicitar um empréstimo no banco na década de 1970. “Infelizmente não podemos atender ao seu pedido, já que o senhor está morto”, lhe informaram constrangidos. Opa, como assim? Dados oficiais indicavam que Lal, que então tinha pouco mais de 20 anos, havia falecido em 1976. O erro não surgiu por acaso. Bihari foi uma das centenas de vítimas do esquema de fraudes que atingiu (e matou no papel) centenas de pessoas na Índia. Para obter propriedades, diversas famílias da populosa região de Uttar Pradesh recorreram ao “assassinato legal” de seus parentes. No caso de Lal, o culpado era seu tio que teria subornado um funcionário público para conseguir uma declaração de morte do sobrinho e herdar todos os seus bens.
Bihari passou 19 anos tentando provar que ainda estava vivo. Cometeu pequenos furtos, solicitou subsídio de viuvez para a própria esposa e até concorreu a eleições – tudo para obrigar que admitissem sua inegável existência. Em 1994, Lal finalmente voltou a viver. Para ajudar pessoas na mesma situação, ele criou a Associação dos Mortos, que possui hoje mais de 500 membros e segue atuante. Em 2008, 221 pessoas foram declaradas vivas depois de uma grande manifestação em Nova Deli. No ano passado, aniversário de 36 anos do “renascimento” de Lal, os “mortos” marcharam pelas ruas para pedir justiça.
5. Alice Cooper
(via)
Guilhotinas, cadeiras elétricas, bonecos de vodu. Os fãs de Alice Cooper estão acostumados a se chocar quando o músico americano sobe aos palcos. Mas nada se compara ao susto que tomaram no início da década de 1970: a revista Melody Maker publicou a resenha de um dos shows de Cooper em forma de um obituário irônico. Mas nem todo mundo entendeu a brincadeira mórbida. Milhares de pessoas já estavam em luto pela morte do cantor quando ele liberou uma nota oficial para acalmar os fãs: “Eu estou vivo e bêbado, como de costume”. Ufa!
6. Silvio Santos
(via)
Ma oê! Em maio de 2009, Senor Abravanel foi vítima de uma pegadinha que deu um susto no Brasil. A morte do apresentador foi anunciada com riqueza de detalhes: Silvio Santos teria passado mal durante as gravações de seu programa; encaminhado ao hospital Albert Einstein, em São Paulo, teria sofrido uma parada cardíaca minutos depois. #LUTO. A assessoria do SBT desmentiu logo o boato, que teria sido publicado por um hacker que invadiu o provedor do site O Fuxico. Na época, Sílvio estava de boa curtindo as férias em ritmo, ritmo de festa nos Estados Unidos.
7. Homicídio múltiplo: Fidel Castro, Dick Cheney, Nelson Mandela, Bob Hope, Gerald Ford, Papa João Paulo II e Ronald Reagan
(via)
O dia 16 de abril de 2003 foi movimentado na CNN – a empresa matou, por engano, sete pessoas com um clique só. Ops. Um erro interno permitiu que a área administrativa do portal fosse acessada sem senhas. Invasores aproveitaram a porta aberta para publicar os rascunhos salvos das páginas de tributos a Fidel Castro, Dick Cheney, Nelson Mandela, Bob Hope, Gerald Ford, Papa João Paulo II e Ronald Reagan. Para tornar o erro ainda mais divertido, os perfis, ainda não finalizados, tinham como base o perfil da mãe da Rainha Elizabeth II, falecida em 2002, e trechos trocados. A confusão fez com que Dick Cheney fosse descrito como “a vovó favorita do Reino Unido” (referente à Rainha Mãe) e Fidel Castro como “salva-vidas, atleta e estrela do cinema” (referente a Ronald Reagan). Parabéns a todos envolvidos.
Fonte:
Você já deve ter ouvido falar que para morrer só basta estar vivo. A máxima parece ter sido levada ao pé da letra: trocas de identidades, boatos, fraudes e obituários publicados antes da hora fizeram com que pessoas tivessem suas mortes decretadas muito antes de decidirem partir dessa para a melhor. Conheça 7 casos de mortes anunciadas antes da hora:
1. Mark Twain
“A notícia sobre minha morte foi bastante exagerada”, declarou (bastante vivo, obrigado) Mark Twain. Em 1897, o autor de As aventuras de Tom Sawyer teve sua morte anunciada com 13 anos de antecedência pelo New York Journal. A confusão teria se dado devido à doença de um primo do escritor – este sim prestes a bater as botas. Durante a década “extra” de vida, Twain escreveu o manuscrito de sua autobiografia que, de acordo com suas instruções, só deveria ser publicada 100 anos depois de sua morte. A orientação excêntrica chamou atenção: o livro, lançado em 2010, se tornou um best-seller póstumo. Brás Cubas ficaria orgulhoso.
2. Alfred Nobel
Químico, engenheiro e inventor, Alfred Nobel se tornou mais conhecido em seu tempo por ter criado a dinamite. Mas esse legado nem sempre trouxe felicidade. O sueco, nascido em 1833, era um pacifista e amante de poesia que sentia-se incomodado com a apropriação de sua invenção pela indústria da guerra. Por isso, foi com um baque (maior ainda) que Nobel recebeu a notícia de sua própria morte em 1888. Naquele ano, foi Ludvig, irmão de Alfred, quem faleceu, mas um jornal francês acabou publicando o obituário prematuro do inventor por engano. O título já deixava claro o tom do texto de despedida: Le marchand de la mort est mort (“o mercador da morte está morto”, em português).
Para redimir seu nome, Alfred tomou providências para que, quando seu fim derradeiro chegasse (de verdade), ele fosse lembrado como mais que um fabricante de armamentos. Em seu testamento, determinou que 94% de sua fortuna fosse usada para instituir os prêmios Nobel. Alfred acabou morrendo 8 anos depois, em 1896, e a primeira edição daquele que viria a se tornar um dos mais importantes prêmios da ciência aconteceu em 1901.
3. Paul McCartney
Live and let die, uai
Para Sir Paul McCartney, desmentir os boatos de sua morte não foi tarefa tão fácil como para os colegas desta lista. Tudo começou em 1969, quando a morte do ex-beatle foi anunciada durante a ligação de um ouvinte a um programa da rádio americana WKNR-FM. O “furo” repercutiu e acabou alimentando histórias que combinam o que há de melhor nas mais absurdas teorias das conspiração. Supostamente, várias canções e capas de álbuns dos Beatles indicariam que Paul já teria passado dessa para melhor. E quem seria o senhor britânico que veio ao Brasil falar uai, no mês passado? Um sósia, é claro. Let it be.
4. Membros da “Associação dos Mortos”
Walking dead
O indiano Lal Bihari descobriu-se em uma condição singular quando tentou solicitar um empréstimo no banco na década de 1970. “Infelizmente não podemos atender ao seu pedido, já que o senhor está morto”, lhe informaram constrangidos. Opa, como assim? Dados oficiais indicavam que Lal, que então tinha pouco mais de 20 anos, havia falecido em 1976. O erro não surgiu por acaso. Bihari foi uma das centenas de vítimas do esquema de fraudes que atingiu (e matou no papel) centenas de pessoas na Índia. Para obter propriedades, diversas famílias da populosa região de Uttar Pradesh recorreram ao “assassinato legal” de seus parentes. No caso de Lal, o culpado era seu tio que teria subornado um funcionário público para conseguir uma declaração de morte do sobrinho e herdar todos os seus bens.
Bihari passou 19 anos tentando provar que ainda estava vivo. Cometeu pequenos furtos, solicitou subsídio de viuvez para a própria esposa e até concorreu a eleições – tudo para obrigar que admitissem sua inegável existência. Em 1994, Lal finalmente voltou a viver. Para ajudar pessoas na mesma situação, ele criou a Associação dos Mortos, que possui hoje mais de 500 membros e segue atuante. Em 2008, 221 pessoas foram declaradas vivas depois de uma grande manifestação em Nova Deli. No ano passado, aniversário de 36 anos do “renascimento” de Lal, os “mortos” marcharam pelas ruas para pedir justiça.
5. Alice Cooper
(via)
Guilhotinas, cadeiras elétricas, bonecos de vodu. Os fãs de Alice Cooper estão acostumados a se chocar quando o músico americano sobe aos palcos. Mas nada se compara ao susto que tomaram no início da década de 1970: a revista Melody Maker publicou a resenha de um dos shows de Cooper em forma de um obituário irônico. Mas nem todo mundo entendeu a brincadeira mórbida. Milhares de pessoas já estavam em luto pela morte do cantor quando ele liberou uma nota oficial para acalmar os fãs: “Eu estou vivo e bêbado, como de costume”. Ufa!
6. Silvio Santos
(via)
Ma oê! Em maio de 2009, Senor Abravanel foi vítima de uma pegadinha que deu um susto no Brasil. A morte do apresentador foi anunciada com riqueza de detalhes: Silvio Santos teria passado mal durante as gravações de seu programa; encaminhado ao hospital Albert Einstein, em São Paulo, teria sofrido uma parada cardíaca minutos depois. #LUTO. A assessoria do SBT desmentiu logo o boato, que teria sido publicado por um hacker que invadiu o provedor do site O Fuxico. Na época, Sílvio estava de boa curtindo as férias em ritmo, ritmo de festa nos Estados Unidos.
7. Homicídio múltiplo: Fidel Castro, Dick Cheney, Nelson Mandela, Bob Hope, Gerald Ford, Papa João Paulo II e Ronald Reagan
(via)
O dia 16 de abril de 2003 foi movimentado na CNN – a empresa matou, por engano, sete pessoas com um clique só. Ops. Um erro interno permitiu que a área administrativa do portal fosse acessada sem senhas. Invasores aproveitaram a porta aberta para publicar os rascunhos salvos das páginas de tributos a Fidel Castro, Dick Cheney, Nelson Mandela, Bob Hope, Gerald Ford, Papa João Paulo II e Ronald Reagan. Para tornar o erro ainda mais divertido, os perfis, ainda não finalizados, tinham como base o perfil da mãe da Rainha Elizabeth II, falecida em 2002, e trechos trocados. A confusão fez com que Dick Cheney fosse descrito como “a vovó favorita do Reino Unido” (referente à Rainha Mãe) e Fidel Castro como “salva-vidas, atleta e estrela do cinema” (referente a Ronald Reagan). Parabéns a todos envolvidos.
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