2.7.13
Revolução Constitucionalista de 1932
Em 9 de julho de 1932, rebentou a Revolução Paulista. São Paulo já possuía um governante civil e paulista, de modo que a grande reivindicação era a constitucionalização do país.
O Estado do café se levantou contra a Revolução de 30 e os políticos paulistas, sobretudo os dirigentes do PRP (Partido Republicano Paulista), não se conformaram com a vitória da Revolução. A nomeação de um interventor em São Paulo, propiciou-lhes motivos para o desencadeamento de uma grande propaganda contra o governo federal, na qual se destacavam lemas bem elucidativos: "São Paulo conquistado!", "São Paulo dominado por gente estranha!", "Convocação imediata da Constituinte!", "Tudo pela Constituição!"
Embora o interventor, sentindo dificuldades para administrar o Estado, tivesse pedido demissão, a onda de descontentamento e agitação prosseguiu. Na noite de 23 de maio de 1932, um grupo de populares tentou invadir a sede do partido favorável a Getúlio Vargas, na Praça da República. Houve resistência e o resultado foi desastroso, com cinco vítimas fatais: Martins, Miragaia, Drauzio, Camargo e Alvarenga, que veio a falecer meses depois.
Foi assim que, em 9 de julho de 1932, rebentou a Revolução Paulista. São Paulo já possuía um governante civil e paulista, de modo que a grande reivindicação era a constitucionalização do país. Mas o Estado paulista ficou só, não houve adesão das outras oligarquias dos demais Estados.
Em 1932, dos 7 milhões de habitantes de São Paulo, mais da metade era de origem italiana. Para eles, a luta era em defesa da unidade nacional. Com argumento desse tipo, os interventores conseguiram grande número de voluntários para lutar contra os paulistas.
Isso, contudo, não bastou. De todos os lados, as forças paulistas eram assediadas pelas tropas do governo federal. Para completar o cerco, a esquadra bloqueou o litoral. E para não reconhecer a derrota antes do tempo, a ordem do comando revolucionário era "durar", isto é, resistir a qualquer preço. A esperança de adesão dos outros Estados se dissipou, totalmente, com a prisão dos líderes gaúcho e mineiro, ambos partidários do levante paulista.
A capitulação se deu a 1º de outubro 1932. Cerca de 135 mil paulistas lutaram, incansavelmente, por três meses. No dia 2 de outubro daquele ano, sem armas, sem munição e sem o apoio de outros Estados, São Paulo foi obrigado a se render às forças de Vargas.
Os principais chefes da revolução foram detidos e obrigados a se exilar na Europa, assim, não poderiam concorrer as eleições nem votar. Getúlio vence a Revolução, mas, mesmo assim, o governo percebe que era difícil governar sem as oligarquias paulistas. Para não perder o poder, Vargas decide nomear a comissão de constitucionalização. Em 25 de julho, ordenou o alistamento eleitoral e, depois, convocou a assembléia constituinte.
Em 1997, o governador de São Paulo, decretou o dia 9 de julho, feriado estadual para homenagear o "Dia do Soldado Constitucionalista". O obelisco do Ibirapuera é uma homenagem a Martins, Miragaia, Drauzio e Camargo, mortos no dia 23 de maio. O obelisco simboliza uma espada fincada, ferindo o coração (simbolizado pela praça) do Estado de São Paulo.
Por isso, 23 de Maio é o "Dia da Juventude Constitucionalista", para lembrar a memória desses estudantes vítimas da repressão, simbolizados pela sigla: MMDC (iniciais dos quatro nomes).