O Fusca, o primeiro automóvel a se tornar popular no Brasil, é um dos símbolos do início da indústria automobilística no país.
Encontro de Fuscas na Alemanha – esse automóvel foi um dos símbolos da indústria automobilística no Brasil.*
O Fusca foi durante muito tempo o carro mais popular do Brasil e, talvez, até mesmo de todo o mundo. Idealizado na Alemanha nazista com o objetivo de ser um carro acessível às camadas de menor renda da sociedade alemã, além de ser pequeno e de fácil manutenção, o Fusca sobreviveu à queda do III Reich, passando a rodar em ruas e estradas de boa parte do mundo.
No Brasil, o Fusca passou a ser fabricado em pequena escala em 1953, em um pequeno armazém na cidade de São Paulo, sendo fabricados entre 1953 e 1957 cerca de 2.200 automóveis. Em 1959, foi inaugurada a fábrica da Volkswagen em São Bernardo do Campo, onde o Fusca passou a ser produzido em grande escala.
O Fusca foi a principal mercadoria produzida pela indústria automobilística brasileira entre 1950 e 1980, e o início de sua fabricação no Brasil nos permite compreender o processo de industrialização promovido pelo governo de Juscelino Kubitschek, na segunda metade da década de 1950.
O objetivo da aula proposta é partir de um objeto de estudo que foge dos usualmente utilizados na disciplina de História, o Fusca, para debater o processo de industrialização de JK. A introdução da aula pode ser realizada com um curto vídeo produzido pela TV Cultura de São Paulo que trata da história do Fusca (que pode ser acessado aqui). Com esse primeiro momento de sensibilização, o professor pode fazer questionamentos sobre as impressões que os alunos têm desse automóvel que faz parte da cultura brasileira, anotando no quadro suas respostas.
Posteriormente, na segunda parte da aula, o professor deve buscar ligar a produção do automóvel no Brasil com o momento histórico da inauguração de sua fábrica no estado de São Paulo. Nesse momento é que deve ser realizado o debate sobre as medidas econômicas de JK. Com o lema “50 anos em 5”, o presidente do Brasil à época pretendia impulsionar o desenvolvimento econômico e industrial do país, tendo por um de seus pilares a indústria automobilística.
Com a implantação de uma planta industrial automobilística, o Brasil deixava de importar parte dos veículos de que necessitava, passando a produzi-los em solo nacional. Entretanto, em virtude da falta de tecnologia e de capitais necessários aos investimentos, a implantação dessa planta industrial somente se tornou possível com uma ligação com capitais estrangeiros, o que, no caso do Fusca e da Volkswagen, ligava o Brasil aos investidores alemães.
O professor pode finalizar a aula debatendo sobre a abertura do capital estrangeiro do governo de Juscelino Kubitschek, como na indústria automobilística, e duas consequências desse processo. A primeira foi a intensificação da industrialização e modernização do país, já que para produzir os automóveis, era necessária também toda outra série de atividades econômicas complementares. A segunda foi a integração do Brasil em cadeias produtivas internacionais, resultando ainda na dependência em tecnologia e no aumento da dívida externa.
Após o debate, como forma de avaliação, o professor pode solicitar aos alunos outra pesquisa, ligando o Fusca a outros presidentes do Brasil. Com isso, é possível inserir em outros contextos históricos a ligação de presidentes com a indústria automobilística no país, como o caso de Itamar Franco.
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* Crédito da Imagem: Bocman1973 e Shutterstock.com
Por Tales Pinto
Fonte: http://educador.brasilescola.com/estrategias-ensino/fusca-industria-automobilistica-no-brasil.htm