Havia demorado quase duas décadas do final da 2ª Guerra para que a Justiça alemã reagisse aos acontecimentos na polonesa Osviecim. Sob a acusação de participarem do extermínio de milhões de pessoas, incluindo mulheres e crianças, ex-funcionários do campo de concentração de Auschwitz foram levados a julgamento em Frankfurt - pela primeira vez com a presença de numerosíssimo público - que ocorreu no Tribunal juntamente com 220 jornalistas e várias equipes de televisão.
Ao mesmo tempo que se iniciava o julgamento, a chamada Comissão de Auschwitz, criada pelo Governo polonês, solicitava ao representante de Gana em Varsóvia a extradição do Dr. Horst Schumann, conhecido pelas experiências de eutanásia, esterilização e castração realizadas nos presos do campo de concentração. Depois da guerra, ele fugira para Gana, onde passou a trabalhar no Serviço de Saúde.
Wilhelm Boger, um dos principais acusados e temido pelo grau atroz de suas torturas, se recusou a prestar esclarecimentos sobre Auschwitz, alegando precário estado de saúde, e receando não sobreviver ao julgamento.
Vários anos decorreram antes de que ficassem prontos os autos da acusação, que ocupou mais de 16 mil páginas de um total de 80 volumes. A investigação, que culminou com o julgamento dos réus, começou quando um ex-prisioneiro do campo de concentração, Emil Vulkan, encontrou na cidade de Breslau, a salvo das chamas que a consumiam, uma série de documentos contendo as listas dos executados em Auschwitz e dos algozes a quem coube sua morte. Os papéis ficaram guardados com Emil por 13 anos, até serem apresentados ao promotor público Fritz Bauer, em Frankfurt.
Entre os acusados, além de Wilhelm Boger, estavam Robert Mulka, comandante da Tropa de Segurança de Auschwitz (idealizador dos crematórios e dos complexos de câmara de gás); Pery Broad, representante político e membro da Gestapo, de origem brasileira; Oswald Kaduk, o "Satanás de Auschwitz", e o dentista Willi Schatz.
Nenhum dos réus demonstrou qualquer tipo de arrependimento diante do tribunal. A maioria seguiu os conselhos de seus advogados e calou-se em juízo.
No dia 19 de agosto de 1965 encerrava-se o julgamento que acabou entrando para a história como símbolo de que os crimes cometidos em Auschwitz não poderiam ficar impunes. O juiz proclamou 17 sentenças, com penas que iam desde prisão perpétua por assassinato (para seis réus) a três absolvições, as quais causaram indignação tanto na Alemanha como no exterior.
Dr. Schumman viveu sob proteção do chefe de Estado de Gana até 1966, quando foi extraditado para a Alemanha Ocidental onde um julgamento contra ele foi aberto em Frankfurt em 23 de setembro de 1970. No entanto, Schumann foi libertado da prisão em 29 de jullho de 1972, alegando as precárias condições de saúde. Ele morreu em 5 de maio de 1983.
Wilhelm Boger terminou seus dias em regime de prisão perpétua na Alemanha, implorando para ver seus netos, mas recusado por todos os seus descendentes. Ele morreu em 03 de abril de 1977, 19 anos após sua prisão e julgamento.
Robert Mulka foi considerado culpado de cumplicidade no assassinato de 750 pessoas em pelo menos quatro ocasiões distintas, e foi condenado a 14 anos de prisão. Ele tentou o suicídio, sem sucesso, na prisão, e acabou liberto 1968 por conta da saúde fragilizada. Morreu no ano seguinte, em 26 de abril, em Hamburgo.
Pery Broad foi condenado a quatro anos de prisão. Cumpriu parte da pena e foi liberado sob custódia. Livre, viveu discretamente até morrer em 28 de novembro de 1993.
Oswald Kaduk foi condenado à prisão perpétua. Mas, por motivos de saúde, acabou libertado em 1989. Morreu em 31 de maio de 1997.
Willi Schatz foi um dos absolvidos, por falta de provas e dúvidas quanto à dua verdadeira atuação no campo de concentração.
Fonte: http://www.jblog.com.br/hojenahistoria.php?itemid=31828
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