O Sebastianismo foi um movimento místico-secular que ocorreu em Portugal, durante a segunda metade do séc. XVI. Foi causado pela morte do rei D. Sebastião, durante a batalha de Alcácer-Quibir, no ano de 1578.
Como D. Sebastião não possuía herdeiros, o trono de Portugal ficou sob o poderio do rei Filipe II, da Espanha. O Sebastianismo, foi, portanto, uma esperança na vinda de um salvador, adaptado às condições lusas. Seria traduzido como uma inconformidade, um sentimento de insatisfação com a situação política da época, e uma expectativa de mudança (salvação), mesmo que para isso acontecer fosse necessário um verdadeiro milagre, como a ressurreição do rei morto, D. Sebastião.
Em Portugal foi divulgada uma lenda de que o Rei ainda estava vivo, esperando o momento certo para retomar o trono e afastar o rei estrangeiro, lenda que foi encorajada pelo fato de o povo não aceitar a história de que o corpo do Rei haveria sido transportado para Belém.
O Sapateiro de Trancoso, Bandarra (poeta português), escreveu diversos versos que clamavam o retorno do Rei, chamado de “Desejado” como cognome. Isso fez com que o sentimento se propagasse ainda mais no país. Ocorreu também de vários oportunistas tentarem se fazer passar pelo rei, tentando ganhar algum benefício, mas ao serem descobertos, eram condenados à morte.
O movimento perdeu forças quando a situação política finalmente mudou, no dia 1 de Dezembro de 1640, quando um grupo de conjurados chefiados pelo Duque de Bragança retomou o trono português através do golde da Restauração. Portugal voltou à independência, mas o Sebastianismo ainda permaneceria por muito tempo na mente dos portugueses. O Duque de Bragança viria a se tornar D. João IV.
Após este episódio, o movimento (sebastianismo) tomaria novas formas por todo o Império Português, e chegaria ao Nordeste do Brasil como forma de crença popular na chegada de um “rei bom”. Escritores importantes como Padre Antonio Vieira e Fernando Pessoa deixaram escritos a respeito do movimento, ressaltando principalmente o patriotismo por ele causado.
No Brasil, o Sebastianismo influenciou movimentos populares desde o Rio Grande do Sul até o Norte, isso por consequências de alguns fatos como o de Antonio Conselheiro empregá-lo em seus discursos em Canudos, afirmando que D. Sebastião retornaria dos mortos para restaurar a monarquia no Brasil. Como neste episódio, o termo foi empregado em outros no país, e acabou ficando bastante conhecido na região Nordeste.
O Sebastianismo acabou, portanto, tornando-se um mito, e como é próprio dos mitos, tem sido adaptado a realidade de diversos momentos da história.
Fontes:
http://www.pt-comunidades.com/index.php?option=com_content&view=article&id=632:lendas-e-mitos-de-portugal-o-mito-do-sebastianismo&catid=70:lendas-e-mitos-de-portugal&Itemid=305
http://aulete.uol.com.br/sebastianismo
http://educaterra.terra.com.br/voltaire/500br/canudos7.htm
http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=721
http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/index.php?option=com_content&view=article&id=419&Itemid=1
http://www.citi.pt/cultura/historia/personalidades/d_sebastiao/garrett.html
http://www.infopedia.pt/$sebastianismo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sebastianismo
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