9.2.15

A Degola e Execuções Durante a Revolução Federalista


Por Antonio Gasparetto Junior

À época da Revolução Federalista, o marechal Floriano Peixoto ocupava o cargo de Presidente do Brasil. Sua primeira medida sobre o que acontecia no Rio Grande do Sul foi enviar tropas federais ao estado para apoiar Júlio de Castilhos. As tropas foram chamadas de legalistas e se dividiram em três fontes de combate. O governador gaúcho, por sua vez, convocou também a polícia estadual para defender seu governo. Vários combates foram travados daí em diante.



Durante o conflito, houve um momento em que a prática da degola foi utilizada extremamente. Ambos os lados da disputa fizeram uso do recurso. O recurso foi atribuído, inicialmente, a Adão Lotorre, um coronel do lado dos maragatos, que teria executado cerca de 300 opositores às margens do Rio Negro. Mas esse argumento que foi propagado é equivocado, pois as fontes demonstram que o número apontado refere-se a um número total de vítimas por motivos diversos no combate. Efetivamente, o número de degolados estaria em torno de 23 homens, sendo que este grupo era formado por indivíduos publicamente reconhecidos pelos seus atos contra os federalistas. Todavia, a resposta foi muito mais extremada. Se os maragatos haviam degolado 23 homens, os chimangos revidaram degolando 250 maragatos no chamado Combate do Boi Preto.

Assim, a degola acabou se tornando execução comum durante a Revolução Federalista. De tanto se utilizar o recurso, acabou sendo banalizado e ocorrendo com zombarias e humilhações. Algumas vezes, a prática era precedida ainda por castração. Ou seja, difundiu-se um costume de extrema selvageria durante o confronto. Costume que se expandia à cada vez que se buscava a retaliação. Como as tropas não tinham capacidade de manter prisioneiros, a punição que melhor atendia era a execução rápida que as degolas permitiam. Ao fim do combate, centenas de homens morreram vitimados por tais atos de selvageria.

Fonte:
http://www.inicepg.univap.br/cd/INIC_2010/anais/arquivos/0299_0106_01.pdf
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