A cerâmica mais antiga conhecida até hoje procede do Japão e data do IV milênio a.e.c. No Oriente Médio, cerâmica apareceu três mil anos depois e pode afirmar-se que se tratou de uma invenção independente. Em todo o mundo, a cerâmica associa-se à vida urbana sedentária, dado que o seu volume e a sua fragililade não a tornam adequada ao estilo de vida nômade dos povos caçadores e coletores.
A cerâmica é um dos instrumentos mais úteis com que contam os arqueólogos do Oriente Médio, dado que em toda a região se encontra uma grande quantidade de fragmentos. Os recipientes de cerâmica são de difícil confecção e muito frágeis. As peças quebradas não podiam ser utilizadas novamente e eram jogadas fora. Felizmente, a argila cozida é quase indestrutível. conserva-se sob quase todas as condições. Muitas povoações estão cobertas por uma camada de cacos depois de o vento e a chuva terem erodido a superfície do terreno.
O estudo da cerâmica proporciona muita informação. A procedência da argila pode ser determinada por análises científicas, dado que a composição química das argilas utilizadas pelos recipientes varia. Até sem a ajuda da análise é fácil distinguir entre diversos tipos de cerâmica. A mistura que se acrescenta à argila pode ser de vários tipos: areia, resíduos, cabelos etc. Cada uma deixa a sua marca na fabricação do recipiente. A confecção deste varia segundo as condições nas quais é feito. Especialmente a presença ou a ausência de oxigênio nas câmaras de cozimento modifica a cor da argila, que varia de vermelho (com oxidação) a cinzento ou preto (reduzida). Existe uma grande disparidade em formas e tamanhos, de pratinhos planos a enormes talhas. Algumas eram modeladas à mão e completadas com a junção de peças de argila em forma de bolinhas, de lâminas ou de anéis. Outras eram prensadas em móveis, ou ainda aquelas a que se dava forma em um torno lento (a partir de 4500 a.e.c.) ou em um torno rápido (a partir de 2000 a.e.c.). O tratamento dado à superfície também variava: alisava-se, esmaltando-a com uma fina camada de argila líquida, ou pintava-se com pigmentos de argila; podia-se polir, gravar, cinzelar, estampar ou fazer incrustações e, depois de 1500 a.e.c. vitrificar.
As técnicas de fabricação e de decoração diferem segundo as regiões e as épocas, de modo que a cerâmica presta um grande serviço no momento de datar um período. É muito útil para os tempos pré-históricos ou para outras épocas nas quais as fontes escritas não são abundantes. Além disso, os fragmentos recolhidos na superfície de um povoado podem ser utilizados para datar o momento de ocupação do lugar e para determinar as alterações nas características de uma região através do tempo. A cerâmica é também um indicador da atividade comercial e das influências culturais.
Apesar de os grandes traços do desenvolvimento dos estilos cerâmicos nas diferentes regiões do Oriente Médio serem bem conhecidos, é necessário prosseguir os estudos para aperfeiçoar a cronologia e compreender melhor os pormenores da fabricação e da distribuição da cerâmica na Antigüidade.
Fonte:http://www.historia.templodeapolo.net/textos_ver.asp?Cod_textos=220&value=A%20import%C3%A2ncia%20da%20cer%C3%A2mica%20no%20Estudo%20da%20Antig%C3%BCidade%20&liv=&civ=Civiliza%C3%A7%C3%A3o%20Sum%C3%A9ria#topo
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