Por volta de 3100-2900, na época inicial do bronze, a baixa mesopotâmia já se apresentava urbanizada, e apresentava 14 cidades que subordinavam outra menores e numerosas aldeias. Trata-se, de fato, da mais antiga região urbanizada do mundo, assim, sendo a pioneira no processo de urbanização, sem ter um modelo à seguir. Soluções tiveram que ser encontradas para os problemas que iam aparecendo ao logo de 4 milênios enquanto o modo de vida urbano era consolidado, explicando a longevidade do processo.
Mapa da Mesopotâmia. (William Robert Shepherd / via Wikimedia Commons)
No Egito, aonde a urbanização demorou 2,5mil anos, se cogita à possibilidade de terem aprendido o processo com os mesopotâmicos. Dentre as dificuldades encontradas pelos Mesopotâmicos, foi a dependência dos rios para a agricultura. Eles se encontravam em vazante no periodo de semear, e em cheia na época em que os cereais já estavam crescidos. Essas necessidades levaram à criação de sistemas de diques, barragens, canais de irrigação e drenagem, que dependiam de um enorme esforço para manutenção. Há comprovação arqueológica de que desde a pré história os Mesopotâmicos efetuavam comércio, às vezes com povos distantes, conseguindo assim materiais como ferro para a metalurgia, pedra, madeira, etc... .
Pesquisadores defendem a hipótese de que os primeiros órgãos estatais foram os templos, mas outros defendem a hipótese de que, desde sua formação, as instituições eram controladas por dois órgãos posteriores: O conselho de anciãos e a assembléia dos homens livres. O surgimento, comprovado por provas documentais da época, de templos administrativos ocorreu ainda no quarto milênio, mas o palácio real só apareceu no terceiro milênio.
Essa explicação é necessária para diferenciar a baixa mesopotâmia do início dos tempos históricos, aonde surgem as primeiras fontes escritas detalhadas. No terceiro milênio, a Baixa Mesopotâmia era dividida em duas partes: Os Sumérios, que falavam o sumério ,língua abandonada em 1900 a.c e o país de Akkad, aonde era falado o Acádio,
língua pertencente ao grupo semita que prevaleceria na região. Mas o que chama mais atenção à Mesopotâmia é sua homogeniedade cultural, apesar das duas línguas faladas. As cidades Mesopotâmicas eram constituídas de três partes: A cidade amuralhada, a cidade externa (fora dos muros) e o porto fluvial, que servia para o comércio externo.
A monarquia na mesopotâmia ocorreu de forma ocasional e eletiva em primeira instância, mas o monarca deveria consultar o conselho e a assembléia antes de ir à guerra. Na segunda metade do terceiro milênio, o rei passa à residir em um palácio completamente separado do templo, e já não carrega consigo a função de sumo-sacerdote, mas um dos pré-requisitos para a monarquia era ter o controle da cidade de Nippur, cujo santuário era o centro religioso da Suméria. Um dos fatores essenciais para o surgimento da monarquia permanente, hereditária e separada do templo foi o comando militar, necessário para a defesa das cidades e rotas marítimas e para os saques e pilhagens de outras cidades. As funções administrativas do templo, do conselho e da assembléia foram diminuindo à medida que o poder monárquico aumentou, esse tendo responsabilidades até na supervisão das obras de irrigação.
O primeiro governo que podemos denominar de império, foi criado por Sargão I, de Akkad, que unificou a mesopotâmia e seus arredores imediatos, fundando uma capital, denominada Akkad ou Agadé. Tal império não durou muito, em função de ataques externos e revoltas internas. Ao fim do terceiro milênio, a monarquia estava bem consolidada na mesopotâmia. O palácio se tornara, economicamente e politicamente, mais poderoso que o templo.
No entanto, durante o período de apogeu imperial, o poder monárquico mesopotâmico nunca se aproximou do poder monárquico egípcio. A religião mesopotâmica era politeísta, algumas delas geraram legado para outras culturas, como Inanna, inspiração para a Athena grega. Na concepção mesopotâmica, não existia separação entre o mundo natural e sobrenatural, tudo era dotado de vontade própria. A própria monarquia é uma criação divina na concepção mesopotâmica. Existiam, basicamente, 3 vertentes religiosas conhecidas: a religião sacerdotal dos templos, a religião monárquica, que se reservava às funções religiosas do monarca, com bastante fontes de pesquisa, e a religião popular, bastante desconhecida.
As maiores divindades sumero-arcadianas eram Anu, Enlil, Enki, Ninhursag ou Nitu, Nanna ou Sin, Utu, e Innana. Cada grande deus tinha um santuário principal situado em apenas uma das principais cidades-estado (embora cultuados em toda a mesopotâmia). Eram organizados festivais religiosos,que contavam com a presença do rei em pessoa. Os sacerdotes se organizavam hierarquicamente e seguiam uma rígida divisão do trabalho. O rei era classificado um representante ou capataz dos deuses, e devia consultar os sacerdotes para interpretar mensagens divinas que lhe chegavam.
Fonte:http://www.infoescola.com/historia/baixa-mesopotamia/