20.2.19
Sociedade Estamental
Na Idade Moderna, a sociedade europeia estava organizada em grupos chamados estamentos ou estados. Cada estamento tinha função social, estatuto jurídico e características próprias.
Crescimento populacional
A população experimentou, a partir do século XVI, um evidente crescimento. Entretanto, isso não ocorreu de forma continuada, porque a população sempre foi afetada por crises de subsistência e enfermidades. No século XVII, a Europa, que tinha entre 70 e 80 milhões de habitantes, sofreu estancamento geral por causa das pestes, guerras e fome.
Durante o século XVIII, a população europeia alcançou um rápido crescimento, graças à redução da taxa de mortalidade pela melhora da alimentação, e pela diminuição das epidemias e das guerras.
Os estamentos privilegiados
Os privilegiados tinham vantagens: não pagavam a maioria dos impostos, eram proprietários de quase todas as terras, tinham tribunais próprios e detinham os principais cargos.
A nobreza
Embora na teoria a função da nobreza na Idade Moderna fosse defender a sociedade, muitos nobres evitavam servir o exército. Existiam três grandes grupos de nobres:
O nível mais alto correspondia aos titulados ou nobres de sangue (duques, condes, marqueses etc). Eram donos de enorme poder político e econômico e mantinham um estilo de vida extremamente luxuoso. Entre os titulados havia ainda um grupo reduzido bastante próximo do rei.
O nível médio era o dos cavaleiros. Eles eram proprietários de terras, das quais obtinham seus rendimentos, e tinham um padrão de vida alto e suntuoso.
O nível mais baixo era ocupado pelos fidalgos, nobres por ascendência familiar, mas que, em geral, não tinham dinheiro nem tenras – muitos, inclusive, viviam na pobreza.
Durante a Idade Moderna formou-se ainda a nobreza togada (ou de toga), composta por juizes e outros funcionários da administração, enobrecidos pelo rei por conta de serviços prestados ao Estado.
O clero
Sua função era buscar a salvação da sociedade por meio da oração, da pregação, dos ofícios religiosos e do ministério dos sacramentos. Existiam dois tipos de clero, o regular e o secular. O clero regular era aquele que seguia a regra de uma ordem religiosa, como era o caso dos franciscanos, dominicanos, jerônimos etc. Já o clero secular exercia os trabalhos sacerdotais, mas não seguia regras.
Dentro do clero também havia diferentes grupos:
O alto clero era formado por cardeais, bispos, arcebispos etc, que detinham grande poder político e controlavam vultosas riquezas.
O clero médio era constituído pelos abades e abadessas das ordens, pelos membros dos cabildos e pelos vigários das paróquias ricas. Seus cargos lhes proporcionavam altos rendimentos, permitindo-lhes viver na fartura.
O baixo clero incluía os curas (vigários), os frades e as monjas, que viviam modestamente – alguns eram muito pobres, sobretudo os curas rurais.
Os não-privilegiados
Os que não eram nobres nem pertenciam ao clero faziam parte do grupo dos não-privilegiados, também chamados de plebe ou povo comum. Com a função de prover o sustento de toda a sociedade, pagavam impostos e dedicavam-se a atividades produtivas. Entre eles havia muitas diferenças:
Os mais ricos, imitando a nobreza, viviam em grande luxo. Para enobrecer suas famílias, arranjavam o casamento de seus filhos com nobres em má situação financeira.
As condições dos mais pobres eram péssimas: a maioria vivia em constante fome e penúna, situação piorada pela frequente alta dos impostos. Mais de 80% da população era de camponeses, que nos meses de inatividade agrária alternavam as tarefas no campo com outros tipos de trabalho. Os não-privilegiados dedicavam seu tempo de lazer às celebrações religiosas e festas de todo o tipo.Os estamentos da sociedade moderna.
Fonte: https://www.coladaweb.com/historia/sociedade-estamental