7.9.20
Extinções em Massa
Estima-se que a vida na Terra tenha surgido há, aproximadamente, 3,5 bilhões de anos, durante o éon Arqueano. De lá para cá, o planeta passou por grandes modificações, como a movimentação das placas tectônicas, o reposicionamento dos continentes e a transformação da composição atmosférica. Com isso, houve grande diversificação das formas de vida.
No entanto, ao longo dessa história, a vida na Terra passou por diversos períodos em que quase chegou ao fim. As espécies sobreviventes se diversificaram novamente, mudando a conformação da vida no planeta. Os paleontólogos caracterizam esses eventos catastróficos globais como extinções em massa, sendo cinco os eventos mais importantes.
As 5 grandes extinções em massa do passado
A primeira grande extinção, ocorrida no Período Ordoviciano, por volta de 443 milhões de anos, extinguiu entre 60% e 70% das espécies do planeta, devido à ocorrência de um período glacial. O congelamento da maior parte da água dos oceanos afetou os organismos marinhos, como moluscos, cefalópodes primitivos e peixes sem mandíbula.
A segunda grande extinção ocorreu no Devoniano, aproximadamente 354 milhões de anos atrás, afetando a sobrevivência de 75% das espécies. A principal causa desse evento foi o esgotamento do oxigênio nos oceanos.
A terceira grande extinção ocorreu por volta de 248 milhões de anos, no Permiano. Nesse momento, aproximadamente 95% das espécies do planeta foram extintas por drásticas mudanças ambientais, como impactos de asteroides e atividades vulcânicas.
Há cerca de 200 milhões de anos, no final do Período Triássico, houve uma quarta extinção, na qual os eventos vulcânicos ocasionados pela movimentação de placas tectônicas causaram o aquecimento do planeta, extinguindo 85% das espécies.
Há aproximadamente 65 milhões de anos, no Cretáceo, houve uma quinta extinção, levando à morte dos dinossauros, os maiores animais do planeta, e também de grande parte das demais espécies existentes na época. As duas causas principais foram a intensa atividade vulcânica, na região da atual Índia, e o choque de um grande asteroide (mais de 10 quilômetros de diâmetro), que atingiu a Terra na região da Península de Yucatán, no México.Imagem ilustrativa da chuva de meteoros após choque de asteroide na atmosfera da Terra, uma das causas prováveis da extinção dos dinossauros.
O choque desse asteroide pode ter sido tão grande que, por aproximadamente três anos, houve escuridão e ofuscamento da luz solar, inibindo os processos de fotossíntese e impactando toda a cadeia alimentar do planeta. Nesse momento, surgiu espaço para que os mamíferos se diversificassem na superfície terrestre.
Período geológico atual e a 6º grande extinção
Atualmente, existem grandes discussões entre os cientistas de que estaríamos vivendo o Antropoceno, caracterizado pela sexta extinção em massa das espécies, causada pelos efeitos do Homo sapiens no planeta.
O termo Antropoceno (do grego antropo, “humano”) foi cunhado por Paul Crutzen, ganhador do Prêmio Nobel de Química de 1995, e é utilizado por alguns cientistas para se referir ao atual período geológico em que vivemos, no qual o planeta Terra vem sendo profundamente alterado, e as demais espécies, impactadas pelas atividades humanas. Assim, esse período é caracterizado pelo aumento dos efeitos das atividades antrópicas sobre o ambiente global, em razão da crescente dependência dos combustíveis fósseis e das formas industrializadas de agricultura. Alguns cientistas preveem que as alterações são tamanhas que estaríamos causando a próxima grande extinção em massa do planeta.
Uma das principais causas dos impactos humanos no planeta é o crescimento exponencial da população humana. Nos ecossistemas em equilíbrio, nenhuma das espécies cresce de forma ilimitada. A partir de determinado ponto, os próprios indivíduos passam a competir por recursos, como alimentos e abrigo, e há um declínio natural do número de indivíduos na população. Entretanto, a espécie humana encontrou meios de driblar esse fenômeno natural e tem crescido de forma exponencial, como está representado no gráfico. Isso representa sério perigo para as demais espécies do globo e, também, para a própria humanidade.
Por: Wilson Teixeira Moutinho
Disponível em: https://www.coladaweb.com/geografia/extincoes-em-massa