Dar dignidade histórica a Teresa Cristina de Bourbon e Imperatriz do Brasil, exumando-a do esquecimento da posteridade é um dever de uma "Mulher da terra de Nápoles".
A história que vamos contar é cheia de charme e aventura, e mais do que uma biografia em sentido estrito, queremos contribuir para uma reconsideração do período em que Itália e Brasil lançaram as bases de suas respectivas identidades nacionais. ) com fortes repercussões que atingem até hoje.
Teresa Cristina delle Due Sicilie (Nápoles, 14 de março de 1822 - Porto, 28 de dezembro de 1889) apelidada de "Mãe dos Brasileiros", foi a Imperatriz consorte de Pedro II do Brasil que reinou de 1831 a 1889.
Teresa Cristina era filha do então Duque da Calábria, que mais tarde ascendeu ao trono do Reino das Duas Sicílias, como Rei Francisco I, que mais tarde ficou órfão de seu pai em 1830. Sua mãe aparentemente a negligenciou após se casar com um jovem oficial em 1839. Ele cresceu em isolamento solitário, em um contexto de superstição religiosa, intolerância e conservadorismo. Ao contrário do pai ou da mãe, Teresa Cristina tinha um caráter doce e tímido. Ela não era agressiva e aprendeu a ficar satisfeita com as circunstâncias em que se encontrava. Ela não brilhava em beleza, mas ela nem era tão feia como alguns historiadores garibaldianos injustamente a descreveram, ela possuía uma bela voz que muitas vezes a levava a praticar canto. As pesquisas e estudos de Aniello Angelo Avella, realizados em fontes napolitanas e brasileiras, nunca explorados até agora, eles revelaram uma personalidade feminina de considerável profundidade humana e cultural, longe da figura submissa e discreta. Portanto, redescobrimos uma mulher enérgica, politicamente influente e prestadora de conselhos, amante e protetora das artes, música, arqueologia, pintura. Uma mulher que amou profundamente a terra brasileira. Graças à sua presença no Brasil, o período 1843-1889 (da chegada ao Rio de Janeiro até a morte no exílio) foi um dos períodos decisivos para a construção da identidade brasileira e, ao mesmo tempo, para o processo de integração entre Nápoles e Brasil. influente no nível político e dispensador de conselhos, amante e protetor das artes, música, arqueologia, pintura. Uma mulher que amou profundamente a terra brasileira. Graças à sua presença no Brasil, o período 1843-1889 (da chegada ao Rio de Janeiro até a morte no exílio) foi um dos períodos decisivos para a construção da identidade brasileira e, ao mesmo tempo, para o processo de integração entre Nápoles e Brasil. influente no nível político e dispensador de conselhos, amante e protetor das artes, música, arqueologia, pintura. Uma mulher que amou profundamente a terra brasileira. Graças à sua presença no Brasil, o período 1843-1889 (da chegada ao Rio de Janeiro até a morte no exílio) foi um dos períodos decisivos para a construção da identidade brasileira e, ao mesmo tempo, para o processo de integração entre Nápoles e Brasil.
Um dia, Vincenzo Ramirez, ministro do Reino das Duas Sicílias, encontrou-se em Viena com um enviado brasileiro que procurava sem sucesso uma noiva para seu imperador, o jovem Pedro II. No entanto, as casas reais europeias, às quais se dirigia, temiam que D. Pedro II desenvolvesse uma personalidade imprevisível como a do pai, o imperador D. Pedro I, conhecido pela sua infidelidade. Ramirez pareceu indiferente e ofereceu a mão de Teresa Cristina. O vínculo de amor era secundário em uma época em que o papel de uma consorte real era gerar herdeiros para seu marido e para a nação. Sendo uma princesa, os possíveis pretendentes eram muito limitados. A perspectiva de se casar com um imperador era uma oportunidade a não perder.
O governo das Duas Sicílias enviou a Pedro II um quadro com uma bela jovem, o que o levou a aceitar a proposta. O imperador ficou encantado com o retrato, dizendo que o tema parecia ser uma "princesa das fadas". Segundo o historiador James McMurtry Longo, a mulher retratada na pintura não era Teresa Cristina, mas outra pessoa, e "quando Pedro II descobriu o engano, era tarde demais". Devido aos complicados casamentos entre realezas, Teresa Maria estava ligada a Pedro II por tantos laços de consanguinidade, que exigiu a dispensa do Papa Gregório XVI antes que os acordos de casamento pudessem ser concluídos. A permissão foi concedida e um casamento por procuração ocorreu em 30 de maio de 1843 em Nápoles: Pedro II foi representado pelo irmão de sua noiva, o príncipe Leopoldo,
Retrato de Teresa Cristina das duas Sicílias
Uma pequena frota brasileira composta por uma fragata e duas corvetas partiu para as Duas Sicílias em 3 de março de 1843 para escoltar a nova imperatriz do Brasil. A esquadra brasileira, acompanhada por uma divisão naval napolitana composta por um navio da linha e três fragatas, voltou ao Rio de Janeiro com Teresa Cristina em 3 de setembro de 1843. Pedro II imediatamente subiu a bordo do navio e cumprimentou sua noiva. Ao ver este gesto impetuoso, a multidão gritou e os canhões dispararam de forma ensurdecedora em saudação. Teresa Cristina se apaixonou pelo novo marido à primeira vista. Ele era alto, loiro bem proporcionado, olhos azuis e considerado bonito, apesar de uma mandíbula pronunciada herdada de seus ancestrais Habsburgos. Ampliando o panorama histórico-cultural da época, ANIELLO ANGELO AVELLA (autor do livro " UM IMPERADOR NEAPOLITANO PARA OS TROPICS. TERESA CRISTINA DI BORBONE NO TRONO DO BRASIL ") também consegue derrubar a tese segundo a qual o casamento de Teresa Cristina foi um acontecimento fortuito, como afirma um certo tipo de historiografia. Pelo contrário, foi um acontecimento importante na política atlântica da diplomacia Com efeito, um novo reforço da união dinástica entre Bourbon e Bragança, deu-se com o casamento do irmão de Teresa, Luigi Conde de Áquila, com a irmã do imperador, Januária, ex-regente do trono brasileiro. Pelo contrário, foi um acontecimento importante na política atlântica da diplomacia Bourbon. Com efeito, um novo reforço da união dinástica entre Bourbon e Bragança, deu-se com o casamento do irmão de Teresa, Luigi Conde de Áquila, com a irmã do imperador, Januária, ex-regente do trono brasileiro. Pelo contrário, foi um acontecimento importante na política atlântica da diplomacia Bourbon. Com efeito, um novo reforço da união dinástica entre Bourbon e Bragança, deu-se com o casamento do irmão de Teresa, Luigi Conde de Áquila, com a irmã do imperador, Januária, ex-regente do trono brasileiro.
Dom Pedro II e Teresa Cristina
A cultura napolitana desse período brilhou nos diversos campos do pensamento, da pesquisa, da expressão artística e logo cruzou o oceano. Sob o alto patrocínio da imperatriz no Rio de Janeiro floresceram o artesanato e as atividades musicais e teatrais. Em vários escritos da época, a Baía de Guanabara era comparada ao Golfo Napolitano e se tornou o destino preferido de muitos súditos das Duas Sicílias, que aumentaram em número após a chegada de Teresa. Assim, a raiz napolitana se espalhou por todos os estratos sociais do tecido urbano 'carioca', ao contrário do modelo francês, dotando o novo estado de outros "modelos" para seu próprio desenvolvimento.
Uma grande paixão da Imperatriz Teresa Cristina foi a arqueologia, tanto a ponto de induzi-la a propor uma troca a seu irmão Ferdinando II, rei de Nápoles e das duas Sicílias, como se pode verificar pela correspondência no volume. Acima mencionados, os dois irmãos napolitanos, apaixonados pela arqueologia, estabeleceram, de fato, uma troca de alto valor cultural com um forte significado simbólico. Vários achados de Pompéia e Herculano partiram para o Rio enquanto diferentes artefatos e ferramentas dos índios brasileiros foram aumentar as já ricas coleções do Museu Real Bourbon de Nápoles (atual Museu Nacional). Além disso, depois de ter herdado algumas propriedades no Lazio de sua tia, a rainha da Sardenha Maria Cristina, Teresa Cristina promoveu uma campanha de escavação no local do antigo Veio,
Museu Nacional. Museu Imperial Petropoli
Graças à princesa napolitana, o Brasil hoje possui, com mais de 700 peças, o maior acervo de arqueologia clássica da América Latina. A "Coleção Teresa Cristina", fruto de uma intensa atividade arqueológica que desenvolveu na Itália, constitui, juntamente com os achados do Museu Nacional e os objetos expostos no Museu Imperial de Petrópolis, um dos maiores centros culturais italianos fora das fronteiras nacionais. Por um lado, objetos da Itália plantaram as sementes da tradição clássica em terras americanas. Por outro lado, o artesanato indígena do Brasil mostrava à Europa alguns aspectos de uma civilização distante que poderiam estimular a criatividade dos antigos continentes. Muitos desses objetos também enriqueceram o Museu Pigorini de Roma.
A avaliação da obra de Teresa Cristina não se limita ao campo artístico, pois influenciou significativamente, sobretudo, a composição dos fluxos migratórios. Foi criado um húmus no qual cresceram as grandes migrações do final do século XIX, que teriam visto a formação da maior colônia de emigrantes italianos no exterior. Como destaca o historiador Julio Cezar Vanni, a imperatriz conquistou a confiança do marido e passou a colaborar nas decisões do Estado. Para melhorar a situação da saúde pública e da educação, ele decidiu algumas facilidades para a Justiça brasileira para que muitos napolitanos, médicos, engenheiros, professores, farmacêuticos, enfermeiras, artistas, artesãos e operários qualificados ali viessem. O volume, acompanhado de correspondência, fotografias de grande importância e beleza,
Familia imperial
A morte de sua filha Leopoldina de febre tifóide em 7 de fevereiro de 1871 causou infelicidade na família imperial. Pedro II, resolveu fazer uma viagem à Europa no mesmo ano entre outros motivos para “alegrar” a sua esposa (como indica as suas palavras) e retribuir a visita aos seus quatro netos, filhos de Leopoldina que viviam em Coburg desde 1860. Teresa Cristina preferia a vida cotidiana no Brasil: "dedicar-se à família, às devoções religiosas e às obras de caridade". A visita à sua terra natal trouxe-lhe então memórias dolorosas: a sua família foi destronada em 1861 e o Reino das Duas Sicílias foi anexado ao que viria a ser o Reino da Itália.
A tranquila rotina doméstica terminou quando uma facção do exército se rebelou e derrubou Pedro II em 15 de novembro de 1889, proclamando a república e ordenando que toda a Família Imperial deixasse o Brasil. Ao ouvir a ordem de saída, um oficial disse à Imperatriz: "Renuncie, minha senhora". Ela respondeu: "Eu sempre tenho, mas como não chorar por ter que deixar essa terra para sempre!" Segundo o historiador Roderick J. Barman, os "eventos de 15 de novembro de 1889 quebraram seu estado emocional e fisicamente". Depois de adoecer durante a maior parte da travessia do Atlântico, Teresa Cristina e a família chegaram a Lisboa no dia 7 de dezembro.
De Lisboa o casal imperial seguiu para o Porto. Isabella e sua família partiram para a Espanha. Em 24 de dezembro, a Família Imperial recebeu a notícia oficial de que havia sido banida do país para sempre. Pedro II escreveu em seu diário em 28 de dezembro de 1889: ".. Ouvindo a reclamação da imperatriz, fui ver o que ela tinha. Ela estava resfriada com dor nos quadris, mas não tinha febre". Com o passar do dia, a respiração de Teresa Cristina tornou-se cada vez mais difícil e a insuficiência respiratória levou a uma parada cardíaca e morte às 14h.
Enquanto morria, Teresa Cristina disse a Maria Isabel Pinto de Andrade, Baronesa de Japurá: “Maria Isabel, não estou morrendo de doença, estou morrendo de dor e pesar”! As suas últimas palavras foram: "Tenho saudades da minha filha [Isabella] e dos meus netos, não posso abraçar o Brasil pela última vez, uma terra linda ... Porque não posso voltar" ... As ruas do Porto estavam apinhadas de gente que se reunia para assistir ao seu cortejo fúnebre. A pedido do marido, o corpo de Teresa Cristina foi sepultado na Igreja de São Vicente de Fora perto de Lisboa, onde foi sepultada no Panteão de Bragança. Seus restos mortais, junto com Pedro II, foram posteriormente repatriados para o Brasil em 1921 com grande alarde. Eles receberam um cemitério na catedral de Petrópolis em 1939.
A notícia de sua morte gerou luto sincero no Brasil.
Segundo o historiador Eli Behar, Teresa Cristina se destacou “pela discrição, que a impedia de se associar a qualquer movimento político, e pela ternura e caridade, que lhe valeram o nome de 'Mãe dos Brasileiros ". Opinião semelhante é expressa pelo historiador Benedito Antunes, que elogiou a imperatriz pelo patrocínio ao desenvolvimento cultural e científico: ele “promoveu a cultura de várias formas, trazendo artistas italianos, intelectuais, cientistas, botânicos, músicos, contribuindo assim para o progresso e enriquecimento da vida cultural da nação ”. Esse ponto de vista é compartilhado pela historiadora Eugenia Zerbini, que argumentou que, graças a ela, o Brasil hoje possui o maior acervo arqueológico clássico da América Latina.
Pouco antes de sua morte, Pedro II doou a maior parte de seus bens ao governo brasileiro, que foram divididos entre o Arquivo Nacional do Brasil, o Museu Imperial do Brasil, a Biblioteca Nacional do Brasil e o Instituto Geográfico. Pedro II impôs apenas uma condição: que o presente fosse em homenagem à sua falecida esposa, e por isso é atualmente conhecido como "Coleção Teresa Cristina Maria". A coleção é registrada pela UNESCO como parte do Patrimônio Mundial em sua memória do Programa Mundial. Por fim, Teresa Cristina é lembrada nos nomes de várias cidades brasileiras, como Teresópolis (no Rio de Janeiro), Teresina (capital do Piauí), Cristina (em Minas Gerais) e Imperatriz (no Maranhão).
Disponível em: https://www.positanonews.it/2014/08/teresa-cristina-di-borbone-madre-dei-brasiliani/141771/