Não pense que por aqui a abolição da escravatura, em 1888, aconteceu porque os patrões se deram conta de que a escravidão era uma prática perversa.
O questionamento a respeito do tráfico de escravos e da situação desumana a qual eram submetidos vem de muito, muito antes. Foi preciso bastante tempo e trabalho até essa história surtir algum efeito.
Ao longo da história da luta abolicionista no Brasil existem nomes que não podemos esquecer: Dragão do Mar, André Rebouças, Paula Brito e tantos outros que arregaçaram as mangas e lutaram de verdade pelo fim da escravidão no Brasil. Alguns não viveram o suficiente para ver os escravos livres.
Conheça rapidamente a história de 7 grandes abolicionistas brasileiros!
Dragão do Mar
O cearense Francisco José do Nascimento, conhecido como "Dragão do Mar", foi um dos grandes abolicionistas do nordeste brasileiro. Recusava-se a transportar escravos em sua jangada e, em 1881, liderou a greve dos jangadeiros contra a escravidão. No Ceará a escravidão acabou sendo extinta quatro anos antes da Lei Áurea.
Castro Alves
Um dos abolicionistas mais famosos, é célebre por seus poemas engajados, entre os quais, Vozes d’ África e Navio Negreiro. Fundou em 1869 a Sociedade Libertadora 7 de Setembro na Bahia. Atuante, conseguiu alforria para 500 escravos e difundiu a luta em prol dos ideais de liberdade em um jornal chamado “Abolicionista”. Morreu aos 24 anos, em 1871 sem ver a Lei Áurea ser assinada.
André Rebouças
O engenheiro André Rebouças é uma das grandes vozes da luta abolicionista brasileira. Participou da criação de algumas agremiações antiescravistas, como a Sociedade Brasileira Contra a Escravidão, a Sociedade Abolicionista e a Sociedade Central de Imigração. Defendia a emancipação do escravo e sua total integração social por meio da aquisição de terras. Com a proclamação da República teve que exilar-se na Europa, onde viveu até sua morte, em 1898, aos 60 anos. Antes disso, ajudou a desenvolver as colônias portuguesas na África.
Francisco de Paula Brito
Tipógrafo, jornalista, editor, tradutor, dramaturgo, letrista, contista e um dos grandes nomes da imprensa brasileira. Publicou “O Homem de Cor”, primeiro jornal antirracista que mais tarde passou a ser chamado de “O Mulato”. Morreu aos 52 anos, 1861, sem ter visto a abolição da escravatura no seu país.
Luís Gama
Poeta abolicionista nascido em 1830, era filho de mãe escrava e pai branco. Foi vendido como escravo aos 10 anos de idade e só aprendeu a ler aos 17. Conquistou sua liberdade provando ser um homem livre diante da lei. Alistou-se no Exército, foi escrivão de Polícia, jornalista e advogado atuante em prol da causa abolicionista. Libertou mais de 500 escravos. É considerado um dos expoentes do Romancismo no Brasil.
Joaquim Nabuco
Foi um diplomata, jornalista, político abolicionista e um dos criadores da Academia Brasileira de Letras. Em 1880 fundou a Sociedade Brasileira Contra a Escravidão, que contava com a participação de André Rebouças. Entre suas obras voltadas ao tema estão O Abolicionismo (1883) e Escravos (1886). Nabuco também era um fervoroso defensor da total separação entre Estado e Igreja – o tão debatido estado laico.
José do Patrocínio
Filho de uma quitandeira com um padre, José do Patrocínio foi um desses abolicionistas que tinham a alma inspirada. Era um jornalista polêmico e orador eloquente. Com o jornal Gazeta da Tarde fez ampliar a voz dos ideais abolicionistas. Terminou exilado por criticar demais o governo e problematizar a questão da população negra que, após a Lei Áurea, ainda continuava miserável.
Fonte: Museu Afro Brasil
Imagens: Wikimedia Commons - Angelo Agostini / Castro Alves / Rodolfo Bernardelli / Luís Gama / Joaquim Nabuco / História da Literatura Brasileira
Disponível em:https://history.uol.com.br/noticias/7-abolicionistas-brasileiros-para-se-ter-orgulho#:~:text=Joaquim%20Nabuco,)%20e%20Escravos%20(1886).