28.12.07

História do Ano Novo


















O tradicional Réveillon comemorado na maioria dos países na passagem do dia 31 de dezembro para o dia 1º de janeiro é relativamente recente, mas se você estiver no Brasil não haverá problema, o Brasil segue o calendário gregoriano.Entretanto, se você estiver pensando em viajar para comemorar o Ano Novo em outro país fique atento para o calendário do Réveillon em cada um deles.Confira a seguir e aproveite a festa...


















A primeira comemoração ocorreu na Mesopotâmia por volta de 2.000 a.C. e era conhecida como "Festival de Ano Novo".Na Babilônia, a festa começava na primavera por ocasião do equinócio, ou seja: no ponto ou momento em que o Sol, ao descrever a eclíptica, corta o equador, fazendo com que os dias sejam iguais às noites.
















No calendário atual, isto ocorre em meados de março (mais precisamente em 19 de março, data em que os espiritualistas comemoram o Ano Novo esotérico).Os assírios, persas, fenícios e egípcios comemoravam o Ano Novo no mês de setembro (dia 23). Já os gregos, celebravam o início de um novo ciclo entre os dias 21 ou 22 do mês de dezembro.

















Os romanos foram os primeiros a estabelecerem um dia para a comemoração desta grande festa (753 a.C.).O ano começava em 1º de março, mas foi trocado em 153 a. C. para 1º de janeiro e mantido no calendário juliano, adotado em 46 a.C. Em 1582 a Igreja Católica consolidou a comemoração, quando adotou o calendário gregoriano.

















Alguns países comemoram em datas diferentes. Na China, por exemplo, a festa da passagem do ano começa em fins de janeiro ou princípio de fevereiro. Durante os festejos, os chineses realizam desfiles e shows pirotécnicos.No Japão, o Ano Novo é comemorado nos três primeiros dias de janeiro.


















A comunidade judaica comemora sua festa de Ano Novo ou Rosh Hashaná, - "A festa das trombetas" -, em meados de setembro ou no início de outubro e dura dois dias.Para os islâmicos, o Ano Novo é celebrado em meados de maio. A contagem corresponde ao aniversário da Hégira (que em árabe significa emigração), cujo Ano Zero corresponde ao nosso ano de 622. Nesta ocasião, o profeta Maomé deixou a Cidade de Meca estabelecendo-se em Medina.

27.12.07

História do Natal

24/12/2007
História do Natal

Origem do Natal e o significado da comemoração
O Natal é uma data em que comemoramos o nascimento de Jesus Cristo. Na antiguidade, o Natal era comemorado em várias datas diferentes, pois não se sabia com exatidão a data do nascimento de Jesus. Foi somente no século IV que o 25 de dezembro foi estabelecido como data oficial de comemoração. Na Roma Antiga, o 25 de dezembro era a data em que os romanos comemoravam o início do inverno. Portanto, acredita-se que haja uma relação deste fato com a oficialização da comemoração do Natal.

As antigas comemorações de Natal costumavam durar até 12 dias, pois este foi o tempo que levou para os três reis Magos chegarem até a cidade de Belém e entregarem os presentes (ouro, mirra e incenso) ao menino Jesus. Atualmente, as pessoas costumam montar as árvores e outras decorações natalinas no começo de dezembro e desmontá-las até 12 dias após o Natal.

Do ponto de vista cronológico, o Natal é uma data de grande importância para o Ocidente, pois marca o ano 1 da nossa História.

A Árvore de Natal e o Presépio

Em quase todos os países do mundo, as pessoas montam árvores de Natal para decorar casas e outros ambientes. Em conjunto com as decorações natalinas, as árvores proporcionam um clima especial neste período.

Acredita-se que esta tradição começou em 1530, na Alemanha, com Martinho Lutero. Certa noite, enquanto caminhava pela floresta, Lutero ficou impressionado com a beleza dos pinheiros cobertos de neve. As estrelas do céu ajudaram a compor a imagem que Lutero reproduziu com galhos de árvore em sua casa. Além das estrelas, algodão e outros enfeites, ele utilizou velas acesas para mostrar aos seus familiares a bela cena que havia presenciado na floresta.

Esta tradição foi trazida para o continente americano por alguns alemães, que vieram moram na América durante o período colonial. No Brasil, país de maioria cristã, as árvores de Natal estão presentes em diversos lugares, pois, além de decorar, simbolizam alegria, paz e esperança.

O presépio também representa uma importante decoração natalina. Ele mostra o cenário do nascimento de Jesus, ou seja, uma manjedoura, os animais, os reis Magos e os pais do menino. Esta tradição de montar presépios teve início com São Francisco de Assis, no século XIII.

O Papai Noel : origem e tradição

Estudiosos afirmam que a figura do bom velhinho foi inspirada num bispo chamado Nicolau, que nasceu na Turquia em 280 d.C. O bispo, homem de bom coração, costumava ajudar as pessoas pobres, deixando saquinhos com moedas próximas às chaminés das casas.

Foi transformado em santo (São Nicolau) pela Igreja Católica, após várias pessoas relatarem milagres atribuídos a ele.

A associação da imagem de São Nicolau ao Natal aconteceu na Alemanha e espalhou-se pelo mundo em pouco tempo. Nos Estados Unidos, ganhou o nome de Santa Claus, no Brasil de Papai Noel e em Portugal de Pai Natal.

Até o final do século XIX, o Papai Noel era representado com uma roupa de inverno na cor marrom. Porém, em 1881, uma campanha publicitária da Coca-Cola mostrou o bom velhinho com uma roupa, também de inverno, nas cores vermelha e branca (as cores do refrigerante) e com um garro vermelho com pompom branco. A campanha publicitária fez um grande sucesso e a nova imagem do Papai Noel espalhou-se rapidamente pelo mundo.

Estas informações foram obtidas no site Sua Pesquisa.com

18.12.07

Governo facilita curso de pós a distância

FÁBIO TAKAHASHI
da Folha de S.Paulo

O Ministério da Educação decidiu diminuir a exigência para abertura de cursos de especialização (pós-graduação lato sensu) a distância no país. Agora, as universidades não precisarão mais ter um prédio com tutor (professor), biblioteca e estrutura de apoio ao estudante na região em que a pós-graduação é oferecida.

Atualmente, para se abrir um curso nesse formato, é obrigatório que a instituição tenha essa estrutura (chamada oficialmente de pólo presencial).

O governo entendeu que a exigência era muito alta e desacelerava a expansão das matrículas na modalidade.

Segundo o Anuário Brasileiro Estatístico de Educação Aberta e a Distância, foram oferecidas 72.524 vagas de especialização à distância em 2004 (último dado disponível).

Como comparação, a PUC-SP tem 15 mil alunos em especialização convencional (presencial). A especialização é mais comum no setor privado. Não há dados oficiais do MEC.

A alteração na área, antecipada à Folha, está presente em uma portaria assinada ontem pelo ministro da Educação do governo Lula, Fernando Haddad. A norma deve ser publicada hoje no "Diário Oficial". A obrigatoriedade da estrutura de apoio será mantida para os cursos de graduação.

O secretário de Educação à Distância do MEC, Carlos Eduardo Bielschowsky, disse que a alteração atende a pedidos das universidades que oferecem a modalidade. As instituições reclamavam que a exigência inibia a abertura de vagas -um dos motivos é o custo para se manter a estrutura.

Segundo Bielschowsky, a retirada da obrigatoriedade pôde ser feita porque "quem procura uma especialização já tem autonomia suficiente para poder estudar sozinho", ou seja, sem a presença física dos tutores.

Em geral, as escolas utilizam a internet para mostrar o quê o aluno deve estudar e também para tirar dúvidas (tutoria).

"Um aluno de graduação ainda precisa de um acompanhamento mais de perto", afirmou.

O secretário disse ainda que o aluno de pós-graduação tem uma condição financeira que lhe permite dispensar serviços oferecidos nos pólos.

Coordenador de um grupo da USP que pesquisou educação a distância, Carlos Alberto Dantas se mostrou contrário à mudança. "A educação à distância é positiva, mas o contato com o professor é fundamental. Só dessa forma você sente o entusiasmo, o impulso para melhorar. Para funcionar, precisa mesclar os dois formatos."

Pregão nesta terça define finalistas na escolha de laptop popular


















Máquinas mais baratas do pregão passarão por teste do MEC ainda nesta semana. Definição do laptop a ser adotado por escolas públicas sairá até dia 24, segundo MEC.O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), ligado ao Ministério da Educação, vai realizar nesta terça-feira (18) o pregão eletrônico para definir o laptop popular oficial do projeto Um Computador por Aluno (UCA). Segundo a assessoria de comunicação do fundo, o pregão desta terça vai selecionar o portátil de menor preço, mas não necessariamente ele será adotado pelas escolas públicas. Isso porque, depois de definidos os valores, o MEC fará ainda nesta semana os chamados “testes de aderência” com as máquinas mais baratas – o objetivo é comprovar se elas realmente cumprem o que prometem. Essas provas devem ser realizadas na quinta e sexta-feira (20 e 21), e a definição do laptop selecionado será divulgada até no máximo segunda-feira (24), de acordo com a assessoria de comunicação do MEC. Anteriormente, o ministério havia confirmado ao G1 que a definição sairia nesta terça (18). O edital desse pregão, de número 59/2007, foi divulgado no último dia 6. Clique aqui para fazer o download de todo o conteúdo ou veja aqui a configuração mínima exigida. A empresa selecionada deverá fornecer 150 mil laptops para 300 escolas do projeto piloto UCA. O Distrito Federal ficará com a maior quantidade de máquinas: 18.260. Em seguida, aparecem o Sergipe (8 mil), Mato Grosso do Sul (7.924), Pará (7.203), Rio Grande do Sul (6.251) e Paraná (6.247). As escolas do projeto piloto de São Paulo testarão 5.507 máquinas, enquanto as do Rio de Janeiro receberão 5.320. O Estado que menos receberá portáteis para testes é Roraima, com 3.353 unidades. Ainda não há informações das empresas que participarão do pregão, mas as apostas são os computadores Classmate PC, da Intel, Mobilis, da Encore Software, e XO, da fundação One Laptop Per Child (este último era conhecido como “laptop de US$ 100”). Esses foram os computadores que participaram da “fase 1” do projeto, quando cinco escolas públicas brasileiras testaram 1.390 laptops populares. Outras empresas cujos produtos atenderem às exigências divulgadas no edital também poderão participar do pregão eletrônico. Atualmente, o preço de produção da máquina da Intel fica em US$ 200, mesmo valor do XO, fabricado pela taiwanesa Quanta Computer. No início do ano, em entrevista ao G1, um representante da Encore Software afirmou que o valor do indiano Mobilis ficava em US$ 400.

Configuração
Entres as especificações que aparecem na configuração mínima do computador popular estão memória RAM de 256 MB, unidade de armazenamento tipo NAND flash com pelo menos 1 GB, sistema operacional baseado em software livre em português, duas portas USB, tela de cristal líquido (LCD) de sete polegadas, teclado com proteção contra derramamento de líquidos, controladora de rede sem fio integrada, suporte para os padrões 802.11 b/g, webcam acoplada ao equipamento e bateria com autonomia de três horas. O computador também deve resistir a impactos de pelo menos um metro de altura em piso rígido (cerâmica, por exemplo), além de oferecer uma solução de segurança via hardware que permita o bloqueio do equipamento, caso ele seja extraviado ou permaneça fora da rede lógica da unidade escolar por um tempo determinado. O prazo de garantia deve ser de no mínimo 36 meses, em todo o território brasileiro. O vencedor do pregão eletrônico terá de entregar os equipamentos no prazo de 120 dias. A escolha das instituições de ensino que participarão do projeto piloto fica por conta dos governos estaduais e das secretarias municipais de ensino.

8.12.07

TRAILER FILME: Mentes Que Brilham

Sinopse: "Quando Fred tinha um ano de idade ele já sabia ler. Quando tinha quatro anos já sabia escrever poesia. Hoje, aos sete anos, ele pinta quadros e resolve problemas de matemática como um mestre. Isolado por sua incrível inteligência e sensibilidade, Fred (Adam Hann-Byrd) esta divido entre dos mundos que o rodeiam. O mundo descomplicado e emocional de sua dedicada mãe, Dede (Jodie Foster - contato, o silencio dos inocentes). E o mundo intelectual e intenso da professora e ex-menina prodígio, Jane (Diane Wiest - os garotos perdidos, tiros na Broadway). Confuso mais determinado Fred tenta de todos os modos fazer amigos e encontrar um lugar para si mesmo entre sua mãe e sua mentora. Dirigido com talento por Jodie Foster e também estrelando Harry Connick Jr. (excesso de bagagem, quando o amor acontece) mentes que brilham é a historia emocionante e maravilhosa de um herói muito especial, lutando para descobrir qual o lugar a que pertence." Tagline: "Não se trata do que ele sabe; e sim o que ele compreende."

TRAILER FILME: MEU PÉ ESQUERDO



Sinopse: Christy Brown (Daniel Day-Lewis), o filho de uma humilde família irlandesa, nasce com uma paralisia cerebral que lhe tira todos os movimentos do corpo, com a exceção do pé esquerdo. Com apenas este movimento Christy consegue, no decorrer de sua vida, se tornar escritor e pintor.

TRAILER FILME : MEU NOME E RADIO


Sinopse: O deficiente mental Radio (Cuba Gooding Jr.) e o treinador de futebol americano Harold Jones (Ed Harris) acabam tornando-se amigos, e Harold resolve colocá-lo como ajudante de sua equipe. Porém o preconceito dos jogadores poderá fazer com que o que era para ser uma nova oportunidade na vida de Radio acabe tornando-se uma dor de cabeça para ele e sua família.

DNA - Desafio Nacional Acadêmico

Você, que é aluno ou professor do Ensino Fundamental, Médio ou Universitário não pode ficar de fora do maior evento virtual organizado no Brasil. Um evento que vai prepará-lo para enfrentar todos os desafios do mercado de trabalho e da vida. Mais de 1.800 escolas, mais de 2.000 professores, mais de 30.000 alunos já participaram do DNA. Você vai ficar de fora? O DNA é o maior Desafio de Conhecimento realizado pela Internet. Fundamentado na filosofia pedagógica WebQuest, o DNA é uma fantástica oportunidade para os participantes ampliarem seus conhecimentos, ao mesmo tempo em que desenvolvem a criatividade, a noção de liderança, o trabalho em equipe e a tomada de decisão. Como funciona O Desafio Nacional Acadêmico é um desafio de conhecimento. Este desafio será realizado por meio de um jogo virtual que levará as equipes a se confrontarem com diversos enigmas. Em 2008 existirão três categorias:Ensino Fundamental:Cada equipe pode ser composta por no máximo 5 (cinco) alunos que estejam cursando a 7º, 8º ou 9º séries do ensino fundamental em 2008 mais um professor organizador da mesma escola.Ensino Médio:Cada equipe pode ser composta por no máximo 5 (cinco) alunos que estejam cursando qualquer uma das séries do ensino médio em 2008 mais um professor organizador da mesma escola.Universitário:Cada equipe pode ser composta por no máximo 5 (cinco) alunos que estejam cursando qualquer curso superior ou qualquer curso a distância mais um professor organizador da mesma instituição.O jogo virtual possui 11 etapas mais um enigma final. Cada etapa possui desafios sobre um tema específico, sendo eles: meio ambiente, música, curiosidades, atualidades, idiomas, profissões, tecnologia, esportes, raciocínio lógico, vestibular e um tema surpresa. Para vencer, a equipe deve solucionar o máximo de desafios possíveis dentro do prazo estabelecido no Manual do Participante. A equipe que acumular o maior número de pontos e desvendar o enigma final será a campeã .O Desafio exigirá soluções inovadoras baseadas em múltiplas formas de pesquisa, incluindo o uso da Internet.Assim, se você está esperando perguntas de múltipla escolha, você está enganado. Os participantes irão se deparar com enigmas complexos que utilizarão áudio, vídeo, fotos, jogos multimídias e também com seu maior inimigo o TEMPO! As equipes com maior criatividade e capacidade de pesquisa terão maior facilidade na resolução dos desafios.Para mais informações consulte o Regulamento , nosso Tira Dúvidas e o Manual do Participante.Acesse o site: www.desafionacional.com.br

23.11.07

Primeira Jornada Catarinense Maria da Penha

Primeira Jornada Catarinense Maria da Penha
DATA: 01/12/2007

LOCAL: Centro Multiuso São José
(Avenida Beira Mar de SJ-SC)

HORARIO: 13 HORAS ABERTURA
18 HORAS ENCERRAMENTO

VENHA VER E OUVIR MARIA DA PENHA.

ENTRADA GRATUITA
(Doe 1kg de alimento não perecível)

19.11.07

IMAGENS DAS FORTALEZAS DE FLORIANÓPOLIS

FORTALEZA DE SÃO JOSÉ DA PONTA GROSSA

IMAGENS DAS FORTALEZAS DE FLORIANÓPOLIS

FORTALEZA DE SANTO ANTÔNIO DE RATONES

IMAGENS DAS FORTALEZAS DE FLORIANÓPOLIS

FORTALEZA DE SANTA CRUZ DE ANHATOMIRIM

7.11.07

Campo de trabalho da história começa a se diversificar




Campo de trabalho da história começa a se diversificar




Boa parte dos historiadores pode ser encontrada nas escolas de nível fundamental, médio ou superior. Mas o mercado começa a abrir novas portas para o profissional. As novas opções são ONGs que cuidam do resgate da memória, instituições públicas de preservação do patrimônio, arquivos e museus.


“E a área de pesquisa, ainda que não seja imensa, cresceu bastante em virtude do enorme aumento dos cursos de pós-graduação espalhados por todo o Brasil”, afirma o presidente da Associação Nacional de História (Anpuh), Manoel Luiz Salgado Guimarães. E também há novos postos de trabalho em setores administrativos de órgãos como o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Outra área que pode virar objeto de estudo e campo de trabalho para o historiador é a educação ambiental. Na Fundação Universidade Federal do Rio Grande (Furg), o bacharelado vai passar por uma reformulação para que o profissional consiga se inserir nesse mercado. “Não é só de arquivos que o historiador vive. As reservas ecológicas, os jardins botânicos, são todos imbuídos de história”, afirma a coordenadora do curso da Furg, Derocina Alves Campos Sosa.



O mestrando André Luiz Portanova Labordie, 25, acabou seguindo por essa área. Ele estuda como uma comunidade Hare Krishna lida com o meio ambiente. “A comunidade percebe o ser humano como parte do ambiente. A educação ambiental, envolve os aspectos históricos, antropológicos, sociológicos”, diz. Mesmo com essa pesquisa mais prática e de relato, ele não descarta a docência.



Lado negativo

A profissão do historiador não é regulamentada e isso traz uma série de implicações, segundo o presidente da Anpuh, principalmente na identidade do historiador. “Um leigo, muitas das vezes por que escreve sobre o passado, se arvora em historiador, desconhecendo o que significa exatamente essa competência. Uma competência que demanda anos de formação e dedicação e não apenas uma vontade de amador”, diz. E é quase um clichê dizer que os salários são baixos. Quem ingressa no curso, em geral, não tem interesse de enriquecer – ou pelo menos sabe que a probabilidade de um situação financeira abastada é bem reduzida. “Os salários são variados, mas a faixa, infelizmente, não oscila num patamar alto. Algo em torno de R$ 1.000 a 4.000, em média. Se o graduado for um professor do ensino público e básico, em começo de carreira, ganhará pouco. Se for um professor de uma escola privada, com carga horária alta, poderá ganhar melhor”, afirma o vice-chefe do departamento de história da Universidade de São Paulo (USP), Marcos Napolitano. De acordo com Napolitano, a área de história, e a de ciências humanas em geral, é a que mais concentra alunos de baixa renda, com cursos noturnos concorridos. “Mas também pode atrair alunos de classes média e alta, justamente pelo relativo descompromisso em fazer um curso que ‘dê dinheiro’. Acho que existe uma demanda do curso com grande amplitude sócio-cultural”, pontua.




HARNIK,Simone.Gosto pela leitura é fundamental para o historiador. [online] Disponível na Internet via WWW. URL: http://g1.globo.com/Noticias/Vestibular/0,,MUL163452-5604,00.html. Ultima atualização em 30/10/2007 - 20h12

Gosto pela leitura é fundamental para o historiador

Carreira procura traçar os caminhos da humanidade.Rigor e crítica para a investigação são qualidades exigidas.

Quem somos nós? E para onde vamos? Talvez, analisando de um jeito bem simples, é a estas perguntas que um historiador pretende responder. Esse profissional estuda as implicações do passado no presente e novas formas de escrever o futuro. E os especialistas afirmam que para fazer o curso de história, tema do Guia de Carreiras do G1 desta terça-feira (30), é preciso muita paixão pelo conhecimento. faculdade de história, mais do que qualquer coisa, exige paciência e disciplina com os livros. “O gosto pela leitura é uma condição para fazer a faculdade”, afirma a coordenadora do curso na Fundação Universidade Federal do Rio Grande (Furg), no Rio Grande do Sul, Doracina Alves Campos Sosa. “Percebemos que nossos alunos são muito exigidos em termo de leitura. Carregam muitos livros embaixo do braço”, brinca a professora. Mas, segundo ela, quem vai para a história tem de ter interesse por descobrir coisas; ser curioso na investigação, no reconhecimento do passado, e nas ligações entre o passado e o presente. Em resumo, o estudante tem de ser criterioso e crítico para não aceitar qualquer explicação sobre os rumos da sociedade.

Há que se ter ainda um certo gosto pela educação, pois grande parte dos profissionais acaba se destinando a lecionar em escolas de ensino fundamental e médio.



Manifestações artísticas indígenas são patrimônios culturais (Foto: Divulgação/Iphan)



Cursos

Como a docência é que abre mais postos de trabalho, existem no país, segundo dados de 2005 do Ministério da Educação (MEC), 346 cursos para a formação de professores de história e outros 91 para a graduação de bacharéis. A diferença básica entre os dois tipos é que, para lecionar no ensino fundamental e médio, é preciso obter o título de licenciado em história. Já para a pesquisa científica ou lecionar nas universidades, é preciso obter o título de bacharel em história. Muitas instituições oferecem os dois tipos de curso, e basta ao estudante complementar os estudos para obter os dois títulos. Mas nem sempre é assim. Por isso, na hora de escolher a faculdade, vale ficar de olho na modalidade oferecida.Há ainda outros aspectos importantes na hora de escolher o curso. “É fundamental observar a formação do corpo docente: a qualificação, a produção, a inserção na área”, afirma o presidente da Associação Nacional de História (Anpuh), Manoel Luiz Salgado Guimarães. “O capital humano será o fundamental para a boa formação do profissional e deve orientar sua escolha pela universidade”. O site do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), permite conhecer o currículo dos docentes. O tempo de graduação, de acordo com uma resolução do Conselho Nacional de Educação (CNE) deve ser de, no mínimo três ou quatro anos. O currículo, em geral, é composto por disciplinas como história do Brasil, da América, teoria da história, história das idéias, antropologia, história da arte.

Quem quer ser historiador


O perfil dos ingressantes, segundo o vice-chefe do departamento de história da Universidade de São Paulo (USP), Marcos Napolitano, é bem variado. “Existem expectativas de ordem política, para ‘conhecer as sociedades humanas e seus conflitos’; motivações ligadas à busca de cultura histórica geral; expectativas ligadas ao gosto pelo patrimônio cultural da humanidade e pelas sociedades distantes no tempo”, diz. “E também é comum alunos que já possuem alguma formação superior, por exemplo, economistas, advogados ou jornalistas, que buscam o curso de história para aumentar sua cultura humanística”.


HARNIK,Simone.Gosto pela leitura é fundamental para o historiador. [online] Disponível na Internet via WWW. URL: http://g1.globo.com/Noticias/Vestibular/0,,MUL163032-5604,00-GOSTO+PELA+LEITURA+E+FUNDAMENTAL+PARA+O+HISTORIADOR.html.Última atualização em 30/10/2007 - 20h12

22.10.07

FAMÍLIA CONTEMPORÂNEA: REFLEXÕES E REPERCUSSÕES NA EDUCAÇÃO E NA APRENDIZAGEM ESCOLAR

FAMÍLIA CONTEMPORÂNEA: REFLEXÕES E REPERCUSSÕES NA EDUCAÇÃO E NA APRENDIZAGEM ESCOLAR

Orsi, Maria Julia Junqueira Scicchitano1
Yaegashi, Solange Franci Raimundo2
A sociedade contemporânea, na medida em que vem obtendo ganhos com o rápido desenvolvimento tecnológico e científico, tem se deparado com uma grande transformação no desenvolvimento e na qualidade das relações humanas. Quando os valores que regem a organização social e econômica se modificam, transformam-se também os ideais e o modo de pensar dos homens. Observa-se atualmente, um número crescente e alarmante de crianças e jovens de diferentes níveis sócio-econômico-culturais que apresentam dificuldades na aprendizagem escolar, na escolha profissional e na aceitação e adaptação aos limites impostos pela sociedade, resultando, muitas vezes, em atos de violência que têm aumentado de forma significativa.

No mundo moderno, onde toda comunicação e informação estão universalizadas, transpõe-se cada vez mais as barreiras geográficas, religiosas, tecnológicas e culturais, obtendo acesso quase que totalmente livre ao até então desconhecido e se absorve, indiscriminadamente, características que diferenciavam e, sobretudo, definiam o homem dentro de uma cultura. A interpenetração de tendências e influências do mundo globalizado alcançou a família e seu “modus vivendi”. Na cultura atual, observa-se uma forte crise de valores que culmina na modificação de referenciais que regem o comportamento humano, as relações interpessoais e a vida em sociedade.O capitalismo cria demandas para o consumo que não vão ao encontro das necessidades humanas essenciais, mas acarretam uma formação unidimensional, na qual o sujeito perde a dimensão de sua individualidade e de seus desejos (Marcuse,1981).

1 Psicóloga Clínica e Mestre em Educação pela Universidade Estadual de Maringá.
2 Profa. Adjunta do Depto. De Teoria e Prática da Educação e do Mestrado em Educação da Universidade Estadual de
Maringa

Essas transformações fizeram com que a família contemporânea ficasse submetida a uma dispersão ou falta de valores e referenciais que norteiam o modo de educar os filhos e reflete, em última análise, na perda da coesão comunitária. Atualmente há um grande acesso ao conhecimento e a informações teóricas no campo da Psicologia, que contribuem enormemente para a compreensão da qualidade das relações familiares e do desenvolvimento saudável da personalidade. Por outro lado, constata-se que a família, a escola e a sociedade parecem estar encontrando grandes dificuldades na educação de crianças e de jovens, o que se deve em grande parte, às inúmeras controvérsias a respeito das funções de cada uma dessas instâncias. Como resultado, encontra-se hoje um grande número de crianças e adolescentes com fortes dificuldades de adaptação social e escolar, o que aponta para graves sinais de enfermidades psicológicas, sociais e educacionais. A família, a escola e a sociedade vivem hoje, um momento bastante crítico que poderá desencadear um aumento das patologias mentais, ou como afirma Osório (1996, p.47), “(...) dar origem a novas formas de configurações familiares, como as que esboçam neste limiar do século XXI, adequando-se às demandas desse novo giro na espiral ascendente da evolução humana”.

O papel dos vínculos familiares no processo de construção da personalidade tem sido tema de interesse de vários segmentos da sociedade atual e objeto de estudo de psicólogos, psicopedagogos, sociólogos, educadores, entre outros. Cada vez mais é atribuída à família a responsabilidade pelos problemas da humanidade, bem como pela saúde e doença mental. O ser humano encontra-se a aproximadamente, cinco séculos da existência da civilização humana organizada sob o modelo familiar. De acordo com os diferentes momentos históricos, sua constituição foi se dando de forma singular a partir de diferentes referenciais que norteavam a educação dos filhos. Um retrospecto sobre a história da organização humana, sob forma de família, permite constatar que jamais a criança foi objeto de tantos estudos como tem sido na sociedade atual. O século XX, marcado pelo desenvolvimento tecnológico e científico, foi também sinalizado por uma preocupação com o desvendamento dos mistérios do desenvolvimento humano, sobretudo a partir das contribuições da Psicanálise (Martuscello,1992). Freud (1920) mostrou, entre outras contribuições, que a vida emocional do ser humano tem suas raízes na infância e os pais exercem no mundo emocional de seus filhos influências tanto benéficas quanto maléficas. Sabe-se que a subjetividade se constrói na relação com o outro, no campo do humano, dos afetos, das paixões, preferencialmente dentro de uma instituição à qual chamamos Família. Portanto, é através das interações iniciais do bebê com sua mãe e do valor afetivo desse vínculo que se formará o protótipo da relação entre o indivíduo e asociedade. Deste modo, as mudanças atuais na constituição, configuração efuncionamento familiar, irão necessariamente acarretar mudanças na subjetividade das pessoas.

A família se modifica através dos tempos, mas, em termos conceituais, é um sistema de vínculos afetivos onde deverá ocorrer o processo de humanização. A transformação histórica do contexto sócio-cultural resulta de um processo em constante evolução ao qual a estrutura familiar vai se moldando. No entanto, é importante considerar que por maiores que sejam as modificações na configuração familiar, essa instituição “permanece como unidade básica de crescimento e experiência, desempenho ou falha”(Ackermam,1980 p.29), contribuindo assim tanto para o desenvolvimento saudável quanto patológico de seus componentes. De acordo com Soifer (1982), a função da família é educar, o que pressupõe ensinar o cuidado e a manutenção da vida. A educação abrange a transmissão de valores que variam de acordo com a cultura e que são fundamentais para que se possa viver de forma comunitária. Aos pais cabe, ainda, a função de fornecer modelos de identificação que venham a contribuir para a formação da identidade da criança. Para que tal função se dê, énecessário que eles estejam, acima de tudo, presentes na vida dos filhos e que tenham disponibilidade de tempo para atender às suas necessidades.

O crescente aumento verificado na busca de entendimento e de saídas para o mal-estar eos conflitos humanos dentro do contexto familiar, levam a crer que como afirma Osório (1996, p.12),”(...) a família continua sendo percebida como a viga mestra de qualquer realinhamento no processo evolutivo do ser humano”. Portanto, há necessidade de um reposicionamento da função balizadora da família nos dias atuais. Repensá-la significa contextualizar, caracterizar as diferentes configurações que ela vem assumindo ao longo dos tempos e, sobretudo, analisar as suas influências no processo de desenvolvimento e de aprendizagem escolar da criança. Winnicott (1993), questiona se seria possível para o indivíduo atingir a maturidade fora do contexto familiar. Conclui em termos gerais que, o alcance da autonomia pressupõe uma relação familiar que ofereça o suporte afetivo necessário para o desenvolvimento de funções constitutivas que incluem a aprendizagem escolar.

Neste início do século XXI, com todo o progresso científico e a vivência em um mundo universalizado, a família sofreu várias transformações que, sem dúvida, trouxeram vantagens e desvantagens. A família contemporânea tem criado formas particulares de organização, não mais se limitando à família nuclear (pai, mãe e filhos dos mesmos pais), mas a uma forma distinta e decorrente dos tempos modernos, onde os casais se unem e se desunem por diversas vezes e passam a conviver ou não, com filhos, frutos de antigas relações conjugais e filhos que nascem de suas novas uniões. Ao considerar esses aspectos, faz-se necessário um olhar atento para a escola que, no mundo moderno, continua tendo o papel de transmitir um conhecimento ao qual se acrescenta a construção do processo de aprendizagem. Os professores, cada vez mais, vêm se deparando com alunos que apresentam dificuldades como desatenção, indisciplina, desprazer em aprender, dificuldades em tolerar frustrações e em postergar o prazer, que são pressupostos básicos para o crescimento e para a boa aprendizagem. Nesta perspectiva, Fernandes (1990) descreve o conceito de “modalidade de aprendizagem” como a maneira com que cada um aproxima-se do conhecimento. Afirma que tal modalidade se constrói através de um processo que ocorre desde o nascimento e implica na relação da criança com seus cuidadores dentro do espaço familiar e que refletirá na aprendizagem formal. Por outro lado, incrementada muitas vezes pelas expectativas familiares, a cultura do imediato, do mundo instantâneo ao lado da tecnologia, muda os conceitos de tempo, espaço, frustração, determina os objetivos e desejos dos homens, alterando as formas de aquisição da aprendizagem.

A cultura moderna tem favorecido a liberação dos impulsos agressivos e sexuais de forma direta e não sublimada. Caminha-se para o individualismo e para a competitividade sem limites, levando às últimas conseqüências a desconsideração pelo outro. Prevalece o prazer absoluto, contradizendo Freud (apud Levisky,1997) em sua argumentação de que a maturidade seria alcançada quando o indivíduo deixasse de guiar-se pelo “Princípio do Prazer Absoluto” e submetesse suas pulsões ao “Princípio da Realidade”.Marcuse (1975), retoma a idéia de Freud sobre a correlação entre as pulsões do homem e a cultura, na medida em que as pulsões devem ser desviadas de seus objetivos em prol da civilização. Em suas palavras, “a civilização começa quando o objetivo primário, isto é, a satisfação integral de necessidades, é abandonada” (p.75). Assim, sob a influência da realidade externa os instintos animais se convertem em humanos. Tais formulações destacam o caráter humanizante da sociedade, ainda que se tenha um preço alto a pagar pela restrição da liberdade pessoal, qual seja, a prevalência do “Princípio do Prazer” sobre o “Princípio da Realidade”. É sobre o“Princípio da Realidade” que o ser humano desenvolve sua razão, tornando possível examinar, comparar, ponderar, julgar discernir e escolher. Nasce então, um sujeito pensante, consciente, crítico e equipado para agir frente às imposições do mundo externo. No entanto, há um discurso social que restringe ao homem a possibilidade de ser, não havendo mais lugar para o erro, o sofrimento, a tristeza, a falibilidade, ou seja, para o que é da ordem do humano. Compromete-se assim, todo o processo de civilização, humanização e aprendizagem, culminando fatalmente em diferentes formas de violência.
A família é um sistema de vínculos afetivos em que o sujeito nasce com possibilidades de ser (biológica e psíquica), mas que só se concretizarão ao entrar em contato e agir com um semelhante.

O Ser só se humaniza, através de outro humano ( processo de identificação).

Aprender é uma atividade desejante e, para tanto, faz-se necessário que se acompanhe uma estrutura de personalidade razoavelmente madura, construída sob a égide de uma relação familiar saudável e segura. A aprendizagem ganha significado dentro do contexto familiar e social, ainda que a apropriação dos conteúdos seja individual. No entanto, acredita-se que o ambiente familiar estável contribui positivamente para o bom desempenho da criança na escola, embora não garanta seu sucesso, uma vez que este, depende de outros fatores que não exclusivamente os familiares. Vale lembrar as palavras de Gianetti (apud Levisky,1997 p.25) “mais do que a escola, a família é a principal responsável pela transmissão social de um sentido de valores que induza os mais jovens a desenvolver suas capacidades morais e cognitivas... nada substitui a presença dos pais que cooperem ativamente na criação dos filhos e valorizem o empenho escolar... A Família é a primeira, a menor e a mais importante escola”. Embora a sociedade forme em cada período, homens de que precisa, visando sempre a manutenção do poderio econômico e a educação formal somada a ela corrobore com a formação unidimensional do indivíduo, acredita-se que a família ainda possa ser pensada como o lugar possível para, através do resgate da intimidade e da afetividade, formar a criança como um sujeito crítico, desejante e, sobretudo, consciente de suas reais necessidades. Deste modo, talvez o homem possa se beneficiar dos recursos oferecidos pelos avanços tecnológicos e científicos sem ser expropriado em sua dimensão humana.

REFERÊNCIA:

ACKERMAN, H. Diagnóstico e Tratamento das Relações Familiares. Porto Alegre:Artes Médicas,1980
FERNÀNDEZ, A. A Inteligência Aprisionada. Porto Alegre: Artes Médicas, 1990
FREUD, S. Além do Princípio do Prazer (1920). Rio de Janeiro: Imago, 1980
LEVISKY, D. Adolescência e Violência. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997
MARCUSE, H. Algumas implicações sociais da tecnologia moderna. Praga: revista de
estudos marxistas.São Paulo: Boitempo, 1957, n.1
MARCUSE, H. Idéias sobre uma teoria crítica da sociedade. Rio de Janeiro: Zahar, 1981
MARCUSE, H. Eros e Civilização. Rio de Janeiro: Zahar, 1975
MARTUSCELLO NETO, C. Família e Conflito Conjugal. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1988
OSÓRIO, L.C. Família Hoje. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996
POSTER, M. Teoria Critica da Família. Rio de Janeiro: Zahar, 1979
SOIFER, R. Psicodinamismos da Família com Crianças. Petrópolis: Vozes, 1982
VIGOTSKY, L. S. A Formação Social da Mente.São Paulo: Martins Fontes, 1988
WINNICOTT, D. W. A Família e o Desenvolvimento Individual. São Paulo: Martins Fontes, 1997
WINNICOTT, D. W. Tudo começa em casa. São Paulo: Martins Fontes, 1999
WINNICOTT, D. W. Natureza Humana. Rio de Janeiro: Imago, 1990

20.10.07

TRAILER FILMES RECOMENDADOS SOCIOLOGIA GERAL E DA EDUCAÇÃO UNIDADE 3 MATRIX

Sinopse :

A realidade como você nunca imaginou! Os irmãos Andy e Larry Wachowski assinam esta surpreendente ficção científica, um dos grandes sucessos de bilheteria de 1999. Keanu Reeves é Thomas Anderson, jovem programador de computador atormentado por estranhos pesadelos, nos quais encontra-se conectado por cabos, e contra a sua vontade, em um imenso sistema de computadores do futuro. Em todas essas ocasiões, acorda gritando no momento em que os elétrodos estão para penetrar seu cérebro. À medida que o sonho se repete, Anderson começa a ter dúvidas sobre a realidade. Por meio do encontro com os misteriosos Morpheus e Trinity, Thomas descobre que é assim como as outras pessoas vítima do Matrix, um sistema inteligente e artificial que manipula a mente das pessoas, criando a ilusão de um mundo real - enquanto usa os cérebros e corpos dos indivíduos para produzir energia. Morpheus, entretanto, está convencido de que Thomas é Neo, o aguardado messias capaz de enfrentar o Matrix e conduzir as pessoas de volta à realidade e à liberdade. Recheado de efeitos especiais, cenas de lutas, explosões, tiroteios, além de um vilão impagável e um espetacular visual de histórias em quadrinhos, Matrix é, para muitos, a melhor ficção científica desde Blade Runner, o Caçador de Andróides.

TRAILER FILMES RECOMENDADOS SOCIOLOGIA GERAL E DA EDUCAÇÃO UNIDADE 2 A EDUCAÇAO DE PEQUENA ÁRVORE

SINOPSE:

É a história de um menino que está crescendo e, como qualquer ser humano, procura seu lugar no mundo. Mas crescer, em qualquer época e sob qualquer circunstância, dói. Para Pequena Árvore, um menino cherokee - tribo índia dos Estados Unidos - de oito anos, essa tarefa não será nada fácil. Sua vida numa árida cidade mineradora, durante a Depressão americana - na década de 30 -, oferece-lhe poucos prazeres. Depois de perder os pais, ele vai morar com seus avós paternos numa floresta do Tennessee. Num ambiente mais carinhoso, ele reconhece, pela primeira vez, a beleza da natureza e a sabedoria da vida cherokee. A educação de Pequena Árvore está prestes a começar já que o futuro será recheado de descobertas e sofrimento.

TRAILER FILMES RECOMENDADOS SOCIOLOGIA GERAL E DA EDUCAÇÃO UNIDADE 3 TEMPOS MODERNOS

Sinopse:

Tempos modernos retrata a interligação da vida com um relógio. O tempo marca a vida de operários de uma fábrica onde se desenvolve boa parte da ação.O filme começa com imagens de um rebanho de ovelhas que, na sequência, são substiuídas pela imagem de um grupo de operários saindo da fábrica.Pela cena inicial, nota-se a pressa em mostrar que a responsbilidade de massificação do proletariado corresponde ao processo de desumanização imposto pela máquina.Tempos Modernos mostra um patrão em que ao mesmo tempo brinca de quebra-cabeça e lê gibi e paralelamente controla, de sua sala, através de um circuíto fechado de televisão o trabalho de seus empregados.Em Tempos Modernos, Carlitos é um trabalhador da fábrica, em uma lnha de montagem. O seu serviço é ajustar os parafusos a uma velocidade que não consegue nem se coçar, sem que haja quebra no ritmo de trabalho dos companheiros.

TRAILER FILMES RECOMENDADOS SOCIOLOGIA GERAL E DA EDUCAÇÃO UNIDADE 3 IMPÉRIO DO SOL

Sinopse:

Jim Graham (Christian Bale) é um jovem de 11 anos da classe alta que vive no Oriente com os pais, britânicos. Ele acaba separado dos pais devido a invasão japonesa à China, o que o força a sobreviver pelas próprias forças todos os horrores da Segunda Guerra Mundial. Indicado a 6 Oscar, é a estréia de Christian Bale nas telonas.

TRAILER FILMES RECOMENDADOS SOCIOLOGIA GERAL E DA EDUCAÇÃO UNIDADE 3 CASAMENTO GREGO

Sinopse:

Toula Portokalos (Nia Vardalos) é uma mulher desengonçada que trabalha com sua família em um restaurante. O sonho de seu pai, um tradicionalista grego, é ver Toula casada com um conterrâneo, mas ela é correspondida pelo inglês Ian Miller (John Corbett). Eles mantêm um namoro às escondidas, mas logo são descobertos e, a partir daí, Toula e Ian lutam para que haja a aceitação de sua família. Indicado ao Oscar de Melhor Roteiro Original.

19.10.07

TRAILER FILMES RECOMENDADOS APOSTILA SOCIOLOGIA GERAL E DA EDUCAÇÃO UNIDADE 01 LUTERO

SINOPSE:

PROVOCANTE E POLÊMICO – MARTIM LUTERO DIVIDIU A IGREJA E MUDOU O MUNDO!
Muito mais provocante e polêmico do que qualquer outra biografia, LUTERO é uma super-produção recheada de ação que retrata um dos períodos mais revolucionários e conturbados da história da humanidade! O período em que a Idade Média cedeu ao poder das convicções de um homem que mudou o mundo, Martim Lutero!
Após quase ser atingido por um raio, Martim Lutero acreditou ter recebido um chamado e se juntou ao Monastério. Ainda jovem e admirado, logo se vê atormentado pelas práticas da Igreja Católica da época. As tensões se intensificam quando prega suas 95 teses na porta da Igreja! Obrigado a se redimir publicamente, se recusa a negar os seus escritos até que a Igreja Católica consiga provar que suas palavras contradizem a Bíblia. Preso e excomungado, foge. Mesmo vivendo como um criminoso numa aventura emocionante, mantém sua fé e luta para que todas as pessoas tenham acesso a Deus. Uma luta incessante e obstinada se inicia e até a população mais pobre se insurge de forma violenta, destruindo igrejas, vitrais e imagens. Horrorizado pelo efeito de suas ações, Lutero se vê obrigado a achar uma saída imediata e genial ao violento conflito...
Joseph Fiennes, o astro de Shakespeare Apaixonado, no melhor papel de sua vida é LUTERO!
LUTERO retrata de forma magnífica os cenários político e religioso do período violento em que viveu Martim Lutero.
LUTERO é um testamento do poder da fé de reinventar a história!

TRAILER FILMES RECOMENDADOS APOSTILA SOCIOLOGIA GERAL E DA EDUCAÇÃO UNIDADE 01 BELEZA AMERICANA

Sinopse:

A história focaliza duas famílias bem sucedidas que moram no interior dos Estados Unidos. Um dos casais tem um relacionamento de fachada, não fazem amor há anos, mas se toleram e jantam juntos todas as noites. Ele Lester Burnham (Kevin Spacey) decide fazer algumas pequenas mudanças na sua vida, mudanças que estão mais para a volta à adolescência do que para a crise de meia idade, resolve relaxar, larga o emprego, começa a fumar baseado e fazer musculação. Quanto mais solto ele fica, mais feliz se torna, o que é ainda mais enlouquecedor para sua esposa, Carolyn (Annette Bening), e para sua filha, Jane (Thora Birch) - especialmente quando ele vira seus olhos para a amiga de Jane, a sufocante Angela (Mena Suvari). Mas Carolyn revida dando uma atenção extra ao colega de trabalho Buddy Kane (Peter Gallagher).Para completar o caos, os novos vizinhos são uma família igualmente turbulenta: o coronel da marinha certinho Fitts, um homossexual reprimido (Chris Cooper), sua mulher ociosa, Barbara (Allison Janney), e o filho distante, Ricky (Wes Bentley), que logo desenvolve uma certa fascinação por Jane.

TRAILER FILMES RECOMENDADOS APOSTILA SOCIOLOGIA GERAL E DA EDUCAÇÃO UNIDADE 01 CIDADE DE DEUS

SINOPSE

O principal personagem do filme Cidade de Deus não é uma pessoa. O verdadeiro protagonista é o lugar. Cidade de Deus é uma favela que surgiu nos anos 60, e se tornou um dos lugares mais perigosos do Rio de Janeiro, no começo dos anos 80.
Para contar a estória deste lugar, o filme narra a vida de diversos personagens, todos vistos sob o ponto de vista do narrador, Buscapé.
Este, um menino pobre, negro, muito sensível e bastante amedrontado com a idéia de se tornar um bandido; mas também, inteligente suficientemente para se resignar com trabalhos quase escravos.
Buscapé cresceu num ambiente bastante violento. Apesar de sentir que todas as chances estavam contra ele, descobre que pode ver a vida com outros olhos: os de um artista. Acidentalmente, torna-se fotógrafo profissional, o que foi sua libertação.Buscapé não é o verdadeiro protagonista do filme: não é o único que faz a estória acontecer; não é o único que determina os fatos principais . No entanto, não somente sua vida está ligada com os acontecimentos da estória, mas também, é através da sua perspectiva que entendemos a humanidade existente, em um mundo aparentemente condenado por uma violência infinita

Escola e Mercado: a escola face à institucionalização do desemprego e da precariedade na sociedade colocada ao serviço da economia

Escola e Mercado: a escola face à institucionalização do desemprego e da precariedade na sociedade colocada ao serviço da economia


Ramón Peña Castro



Resumo
O artigo propõe uma pauta de análise das relações entre educação, qualificação e emprego no capitalismo globalizado. Tenta demonstrar a incompatibilidade existente entre a desvalorização do trabalho, decorrente da dominação autocrática do capital mundializado; questiona a suposta valorização da educação na sociedade dita de conhecimento; critica o processo de empresarialização da educação pública, inspirado em um determinismo tecnológico e o economicista, o qual se manifesta em uma série de fórmulas ideológicas auto-referenciadas, que se pretendem originais. Propõe-se uma reflexão sobre a nova centralidade do trabalho e os novos critérios de qualificação, atentando para a diferença entre qualificação do trabalhador e qualificação ou classificação autocrática dos empregos ou postos de trabalho por parte das empresas.

Palavras-chave

Senso comum. Desemprego. Educação para o trabalho.

Professor do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal de São Carlos- UFScar. Ph. D. em Economia Política, Universidade de Moscou (1973)

Ramón Peña Castro

"Se miente mas de la cuenta/y por falta de fantasía/ tambien la verdad se inventa” ( Antonio Machado,Proverbios y cantares XLVI)
As colocações que seguem discutem uma das grandes pseudoevidências do senso comum, subproduto do credo neoliberal do mercado absoluto e da "mal chamada" sociedade do conhecimento: a idéia do advento de uma era de pós-trabalho e de centralidade da educaçãocomo o bem-capital mais importante. Essa suposta mudança “epocal” de sociedade é atribuída ao poder demiúrgico das novas tecnologias informáticas e da globalização dos mercados financeiros, dois fenômenos que são apresentados como traços paradigmáticos do novo mundo, unificado e uniformizado, servindo, igualmente, como suporte epistemológico do “pensamento único”. Mercado e comunicação (ou infor mação, como dizem os midiatólogos) são as palavras-chave desta nova era, cujos paradigmas ou modelos de referência estão destinados a convencer as classes subalternas que não existe alternativa, que é inevitável a adaptação e a submissão resignada à lógica impiedosa do mercado total, em particular nas esferas do trabalho e do ensino.
Os mercados globalizados com base nas telecomunicações são apresentados como expressão suprema do conhecimento, reduzido a sua dimensão instrumental e comercial. Sob essa forma de utilitarismo vulgar, o mercado, invólucro genérico do capital, passa a comandar os critérios de classificação dos empregos ou postos de trabalho. O mercado, máscara do capital, homologa, de fato, as qualificações e define o valor-preço da força de trabalho, assim como as modalidades do uso mais completo possível da mesma, modalidades disfarçadas com o eufemismo “flexibilização”. Tal é o verdadeiro sentido das teorias e práticas neoliberais de “gestão da mão de-obra”
Em correspondência com isso, as classes dominantes procuram a transformação da escola em uma empresa “flexível”, produtora de trabalhadores dotados de “competências”. Termo ambíguo destinado a naturalizar a autocracia empresarial que define a seu bel prazer aptidões (técnico-profissionais) e atitudes (comportamentais psico-sociais e gestuais) Isto supõe um sistema de ensino regido pelos princípios de eficiência, competitividade e flexibilidade, em um processo taylorista de formação acelerada de operadores multifuncionais, disciplinados, estandardizados e facilmente recicláveis, isto é, disponíveis para serem utilizados de forma fluida, conforme a demanda variável (em tempo e lugar) do empregador. Eis o papel que o mercado onipresente atribui à escola: formar ou, melhor, “formatar” um tipo de trabalhador adequado ao modelo de produção fragmentada de valor excedente, assente na redução dos custos tanto do trabalho vivo, como do trabalho pretérito, incorporado nos meios de produção (hard e soft ou tangíveis e intangíveis) A “produção” exigida dos sistemas de ensino e formação, denominada “recursos humanos”, está constituída por operadores de equipamentos produtivos e de prestadores dos mais variados serviços empresariais ou pessoais. Pode-se verificar que o emprego dos “recursos humanos” reveste diferentes formas de contratação e de utilização efetiva da capacidade ou força de trabalho humana, no que diz a respeito de local, tempo, horários, intensidade de esforço e condições ambientais e sociais de realização do trabalho produtor de valores de troca. Trata-se, portanto, de relações mercantis e monetárias sob formas diferentes: assalariadas e não-assalariadas. No Brasil predomina, nas últimas duas décadas, uma clara tendência de redução do assalariamento “com carteira assinada” e aumento do desemprego e das ocupações “sem carteira assinada” (POCHMANN, 1999,p. 65). Essa última modalidade, chamada “informal”, envolve uma grande variedade de categorias sociais que mistura desde profissionais com nível superior até biscateiros e vendedores ambulantes, em procura de refúgios contra o desemprego e miséria. Cabe salientar que a de redução do assalariamento contribui para ocultar ou dissimular a exploração capitalista, porque dissocia a produção de trabalho e valor excedente da sua apropriação pelo capital, operando, assim, uma transfiguração que transfere para as esferas da circulação e da “justiça comutativa” as operações de uso produtivo de capacidades humanas de trabalho (forças de trabalho), aparentemente autônomas, mas, de fato, inseridas tangencialmente no movimento global de valorização do capital. Para invisibilizar a apropriação do trabalho excedente dos não assalariados, os funcionários ideológicos do capital substituem conceitos com clara conotação social e política, como capitalismo, trabalho assalariado e classe operária, por termos técnicos, socialmente assépticos, como operador, fornecedor, empreendedor, autônomo, consumidores e titulares de cartão bancário (classificados, segundo o nível de renda, em “classes” A, B, C...).


Incompatibilidade entre a desvalorização (efetiva) do trabalho e a valorização (ilusória) da educação Para ser funcional à nova estratégia de pleno controle do capital sobre o trabalho produtor de valores de troca e à necessária dissimulação ideológica desse domínio, hoje totalitário, o sistema de ensino é convocado a fornecer formação continuada ou educação permanente de novas “competências”. Trata-se, a rigor, de pacotes de formação profissionalizante sob encomenda, isto é, formação acelerada e utilitária para o desempenho de postos de trabalho, continuamente redesenhados pelas empresas, em função da sua estratégia competitiva variável. Em outras palavras, uma formação flexível para sujeitos semi-automatizados, chamados a desenvolver um trabalho fluido, que permita minimizar o custo unitário da produção ou serviço fornecido. A escola empresarializada recebe, assim, a encomenda de produzir operadores com “competências” variáveis, isto é, um “novo tipo de trabalhador”: multifuncional, intercambiável e descartável, segundo o modelo de fast food, utilizável na quantidade, no lugar e pelo tempo desejado pelo comprador. Forma parte dessa estratégia a transferência para o Estado e/ou para os próprios trabalhadores (forçados a competir impiedosamente entre si, em prol de uma empregabilidade escorregadia dos custos da formação permanente. Ao mesmo tempo, a crescente individualização ou atomização darelação aluno/professor, propiciada (mas não provocada) pelo uso da pedagogia informatizada, contribui ao isolamento dos indivíduos, favorecendo a passividade social e a despolitização das classes exploradas. Contudo, a classe empresarial não se satisfaz com uma adequação qualquer do ensino público ao chamado mercado de trabalho; exige a mercantilização ampla, geral e irrestrita do ensino porque considera que:

a) a as despesas em educação e formação profissional são “investimentos estratégicos vitais para o sucesso das empresas”;

b) é insuficiente, e deve ser ampliada, a influência do empresariado na definição dos programas de ensino;

c) lucro deve ser o critério orientador dos sistemas de ensino empresarializados;

d) reconhecimento da necessidade de ensino permanente, como novo fator da reprodução da força de trabalho, favorece a ampliação do mercado de ensino;

e) a perspectiva evidente de expansão das telecomunicações, promete lucros fabulosos para o negócio da teleducação

f) as novas tecnologias informáticas computadorizadas (TIC), ao permitirem a expansão ilimitada do ensino a distância, fornecem uma sólida base para a implantação de uma grande indústria privada do ensino, assistido por computador.

Tudo isso parece desenhar um futuro promissor para a produção e venda de bens pedagógicos (computadores, equipamentos periféricos, serviços de provedores de acesso as ciber-estradas, programas didáticos atualizáveis, entre outros) adquiridos e utilizados por clientes que estudam a domicílio, a custa do seu tempo livre e do seu dinheiro. Em concordância, os empresários do ensino e seus agentes políticos e ideológicos brasileiros procuram ampliar o mercado educativo com a ajuda do atual Governo que se pretende “pós” neoliberal e cujo Ministério de Educação alumbrou a singular idéia de “estatizar”, pagando com dinheiro público, vagas ofertadas pelas empresas de ensino mercantilizado. Essa estatização pelo reverso longe de diminuir, como afirma o Governo, aprofunda as desigualdades sociais, porque além de engordar o negócio privado de ensino, aumenta a segregação educacional das grandes maiorias que não têm, nem terão, acesso à escola de mercado. Cria-se, assim, uma situação paradoxal: a mesma população que, segundo as estatísticas oficiais, teria atingido níveis de escolarização mais elevados que no passado, sofre as conseqüências do crescente desemprego e subemprego, indicadores claros da desvalorização capitalista do trabalho manual e intelectual, acelerada pela furiosa ofensiva neoliberal contra os direitos sociais (solenemente proclamados na Constituição de 1988) e pelas “reformas” dos precários “bens sociais” ainda existentes (ensino, saúde, previdência). Para o pensamento empresarial o problema da indigência educacional (a baixa qualidade do ensino obrigatório público) é visto, igual a outros problemas sociais (saúde, moradia, previdência), como uma fatalidade natural ou, na visão mais tecnocrática, como uma “disfunção” técnica devida ao “insuficiente desenvolvimento dos mecanismos do mercado”.A inconsistência dessa explicação resulta evidente quando consideramos os fatos. Acontece que sendo a maior parte dos empregos
disponíveis pouco qualificados (além de contratualmente precários e mal remunerados) resulta inevitável que aumente a divergência entre oferta e procura de qualificações, isto é, a divergência entre as crescentes taxas médias de escolaridade (confundida com qualificação) dos trabalhadores e a declinante qualificação da maioria dos empregos ofertados. A demanda de novas qualificações que exigem maior tempo de escolarização representa uma pequena parcela do chamado “mercado primário” ou núcleo privilegiado do mercado de trabalho. Certamente estas divergências desmentem claramente a retórica oficial sobre a centralidade da educação, cuja modernização é apresentado como remédio mágico para o problema do crescimento econômico e do desemprego, como a via para a superação do suposto atraso entre oferta e procura de forças de trabalho “flexivelmente” qualificadas.
Assim, a estratégia educacional “competitiva” parte de um pressuposto falso: a correlação direta e automática entre o nível de escolaridade (identificado sumariamente com o nível de qualificação dos trabalhadores) e a demanda do mercado de trabalho, em termos de estrutura qualificativa dos empregos existentes. As evidências empíricas indicam que a maioria dos empregos disponíveis não requerem qualificação elevada. Assim, segundo Pochmann (2001, p.72), a principal ocupação criada nos anos 1990 foi o emprego doméstico, responsável por 23% de todas as vagas abertas. Logo depois vem a ocupação de vendedor, que respondeu por 15% do total de postos de trabalho abertos, seguido da construção civil (10%), dos serviços de asseio e conservação (8%) e dosserviços de segurança (6%)1. Contudo, parece evidente que a relação do sistema de escolarização com o volume e a estrutura do emprego é hoje mais complexa que no passado, como demonstra o fato de que a escolaridade dos desempregados vem aumentando sem que isto provoque uma redução significativa das elevadas taxas de desemprego. Em razão disto, resulta ilusório supor que o problema do desemprego possa ser amenizado por meio do aumento dos índices de escolarização. A origem dessa ilusão está no credo neoclássico2 , segundo o qual as causas últimas do desemprego estão situadas no próprio mercado de trabalho; um velho dogma reeditado pela pseudo-teoria neoliberal do “capital humano”, para dissimular a natureza socialmente regressiva que acompanha o processo de acumulação capitalista. Por outro lado, é preciso lembrar que a tendência geral ao aumento do tempo médio de escolarização não se explica apenas, nem principalmente, pelo hipotético aumento das exigências de qualificação dos empregos disponíveis; deve-se, talvez em maior grau, ao crescimento das demandas de escolaridade como instrumento competitivo entre os próprios trabalhadores e também à demandas “extra-econômicas”.De fato, a gradativa expansão da escolaridade obrigatória não pode ser atribuída exclusivamente às crescentes exigências de escolaridade dos empregadores; depende também do aumento das exigências humanas de conhecimento do seu entorno natural e social, assim como das estratégias oficiais de enquadramento de crianças e jovens e da necessidade oficial de dissimulação das elevadas taxas de desemprego, em particular do escandaloso desemprego juvenil. Sem esquecer, igualmente, o inquestionável poder simbólico dos diplomas escolares, o qual persiste apesar da queda efetiva do seu valor de mercado (inflação de diplomas de diferentes tipos). A desvalorização econômica do trabalho, expressada no desemprego e na precarização das relações de trabalho, erosiona as funções realmentesocializadoras da escola e não apenas a sua função econômica, oficialmente absolutizada, de preparação para o chamado mercado trabalho. Por essa razão, a escolarização deixou de ser um instrumento eficiente de urbanização de jovens de origem rural e perdeu também força como instrumento de mobilidade social e de configuração profissional da classe trabalhadora. No caso brasileiro, o processo de mercantilização do ensino, que avança incentivado pela orientação economicista do Governo, enfrenta ainda fortes resistências na sociedade. E os sistemas de educação pública e de credenciamento estatal das titulações continuam sendo, para a grande maioria da população, uma das poucas expressões tangíveis dos precários direitos sociais e da cidadania formal.
Tudo indica, portanto, que a explicação da desvalorização do trabalho e da escolarização requer ultrapassar a aparência enganosa da chamada diver- gência entre demanda e oferta de qualificações; requer penetrar no terreno mais compreensível das contradições sociais do trabalho e da educação do capitalismo realmente existente. Nesta perspectiva, a crise do sistema de escolarização deve ser entendida como um dos resultados e manifestações da grande transformação histórica em andamento, cujo epicentro é o trabalho produtor de mercadorias e cuja força motriz são as exigências da produção de valor excedente, nas novas condições sociais do capitalismo, sob comando financeiro, organização flexível da produção e competitividade total.
Dentro desse quadro, o debate sobre a suposta centralidade da educação só tem a ganhar com a crítica do discurso oficial que apregoa una genérica formação permanente de qualificações multiadaptavéis para aumentar a chamada “empregabilidade”. Neologismo “ao serviço de um truque”, segundo a feliz observação de Gaspari, (1998), porque o termo “empregabilidade” repassa o ônus do desemprego para quem o sofre. Desse modo, o discurso oficial parafraseia Malthus ao deixar entender nas entrelinhas que “a principal causa do desemprego é a ignorância dos desempregados”, idéia antiga que o pensamento pós-moderno complementa com a chamada “rigidez excessiva da legislação trabalhista”, exigindo o rebaixamento das relações de trabalho à simples transação, administrada somente pelo mercado e pelo direito comercial. Todavia, o truque da “empregabilidade” esconde algo mais profundo, que é a tentativa de autonomizar tanto a esfera do trabalho como a esfera da educação, dissociando-as do contexto histórico, o único que as torna compreensíveis. Esse conteúdo histórico concreto decorre do poder oligopólico dos grandes agrupamentos financeiros que decidem as prioridades tecnológicas, econômicas e sociais, configurando a nova ordem mundial imperialista. Não há dúvida de que as transformações históricas (tecnológicas, econômicas e sociológicas) têm como epicentro o trabalho produtor de mercadorias e é, justamente, por isso que as relações de trabalho assalariado estão sofrendo profundas mutações, tanto do lado da força de trabalho como do lado do capital. Do lado do trabalho, precarizam-se as ormas de contratação da força de trabalho, intensifica-se a sua utilização (exploração), individualizam-se e degradam-se as formas de remuneração e privatizam-se, cada dia mais, as condições de reprodução da força de trabalho. Do lado do capital, mudam-se as estruturas tecnológicas eorganizacionais da produção capitalista sob o comando de grandes grupos financeiros globalizados que, para garantirem elevados lucros financeiros, dispõem de uma série de instrumentos técnico-organizacionais e políticos que, operando em escala planetária, garantem a redução dos “custos do trabalho” e o subseqüente aumento do valor excedente (mais-valia). A força de trabalho perde, por isso, os últimos vestígios de controle sobre o processo produtivo desde o momento em que os meios de produção exigem sempre menos trabalho vivo para serem operados e as máquinas “cerebralizadas” confiscam (mecanizando-as) novas parcelas de trabalho intelectual. Ao mesmo tempo, cabe lembrar que os novos meios de produção de base micro-eletrônica apresentam, a um só tempo, maior grau de autonomia funcional com relação à força de trabalho, mas também maior complexidade e vulnerabilidade, pelo fato de funcionar como sistema integrado de máquinas auto-comandadas (“informatizadas”), o que provoca uma redução progressiva do emprego total (e aumento do desemprego), assim como propicia uma nova hierarquia das ocupações de direção, administração e produção. Por essa razão, a nova base tecnológica demanda crescentes doses de trabalho intelectual “morto” e, em proporção menor, trabalho intelectual “vivo”. O primeiro (trabalho intelectual “morto”) materializado em sistemas automatizados (hard),cujo funcionamento requer um estoque crescente de soft (programas operacionais codificados em linguagens lógicas); o segundo, trabalho intelectual “vivo”, personificado por novas categorias de especialistas. A importância ou centralidade deste trabalho vivo (cujo peso não é proporcional ao volume e potência dos novos meios de produção corpóreos– hard – nem aos incorpóreos – Soft) longe de diminuir, está aumentando devido ao crescente papel da “organização científica” dos processos de concepção, produção e circulação de mercadorias. Neste contexto, as novasconfigurações do trabalho intelectual dependente do capital, cuja base mate-rial são os modernos meios de produção privadamente apropriados, não podem deixar de reproduzir, em níveis mais elevados, a contraposição tradicional entre trabalho coletivo alienado e poder privado do capital. Os novos componentes do trabalho intelectual “morto” (meios de produção) e do trabalho intelectual “vivo” (forças de trabalho) mudam a configuração do “trabalhador total” ou “trabalhador coletivo”, produtor de valores de troca (bens tangíveis e serviços), cujos componentes individuais só têm o emprego garantido se se mostrarem aptos para produzir um valor superior ao seu custo, ou seja, como produtores de mais-valia. Pode-se, assim, concluir que as alterações ocorridas nos dois pólos da relação de produção capitalista (capital e trabalho) não modificam a centralidade do trabalho assalariado; ao contrário, essa relação fundante da sociedade capitalista tornou-se ainda mais profunda e abrangente pela incorporação à órbita do capital de uma diversidade de formas de trabalho produtor de mercadorias. Referimo-nos às formas de trabalho temporário, trabalho a tempo parcial, prestação individual de serviços terceirizados ou subcontratados. O mal chamado trabalho autônomo envolve a generalidade dos “prestadores de serviços”, incluindo desde produtores de ciência, cultura, informação, saúde corporal e espiritual, até produtores de “bens” socialmente proscritos: lobystas ou traficantes de influências e votos, mercadores de armas, narcotraficantes, entre outros. Não se pode esquecer, igualmente, a aberrante persistência, ampliada e não por acidente, do trabalho escravo, sintoma claro de uma ordem criminal de desintegração da vida social e prova adicional da incompatibilidade essencial entre a lógica capitalista do máximo lucro e a universalização de regras de vida social, autenticamente humana. O fato de que muitas das novas formas de trabalho percam a tradicional conotação de trabalho assalariado, não impede a sua funcionalidade na produção de valor excedente, susceptível de ser apropriado pelo capital no processo de circulação. Pode-se afirmar que a reativação de formas arcaicas (desde o trabalho semi-escravo até as mais variadas formas de servidão doméstica) convivem e complementam a novas formas de trabalho que, a um só tempo, potencializam e invisibilizam a natureza exploradora e alienante do trabalho capitalista, produtor de valor de troca incrementado.

Nova centralidade do trabalho e novos critérios de qualificação do trabalho
Na visão neo-racionalista, difundida a partir dos anos de 1970 por uma série de pensadores reformistas europeus (Offe, Habermas, Gorz, entre outros), o trabalho assalariado teria deixado de ser o fundamento estruturante da sociedade moderna. De onde se segue que o trabalho também teria deixado de ser fundamento estruturante da educação. Como jáfoi dito, as mudanças tecnológicas, sendo aptas para garantir abundância material com uma despesa cada vez menor de tempo de trabalho vivo, provocam, no capitalismo realmente existente, desemprego e miséria cresentes para uma parcela cada vez maior da população, além de uma depredação irrecuperável da natureza.Em tais condições, o trabalho, que até o presente foi o vínculo unitivo social mais abrangente e acessível, transforma-se em um “bem escasso” e no maior problema social dos nossos dias. As sociedades modernas conhecem, assim, uma nova e profunda ruptura que separa os que gozam o direito a trabalhar de uma crescente massa de pessoas excluídas desse direito, o que provoca a crise de todas as formas de “sociabilização” ligadas ao trabalho: família, empresa, sindicato, Estado social e sua expressão mais genuína, o sistema escolar. Nestas condições resulta descabido falar de centralidade da escola fundada em algo que é, justamente, o epicentro da crise: o trabalho. Não há como demonstrar que a escola pode vir a ser a força propulsora de uma “pós-modernidade”, construída a golpes de mercado e com tecnologias empresariais desempregadoras.. A suposta perda de centralidade do traba-lho produtor de mercadorias é a base de novas mistificações ideológicas que apregoam a “subjetivação do trabalho” e o poder do “agir comunictivo”. Estes exercícios de imaginação não podem ocultar a cruel realidade da desvalorização efetiva e crescente do trabalhador assalariado. A raiz dessa inversão da ordem humano-social reside, segundo Marx, na separação que o capitalismo aprofunda: entre o trabalho e o ser humano trabalhador. O trabalho mercantilizado (realização das capacidades humanas de produzir determinado efeito útil) está comandado, como qualquer outra mercadoria (bens de produção e bens de consumo), pelo valor de troca, no qual todas as qualidades concretas são anuladas em nome de uma única e abstrata qualidade: o preço ou forma monetária de expressão desse valor abstrato. Esta redução do trabalho vivo a valor de troca aparece, graças a sua forma mercantil-monetária, como uma simples transação comercial entre partes formalmente livres e iguais, isto é, como um ato perfeito de “justiça comutativa”. Porém, essa aparente igualdade oculta uma realidade essencialmente desigual: o consumo ou a exploração do trabalho vivo, mediante a utilização, mais completa possível, das três diferentes formasem que o mesmo se efetiva: “subjetiva, ativa e individual.” (MICHEL, 1990).

Notas

1 As empresas de vigilância particular empregam no Brasil um contin-gente de 2,5 milhões de vigilantes, muitos deles armados. Só no Estado de São Paulo, estima-se que operam umas l.600 empresas de vigilância privada, das quais, aproximadamente, l.200 seriam irregulares(“Insegurança privada”, editorial da . Folha de S. Paulo, de 12/5/2004)

2 O credo neoclássico “repousa – segundo Bourdieu (2001, p. 32), numa filosofia da ação, o individualismo metodológico, que não quer e não pode conhecer senão as ações ciente e conscientemente calcu-ladas de agentes isolados, visando fins individuais e egoístas”.

3 Vide Bourdieu, (2001, p. 31)



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