«O Estado Novo é um Estado fascista, porque tem como modelo o fascismo italiano. É esse o grande modelo da época», sustentou o historiador da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra momentos antes do lançamento do seu livro «Estados Novos, Estado Novo» na Fundação Mário Soares.
Além da presença do ex-Presidente da República Mário Soares, o livro de Luís Reis Torgal foi apresentado pelo historiador, professor da Universidade Nova e deputado do Bloco de Esquerda, Fernando Rosas.
De acordo com o docente universitário de Coimbra, durante o período do Estado Novo, conviveram várias tendências «no sentido de constituírem um novo sistema e um novo Estado».
Neste sistema, acrescentou Luís Reis Torgal, «houve várias tendências, como os integralistas, republicanos nacionalistas, nacionais sindicalistas, católicos e fascistas propriamente ditos (ligados à Itália)».
«Houve várias correntes, mas que apresentaram uma ideia em comum: o Estado velho era o Estado demo-liberal e era preciso constituir um Estado Novo como alternativa - e até como alternativa ao Estado socialista», apontou o professor universitário de Coimbra.
De acordo com Reis Torgal, «a corrente preponderante» neste sistema político «foi o salazarismo, porque foi o salazarismo que uniu as várias correntes».
Nesta perspectiva, até aos anos 40 e à II Grande Guerra Mundial, prevaleceu no Estado Novo «a força do modelo mussoliniano».
«Com o fim da II Guerra Mundial as coisas mudaram, tendo tido muita importância a pressão então exercida pela aliança inglesa. A guerra começou a pender para o lado dos aliados e, obviamente, as coisas mudaram. O Estado Novo começou a adaptar-se às novas condições - e conseguiu adaptar-se com sucesso, até no tempo de Marcelo Caetano», sustentou.
Fonte:IOL Diário
Disponível em:http://diario.iol.pt/politica/salazar-estado-novo-fascismo-mussolini-historia-reis-torgal-/1050396-4072.html