Há quem não saia de casa e desenvolva fobia.
Painel de elevador em Buenos Aires exclui o número 13 dos andares (Foto: Reprodução/Wikimedia Commons)
Na famosa franquia cinematográfica de horror dos anos 1980, a sexta-feira 13 é o pior dia. É quando acontecem as mortes, as vinganças de Jason Voorhees, que morreu afogado num lago quando menino, ou de sua mãe. Mas não só os frequentadores da colônia de Crystal Lake têm medo do dia. Na vida real, há quem não saia de casa, quem deixe de trabalhar ou mesmo quem desenvolva uma fobia pelo número. Em 2009, aliás, três sextas-feiras caem no dia 13.
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A idéia de que a sexta-feira 13 dá azar mistura duas superstições: a do número 13 e a da sexta-feira. Para os católicos, 13 eram os apóstolos da Última Ceia -e o 13º era Judas, que, de acordo com o Evangelho, traiu Jesus. Sexta-feira foi o dia da crucificação de Cristo, e há teólogos que afirmam que o Dilúvio começou numa sexta-feira. A partir daí, muitos fiéis começaram a cancelar planos de viagem ou projetos no penúltimo dia da semana. Marinheiros também temiam viajar na sexta.
Segundo uma reportagem da revista "National Geographic" sobre o tema, na Roma antiga, as bruxas se juntavam em grupos de 12, pois o décimo-terceiro era o demônio.
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O 13 dos templários
A sexta-feira 13 também não foi um bom dia para a Ordem dos Cavaleiros Templários. Fundada no século XII, sua influência na Europa incomodou tanto alguns reis que, numa sexta-feira, 13 de outubro de de 1307, uma determinação de Filipe IV, da França, implantou uma 'caça às bruxas' e fez templários do país serem presos, excomungados e queimados na fogueira. Após cinco anos, os templários deixariam de existir, acusados de heresia.
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Insígnia da missão Apollo 13, em 1970 (Foto: Reprodução/Wikimedia Commons)
Além da caça aos templários, a sexta-feira ficou conhecida por ser o dia das execuções oficiais. Na Inglaterra, era esse o dia em que os prisioneiros eram enforcados. Conta-se, também, que os condenados davam 13 passos até chegar ao local da corda.
Apollo 13
Muito da superstição que já existia quanto à sexta-feira e ao número 13 se intensificou quando houve o acidente com a missão tripulada da agência espacial americana Apollo 13, em 1970.
A missão partiu da terra às 14h13 e, no dia 13 de abril, dois dias depois do lançamento, foi abortada após uma explosão em um dos tanques de oxigênio. Os tripulantes conseguiram voltar ilesos para a Terra no dia 17.
A fobia do 13
Tudo isso fez com que crescesse a superstição quanto à sexta-feira 13. Ainda hoje, há prédios que não tem o andar 13, há ruas em que a numeração passa por 11, 12, 12,5 e 14 e existem países que tiraram o 'número do azar' de sua loteria nacional.
Algumas pessoas, no entanto, levam tão a sério as superstições que desenvolvem uma fobia do número. O nome científico para isso é triskaidekaphobia e é citado em manuais e livros médicos. Segundo Robert B. Taylor escreveu no livro "White Coat Tales", um escritor russo chamado Sholom Aleiehem, que viveu no século XIX, tinha triskaidekaphobia. Ele morreu num dia 13 mas, se você visitar sua lápide, num cemitério de Glendale, Nova York, vai encontrar a data 12a de maio de 1916.
O psicólogo Marcos R. Maximino, do Núcleo de Medicina Comportamental do Departamento de Psicobiologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), confirma a existência da fobia do 13. Segundo ele, “um comportamento supersticioso surge quando a pessoa associa – de forma intencional ou não – determinados fatos que ela vive, dando a eles valor positivo ou negativo. Assim, surge uma crença que pode ser positiva (sorte) ou negativa (azar): fatos da vida cotidiana passam a ter um significado especial, sem que essa pessoa perceba. A superstição é uma crença fundamentada na idéia de que determinado comportamento, atitude, número ou palavra pode trazer sorte ou azar.”