21.2.10

Histórico da Imigração no Brasil

Histórico

Imigrantes a bordo, observando a cidade, momentos antes de desembarcar em Santos, SP, s/d

Acervo Museu da Imigração - SP

A vinda de imigrantes para o Brasil, ressalvada a presença dos portugueses - colonizadores do País - delineia-se a partir da abertura dos portos às "nações amigas" (1808) e da independência do País (1822). À margem dos deslocamentos populacionais voluntários, cabe lembrar que milhões de negros foram obrigados a cruzar o oceano Atlântico, ao longo dos séculos XVI a XIX, com destino ao Brasil, constituindo a mão-de-obra escrava.Os monarcas brasileiros trataram de atrair imigrantes para a região sul do País, oferecendo-lhes lotes de terra para que se estabelecessem como pequenos proprietários agrícolas. Vieram primeiro os alemães e, a partir de 1870, os italianos, duas etnias que se tornaram majoritárias nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Entretanto, a grande leva imigratória começou em meados de 1880, com características bem diversas das acima apontadas.

A principal região de atração passou a ser o estado de São Paulo e os objetivos básicos da política imigratória mudaram. Já não se cogitava de atrair famílias que se convertessem em pequenos proprietários, mas de obter braços para a lavoura do café, em plena expansão em São Paulo. A opção pela imigração em massa foi a forma de se substituir o trabalhador negro escravo, diante da crise do sistema escravista e da abolição da escravatura (1888). Ao mesmo tempo, essa opção se inseria no quadro de um enorme deslocamento transoceânico de populações que ocorreu em toda a Europa, a partir de meados do século XIX, perdurando até o início da Primeira Guerra Mundial. A vaga imigratória foi impulsionada, de um lado, pelas transformações sócio-econômicas que estavam ocorrendo em alguns países da Europa e, de outro, pela maior facilidade dos transportes, advinda da generalização da navegação a vapor e do barateamento das passagens. A partir das primeiras levas, a imigração em cadeia, ou seja, a atração exercida por pessoas estabelecidas nas novas terras, chamando familiares ou amigos, desempenhou papel relevante. Nas Américas, pela ordem, os Estados Unidos, a Argentina e o Brasil foram os principais países receptores de imigrantes.

No caso brasileiro, os dados indicam que em torno de 4,5 milhões de pessoas imigraram para o país entre 1882 e 1934. Destes, 2,3 milhões entraram no estado de São Paulo como passageiros de terceira classe, pelo porto de Santos, não estando, pois, aí incluídas entradas sob outra condição. É necessário ressalvar, porém, que, em certas épocas, foi grande o número de retornados. Em São Paulo, por exemplo, no período de crise cafeeira, (1903-1904), a migração líquida chegou a ser negativa. Um dos traços distintivos da imigração para São Paulo, até 1927, foi o fato de ter sido em muitos casos subsidiada, sobretudo nos primeiros tempos, ao contrário do que sucedeu nos Estados Unidos e, até certo ponto, na Argentina.

O subsídio consistiu no fornecimento de passagem marítima para o grupo familiar e transporte para as fazendas e foi uma forma de atrair imigrantes pobres para um país cujo clima e condições sanitárias não eram atraentes. A partir dos anos 30, a imigração em massa cedeu terreno. A política nacionalista de alguns países europeus - caso típico da Itália após a ascensão de Mussolini - tendeu a colocar obstáculos à imigração para a América Latina.

No Brasil, a demanda de força de trabalho, necessária para o desenvolvimento industrial, passou a ser suprida, cada vez mais, pelas migrações internas. Habitantes do Nordeste do País e do estado de Minas Gerais abandonaram suas regiões em busca do "el-Dorado paulista". Na década de 30, somente os japoneses, ligados à pequena propriedade agrícola, continuaram a vir em grande número para São Paulo. Em anos mais recentes, a imigração para o Brasil, qualitativamente, diversificou-se bastante. Novas etnias se juntaram às mais antigas, como é o caso da imigração de países vizinhos - Argentina, Uruguai, Chile, Bolívia etc. - tanto por razões profissionais como políticas.

Coreanos passaram a compor a paisagem da cidade de São Paulo, multiplicando restaurantes e confecções. Após os primeiros anos de dificuldades extremas, que não foram muito diversas das que atravessaram em outros países, os imigrantes acabaram por se integrar à sociedade brasileira. Em sua grande maioria, ascenderam socialmente, mudando a paisagem sócio-econômica e cultural do Centro-sul do Brasil.

No Sul, vincularam-se à produção do trigo, do vinho, e às atividades industriais; em São Paulo, impulsionaram o desenvolvimento industrial e o comércio. Nessas regiões, transformaram também a paisagem cultural, valorizando a ética do trabalho, introduzindo novos padrões alimentares e modificações na língua portuguesa, que ganhou palavras novas e um sotaque particular. Os imigrantes europeus, do Oriente Médio e asiáticos (portugueses, italianos, espanhóis, alemães, judeus, sírios e libaneses, japoneses) influenciaram a formação étnica do povo brasileiro, sobretudo na região Centro-sul e Sul do País. Tendo em conta as contribuições de índios e negros, disso resultou uma população etnicamente diversificada, cujos valores e percepções variam de um segmento a outro, no âmbito de uma nacionalidade comum.

Espanhóis

Imigrante espanhol no comércio de ferro-velho em São Paulo, nos anos de 1950

Acervo Museu da Imigração - SP

Os espanhóis começaram a imigrar para o Brasil em razão dos problemas no país de origem e das possibilidades de trabalho que, bem ou mal, lhes eram oferecidas. Muitos agricultores, proprietários de minifúndios, partiram da Galícia; outros vieram da Andaluzia, onde eram, principalmente, trabalhadores agrícolas.

Nos primeiros tempos, ou seja, a partir da década de 80 do século XIX, os espanhóis foram encaminhados, sobretudo, para trabalhar nas fazendas de café no estado de São Paulo. Com relação aos demais grupos europeus, caracterizaram-se por serem os que, em maior grau, chegaram como grupo familiar e os que trouxeram crianças em maior proporção.

Eles constituíram a terceira maior etnia que imigrou para o Brasil, após os portugueses e italianos, entre 1880 e 1972, representando cerca de 14% do total de imigrantes nesse período.

Dentre os grandes grupos de imigrantes, os espanhóis foram os que mais se concentraram no estado de São Paulo. O censo de 1920, por exemplo, revelou que 78% dos espanhóis residiam neste estado. Embora a grande maioria dos espanhóis tenha se fixado, a princípio, no campo, onde ganharam posições como pequenos e médios proprietários, a presença urbana da etnia não é desprezível. Em seus primeiros tempos, os espanhóis vincularam-se ao comércio de metais usados - o chamado "ferro velho" - e ao setor de restaurantes, diversificando, posteriormente, suas atividades.

Italianos

Família de imigrantes italianos no Núcleo Colonial Jorge Tibiriçá, em Rio Claro, interior de São Paulo, em 1911

Acervo Museu da Imigração - SP

Os italianos começaram a imigrar em número significativo para o Brasil a partir da década de 70 do século XIX. Foram impulsionados pelas transformações sócio-econômicas em curso no Norte da península italiana, que afetaram sobretudo a propriedade da terra.

Até a virada do século, italianos dessa região predominaram na corrente imigratória. A partir daí, os italianos do Centro-sul ou do Sul se tornaram dominantes. Um aspecto peculiar à imigração em massa italiana é que ela começou a ocorrer pouco após a unificação da Itália (1871), razão pela qual uma identidade nacional desses imigrantes se forjou, em grande medida, no Brasil.

As grandes áreas de atração de imigrantes italianos para o Brasil foram os estados de São Paulo, Rio Grande do Sul e Minas Gerais. Considerando o período 1884-1972, verificamos que quase 70% dos italianos ingressaram no País pelo estado de São Paulo.

As condições de estabelecimento dos italianos foram bastante diversas. A imigração sulina praticamente não foi subsidiada e os recém-chegados instalaram-se como proprietários rurais ou urbanos. Em São Paulo, foram a princípio atraídos para trabalhar nas fazendas de café, através do esquema da imigração subsidiada. Nas cidades paulistas, trabalharam em uma série de atividades, em especial como operários da construção e da indústria têxtil.

Os imigrantes italianos influenciaram fortemente os hábitos alimentares nas regiões em que se fixaram e deram uma importante contribuição à industrialização gaúcha e paulista. A maioria dos primeiros grandes industriais de São Paulo - os Matarazzo, os Crespi - constituíram o grupo dos chamados "condes italianos", cuja proeminência só foi ultrapassada com o correr dos anos.

Japoneses

Crianças imigrantes japonesas no Núcleo Colonial Barão de Antonina, em Itaporanga, SP, 1933

Acervo Museu da Imigração - SP

A primeira leva de japoneses chegou ao Brasil em 1908, através de um esquema de imigração subsidiada. Houve oposição inicial à imigração dessa etnia, que acabou sendo aceita como uma alternativa as dificuldades impostas pelo governo italiano à imigração subsidiada de italianos para o Brasil. Os japoneses concentraram-se no estado de São Paulo, correspondendo a 92,5% o número de japoneses que entrou nesse estado, entre 1909 e 1972. O fluxo imigratório de japoneses ganhou relevo no período posterior a 1930, quando a imigração de italianos e de espanhóis se reduziu consideravelmente. Entre 1932 e 1935, cerca de 30% dos imigrantes que ingressaram no Brasil eram de nacionalidade japonesa.

Os japoneses foram destinados inicialmente as fazendas de café, mas gradativamente tornaram-se pequenos e médios proprietários rurais. Dentre todos os grupos imigrantes foram os que se concentraram por período mais longo nas atividades rurais, em que se destacaram pela diversificação da produção dos hortifrutigranjeiros. Em anos recentes, houve forte migração de descendentes de japoneses para os centros urbanos, onde passaram a ocupar posições importantes nas várias atividades componentes da área de serviços

Judeus

Família imigrante de origem judaica em São Paulo, na década de 1920

Acervo Museu da Imigração - SP

A chegada de populações judaicas ao Brasil torna-se gradativamente significativa a partir de meados dos anos 20, no século XX. A vinda de israelitas para o País insere-se tardiamente no influxo da imigração em massa e ganha relevo maior nos anos 30, em decorrência das perseguições nazistas.

Entre 1936 e 1942, mais de 14 mil pessoas ingressaram no País. Embora esse número pareça reduzido, convém lembrar que ele representa 12,1% da imigração total naqueles anos. As populações judaicas entraram em sua grande maioria pelos portos do Rio de Janeiro e de São Paulo. A princípio, vieram sobretudo judeus da Europa Central - os chamados russos - e, a seguir, os alemães, após a ascensão do nazismo. Os judeus fixaram-se nas cidades, localizando-se, no início, em bairros étnicos, como é o caso do Bom Retiro, em São Paulo. A primeira geração concentrou-se nas atividades comerciais. Seus filhos e netos diversificaram suas iniciativas, tornando-se industriais, profissionais liberais etc.

Portugueses

Família de imigrantes portugueses em foto para o passaporte, Portugal, 1922

Acervo Museu da Imigração - SP

Como "descobridores" do Brasil, vieram para a colônia desde seus primeiros tempos de existência. Mesmo considerando-se apenas o período posterior à Independência (1822), os portugueses representam a etnia imigrante mais numerosa. Foram atraídos pelas dificuldades econômicas no país de origem e pelas afinidades lingüísticas. Lembremos, porém, que, considerado apenas o período 1877-1972, o fluxo de ingresso de portugueses e italianos se assemelhou, correspondendo respectivamente a algo em torno de 31% do total de entradas.

Dedicaram-se tanto a atividades rurais como urbanas e, mais do que qualquer outra etnia, espalharam-se por várias regiões do Brasil.

O Rio de Janeiro constitui o maior centro urbano concentrador de portugueses e seus descendentes. Controlaram, no passado, desde o comércio a varejo de alimentos até os grandes jornais. Durante o período que vai da Independência do Brasil a fins do século XIX, os portugueses foram alvo de críticas preconceituosas por parte dos nacionais, sobretudo no Rio de Janeiro.

Essas críticas resultaram de ressentimentos para com os colonizadores e ganharam amplitude pela atividade exercida pelos portugueses na capital do País. Como estes controlavam aí a venda de gêneros alimentícios, tornaram-se muitas vezes bode expiatório para os problemas da população, decorrentes da elevação de preços.

Sírios e Libaneses

Família libanesa em São Paulo, s/d

Acervo Museu da Imigração - SP

Sírios e libaneses começaram a imigrar para o Brasil em fins do século XIX, fugindo as dificuldades econômicas em suas regiões de origem. Concentraram-se, principalmente, no estado de São Paulo, mas uma parcela deles fixou-se no Norte do país, nos estados do Pará, Amazonas e o então Território do Acre, caracterizados por um baixo fluxo imigratório. Por toda parte, sírios e libaneses se dedicaram as atividades comerciais, tendo um papel relevante no comércio da borracha, durante o auge do período de produção e exportação desse produto (1890-1910), nos estados do Norte.

Em São Paulo e em menor escala no Rio de Janeiro, sírios e libaneses dedicaram-se ao comércio, a princípio como mascates, percorrendo com suas mercadorias as ruas dos grandes centros urbanos, as fazendas e pequenas cidades do interior. Gradativamente, abriram estabelecimentos comerciais, tornaram-se industriais, escalando os degraus da mobilidade social.

Os descendentes dessa etnia diversificaram suas atividades, sendo notável sua concentração na medicina e sua presença nas atividades políticas.

Texto do Professor Boris Fausto. Fonte: site do Ministério das Relações Exteriores.

Doutor e livre-docente pela Universidade de São Paulo (USP), onde se formou em Direito (1953) e em História (1967), Boris Fausto é professor do Departamento de Ciência Política da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP. Entre seus principais trabalhos incluem-se: A Revolução de 1930. Historiografia e História (São Paulo, Brasiliense, 1970), Trabalho Urbano e Conflito Social (São Paulo, Difel, 1975), Crime e Quotidiano. A Criminalidade em São Paulo, 1880-1924 (São Paulo, Brasiliense, 1984), Historiografia da Imigração para São Paulo (São Paulo, Sumaré/Idesp, 1991) e História do Brasil (São Paulo, Edusp, 1994). Editou quatro volumes da História Geral da Civilização Brasileira (Rio de Janeiro, Bertrand Brasil), referentes ao período republicano.

Alemães

Família de imigrantes alemães no Núcleo Colonial Nova Europa, em Ibitinga, SP, 1941

Acervo Museu da Imigração - SP

Os primeiros imigrantes alemães chegaram ao Brasil logo após a Independência, dentro de um programa de colonização idealizado pelo governo brasileiro, que visava o desenvolvimento da agricultura e a ocupação do território no Sul do País. A primeira colônia alemã foi fundada em 1824, com o nome de São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, numa área de terras públicas do Vale do Rio dos Sinos. As tentativas anteriores de estabelecimento de colônias com alemães na região Nordeste fracassaram, e a data de 1824 marca o início da corrente imigratória proveniente de diversos estados alemães. Ao longo de mais de 100 anos entraram no Brasil aproximadamente 250 mil imigrantes - num fluxo anual pequeno, mas contínuo, que teve seu momento de maior intensidade em 1920, no auge da crise econômica-social da República de Weimar.

Durante quase todo o período de duração do fluxo imigratório (entre 1824 e 1937), a imigração alemã se caracterizou pela participação contínua no processo de colonização em frentes pioneiras - compartilhada por outros imigrantes europeus, sobretudo italianos - que resultou na formação de um campesinato de pequenos proprietários. Neste processo, os alemães e seus descendentes ajudaram a ocupar as terras públicas dos três estados do Sul através da fundação de inúmeras colônias, concentradas na região Noroeste de Santa Catarina, no planalto setentrional do Rio Grande do Sul até o rio Uruguai, no planalto paranaense e em alguns vales de rios, como o Sinos, Jacuí, Taquari e Caí, no Rio Grande do Sul, e Itajaí, em Santa Catarina.

Entre as colônias mais conhecidas estão aquelas que passaram por um processo de desenvolvimento econômico com a industrialização - caso de Blumenau, Joinville e Brusque, em Santa Catarina, e São Leopoldo, Novo Hamburgo e Ijuí, no Rio Grande do Sul - para citar alguns exemplos. Houve ainda estabelecimento de alemães em algumas colônias do Espírito Santo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo - todas pouco expressivas. Por outro lado, uma parte dos imigrantes - sobretudo após a Primeira Guerra Mundial - se estabeleceu em cidades maiores como Porto Alegre, Curitiba e São Paulo.

A concentração em algumas regiões do Sul, além da manutenção da língua e de outras características da cultura original e da presença marcante de uma imprensa, escola e associações germanizadas, criou condições para o surgimento de uma etnicidade teuto-brasileira, cuja marca é o pertencimento primordial a um grupo étnico demarcado pela origem alemã. Disto resultou uma longa história de atritos com a sociedade brasileira, que culminou com a campanha de nacionalização durante o Estado Novo (1937-1945) - uma tentativa de acelerar o processo assimilacionista. Os ideais primordiais de pertencimento étnico, embora atenuados, não desapareceram após a Segunda Guerra Mundial e podem ainda hoje ser percebidos nas principais regiões de colonização alemã.

Texto de Giralda Seyferth:

Fonte: Site do Ministério das Relações Exteriores

Alemanha

Alemanha

Alemanha, república federal localizada na Europa Central. Limita-se ao norte com o mar do Norte, a Dinamarca e o mar Báltico; ao leste com a Polônia e a República Tcheca; ao sul com a Áustria e a Suíça, e ao oeste com a França, Luxemburgo, Bélgica e os Países Baixos. É conhecida oficialmente como República Federal Alemã (RFA). Berlim é a capital e a cidade mais importante.

Território e recursos


Possui três grandes regiões fisiográficas: as terras baixas que conformam a planície do norte, com numerosos vales fluviais; a região das mesetas centrais que abrange um território de suaves montanhas, vales fluviais, rios e vales bem definidos; e as cadeias montanhosas que incluem as cordilheiras Eifel e Hunsrück, Taunus, Spessart e Fichtelgebirge. Os contrafortes do Jura e um grande bosque, a Selva Negra, estão no sudoeste. No extremo sul estão os Alpes bávaros.
A maioria dos grandes rios alemães estão na região ocidental. O mais importante é o Reno e seus afluentes, Neckar e Ruhr. Outros rios importantes são Elba, Danúbio, Oder e Neisse. Dos poucos grandes lagos destaca-se o Constança.

Possui um clima temperado, com uma temperatura média anual de 9 °C. As terras baixas do norte têm um clima um pouco mais quente que as regiões centrais e do sul. A precipitação é maior no sul, onde alcança cerca de 1.980 mm ao ano, a maioria em forma de neve. Aproximadamente 30% do território é formado por bosques compostos de pinheiros e outras coníferas e espécies de folhas caducas.



População e governo
A população possui dois grupos de raça caucásica: o alpino e o teutônico. Possui (1993) cerca de 80.767.591 habitantes, com uma densidade de 226 hab/km2.

A capital da Alemanha, Berlim, possui uma população (1992) de 3.454.200 habitantes. Outras cidades importantes (segundo estimativas de 1990) são: Bonn (289.500 habitantes), Hamburgo (1.640.100 habitantes), Munique (1.219.600 habitantes), Colônia, Frankfurt am Main e Essen. O alemão é o idioma oficial e existem vários dialetos regionais.

Cerca de 45% dos alemães são protestantes, em sua maioria luteranos. Quarenta por cento são católicos e 2% muçulmanos. Aproximadamente 30.000 judeus vivem hoje na Alemanha. O governo é baseado em uma Lei Fundamental promulgada em 1949 para a antiga RFA (Alemanha Ocidental), emendada em várias ocasiões. É um Estado federal democrático. De 1968 a 1989, a Alemanha Oriental se definia em sua constituição como um Estado socialista soberano. O poder residia no Partido da Unidade Socialista da Alemanha (SED). Com a unificação em 1990, a Lei Fundamental da RFA se ampliou ao novo Estado.



Economia
Apesar da grande destruição sofrida durante a II Guerra Mundial, a Alemanha ressurgiu na década de 1960. A reunificação foi um golpe muito duro; a Alemanha Ocidental tem suportado as custas das melhorias na infra-estrutura, no meio ambiente e na indústria da parte oriental, embora muitas empresas do Este tenham quebrado, a Alemanha continua sendo uma potência na economia mundial devido à forte competência da Alemanha Ocidental.

A agricultura representa um papel pouco importante. Quase um terço dos alimentos consumidos são importados. As melhores terras para o cultivo se localizam no extremo sul das planícies setentrionais. Os principais cultivos são açúcar de beterraba, batatas e cereais. A Alemanha possui importantes indústrias relacionadas como a silvicultura e a pesca. Os bosques de coníferas tem sofrido os efeitos da chuva ácida.

A Alemanha é o principal produtor de linhito do mundo e vários minerais são produzidos em quantidades importantes. O setor industrial domina a economia e produz uma grande variedade de artigos como: alimentos processados, maquinaria, produtos químicos, aparatos eletrônicos e equipamentos de transporte.

A unidade monetária é o marco alemão. Em 1990 as moedas das duas Alemanhas se uniram.



História
Este artigo desenvolve a história da Alemanha antes de 1949 e depois de 1990. Para maiores detalhes sobre sua história entre 1949 e 1990, ver República Democrática Alemã e República Federal Alemã.

Durante a idade da pedra, os bosques alemães estavam povoados por grupos de caçadores e coletores. Constituíam as formas primitivas do Homo sapiens, (Homem de Heidelberg que viveu há 400.000 anos).

Aproximadamente em 2300 a.C. chegaram novas hordas de povos indo-europeus, antepassados dos germanos, que se instalaram no norte e no centro da Alemanha, os povos bálticos e os eslavos no leste e os celtas no sul e no oeste. De 1800 a 400 a.C., os povos celtas do sul da Alemanha e da Áustria desenvolveram progressos no trabalho com o metal, configurando várias culturas — campos de urnas, Hallstatt e La Tène — que se difundiram pela Europa.

Entre os séculos II a.C. e V d.C. as tribos germânicas e celtas estiveram em contato com os romanos que controlavam o sul e o oeste da Europa e tentaram sem êxito estender seu domínio até o rio Elba. A fronteira se manteve nos rios Rin e Danúbio, onde erigiram os limes (linha de fortificações). Nos séculos IV e V os hunos assolaram o território a partir da Ásia e os ostrogodos, visigodos, vândalos, francos, lombardos e outras tribos germânicas invadiram o Império romano.

No final do século V, o chefe dos francos, Clodoveu I, derrotou aos romanos e estabeleceu um reino que englobava a maior parte da Galia e o sudeste da Alemanha. Seu trabalho continuou no século VIII por Carlos Magno, que anexou o sul da Alemanha e submeteu os saxões. O Império carolíngio não sobreviveu e depois da morte de Carlos Magno foi dividido entre seus três netos (ver Tratado de Verdun de 843).

Depois da morte do último monarca carolíngio, Oto I o Grande foi o primeiro rei saxão fortemente decidido a criar uma monarquia centralizada. Outorgou privilégios territoriais à Igreja, defendeu seu reino dos ataques exteriores e invadiu a Itália duas vezes. Durante 100 anos (1024-1125) os reis da Germânia foram eleitos entre os francos que reinavam no ducado da Franconia. Os reis sálicos levaram o império ao seu ponto culminante.

Conrado II, o Sálico foi o primeiro rei indiscutível da Alemanha. Foi sucedido pelo seu filho Henrique III, o Negro, que obrigou o duque da Boêmia a reconhecer sua autoridade. Aos seis anos de idade, Henrique IV sucedeu a seu pai e durante a regência, sua mãe, Inês de Poitiers, se viu obrigada a ceder a maior parte do território real. Henrique IV tentou recuperar a perda do poder imperial o que provocou a rebelião dos saxões. O resultado foi uma guerra civil de quase 20 anos. Henrique marchou sobre Roma, instalou o antipapa Clemente III e foi coroado imperador em 1084. Finalmente, traído e feito prisioneiro por seu filho (Henrique V), viu-se obrigado a abdicar. Henrique V continuou inutilmente as lutas de seu pai por manter a supremacia sobre a Igreja. Perdeu o controle da Polônia, Hungria e Boêmia. A Questão das investiduras terminou com a Concordata de Worms (1122), que estipulou que as nomeações episcopais teriam lugar perante a presença imperial sem simonia e o imperador investiria o candidato com os símbolos de seu cargo temporal antes que um bispo o fizesse com os símbolos espirituais.

Nos séculos XII e XIII a Alemanha e a Itália estiveram imersas na rivalidade existente entre duas famílias principescas: os Hohenstaufen da Suabia, denominados gibelinos (ver guelfos e gibelinos) na Itália, e os Welfs da Baviera e da Saxônia, conhecidos como guelfos na Itália.

Com a morte de Henrique V os príncipes elegeram imperador a Lotario II, duque da Saxônia, que tentou converter e dominar ao leste. Depois de seu falecimento, os príncipes elegeram Conrado de Hohenstaufen, duque da Suábia e a guerra civil explodiu novamente (guelfos - gibelinos); enqaunto, Conrado dirigia a desafortunada Segunda Cruzada, que se desenvolveu de forma paralela ao conflito guelfo-gibelino na Itália.

Frederico I Barba-Roxa assumiu o título de imperador do Sacro Império Romano. Unificou a Alemanha e a Borgonha, declarou uma paz imperial e submeteu os guelfos.

Henrique VI quis ampliar seus domínios. Para assegurar a paz na Alemanha, reprimiu uma rebelião, invadiu as cidades do norte da Itália, conquistou a Sicília e tentou criar um império no Mediterrâneo que se desmembrou rapidamente. Seu filho, Frederico II, herdou a Sicília, mas a Itália Setentrional reafirmou sua independência, conservando a Sicília. Para conseguir o apoio alemão em suas campanhas na Itália Setentrional, permitiu aos príncipes ser donos absolutos em seus próprios territórios. Conquistou os principais lugares cristãos da Terra Santa e depois das guerras com a Liga Lombarda tomou os Estados Pontifícios.

O filho mais novo de Frederico herdou a Sicília e o título imperial, mas a Itália e a Alemanha nunca mais se uniram. Os papas, aliados aos franceses, expulsaram os Hohenstaufen da Sicília. A Alemanha sofreu a desordem do Gran Interregnum (1254-1273), durante o qual os inumeráveis estados em que estava dividida protagonizaram uma anarquia geral.

No final do século XIII, o Império havia perdido a Polônia, a Hungria e o controle efetivo da Borgonha e da Itália. Dentro de suas fronteiras, os principados eram praticamente autônomos. Nas cidades o comércio teve um grande desenvolvimento. As cidades de Rin e, mais tarde, as cidades alemães do norte formaram associações comerciais; a mais poderosa foi a Liga Hanseática.

No final da Idade Média, a grande estirpe de duques foram extintas e se criaram novos principados. Três casas reais — Habsburgo, Wittelsbach e Luxemburgo — lutaram pelos direitos dinásticos da coroa imperial. Em 1273 se pôs fim ao Gran Interregnum. Rodolfo I de Habsburgo ampliou as possessões de sua família.

Durante o reinado de Sigismundo de Luxemburgo foi convocado o Concílio de Constança (1414-1418). O movimento husita convulsionou a Boêmia ao combinar os sentimentos tradicionais tchecos com o desejo de reformar em profundidade a Igreja.

Com seu enteado Alberto V, o Ilustre, a coroa imperial tornou-se hereditária da casa dos Habsburgo. Seu sucessor, Frederico III da Estiria, perdeu a Hungria e a Boêmia, e vendeu Luxemburgo para a França, enquanto lutava contra os príncipes alemães e os turcos alcançavam as fronteiras do Império.

Maximiliano I desenvolveu uma política matrimonial em benefício de sua família. Mediante o matrimônio de seu filho, Felipe I o Belo, com a herdeira da Espanha, Joana I a Louca, Maximiliano asentou as bases para a futura união das coroas de Castela e Aragão com o Império. Como no resto da Europa, o século XV foi uma época de transição da economia feudal da Idade Média para a economia monetária da época moderna, processo que criou tensões entre todas as classes da sociedade, enquanto as cidades se tornavam cada vez mais importantes.

As inquietações espirituais de Martinho Lutero se combinaram com as ambições seculares dos príncipes alemães para produzir a Reforma protestante que propunha a liberdade religiosa. As lutas religiosas intensificaram os conflitos políticos europeus durante cem anos.

Em 1519, Carlos I da Espanha e V da Alemanha sucedeu a seu avô Maximiliano como imperador do Sacro Império Romano. Dedicou sua vida a preservar um império medieval unido na fé, um esforço infrutífero na sociedade plural criada pelos reformadores e as forças seculares. Os protestantes estavam divididos: além dos luteranos haviam cristãos reformistas inspirados pelo teólogo suíço Ulrico Zuinglio e radicais anabatistas.

Pela Paz de Augsburgo (1555), ficou reconhecido o luteranismo, mas não ocorreu o mesmo com os calvinistas (ver Calvino). Carlos abdicou em 1556. Seu vasto Império se dividiu: as possessões espanholas e borgonhesas passaram a seu filho Felipe II, enquanto que o título imperial e as possessões imperiais foram para seu irmão Fernando I de Habsburgo.

Enquanto os imperadores Fernando I e seu filho Maximiliano II estiveram ocupados com a ameaça da invasão turca, o protestantismo se expandiu na Alemanha, mas seu progresso se deteve pela Contra-reforma. O Concílio de Trento (1545-1563), modificou a doutrina e o culto católicos e impediu a reconciliação com os protestantes.

A tensão entre ambas religiões conduziu à guerra dos Trinta Anos que finalizou pela paz de Westfalia (1648). Reconhecia-se a soberania e a independência de cada estado do Sacro Império Romano Germânico e a religião seria determinada por seu príncipe; foi aceita a situação existente em 1624 no aspecto religioso, ao estabelecer que as propriedades dos Habsburgo, o sul e o oeste da Alemanha eram católicos e os protestantes podiam manter as propriedades adquiridas.

Politicamente o Sacro Império Romano Germânico (ou I Reich) continuou com tal denominação, mas havia perdido todas as pretensões à universalidade e a um governo centralizado. No final do século XVII e início do XVIII, o Império estava eclipsado pela França e pela Inglaterra. A estrutura imperial dependia de grande quantidade de príncipes menores; os Wettins da Saxônia, os Welfs de Brunswick-Luneburgo se converteram em eleitores de Hannover, os Wittelsbachs da Baviera, os Habsburgo da Áustria e os Hohenzollern de Brandeburgo eram as famílias hegemônicas no Império e dominavam aos outros príncipes.

Apenas haviam se recuperado da guerra dos Trinta Anos quando os príncipes e o imperador se enfrentaram em uma série de novas lutas dinásticas. No oeste, os príncipes se envolveram em quatro guerras para freiar as intenções de Luís XIV de estender o território francês até o Reno.

Os príncipes alemães se encaminharam para o norte e o leste, onde entraram em conflito com a Suécia no mar Báltico, produzindo-se duas guerras, denominadas de Norte. Os alemães também tiveram que enfrentar os turcos otomanos, que se expandiram no sudeste da Europa. Eugênio de Sabóia os venceu em Senta (1697) e os Habsburgo foram anexados a maior parte da Hungria. A família dos Hohenzollern tinha territórios geograficamente desconectados no oeste. Fora do Império, a área mais importante era a Prússia, que se converteu em um reino independente em 1701.

Frederico Guilherme I da Prússia era um militar dedicado a unir suas dispersas possessões em um único Estado moderno onde a presença do militar seria constante. Frederico II o Grande dedicou a maior parte de sua vida a estender o território da Prússia para a costa da Áustria e da Polônia.

O imperador Carlos VI, ansioso em manter unificados os domínios dos Habsburgo, promulgou a Sanção Pragmática em 1713, declarando que sua filha Maria Teresa I da Áustria lhe sucederia. Quando morreu em 1740, os eleitores da Baviera e da Saxônia rechaçaram a Sanção Pragmática. Frederico II invadiu a Silésia, precipitando a guerra da Sucessão austríaca (1740-1748). Maria Teresa assinou a paz com ele em 1742, cedendo-lhe a Silésia.

O surgimento da Prússia como uma grande potência levou a uma mudança de alianças e a novas hostilidades. A intenção de Maria Teresa de reconquistar a Silésia deu lugar a uma série de alianças que conduziriam à guerra dos Sete Anos (1756-1763).

Durante 18 anos os Estados alemães estiveram implicados de forma diferente em cinco guerras contra os exércitos da França revolucionária e napoleônica. No início a Áustria e a Prússia perderam muitos territórios, mas em 1812 Napoleão foi derrotado na campanha da Rússia. Frederico Guilherme III da Prússia, junto com a Áustria e a Rússia, derrotou Napoleão em Leipzig (1813). No Congresso de Viena (1814-1815) os Estados vencedores de Napoleão redesenharam o mapa da Europa. O Sacro Império Romano Germânico, com mais de 240 estados, foi substituído pela Confederação Germânica, formada por 39 estados representados na Dieta de Frankfurt. Muitos alemães queriam estabelecer um governo liberal de acordo com uma Constituição que garantisse a representação popular e outras medidas. Também tinham esperanças na unificação nacional.

Os soberanos da Prússia e da Áustria e os recentemente coroados reis da Baviera, Hannover, Württemberg e Saxônia, temerosos de qualquer usurpação de sua soberania, opuseram-se ao liberalismo e ao nacionalismo. Áustria, Prússia, Rússia e Grã-Bretanha formaram a Quádrupla Aliança para suprimir qualquer ameaça aos acordos com Viena.

As revoluções liberais de 1830 e 1848 em Paris, estenderam-se sobre a Europa. Os confrontos também alcançaram a Baviera, a Prússia e o sudoeste da Alemanha, mas foram esmagados rapidamente na Áustria, Hungria e Prússia.

Prússia e Áustria fizeram planos divergentes para a futura unificação alemã. Na Prússia, o rei Guilherme I, junto a seu primeiro-ministro, Otto von Bismarck, decidiram fazer da Prússia um poderoso Estado.

Depois da Guerra Áustro-prussiana, a Áustria cedeu Veneza para a Itália, e a Prússia foi anexada a Schleswig-Holstein, Hannover e outros estados, e organizou a Confederação da Alemanha do Norte (1867) sem a Áustria. Bismarck culminou sua estratégia com a Guerra Franco-prussiana, depois da qual, em 1871, Guilherme foi proclamado imperador do Império Alemão (o II Reich).

Una vez unificados os diversos Estados alemães sob o Império dirigido pela Prússia, Bismarck fez uma série de alianças para proteger a Alemanha de qualquer agressão exterior. No interior fomentou a Revolução Industrial.

Bismarck considerou que a Igreja católica ameaçava a supremacia do Estado alemão. Iniciou assim a Kulturkampf (luta cultural) durante a qual suprimiu muitas ordens religiosas.

O Império não funcionava de forma democrática. Bismarck dirigiu uma perseguição ao Partido Socialista, precursor do Partido Social-democrata alemão e preparava suprimir a Constituição. Entretanto, o novo imperador Guilherme II da Prússia o destituiu, por querer governar o Império de forma pessoal.

Guilherme II manteve a Tríplice Aliança (1882) da Alemanha, Áustria e Itália. Para equilibrar a situação, a Rússia concordou com uma aliança em 1894 com a França. A Grã-Bretanha, durante muito tempo neutra, clarificou suas diferenças coloniais com a França e com a Rússia, o que teve como resultado a formação do Tríplice Acordo. Desta forma, a Europa se dividiu em dois blocos armados.

A crise do Marrocos e dos Balcãs intensificaram os antagonismos. Guilherme II interveio duas vezes no Marrocos (1905, 1911), que a França pretendia, para proteger os interesses alemães na África. A Áustria foi anexada em 1908 às províncias turcas da Bósnia e Herzegovina. O assassinato do arquiduque austríaco Francisco Fernando de Habsburgo em Sarajevo, em junho de 1914, foi a faísca que iniciou a I Guerra Mundial.

As tropas alemães invadiram e avançaram pela neutra Bélgica com a intenção de tomar Paris de surpresa, mas os alemães encontraram mais resistência na Bélgica do que esperavam, apesar de quase chegaram a Paris. Entretanto, os britânicos e os franceses freiaram o avanço alemão na batalha de Marne. Enquanto os russos atacaram o leste, mergulhando a Alemanha na temida guerra de duas frentes.

Os alemães derrotaram várias vezes os russos. Os aliados bloquearam a Alemanha para impossibilitar o fornecimento de alimentos e matérias-primas, contando com o apoio dos
Estados Unidos que entrou na guerra em 1917. A Rússia pediu a paz, que foi assinada em 1918. Os alemães lançaram uma ofensiva final no oeste, mas os aliados resistiram.

O chanceler anunciou que Guilherme II abdicou e se demitiu. O dirigente do Partido Social-democrata Friedrich Ebert proclamou a República. A Alemanha teve que enfrentar os duros termos do Tratado de Versalhes em 1919: perdeu a Alsácia e Lorena a favor da França, e a Prússia Ocidental passou para a Polônia. Também perdeu suas colônias e teve que ceder suas instalações siderúrgicas, linhas ferroviárias e barcos comerciais, assim como sua força naval. Além disso, tiveram que aceitar a plena responsabilidade como causadores da guerra e pagar as indenizações.

A crise econômica fez piorar a situação. Pelo Plano Dawes (1924), foi revista a quantia e a modalidade de pagamento das reparações de guerra e se proporcionaram empréstimos do exterior. Durante cinco anos a Alemanha desfrutou de uma estabilidade social e prosperidade relativas; em 1926 se incorporou à Sociedade das Nações. Entretanto, a crise econômica mundial de 1929 colocou o país uma vez mais no desastre.

Em meio a depressão econômica, as eleições de 1932 fizeram com que o Partido Nacional-socialista (nazista) fosse o de maior representação no Reichstag. Em 1933, com o apoio de elementos de extrema direita, Hitler foi eleito chanceler. O novo Parlamento aprovou a Lei de Poderes Especiais permitindo a Hitler controlar todos os aspectos da vida alemã e criar o III Reich.

Todos os partidos políticos, exceto o Nacional-socialista foram considerados ilegais. O III Reich buscou ser econômicamente auto-suficiente. O sistema propagandístico contou com o apoio da Gestapo. Os judeus sofreram com as leis discriminatórias, sendo privados da cidadania e excluídos das atividades civis e profissionais, e depois da denominada Noite dos cristais quebrados, centenas de milhares de judeus fugiram do país.

As ocupações da França, da Bélgica, dos Países Baixos, da Noruega, da Dinamarca, da Iugoslávia e da Grécia fizeram com que milhões de judeus ficassem sob o domínio nazista. Ainda houve colaboradores nos territórios ocupados que ajudavam aos nazistas, a resistência a sua política foi importante. Até o final da guerra, os judeus mortos chegaram a cerca de seis milhões no que ficou conhecido como o Holocausto.

Os desejos da Alemanha de buscar uma revisão do Tratado de Versalhes pela força tornaram inúteis os esforços realizados pelos os outros países que queriam evitar o confronto militar, o que conduziu à II Guerra Mundial.

Em 1942, a Grã-Bretanha porém resistia e os Estados Unidos havia entrado na guerra depois do ataque japonês a Pearl Harbor. Em 1943, a ofensiva soviética conduziu gradualmente as tropas alemães para o oeste. As forças do Eixo na África do Norte foram derrotadas e a Itália foi invadida. A Alemanha, a partir de 1942, começou a ser bombardeada de forma intensiva, mas Hitler recusou render-se. As forças britânicas e americanas desembarcaram na Normandia em 1944 e avançaram para a fronteira alemã, enquanto os soviéticos faziam o mesmo na frente oriental. Hitler se suicidou antes dos tanques soviéticos entrarem em abril de 1945 em Berlim.

A rendição incondicional da Alemanha pôs fim ao III Reich. Os aliados reduziram a Alemanha às suas fronteiras anteriores ao início da contenda e ainda destinaram uma parte de seu território oriental a Polônia como forma de compensar as terras ocupadas pela União Soviética até o Oder. A Alemanha foi dividida em quatro zonas de ocupação, mas como a política dos aliados divergiam, a Alemanha praticamente foi dividida em duas partes. Em 1948, Grã-Bretanha, Estados Unidos e França uniram suas zonas de ocupação e encorajaram aos alemães a formar um governo democrático. A URSS, por sua vez, criou outro Estado. Em 1949 foram formados dois Estados alemães: a República Federal Alemã, ou Alemanha Ocidental e a República Democrática Alemã ou Alemanha Oriental.

O governo da Alemanha Oriental caiu em 1989. Com a derrubada do muro de Berlim e outras barreiras migratórias mais de 200.000 alemães orientais entraram na Alemanha Ocidental. Ambas Alemanhas realizaram a união econômica e monetária em julho de 1990, e em outubro foi dissolvida a República Democrática Alemã: todos seus cidadãos se converteram em súditos da República Federal Alemã. A coalizão dirigida por Helmut Kohl conseguiu a vitória nas eleições de 1990.

Com a dissolução da antiga URSS e a evolução política européia, os Estados Unidos começaram a reduzir suas forças militares na Alemanha.



INFORMAÇÕES GERAIS
Nome oficial
Bundesrepublik Deutschland
(República Federal da Alemanha)

Capital
Berlim, muito embora alguns serviços e funções ainda se mantenham em Bonn, capital da República Federal da Alemanha antes da unificação

Bandeira
A bandeira da antiga República Federal da Alemanha se manteve como insígnia nacional quando a Alemanha foi reunificada, em 1990. As cores foram tomadas dos uniformes dos voluntários alemães que lutaram durante as Guerras Napoleônicas e representa o país, embora não de forma continuada, desde 1848. O preto representa a pólvora, o vermelho, o sangue e o amarelo-ouro, o fogo.

Hino
“Einigkeit und Recht und Freiheit”
(“Unidade, Justiça e Liberdade”)

Fontes:
Book of World Flags
National Anthems of the World



TERRITÓRIO
Superfície
356.959 km2

Ponto culminante
Zugspitze
2.962 m
acima do nível do mar
Ponto mais baixo
Nível do mar

CLIMA
Temperaturas médias
Berlim
Janeiro -1 °C
Julho 19 °C
Munique
Janeiro -2 °C
Julho 18 °C

Precipitações médias anuais
Berlim
600 mm
Munique
960 mm

Fontes:
Europa World Year Book 1995
Statesman’s Year-Book 1995-96
Websters Geographical Dictionary



POPULAÇÃO
População
80.767.591 hab
(segundo estimativas de 1993)

Densidade demográfica
226 hab/km2
(segundo estimativas de 1993)
Distribuição da população
86% Urbana
14% Rural

Principais cidades
Berlim 3.454.200 hab
Hamburgo 1.640.100 hab
Munique 1.219.600 hab
(segundo estimativas de 1992)

Línguas
Língua oficial
Alemão

Outras línguas
Sorabo e outras línguas minoritárias
Religiões
45% Protestantes
fundamentalmente luteranos
40% Católicos
2% Muçulmanos
13% Outros
incluindo judeus

Fontes:
Britannica 1995
Europa World Year Book 1995
Statesman’s Year-Book 1995-96
Whitaker’s Almanack 1996
World Almanac and Book of Facts 1996



ECONOMIA
Produto Interno Bruto
1.834.000.000.000 dólares norte-americanos
(1994)
Principais produtos econômicos

Agricultura
Batatas, beterraba, cevada, trigo, vinho, gado

Mineração
Carvão, linhito, sal, potassa

Indústria
Equipamento para transportes, maquinaria não-elétrica, metais e seus derivados, produtos químicos, maquinaria elétrica, produtos alimentícios

População economicamente ativa (por setores)
57% Comércio e serviços
39% Indústria
4% Agricultura, silvicultura e pesca

Principais exportações
Maquinaria e equipamento para transportes, produtos químicos, eletrodomésticos, produtos alimentícios, ferro e aço

Principais importações
Maquinaria e equipamento para transportes, produtos químicos, produtos alimentícios, têxteis e roupas, combustíveis minerais

Principais parceiros comerciais
França, Itália, Estados Unidos, Reino Unido, Países Baixos, Bélgica

Moeda
Marco alemão

Fontes:
EIU reports
Europa World Year Book 1995
International Financial Statistics (April 1996)
Statesman’s Year-Book 1995-96



GOVERNO
Forma de governo
República federal

Chefe de Estado
Presidente
Mandato de cinco anos (eleito indiretamente pelo ‘Bundestag’ e pelos parlamentos estaduais)

Chefe de governo
Chanceler federal
Indicado pelo presidente, mas aprovado pelo ‘Bundestag’

Poder legislativo
Sistema bicameral
Bundestag
(Assembléia Federal)
672 deputados
Bundesrat
(Conselho federal)
68 delegados
Sufrágio
Sufrágio universal para todos os cidadãos maiores de 18 anos
Poder judiciário
Tribunal Constitucional Federal
Forças Armadas
Exército, Marinha, Aeronáutica
339.000 soldados; todos os homens entre 18 e 45 anos de idade prestam serviço militar durante 12 meses
Divisões administrativas
16 estados
EDUCAÇÃO
Principais universidades e escolas técnicas superiores
Universidade de Heidelberg
Heidelberg
Universidade Livre de Berlim
Berlim
Universidade de Gotinga
Gotinga
Universidade de Tubingen
Tubingen
Fontes:
Europa World Year Book 1995
Keesing’s Record of World Events
Political Handbook of the World 1995-96
The Military Balance 1995-96
World of Learning


DATAS IMPORTANTES
9 d.C.
Povos germânicos derrotaram as legiões romanas na batalha do Bosque de Teutoburgo.

486
Clodoveu I, rei dos francos, invadiu a província romana da Gália. Clodoveu introduziu formas de vida romanas nos territórios ocidentais da atual Alemanha.

843
O Tratado de Verdun dividiu o Império de Carlos Magno em três reinos. Por sua vez, o reino alemão foi dividido em cinco ducados.

962
Coroação de Oto I o Grande em Aquisgrã como imperador do Sacro Império Romano.

1075
A disputa entre Henrique IV e o papa Gregório VII foi o ponto de partida de uma série de guerras civis que colocaram em cheque o poder da Igreja.

1300
Supremacia comercial e militar da Liga Hanseática no norte da Alemanha.

1517
Martinho Lutero iniciou a Reforma protestante.

1555
A Paz de Augsburgo reconheceu o direito de os príncipes alemães escolherem o credo religioso a ser professado nos seus territórios.

1648
A Paz de Vestfália pôs fim à guerra dos Trinta Anos.

1740
Frederico II o Grande tornou-se rei da Prússia, Estado que começou a transformar-se em grande potência européia.

1806
Dissolução do Sacro Império Romano Germânico e criação da Confederação do Reno.

1815
Formação da Confederação Germânica pelo Congresso de Viena.

1848
Revoluções ao longo de todo o território alemão. Criação do Parlamento de Frankfurt, primeira assembléia nacional alemã, palco das primeiras discussões sobre a possibilidade de unificação, interrompidas juntamente com o final do movimento revolucionário.

1871
Otto von Bismarck, primeiro-ministro prussiano, realizou seu sonho de unificar a Alemanha com a fundação do II Império Alemão.

1914-1918
Morreram mais de 1,5 milhão de alemães durante a I Guerra Mundial. De todos os Impérios Centrais, a Alemanha foi o que empreendeu o maior esforço bélico durante o conflito.

1918-1919
A Alemanha foi obrigada a aceitar os duros termos do Tratado de Versalhes, que pôs fim à I Guerra Mundial. Criação da República de Weimar.

1933
Adolf Hitler e o Partido Nacional-socialista chegaram ao poder.

1939
A Alemanha invadiu a Polônia e começou a II Guerra Mundial.

1945
Os exércitos aliados invadiram a Alemanha e a dividiram em quatro zonas de ocupação. Os crimes de guerra nazistas foram julgados em Nuremberg.

1949
Divisão da Alemanha em República Federal da Alemanha (Alemanha Ocidental) e República Democrática Alemã (Alemanha Oriental).

1955
A Alemanha Oriental tornou-se um Estado comunista e a Alemanha Ocidental, uma república parlamentarista.

1961
O governo da Alemanha Oriental construiu o Muro de Berlim.

1989
Queda do Muro de Berlim.

1990
Reunificação da Alemanha em torno da República Federal da Alemanha. Dissolução da República Democrática Alemã.

1991
Erich Honecker, antigo dirigente da República Democrática Alemã, fugiu do país para não ser processado. Abertura dos arquivos da Stasi, polícia secreta da Alemanha Oriental: muitas pessoas foram acusadas de ter atuado como informantes deste organismo.

1992
Grupos neonazistas e racistas perpetraram quase 2.500 atos de violência contra imigrantes turcos.

1994
As tropas norte-americanas, britânicas, francesas e russas abandonaram Berlim depois de 40 anos de ocupação.

União Européia: entra em circulação o euro, a nova moeda européia

Janeiro 99
Dia primeiro de janeiro de 1999, 11 estados europeus adotaram oficialmente o euro, a nova moeda única da União Européia (UE). O acontecimento, que marca uma das maiores mudanças no sistema monetário internacional desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), foi qualificado como um passo decisivo para a integração política e econômica da Europa.

O euro será empregado inicialmente nas transações não monetárias, sobretudo nas movimentações bancárias e bolsas de valores. As moedas nacionais dos países que compõem a lista do euro (peseta, libra irlandesa, florim, lira, xelim, escudo português, franco francês, belga e luxemburguês, marco alemão e finlandês) vão ficar em circulação até primeiro de janeiro de 2002, quando serão substituídas pelas cédulas e moedas do euro. Enquanto isso, os consumidores da chamada zona do euro vão poder dispor de cartões de crédito, cheques de viagem e cheques pessoais em euros. Os títulos da dívida pública serão convertidos em euros e as empresas aceitarão o pagamento em eurocheques e cartões de crédito e vão poder, se o desejarem, aplicar a moeda única em sua contabilidade.

Integram a zona do euro Alemanha, Äustria, Bélgica, Espanha, Finlândia, França, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Países Baixos e Portugal. Três países membros da União Européia não participam voluntariamente dessa primeira fase do euro por causa da forte oposição que fazem seus habitantes à União Econômica e Monetária: Dinamarca, Suécia e Reino Unido. Os gregos, apesar das estritas medidas econômicas que estão adotando, não se ajustaram ao critérios de convergência (controle da inflação, déficit público, taxas de juros, dívida pública e promoção da estabilidade cambial) estabelecidos no tratado de Maastricht, em 1991, e têm até o ano 2002 para aderir ao euro.

Antes do lançamento formal da moeda única, os ministros da Economia das 11 nações participantes se reuniram em Bruxelas, na Bélgica, para fixar a paridade do euro com suas respectivas moedas nacionais, equivalência que será definitiva. Um euro equivalerá sempre a 1,95 marco alemão, 166,38 pesetas, 27 liras ou 6,55 francos franceses, por exemplo. Também foi estabelecido o valor do câmbio inicial em relação a moedas de outros países para o mercado de divisas. Esses valores são flutuantes em função da oferta e da procura. Por exemplo, no dia primeiro de janeiro o valor de um euro foi fixado em 1,667 dólar norte-americano e em 132,8 ienes, ao passo que no dia 21 de janeiro essas cotações eram de 1,575 dólar e 131,59 ienes.

Além de fixar as paridades, o recém-criado Banco Central Europeu determinará a taxa fixa de juros para a zona do euro. Cada um dos países-membros se comprometeu a limitar seu déficit orçamentário.

A nova moeda deve beneficiar empresas e consumidores por meio da redução de despesas com câmbio e taxas de juros. Espera-se que a criação de uma grande economia européia única, com uma moeda estável, ajude a atrair o investimento estrangeiro e a elevar a competitividade da Europa nos mercados internacionais. Em 1997, 290 milhões de pessoas residiam na zona do euro, que tinha um produto interno bruto (PIB, o valor de todos os bens e serviços que são produzidos anualmente) de 6,5 bilhões de dólares. No mesmo ano, os Estados Unidos tinham 267 milhões de habitantes e um PIB de cerca de 8 bilhões de dólares.

Muitos economistas acreditam que no futuro o euro poderia rivalizar com o dólar norte-americano como a moeda de reserva preferida, o que despertou certa preocupação nos Estados Unidos,
enquanto que outros observadores destacaram como traço fundamental da adoção do euro a possibilidade de servir como catalizador da total unificação política da União Européia.



A zona do Euro
O euro, a nova moeda da União Européia (UE) lançada oficialmente no dia 1º de janeiro de 1999, deixa a Europa muito próxima da integração política e econômica. Somente quatro países da União Européia não participam ainda da zona do euro: Dinamarca, Grécia, Reino Unido e Suécia.


Leia também:
A Ascensão do Fascismo e do Nazismo
A Ideologia Alemã
A União Europeia


Fonte:
http://www.clubeacademico.com.br/trabalhos%20escolares/Geografia/Alemanha.doc

Cientistas remontam DNA de esquimó extinto e descobrem seus traços físicos

Homem viveu na Groenlândia há 4 mil anos.
Batizado de Inuk, ele tinha tendência à calvície.

Foto: Nature / AFP

Os pesquisadores Eske Willerslev e Morten Rasmussen, da Universidade de Copenhague, lideraram um grupo de cientistas que reconstruiram – a partir de cabelos – 80% do genoma de um homem batizado de Inuk, que viveu na Groenlândia há 4 mil anos e pertenceu à primeira civilização a ocupar o Ártico.

Os fios de cabelo foram encontrados em uma escavação na década de 1980 e estavam guardados em um museu na Dinamarca.

Inuk tendia à calvície, tinha olhos castanhos, pele escura e tipo sanguíneo A positivo.

Fonte:G1

A Origem da contagem do Tempo

Por Ricardo Normando Ferreira de Paula
De onde surgiu a necessidade de controlar o tempo? Por que acompanhamos sempre o relógio para controlarmos as nossas atividades cotidianas?

A Cronologia (o estudo do tempo) é uma das invenções fundamentais da espécie humana! É com base neste conjunto de conhecimentos que a civilização consegue, até os dias de hoje, controlar e organizar sua vida e suas atividades.

Para compreendermos este costume tão cotidiano (às vezes nem nos damos conta de como a influência do relógio é importante em nossas vidas) é preciso recuar à aurora da humanidade.

Para os caçadores do Período Paleolítico, a posição dos astros e suas periodicidades eram usadas para saber quando a Luamudaria, em que períodos as diversas estações da natureza aconteciam e qual sua influência no comportamento e migração dos animais para que a caça e a pesca pudessem ser bem sucedidas. Como viviam em bandos, uma caçada mal sucedida poderia comprometer sua alimentação e, consequentemente, sua espécie. Já no Período Neolítico, arar a terra, semeá-la e o período de colheita precisavam de medidas de tempo precisas para que os períodos mais favoráveis fossem observados para que cada fase da agricultura fosse completada com sucesso garantindo, assim, o prosseguimento da espécie em um dado local.

E estas medidas de tempo tinham por base fenômenos naturais repetitivos. Ora, antigamente, antecedendo à invenção da escrita, a humanidade não detinha conhecimentos acerca da construção de artefatos que os auxiliassem na medição do intervalo de tempo. Desta forma, recorrer aos fenômenos naturais que fossem periódicos tornava-se a ferramenta mais favorável naquele momento onde despontava a aurora da nossa civilização. Os fenômenos periódicos mais utilizados foram os movimentos dos corpos celestes e, a partir daí, estes fenômenos passaram a determinar as estações do ano, os meses e os anos.

Exemplificando, há cerca de 20.000 anos, os caçadores faziam medição de tempo contando os dias entre as fases da Lua, por meio de marcações em gravetos e ossos.

As descobertas arqueológicas indicam que em todas as civilizações antigas, desde os primeiros hominídeos, algumas pessoas estavam preocupadas com a medição do tempo, seja por motivos religiosos, agrícolas ou de estudo dos fenômenos celestes (uma forma antiga de astronomia).

Os Sumérios (povo residente na mesopotâmia) chegaram a elaborar um calendário, que dividia o ano em 12 meses de 30 dias, sendo que os dias eram divididos em 12 períodos (que equivalem a duas horas), e dividiam cada um destes períodos em 30 partes (aproximadamente 4 minutos). Pelo período ocupado por essa civilização (entre 5.300 e 2.000 anos antes de Cristo), a precisão de seu calendário é fantástica!

Além dos sumérios, os Egípcios também tinham um calendário que utilizava os ciclos das fases da Lua, mas que passou a utilizar o movimento da estrela Sirius, que passa próxima ao Sol a cada 365 dias, na mesma época em que a inundação anual do Nilo tem início. Isto foi muito importante para o crescimento da civilização Egípcia. Heródoto ( historiador grego) afirmou que “O Egito é um presente do Nilo.”, já que a região seria apenas deserto se não houvesse este rio.

Podemos então sintetizar, afirmando que os fenômenos celestes é que determinavam o período de fertilidade da terra e o comportamento dos animais, grande preocupação de todos os povos.

Com o passar dos anos, muitos instrumentos para contar o tempo surgiram: relógios de areia, de sol, de água, … Até chegar aos modernos relógios atômicos. Mas isto é outra história!

Fonte: