Por Antonio Gasparetto Junior |
A sociedade no Antigo Egito era altamente hierarquizada e de difícil mobilidade. As pessoas normalmente estavam determinadas em seus nascimentos a pertencer a uma das classes sociais existentes. Isso porque na cultura da época as profissões e situações sociais eram transmitidas por hereditariedade, de pai para filho. Assim, esperava-se que o filho seguisse a profissão e o enquadramento social de seu pai.
Na pirâmide social do Império Egípcio ocupava o primeiro lugar, no topo, o Faraó. Este, que era o monarca, era considerado como descendente direto do deus Horus, desfrutando de um reconhecimento divino e respeitado por seus atos sagrados. Seus poderes eram ilimitados. Logo abaixo do Faraó na escala social estavam os Sacerdotes, estes eram encarregados dos rituais e das crenças religiosas. Por se tratar de uma sociedade extremamente atrelada à religião, os Sacerdotes desfrutavam de incríveis poderes e prestígio social. Em muitas ocasiões, os Sacerdotes dos templos mais importantes no Egito realizavam as ações que caberiam ao próprio Faraó.
Em terceiro lugar na sociedade egípcia estavam os Escribas, os quais eram conhecedores da leitura e da escrita. Dotados de amplos conhecimentos e respeitados pela grande importância no Império, os Escribas eram os encarregados de registrar todos os acontecimentos do Egito, além de escrever sobre a vida dos Faraós e redigir os documentos administrativos do Antigo Egito. Em último lugar, integrando a massa da população no Egito, estavam os agricultores e os trabalhadores desocupados, que não desfrutavam de privilégios e ainda eram sobrecarregados com os impostos exigidos pelo monarca.
Os Escribas eram provenientes de famílias egípcias ricas e poderosas, havia todo um investimento para que aprendessem a ler e escrever para que pudessem dar conta de um pesado trabalho administrativo no Antigo Império Egípcio. Somente os Escribas podiam seguir uma carreira no serviço público do Egito, uma vez que a escrita era ferramenta exclusiva de uma profissão especializada.
Eram numerosas as exigências para a carreira de um Escriba no Antigo Egito, o jovem que almejava pleitear tal serviço público deveria passar por uma formação especial na qual envolvia o conhecimento de muitas ciências. Aqueles que passavam pela escola de escribas em Mênfis, mais tarde transferida para Tebas, aprendiam não só ler e escrever, mas também desenhar com muita habilidade, dominar o idioma, a literatura e a história do país. Somavam-se ainda os amplos conhecimentos de matemática, agrimensura, processos administrativos, mecânica e desenho arquitetônico.
Quando o jovem se qualificava como um Escriba profissional logo se candidatava a classe oficial culta, livrava-se de uma vez de qualquer tipo de trabalho servil no Império e passava a ocupar posições de destaque na sociedade como conhecedor da escrita demótica e dos hieróglifos. Como funcionários públicos poderiam ser também administradores de grandes propriedades. De toda forma, as exigências inúmeras para a formação de um Escriba se transformavam em compensações honrosas e lucrativas.
A escrita dos Escribas era registrada em papiros ou nas paredes das pirâmides. A posição na qual os Escribas desenvolviam suas funções foi imortalizada através de esculturas datadas do próprio Antigo Egito que revelam as condições do trabalho. No exercício da profissão, os responsáveis pela escrita no Império sentavam-se de pernas cruzadas gerando uma espécie de mesa sobre as mesmas com o saiote que utilizavam. O papiro era então estendido sobre o suporte elaborado com o próprio corpo e uma pena servia para escrever o que seria ditado. Utilizando-se da escrita hierática, os Escribas escreviam da direita para a esquerda.
Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Escriba
http://www.suapesquisa.com/pesquisa/escribas.htm