Por Emerson Santiago |
Sua origem remonta à Guerra Civil Russa, ocorrida entre 1918 e 1921, onde era necessária a criação de um exército que representasse o lado bolchevique no conflito e que, por conseguinte, pudesse levar as forças de esquerda a derrotar seus oponentes conservadores, conhecidos como Exército Branco (representando o Movimento Branco), apoiados por forças estrangeiras que então invadiam a então recém proclamada República Russa. O Exército Vermelho seria organizado e fundado pelo dirigente bolchevique Leon Trotsky, num momento em que estes buscavam conquistar o poder central e suas forças encontravam-se praticamente estagnadas, sendo fustigadas pelos exércitos estrangeiros e branco.
Vencida a guerra civil, o Exército Vermelho torna-se o contingente armado oficial do novo país que acabava de emergir do Império e da breve República Russa: A União Soviética (URSS).
Obviamente, ao fim da guerra civil, iniciada logo em seguida à Primeira Guerra Mundial, o desejo da população em geral era de reconstruir o país e a sua economia, destroçada mesmo antes de qualquer conflito armado. O contingente militar russo é diminuído sensivelmente, a um décimo do que era quando em período de mobilização. Com a ascensão de Stalin, iniciam-se os expurgos nas lideranças do PC soviético, e o único setor a permanecer virtualmente intocado, ainda que sob desconfiança do ditador soviético, foi o Exército Vermelho. Mesmo assim, sua força e superioridade ante os outros exércitos europeus nas décadas de 20 e 30 começava a ser eclipsado pela máquina de guerra nazista.
Não é exagero dizer que muito do triunfo do Exército Vermelho durante a Segunda Guerra Mundial deveu-se ao esforço sobre-humano de seu contingente, obrigado a contornar situações as mais penosas, e condições extremamente adversas. Mesmo assim, é o primeiro exército aliado a chegar a Berlim, e terminar com a guerra na Europa.
No período posterior à Segunda Guerra, o Exército Vermelho funciona como elemento “unificador” do recém-formado bloco soviético, sendo enviado pra reprimir qualquer tentativa de rebelião no bloco socialista do leste europeu. As mais importantes intervenções são na Hungria (1956) e Checoslováquia (1968), onde rebeliões populares contra os respectivos regimes socialistas foram esmagados brutalmente, com a morte de muitos civis.
A última grande intervenção do Exército Vermelho seria no Afeganistão, entre 1980 e 1988, para defender o regime socialista implantado naquele país em 1978. A ocupação acabaria por não ser benvinda pela população em geral, e a intervenção soviética tornou-se um atoleiro onde o governo soviético despejou recursos e dinheiro do estado em vão, para manter uma situação que sozinha não se sustentaria naquele país do centro da Ásia. Com este fracasso ainda latente nas fileiras do Exército Vermelho, ocorre em 1990/1 o desmantelamento do regime russo, com o movimento organizado da própria população. Tentativas pífias de defesa do moribundo regime socialista por membros linha-dura do Exército Vermelho ainda ocorreram, com o objetivo de reprimir as manifestações de rua, mas naquele ponto já era inevitável o fim da União Soviética e seu temível exército.
Bibliografia:
http://www.grandesguerras.com.br/artigos/text01.php?art_id=154
http://www.fbuch.com/leon.htm