DARWIN, O EVOLUCIONISTA
Charles Darwin nasceu em 1809 e desde cedo se interessou por história natural. Cursou sem concluir teologia e medicina, mas preferiu se ocupar de botânica, zoologia e geologia. Recebeu várias influências, entre elas do botânico John Stevens Henslow e do geólogo Adam Sedgwick.
Se você quer saber mais sobre a história pessoal do homem que revolucionou a ciência em sua época, assista ao documentário produzido pela Globo News em homenagem aos 200 anos de nascimento de Charles Darwin.
FRITZ MÜLLER
O alemão naturalizado brasileiro que defendia as teorias de Darwin e foi seu correspondente aqui do Brasil, por mais de 17 anos.
Johann Friedrich Theodor Müller (Erfurt, 31 de março de 1821 — Blumenau, 21 de maio de 1897), foi um naturalista, (zoólogo de invertebrados, botânico) e professor de matemática e ciências naturais. Foi pioneiro no apoio factual à teoria da evolução apresentada por Charles Darwin.
Seu pai foi o pastor protestante Johannes Friedrich Müller, e seu avô materno o químico J. Bartholomaeus Thomsdorff.
Fritz Müller foi aprendiz de boticário de seus treze anos até o fim do colegial. Em 1840 vai para Naumburg trabalhar numa botica. Em 1841 estuda matemática e história natural na Universidade de Berlin, formando-se no final de 1844 em filosofia. Em 1845 volta a Erfurt como professor ginasial, ensinando álgebra e história natural. Em 1845, Fritz Müller inicia o estudo de medicina em Greifswald, não se formando devido ao seu ateísmo, que o levou a não querer jurar a Deus, pedindo para fazer o juramento judaico, que lhe foi negado.
Ele foi filiado por carta a “Comunidade Livre” formada e comandada por Gustav Adolf Wislicenus (1803-1875) em Halle. Grupo que era contra a tutela espiritual feita pela Igreja Protestante, e a sua vinculação ao Estado Absolutista. Neste grupo houve a filiação dos chamados iluministas luteranos, católicos e descontentes com o Estado Absolutista. Era também membro de um clube democrático, que sofreu perseguições governamentais, assim como as “comunidades livres”.
Provavelmente, para fugir das perseguições governamentais devido a frustrada Revolução de 1848, Fritz Müller se muda para Pomerânia Ocidental, para trabalhar de 1849 a 1852 como professor particular. Em 1852, imigra para o Brasil, juntamente com uma leva de descontentes com a Revolução de 1848.
Em 1852, Fritz Müller e sua família se estabelecem na Colônia Blumenau. Em 1855, Hermann Blumenau entra em contato com o Presidente da Província João José Coutinho, para recomendar Fritz Müller e o seu irmão Herman Müller para assumirem como professores do novo colégio que o Presidente de Província desejava fundar. O motivo da recomendação era o temor que Hermann Blumenau tinha da influência nos colonos da irreligiosidade dos irmãos.
Entre 1857-1864, Fritz Müller assumiu a cadeira de matemática no Colégio Liceo (1857-1864), ministrando, também, aulas de ciências naturais por um curto periodo de tempo. O Liceo foi combatido pela elite católica, formada em sua maioria por comerciantes e politicos locais, que temiam o fato de haver luteranos((Ricardo Becker, Carlos Parucher, Bukart e Fritz Müller)) ministrando aulas, em um colégio laico subsidiado pelo governo da Província de Santa Catarina. O colégio foi fechado e os professores despedidos, entretanto Fritz Müller, Amphiloquio Nunes Pires e João José das Rosas Ribeiro de Almeida tentaram reaver seus cargos, bucando reverter judicialmente a decisão de substituição do colégio Lyceo pelo colégio Santíssimo Salvador(1865-1869), mantido por jesuítas italianos. No processo fica decidido que o professor Fritz Müller seria alocado no cargo de Naturalista da Província, em detrimento do cargo de professor vitalício.