or Cristine Delphino |
João Ramalho, amigo de Brás Cubas, governador da Capitania de São Vicente, casou-se com a filha do cacique da tribo dos Guaianazes, o Tibiriça. Os índios acreditavam que um homem ao se casar com um membro indígena passava a fazer parte da mesma tribo, o que colaborou para uma aliança entre os portugueses e os índios da tribo guaianazes contra as outras nações indígenas. Nesta época os colonizadores procuravam mãos de obra escrava para trabalharem nas primeiras plantações de cana-de-açúcar, e junto com a nova aliança deram inicio a uma ação violenta contra os Tupinambás. Além do grande número de mortes, muitos índios foram presos por ordens de Brás Cubas, entre eles o chefe da tribo, Kairuçu e o seu filho Aimberê.
Aproveitando o enterro de seu pai, morto por maus tratos sofridos no cativeiro, Aimberê conseguiu fugir tornando-se o novo líder dos Tupinambás. Reuniu-se com os chefes de outras tribos que ocupavam uma área litorânea que ia desde Bertioga (SP) até Cabo Frio (RJ), e juntos deram inicio aConfederação dos Tamuya (Tamoios em português), que em Tupinambá significa “o mais velho”. Esta aliança tinha como principal objetivo combater os portugueses e todos que os apoiassem, entre eles Tibiriça.
Nesta mesma época, em 1555, desembarcaram no Rio de Janeiro os franceses, liderados por Nicolau Durand de Villegaignon, que logo se aliaram aos Tamoios contra os lusitanos oferecendo a estes armas em troca da permanência em terras brasileiras. Os franceses queriam fundar a França Antártica, um território para todos que eram perseguidos em seu país.
Cunhambebe, era o chefe da Confederação dos Tamoios, líder de uma aldeia próxima de Angra dos Reis. Conhecido por ser valente e destemido, marcou história devido a suas grandes batalhas contra os portugueses. Faleceu após um surto de doenças contraído pelo contato com os brancos, foi então que Aimberê ocupou o seu lugar e conseguiu apoio de Tibiriça contra os portugueses que aceitou lutar lado a lado durante três luas.
Quando se encontraram, Tibiriça mostrou que continuava fiel aos colonizad1ores lusitanos e iniciou uma luta entre guaianazes e tamoios. Os tamoios ganharam a batalha com a morte de Tibiriça.
Percebendo aonde essa onda de violência poderia dar e os erros de negociações da coroa, o padre Manuel da Nóbrega resolve tomar as rédeas para apaziguar os ânimos e convoca como reforçoJosé de Anchieta. Os dois chegaram na tribo de Iperoig (hoje Ubatuba-SP), em 1563 e tentaram conversar com o chefe que mandou mensagem para todos os chefes das tribos aliadas para reunirem-se com os jesuítas. O problema é que os índios não queriam apenas a saída dos portugueses, também queriam que os chefes Tupis fossem entregues para que eles pudessem executá-los.
Depois de uma longa negociação de paz entre portugueses e tamoios, os jesuítas conseguiram convencer os índios que resolveram ir para São Vicente para fechar um tratado de paz. Preocupado quanto as negociações, Pe. Nóbrega resolveu ir junto. Aimberê consegue a libertação dos índios aprisionados, entre eles a sua noiva Igaraçu.
Durante o período de paz que durou um ano, os franceses que resolveram morar com os índios desenvolveram a criação de bovinos e a produção de tecidos em teares manuais nas tribos. Depois deste período os índios voltaram a ser escravizados, já que os portugueses aproveitaram este ano para aumentarem o seu poderio militar.
Temendo a liberdade e sabendo da grande desigualdade, os Tamoios não se intimidaram e resolveram lutar até a morte. Os franceses desembarcaram em Cabo Frio e sabendo do ocorrido reuniram forças com os Tamoios. Porém, os portugueses destruíram os naus franceses e queimaram as tribos. A guerra se estendeu por um ano, até que o governador geral do Brasil, Mem de Sá, vem reforçar o exército de seu sobrinho Estácio de Sá. No dia 20 de janeiro de 1567, os índios perderam a luta com a morte do grande guerreiro Aimberê.
Fontes:
http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=603
http://www.fernandodannemann.recantodasletras.com.br/visualizar.php?idt=226926
http://www.caoquira.com.br/histcaoq/tamoios.htm