Por Felipe Araújo |
Findadas as batalhas do Passo da Pátria e do Estero Bellaco, a Tríplice Aliança, comandada pelo argentino Bartolomeu Mitre, avançou sorrateiramente no território dos paraguaios, até então desconhecido, já que naquela época não existiam mapas precisos sobre a área. Além disso, os aliados não tinham nenhuma informação sobre a força bélica paraguaia.
Solano López, militar paraguaio e presidente vitalício, acreditava que uma esmagadora vitória seria capaz de empurrar os aliados de volta ao rio Paraná, decidindo a guerra a favor de seu país. Mas seus soldados não eram tão otimistas quanto à possibilidade de vencer o inimigo, visto que, nas fileiras da Tríplice Aliança, havia um maior número de combatentes.
Além disso, o terreno do Tuiuti era mais adequado à defesa, pois os aliados acamparam nos pântanos ao redor do lado Tuiuti. Porém, desacreditando do exército dos aliados e com excesso de confiança, López reuniu o maior contingente de tropas que conseguiu e iniciou o ataque.
Por volta das 11 horas, a batalha começou e teve duração de aproximadamente seis horas. As tropas paraguaias atacaram distribuídas em três colunas. Primeiro ao centro, com quase cinco mil homens que se lançaram sobre a guarda aliada (composta por três batalhões de soldados uruguaios tropas de reforço brasileiras). Já pelos flancos, cada força de combate paraguaia tinha cerca de nove mil homens. Eles tentaram realizar uma estratégia de cercar o Exército Imperial brasileiro e o Exército de Bartolomeu Mitre pelas laterais do acampamento.
Na área de combate dos aliados, houve confusão, falta de comando superior (Mitre estava ausente), imprudência e risco de derrota em diversos momentos do embate. Mas, com a superioridade numérica, o desgaste das lutas e a iniciativa bélica dos batalhões, companhias e brigadas – aos poucos a batalha e se tornou exatamente o oposto do que apresentava inicialmente, com os aliados em uma iminente vitória sobre os paraguaios. Uma importante personalidade da batalha foi o General Osório, militar brasileiro que interveio estrategicamente na luta. Osório assumiu o posto de comandante chefe na Batalha do Tuiutí, sendo seu ícone mais lembrado.
Segundo relato do brasileiro Dionísio Cerqueira:
“Os Batalhões avançavam; a Artilharia rugia rápida, a revolver; era um contínuo trovejar. Parecia uma tempestade. Cornetas tocavam a carga; lanças se enristavam, cruzavam-se baionetas, rasgavam-se os corpos sadios dos heróis; espadas brandidas a duas mãos, como os montantes nos pares de Carlos Magno, abriam crânios, cortavam braços, decepavam cabeças”.
Consequências
O fim da batalha deixou uma marca de sangue que assusta a América Latina até hoje. A vitória foi dos aliados e o número de mortes não é preciso, variando de fonte em fonte. Apesar disso, todas as pesquisas mostram que a Batalha do Tuiti foi o túmulo do exército paraguaio. As baixas estimadas foram de aproximadamente seis mil homens, entre a artilharia do fronte e os generais. Capturados, feridos e mutilados chegam a seis mil soldados. Algumas unidades foram aniquiladas por completo, como o 40° Batalhão de Infantaria.
Já entre os soldados da Tríplice Aliança, as mortes estimadas passam da casa dos quatro mil combatentes. Só no exército do Brasil estimula-se entre 719 e 736 mortos, além de 2.292 feridos. Entre os que morreram encontrava-se o general Antônio de Sampaio. No exército Argentino, as baixas foram de 126 mortos e 480 feridos. No Uruguai, 133 mortos e 299 feridos.
Diante deste panorama de destruição, no fim da guerra, os aliados continuavam a possuir uma força de combate com certa significância, ao contrário de López que, a partir dali, nunca mais teve forças para armar tropas daquela magnitude a dar início a novos combates, tamanho foi o número de mortes dos paraguaios.
Então, as tropas aliadas firmaram-se em território paraguaio com firmeza. Sem condições para revidar, nem por terra nem por vias marítimas, Solano López resistiu entre Fortaleza de Curupaiti e Fortaleza de Humaitá, local onde estava entrincheirado. Mesmo com as baixas e o fim de grande parte de seu exército, a esperança de Solano ainda era, com isso, desgastar as forças inimigas.
Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Batalha_de_Tuiuti
http://mundoestranho.abril.com.br/historia/pergunta_286745.shtml
http://www.tiosam.com/?q=Batalha_de_Tuiuti
http://pt.wikipedia.org/wiki/Manuel_Lu%C3%ADs_Os%C3%B3rio
http://pt.wikipedia.org/wiki/Francisco_Solano_L%C3%B3pez