- Marechal Rondon ficou conhecido como civilizador dos sertões
Atravessando matas e sertões de um país de dimensão ainda incalculada, Rondou buscou abrir caminho para o progresso e a integração nacional. Encontrou mais: geografia rica e intocada e o povo indígena, retrato acabado do Brasil original. Nasceu Cândido Mariano da Silva Rondon, descendente de portugueses e índios, em Mimoso, Mato Grosso, em 1865. Dois anos depois, fica órfão e passa a viver com os avós. Aos sete anos, abrigado na casa do tio, em Cuiabá, inicia seus estudos. Aos 16, já diplomado professor primário, dá início à carreira militar, como soldado do 3° Regimento de Artilharia a Cavalo. Na Escola Superior de Guerra, gradua-se em Matemática e Ciências Físicas e Naturais, em 1890, recebendo, pouco depois, a primeira e definitiva missão: integrar o território nacional, construindo linhas telegráficas ligando, primeiramente, Goiás a Mato Grosso.
Inicia-se, assim, sua trajetória como sertanista incansável e desbravador humanista, atividade que manteria em pleno curso até o ano de 1910. Durante suas longas expedições alargando a comunicação no país, registrou as diferentes faces do interior e garantiu o convívio pacífico com as comunidades indígenas, as quais aprendeu — e ensinou — a respeitar.
Em 1912, é promovido coronel após pacificar os índios Caingangues no noroeste paulista. No ano seguinte acompanha o ex-presidente dos Estados Unidos Theodore Roosevelt em uma expedição ao Norte do
Brasil. Ao fim da missão, o americano sublinha o caráter prático, científico e humanitário de Rondon, uma atuação reconhecida durante toda a sua vida através de inúmeros prêmios e homenagens internacionais. A decisiva participação na criação do Serviço de Proteção ao Índio (SPI), mais tarde transformada na Funai (Fundação Nacional do Índio) foi uma das mais significativas contribuições dadas por Rondon ao seu país. Durante muitos anos, atua em importantes missões com o objetivo de inspecionar as fronteiras brasileiras. Em 1956, o território federal de Guaporé é rebatizado como Rondônia, em sua homenagem. O título de Marechal lhe é concedido pelo Congresso Nacional próximo ao aniversário de 90 anos. Morre dois anos depois, em 1958, no Rio de Janeiro. Em 1963 é escolhido patrono do Serviço de Comunicações do Exército Brasileiro e ainda patrono do setor de Comunicações do país.
Conhecido também como civilizador dos sertões, o Marechal Rondon conseguiu, com determinada vocação, atrelar ao sonho do progresso uma rara visão humanista e pacifista, fazendo o Brasil dialogar em suas distâncias e diferenças. O contato íntimo com os índios inspirou-lhe a frase que norteou toda a sua vida: “Morrer se preciso for. Matar nunca”. Foi, portanto, como Marechal da Paz que passou à história.
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