Tudo isso torna a cena matinal que testemunho ainda mais notável. Acompanhados por uma escolta militar israelense, três cientistas - um israelense, um palestino e um jordaniano - se encontram com água pelos joelhos no rio Jordão. Eles estão cerca de 65 quilômetros ao sul do mar da Galileia, sob as precárias ruínas de uma ponte bombardeada durante a Guerra dos Seis Dias, em junho de 1967, travada por uma coalizão de países vizinhos (Egito, Jordânia e Síria) contra Israel, que saiu vencedor. Os três cientistas estão inspecionando o rio para a Amigos da Terra no Oriente Médio (Foeme, na sigla em inglês), uma ONG dedicada a promover a paz por meio do manejo ambiental. Faz um calor escorchante nessa antiga zona de guerra.
"Ei, Samer", chama Sarig Gafny, o ecologista israelense, "dá uma olhada nesse carinha aqui." Samer Talozi, engenheiro ambiental jovem, alto e seguro de si, espia por sobre o ombro o minúsculo invertebrado que seu colega apanhou em um recipiente de vidro. "Tá vivo!", diz ele rindo. "Que crustáceo mais durão!" A uns tantos metros dali, o botânico Banan Al Sheikh, fortão e boa gente oriundo da Cisjordânia, vaga distraído rio acima enquanto foca com sua câmera uma árvore florida em meio a caniços compridos e outras espécies ciliares ao longo da barranca do rio. "Veja por onde anda, amigo", grita-lhe Gafny, "e, seja lá o que fizer, não me vá acionar o bipe-bipe de uma mina com um pisão."
Além da munição letal, esse trecho do rio Jordão - com uns 7 metros de largura e 2 ou 3 metros de profundidade - é tão poluído que qualquer sinal de vida aquática é digno de celebração. Parte da culpa deve-se à escassez da água. Nas últimas cinco décadas o Jordão perdeu mais de 90% de seu fluxo normal. Rio acima, no mar da Galileia, as águas limpas são desviadas, por meio do Sistema Nacional de Transporte de Água, de Israel, para as cidades e fazendas, enquanto as represas construídas por Jordânia e Síria ficam com uma parcela dos afluentes do rio, para fins agrícolas, sobretudo. De maneira que, hoje, o baixo Jordão se vê destituído de água limpa, escoando, em vez disso, uma mistura tóxica de água salina e rejeitos líquidos que vão de esgoto não tratado a águas servidas da agricultura, tudo isso injetado na veia do rio feito uma tenebrosa infusão de sangue contaminado.
A batalha envolvendo o Jordão ilustra o potencial conflituoso das águas ao redor do mundo. Vivemos em um planeta em que vizinhos andam às turras por causa de outros rios há milênios. (A palavra "rival", do latin rivalis, originalmente designava as pessoas que competiam por qualquer curso d'água.) Pelo mundo todo, é longa a lista de águas correntes com vocação para gerar disputas: o Indo, entre Índia e Paquistão; o Nilo, entre Etiópia e Egito; o Eufrates, entre Turquia e Síria; o Okavango, entre Botsuana e Namíbia. Todavia, dos 37 conflitos armados envolvendo água, desde 1950, 32 eclodiram no Oriente Médio, sendo que 30 deles envolveram Israel e seus vizinhos árabes. Desses 30, quase todos tiveram como pivôs o rio Jordão e seus afluentes, responsáveis por suprir milhões de pessoas de água para beber, banhar-se e irrigar a agricultura.
Confrontos armados envolvendo o Jordão datam da fundação de Israel, em 1948, e do reconhecimento de que as fontes de suprimento de água para o país se encontravam fora de suas fronteiras. Sua sobrevivência dependia do rio Jordão, cujos afluentes ficam na Síria e no Líbano, sendo que suas águas ficam armazenadas no mar da Galileia e os rios tributários que deságuam nele vêm de nações fronteiriças.
Os vizinhos de Israel enfrentam situação similar. Sua sobrevivência não se acha menos ameaçada, o que torna a linha divisória entre guerra e paz bastante tênue, de fato. Nos anos 1960, os ataques aéreos israelenses que se seguiram à tentativa da Síria de desviar o rio Baniyas (um dos afluentes nas cabeceiras do Jordão, nas colinas de Golã), juntamente com os ataques árabes ao Sistema Nacional de Transporte de Água, acenderam o estopim da Guerra dos Seis Dias. Israel e Jordânia quase chegaram às vias de fato por causa de um banco de areia no rio Yarmuk, em 1979. E, em 2002, Israel ameaçou atacar estações de bombeamento de água para irrigação agrícola no Hasbani, outro afluente no sul do Líbano.
"Embora pareça contrariar o senso comum, a água é importante demais para que se guerreie por causa dela", diz Chuck Lawson, americano que atuou nas questões relativas à água em Israel nos anos 1990. "Para além da situação política, as pessoas precisam de água, e isso é um tremendo incentivo para que se resolvam as coisas."
Em abril do ano passado, Gildon Bromberg levou-me até a nascente que fornece água à aldeia palestina de Auja, com 4,5 mil habitantes, nas áridas colinas situadas a poucos quilômetros a oeste do rio Jordão, perto de Jericó. Alimentada pelas chuvas de verão, a nascente flui em um oásis juncado de rochas redondas. Caminhamos por vários quilômetros ao longo da calha de concreto que transporta o bem para a aldeia. "Auja depende totalmente dessa água para a agricultura", conta Bromberg. "Assim que essa nascente secar, não vai haver mais água para o cultivo."
Meio idealista, meio operador político, Bromberg nasceu em Israel e foi criado na Austrália, retornando a sua terra natal em 1888 para ajudar no processo de paz. Desafiando o próprio país a dividir a água com equanimidade, ele cutucou os políticos israelenses linha-dura que veem a água como assunto de segurança nacional.
Desde a guerra contra os vizinhos árabes em 1967, Israel construiu dezenas de assentamentos no vale do Jordão, além dos outros 120 ou um pouco mais erguidos na Cisjordânia ocupada. A água usada pelos colonos é fornecida pelo Mekorot, a agência nacional para a água que já perfurou 42 poços profundos na Cisjordânia, visando principalmente suprir as cidades israelenses. (Segundo um relatório de 2009 do Banco Mundial, Israel consome quatro vezes mais água per capita que os palestinos, boa parte na agricultura.) Os assentamentos israelenses na Cisjordânia dispõem de água suficiente para encher suas piscinas e regar seus jardins.
Contrastando com essa realidade, os palestinos da Cisjordânia têm sido amplamente proibidos de perfurar poços profundos para seu próprio uso, limitando-se a acessar água de poços rasos, nascentes naturais e da chuva, que evapora rápido no ar seco do deserto. No verão, afirma Bromberg, os palestinos de Auja não têm outra escolha senão comprar a água de Israel a cerca de 75 centavos de dólar o metro cúbico. Na verdade, eles estão comprando a água subtraída do próprio subsolo pelas bombas do Mekorot, as quais também reduzem o lençol freático, afetando as nascentes e os poços dos palestinos.
Eu e Bromberg passamos por um complexo de bombas e dutos cercados de arame farpado - um poço do Mekorot perfurado a 600 metros para atingir o aquífero. "Bombas-d'água azuis e brancas", diz Bromberg. "Eis a aparência do roubo de água nesta parte do mundo."
"Ei, Samer", chama Sarig Gafny, o ecologista israelense, "dá uma olhada nesse carinha aqui." Samer Talozi, engenheiro ambiental jovem, alto e seguro de si, espia por sobre o ombro o minúsculo invertebrado que seu colega apanhou em um recipiente de vidro. "Tá vivo!", diz ele rindo. "Que crustáceo mais durão!" A uns tantos metros dali, o botânico Banan Al Sheikh, fortão e boa gente oriundo da Cisjordânia, vaga distraído rio acima enquanto foca com sua câmera uma árvore florida em meio a caniços compridos e outras espécies ciliares ao longo da barranca do rio. "Veja por onde anda, amigo", grita-lhe Gafny, "e, seja lá o que fizer, não me vá acionar o bipe-bipe de uma mina com um pisão."
Além da munição letal, esse trecho do rio Jordão - com uns 7 metros de largura e 2 ou 3 metros de profundidade - é tão poluído que qualquer sinal de vida aquática é digno de celebração. Parte da culpa deve-se à escassez da água. Nas últimas cinco décadas o Jordão perdeu mais de 90% de seu fluxo normal. Rio acima, no mar da Galileia, as águas limpas são desviadas, por meio do Sistema Nacional de Transporte de Água, de Israel, para as cidades e fazendas, enquanto as represas construídas por Jordânia e Síria ficam com uma parcela dos afluentes do rio, para fins agrícolas, sobretudo. De maneira que, hoje, o baixo Jordão se vê destituído de água limpa, escoando, em vez disso, uma mistura tóxica de água salina e rejeitos líquidos que vão de esgoto não tratado a águas servidas da agricultura, tudo isso injetado na veia do rio feito uma tenebrosa infusão de sangue contaminado.
A batalha envolvendo o Jordão ilustra o potencial conflituoso das águas ao redor do mundo. Vivemos em um planeta em que vizinhos andam às turras por causa de outros rios há milênios. (A palavra "rival", do latin rivalis, originalmente designava as pessoas que competiam por qualquer curso d'água.) Pelo mundo todo, é longa a lista de águas correntes com vocação para gerar disputas: o Indo, entre Índia e Paquistão; o Nilo, entre Etiópia e Egito; o Eufrates, entre Turquia e Síria; o Okavango, entre Botsuana e Namíbia. Todavia, dos 37 conflitos armados envolvendo água, desde 1950, 32 eclodiram no Oriente Médio, sendo que 30 deles envolveram Israel e seus vizinhos árabes. Desses 30, quase todos tiveram como pivôs o rio Jordão e seus afluentes, responsáveis por suprir milhões de pessoas de água para beber, banhar-se e irrigar a agricultura.
Confrontos armados envolvendo o Jordão datam da fundação de Israel, em 1948, e do reconhecimento de que as fontes de suprimento de água para o país se encontravam fora de suas fronteiras. Sua sobrevivência dependia do rio Jordão, cujos afluentes ficam na Síria e no Líbano, sendo que suas águas ficam armazenadas no mar da Galileia e os rios tributários que deságuam nele vêm de nações fronteiriças.
Os vizinhos de Israel enfrentam situação similar. Sua sobrevivência não se acha menos ameaçada, o que torna a linha divisória entre guerra e paz bastante tênue, de fato. Nos anos 1960, os ataques aéreos israelenses que se seguiram à tentativa da Síria de desviar o rio Baniyas (um dos afluentes nas cabeceiras do Jordão, nas colinas de Golã), juntamente com os ataques árabes ao Sistema Nacional de Transporte de Água, acenderam o estopim da Guerra dos Seis Dias. Israel e Jordânia quase chegaram às vias de fato por causa de um banco de areia no rio Yarmuk, em 1979. E, em 2002, Israel ameaçou atacar estações de bombeamento de água para irrigação agrícola no Hasbani, outro afluente no sul do Líbano.
No entanto, as lutas por água também levaram ao diálogo. "Há poucos mananciais importantes de água que não atravessam ao menos uma fronteira política", afirma o israelense Gildon Bromberg, codiretor dos Amigos da Terra no Oriente Médio. "Isso cria uma interdependência natural entre países." Compartilhar recursos pode realmente se tornar um caminho para a paz, acredita Bromberg, porque força as pessoas a trabalharem juntas. Nos anos 1970, por exemplo, Jordânia e Israel chegaram a um acordo sobre como dividir a água de maneira igualitária, mesmo com os dois países oficialmente em guerra. E a cooperação entre israelenses e palestinos em torno da água prosseguiu, mesmo quando outras trilhas do processo de paz chegaram a um impasse.
"Embora pareça contrariar o senso comum, a água é importante demais para que se guerreie por causa dela", diz Chuck Lawson, americano que atuou nas questões relativas à água em Israel nos anos 1990. "Para além da situação política, as pessoas precisam de água, e isso é um tremendo incentivo para que se resolvam as coisas."
Em abril do ano passado, Gildon Bromberg levou-me até a nascente que fornece água à aldeia palestina de Auja, com 4,5 mil habitantes, nas áridas colinas situadas a poucos quilômetros a oeste do rio Jordão, perto de Jericó. Alimentada pelas chuvas de verão, a nascente flui em um oásis juncado de rochas redondas. Caminhamos por vários quilômetros ao longo da calha de concreto que transporta o bem para a aldeia. "Auja depende totalmente dessa água para a agricultura", conta Bromberg. "Assim que essa nascente secar, não vai haver mais água para o cultivo."
Meio idealista, meio operador político, Bromberg nasceu em Israel e foi criado na Austrália, retornando a sua terra natal em 1888 para ajudar no processo de paz. Desafiando o próprio país a dividir a água com equanimidade, ele cutucou os políticos israelenses linha-dura que veem a água como assunto de segurança nacional.
Desde a guerra contra os vizinhos árabes em 1967, Israel construiu dezenas de assentamentos no vale do Jordão, além dos outros 120 ou um pouco mais erguidos na Cisjordânia ocupada. A água usada pelos colonos é fornecida pelo Mekorot, a agência nacional para a água que já perfurou 42 poços profundos na Cisjordânia, visando principalmente suprir as cidades israelenses. (Segundo um relatório de 2009 do Banco Mundial, Israel consome quatro vezes mais água per capita que os palestinos, boa parte na agricultura.) Os assentamentos israelenses na Cisjordânia dispõem de água suficiente para encher suas piscinas e regar seus jardins.
Contrastando com essa realidade, os palestinos da Cisjordânia têm sido amplamente proibidos de perfurar poços profundos para seu próprio uso, limitando-se a acessar água de poços rasos, nascentes naturais e da chuva, que evapora rápido no ar seco do deserto. No verão, afirma Bromberg, os palestinos de Auja não têm outra escolha senão comprar a água de Israel a cerca de 75 centavos de dólar o metro cúbico. Na verdade, eles estão comprando a água subtraída do próprio subsolo pelas bombas do Mekorot, as quais também reduzem o lençol freático, afetando as nascentes e os poços dos palestinos.
Eu e Bromberg passamos por um complexo de bombas e dutos cercados de arame farpado - um poço do Mekorot perfurado a 600 metros para atingir o aquífero. "Bombas-d'água azuis e brancas", diz Bromberg. "Eis a aparência do roubo de água nesta parte do mundo."
O negociador-chefe de Israel para a água, Noah Kinnarti, não concorda com isso. A água subterrânea não conhece fronteiras, afirma ele, salientando que os israelenses também precisam pagar pela água que usam. "Nos acordos de Oslo, nós concordamos em partilhar a água. Só que eles não conseguem se organizar o bastante para implementar isso", diz Kinnarti em seu kibutz perto do mar da Galileia.
A Foeme passou a se defrontar com essas questões espinhosas em 2001, durante um período de intensa violência entre palestinos e israelenses. Focando, de início, os meios para melhorar a qualidade da água, a organização mobilizou apoios e construiu confiança por meio de seu programa Bons Vizinhos de Água, uma iniciativa educacional de amplo alcance popular. E, mais importante, eles pressionam os governos a honrar os compromissos de partilha da água dos acordos de paz para a região, buscando tornar o Jordão um modelo para o tipo de cooperação capaz de evitar futuras guerras pela água.
"As pessoas associam o Jordão à paz", afirma Munqeth Mehyar, codiretor da Foeme na Jordânia. "Ajudamos a fazer juz a essa reputação!"
Ao voltar a Auja no começo de maio, a nascente havia se reduzido a um fio d'água, deixando a aldeia seca como um punhado de talco.
Os campos em volta jazem vazios e exauridos Paro na casa de um velho fazendeiro chamado Muhammad Salama. "Não temos água corrente na minha casa há cinco semanas", reclama o homem. "Por isso, tenho de comprar um tanque todo dia do Mekorot para suprir minha família e dar de beber às ovelhas e aos cavalos." Ele precisa também dar comida a seus animais, pois não há água para irrigar os pastos. Para fazer frente a esses custos, Salama está vendendo seus rebanhos, e seus filhos arranjaram empregos em um assentamento israelense, cuidando de tomate, melão e outros produtos da terra irrigados com a água do aquífero situado em uma zona interditada aos fazendeiros palestinos. "O que podemos fazer?", pergunta ele, servindo-me um copo de água do Mekorot de uma garrafa plástica.
Faz um dia bonito, e da janela de sua casa podemos avistar o vale ressecado, de cor marrom, estendendo-se até a fina linha de vegetação que assinala o traçado do rio Jordão. Por um momento, aquela água parece estar ao nosso alcance. "Mas, para chegar lá, eu teria de saltar uma cerca eletrificada, atravessar um campo minado e enfrentar o Exército israelense", diz Salama. "Teria de deflagrar uma guerra por água!"
A Foeme passou a se defrontar com essas questões espinhosas em 2001, durante um período de intensa violência entre palestinos e israelenses. Focando, de início, os meios para melhorar a qualidade da água, a organização mobilizou apoios e construiu confiança por meio de seu programa Bons Vizinhos de Água, uma iniciativa educacional de amplo alcance popular. E, mais importante, eles pressionam os governos a honrar os compromissos de partilha da água dos acordos de paz para a região, buscando tornar o Jordão um modelo para o tipo de cooperação capaz de evitar futuras guerras pela água.
"As pessoas associam o Jordão à paz", afirma Munqeth Mehyar, codiretor da Foeme na Jordânia. "Ajudamos a fazer juz a essa reputação!"
Ao voltar a Auja no começo de maio, a nascente havia se reduzido a um fio d'água, deixando a aldeia seca como um punhado de talco.
Os campos em volta jazem vazios e exauridos Paro na casa de um velho fazendeiro chamado Muhammad Salama. "Não temos água corrente na minha casa há cinco semanas", reclama o homem. "Por isso, tenho de comprar um tanque todo dia do Mekorot para suprir minha família e dar de beber às ovelhas e aos cavalos." Ele precisa também dar comida a seus animais, pois não há água para irrigar os pastos. Para fazer frente a esses custos, Salama está vendendo seus rebanhos, e seus filhos arranjaram empregos em um assentamento israelense, cuidando de tomate, melão e outros produtos da terra irrigados com a água do aquífero situado em uma zona interditada aos fazendeiros palestinos. "O que podemos fazer?", pergunta ele, servindo-me um copo de água do Mekorot de uma garrafa plástica.
Faz um dia bonito, e da janela de sua casa podemos avistar o vale ressecado, de cor marrom, estendendo-se até a fina linha de vegetação que assinala o traçado do rio Jordão. Por um momento, aquela água parece estar ao nosso alcance. "Mas, para chegar lá, eu teria de saltar uma cerca eletrificada, atravessar um campo minado e enfrentar o Exército israelense", diz Salama. "Teria de deflagrar uma guerra por água!"
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