- Chico Mendes, o conhecido herói da floresta
Em 1975, ajudou a fundar o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Basiléia (AC), do qual foi secretário-geral. Um ano depois, começou a divulgar uma técnica que criara para impedir o desmatamento da floresta amazônica: o empate — nome dado ao bloco humano formado por homens, mulheres e crianças que ficavam à frente de trabalhadores de fazendas e não deixavam que derrubassem as árvores. Com o empate, além de impedir o corte na floresta, procurava chamar a atenção para a necessidade da criação de reservas extrativistas. Sua atuação ganhou mais destaque no exterior do que no Brasil, onde incomodava fazendeiros e madeireiros.
Em 1977, foi um dos fundadores do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri e, no ano seguinte, elegeu-se vereador daquele município pelo MDB, único partido de oposição permitido pelo regime militar. Na Câmara, organizou debates populares e passou a receber ameaças de morte. Foi acusado de subversivo, preso e interrogado sob tortura pela polícia do estado. Participou da organização do PT no Acre, em 1980. Logo depois, foi enquadrado na Lei de Segurança Nacional, porque denunciara que os responsáveis pelo assassinato de Wilson Pinheiro, seu antecessor no sindicato de Basiléia, estavam sendo acobertados por autoridades.
Foi candidato a deputado estadual em 1982. Não se elegeu. Passou a dedicar-se à formação da aliança dos povos da floresta, que juntou seringueiros e índios na luta por reforma agrária e preservação das terras indígenas. Em 1985 organizou o 1º Encontro Nacional de Seringueiros. Em 1987 recebeu representantes da ONU que foram a Xapuri verificar a destruição causada por projetos agropecuários financiados por organizações internacionais. Nesse mesmo ano, esteve nos Estados Unidos, onde denunciou ao Senado e ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que os projetos agrícolas para a região arrasavam florestas. Também em 1987, recebeu da ONU o prêmio Global 500, por sua luta para preservar o meio ambiente.
Chico Mendes teve morte anunciada por ele mesmo: acusava os donos da Fazenda Paraná de tramarem o seu assassinato, o que acabou acontecendo no dia 22 de dezembro de 1988. O ambientalista, que já fora casado com Eunice Feitosa de Menezes, com quem teve uma filha, deixou viúva Ilzamar Gadelha e mais dois filhos.
Fonte:http://www.brasil.gov.br/sobre/historia/personagens-historicos/chico-mendes-1944-1988