Por Caroline Faria |
Os Bálcãs, como é conhecida a região banhada pelo Mar Adriático (Bálcãs significa região de montanhas, ou montanhosa), abrigam diversas etnias diferentes, como os albaneses, sérvios, croatas, eslovênios, montenegrinos e macedônios, que por muito tempo permaneceram em conflitos tanto pelas diferenças étnicas quanto religiosas.
Os romanos, que chamavam toda a região de Dácia, tinham-na como um limite entre o Império Romano do Ocidente e o Império Romano do Oriente. Então, quando houve o Cisma da Igreja Católica
Para complicar ainda mais o cenário, a região que já havia sofrido sob o domínio romano e turco-otomano, ainda foi vítima do domínio Francês, Turco e de forma mais indireta, da Rússia. A autonomia da região viria mesmo a acontecer apenas depois da I Guerra Mundial quando os Impérios, Austro-Húngaro, Russo e Otomano terminaram.
Com a queda dos três grandes impérios que dominavam a região, os Bálcãs finalmente puderam constituir um governo próprio que foi criado pelo Tratado de Paris em 1919. O Tratado previu a autonomia do Reino da Sérvia, da Croácia e da Eslovênia (que compreendia a Sérvia, Croácia, Eslovênia, Bósnia-Herzegovina, Montenegro e Macedônia) que depois passaria a se chamar Reino da Iugoslávia. Mas, devido a um acordo assinado por Pavel (príncipe regente da Iugoslávia) em 1941 a região ficou subordinada ao Eixo provocando a rebelião da população que assumiu caráter antimonárquico e antifascista.
A Croácia se aproveitando da situação e com o apoio dos nazistas
Os sérvios então, liderados por Slobodan Milosevic declaram guerra aos insurgentes, formando, mais tarde, a República Sérvio-Bósnia da Srpska. Foi aí que começou a “Guerra do Kosovo” propriamente dita.
A comunidade Européia temendo que uma nova Segunda Guerra Mundial começasse decide intervir através da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) nos conflitos dos Bálcãs. Então, em 1995, a OTAN lança seu primeiro ataque contra os sérvios-bósnios da Bósnia-Herzegovina. Em seguida, uma crise eclode na província de Kosovo deflagrada pelos albaneses (80% da população) com o objetivo de declarar a independência da região e expulsar os sérvios.
A OTAN, então em 1998, mais uma vez intervém com medo de que os albaneses sofram uma limpeza étnica a mando de Milosevic. Desrespeitando a soberania iugoslava e kosovar sobre a região, bombardeia a capital Iugoslava e até regiões de Kosovo ocupando-o militarmente.
Aproveitando-se da situação, os albaneses mudam de foco (Kosovo estava ocupado pela OTAN) e invadem a Macedônia. Sua intenção era criar a Grande Albânia, agregando Kosovo, parte da Macedônia e a Albânia propriamente dita. Mas a iniciativa é rechaçada pela OTAN que obriga os albaneses-macedônios a evitar que uma nova guerra se instale. Assim, após 72 dias de ataques da OTAN o novo governo da Iugoslávia troca Milosevic, acusado pelo Tribunal de Haia como criminoso de guerra, por uma quantia de US$ 1,300 milhões.
Atualmente a região que por quarenta anos permaneceu unificada, se divide em seis frágeis estados: a Croácia, a Bósnia-Herzegovina, dentro da qual foi instituído o território independente da República de Srpska, a Sérvia – Iugoslávia com as províncias de Montenegro e Kosovo, a Macedônia e a Albânia.
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