Termo era usado para nobres jovens e mais pobres.
Celso Miranda
Comum até a década de 80 para descrever algo insignificante ou de má qualidade, o termo, usado na literatura portuguesa desde o século 15, originalmente se referia aos fidalgos que viviam de favores na corte. Filhos mais jovens de nobres, com escassas chances de herdar terra, tinham poucas alternativas para se sustentar – viravam padres, militares ou prestavam serviços a outros nobres. O folclorista Pedro Chaves, em Rifoneiro Português, de 1945, explicou que eles eram chamados de “fidalgos de meia-tigela” porque, mesmo morando nos palácios, não participavam dos principais rituais, como os banquetes em que, no fim, quebravam-se louças, pratos e tigelas. A eles sobrariam os cacos. E as meias-tigelas.