A’ fases da história ocidental Para compreender um fato ou um acontecimento histórico é necessário relacioná-lo a outros com os quais forma uma unidade temporal bem-definida. Assim, no estudo da história que se convencionou denominar ocidental, existem quatro unidades temporais ou períodos distintos entre si: Antiguidade Clássica greco-romana.
Idade Média
Idade Moderna
Idade Contemporânea
A história da Grécia antiga começa por volta de 1950 ac mas a civilização grega só irá ganhar a sua forma típica com o surgimento da polis (cidade-estado), no século VIII a.C- Antiguidade Clássica termina com a queda do Império Romano, em 476 d.C. Com a queda de Roma inicia-se a Idade Média, que irá até 1453, com a tomada de Constantinopla pelos turcos otomanos. A Idade Moderna vai da queda de Constantinopla ao início da Revolução Francesa em 1789 e desta data até os dias de hoje situa-se a Idade Contemporânea.
Essas datas que servem de balizas ou marcos cronológicos não possuem valor absoluto. A Idade Contemporânea, por exemplo, não começou no dia 1 de janeiro de 1790. Os limites entre um período e outro são fluidos. Apesar disso, os períodos indicados apresentam características próprias e não podem ser confundidos. Em cada um desses grandes períodos da história ocidental encontramos sempre duas camadas sociais fundamentais que se opõem em seus interesses econômicos. Dessa maneira, por exemplo, a Antiguidade greco-romana é marcada pela existência de duas camadas sociais polares: senhores de escravos (eupátridas em Atenas e patrícios em Roma) e escravos. Dizemos então que entre ambos se estabelece uma relação escravista de produção, caracterizada pelo fato de o produtor direto (escravo) ser propriedade do senhor.
Na Idade Média, as camadas sociais básicas são senhores feudais e servos, que dão origem à relação servil de produção. A Idade Moderna é um período de transição do feudalismo ao capitalismo. O capitalismo é o que caracteriza a Idade Contemporânea, sendo burguesia e operariado as duas camadas principais que universalizaram a relação assalariada de produção. Em suma, relações escravista, servil e assalariada de produção correspondem a diferentes sistemas sociais e, portanto, a períodos históricos distintos.
Deixando de lado a Antiguidade Clássica, podemos representar graficamente as três últimas KCI da história ocidental do seguinte modo:
Exploradores e explorados. Observemos então que as sociedades mencionadas dividem-se, fundamentalmente, em explorados (escravos, servos, operariado) e exploradores (eupátridas, patrícios, senhores feudais e burguesia). Observemos também que o que varia no tempo são as formas da exploração: forma escravista, feudal e capitalista.
Existem, basicamente, duas formas de exploração: a compulsória e a não compulsória. Escravidão e servidão são formas compulsórias de trabalho (ou trabalho forçado).Trabalho assalariado é uma forma não compulsória. Fica claro então que a caracterização de uma sociedade é feita aqui tendo por base a forma predominante do trabalho e a sua exploração. Resumindo: o primeiro passo para o estudo da história é a identificação das camadas dominantes e dominadas. Para terminar, lembremos que o nosso estudo diz respeito às sociedades ocidentais. Portanto, a divisão da história em antiga, medieval, moderna e contemporânea ou em sistemas escravista, feudal e capitalista é válida apenas para as sociedades ocidentais, ou seja, a Europa e, a partir da Idade Moderna, a América.