Ao invés de cadernos e livros, computadores: a educação na era digital.
Houve um tempo em que o professor era o principal intermediador entre o conhecimento e o aluno. Com o avanço da informática, a situação mudou. Hoje, qualquer indivíduo possui acesso a diversas fontes de pesquisa, oriundas da internet. O problema é que nem todas as fontes virtuais são confiáveis e cabe ao professor a tarefa de orientar e desenvolver no aluno um senso crítico capaz de selecionar o que lhe for relevante.
Há pouco tempo atrás o professor adentrava sua sala, perdia um bom tempo fazendo a chamada, abria seu livro na lição do dia e se dirigia à sua principal ferramenta pedagógica, o quadro-negro. No final de sua aula, deixava aos alunos uma tarefa de casa, que possivelmente seria executada com o auxílio de livros. Hoje vivemos outra realidade.
Salvo algumas exceções, a sala de aula é equipada com computadores, conectados a internet. Antes de o professor iniciar sua explanação referente ao conteúdo lançado, o aluno mais curioso já está servido de inúmeras fontes, seguras ou duvidosas, a respeito do tema. O professor não é mais o único detentor do saber, em sala de aula. Hoje, seus maiores algozes são os sites de busca, na internet. E seu maior desafio é transformar o algoz em aliado.
Antigamente, para se tornar um autor, o referido era submetido a uma seleção, mais ou menos, criteriosa. Os livros eram as fontes de pesquisa mais confiáveis. Com a chegada da internet, o conhecimento se democratizou. Qualquer indivíduo pode se tornar autor, escrevendo para um site ou para um blog. Considerando tal premissa, o educador da nova era tem como dever levar ao aluno conhecimento para precisar sua busca e criticidade para filtrar o que lhe convém. E o principal: criatividade.
Um primeiro passo é utilizar os sites de busca como ferramentas didáticas. O educador poderá propor um assunto e pedir aos alunos que recolham o máximo de informações pertinentes ao tema. A seguir, os alunos deverão escolher três fontes que julguem seguras e outras três que julguem duvidosas. Feito isso, os alunos deverão justificar suas escolhas, destacando as discordâncias que os levaram a julgar as fontes como duvidosas. Quanto às fontes seguras, os alunos deverão pesquisar, na biblioteca, obras que referenciem sua pesquisa. Depois das devidas correções, o professor poderá propor ao aluno a construção de um blog, publicando somente o conteúdo julgado como confiável, complementado pelas referências bibliográficas. Além de trabalhar a criticidade, desenvolver a interdisciplinaridade (trabalhando noções de informática, ao desenvolver o site) e valorizar os livros (ao recorrer a eles como referência), o exercício resultará em uma confiável fonte de pesquisa escolar, já que passará pela revisão e aval de um profissional.
Por Demercino Júnior
Fonte:
http://educador.brasilescola.com/estrategias-ensino/o-papel-professor-na-era-cibernetica.htm