Por Fernando Rebouças |
Muitos pensam que a revolução cubana
Depois do colapso da URSS em 1991, os soviéticos abandonaram Cuba, e a nova Rússia capitalista não manteve contatos e acordos com o permanente comunismo cubano. Sem o apoio econômico da antiga URSS, Cuba começou a enfrentar dificuldades econômicas, tendo que abrir algumas entradas de capital para se recuperar, apesar de se manter como um dos últimos e resistentes países comunistas do mundo, governada pela mesma geração revolucionário, hoje octagenária com a presença de alguns políticos renovados dentro da ótica comunista.
Porém, vinte anos depois do fim da URSS, os vestígios soviéticos ainda estão presentes nas ruas cubanas. Nos dias atuais, calcula-se que 6.000 ex-soviéticos ainda vivam da ilha de Fidel, incluindo descendentes das 15 ex-repúblicas do bloco soviético; em Cuba, esses imigrantes são referidos como “polovinka”.
O idioma russo ainda é falado em Cuba. Nos anos de 1960 e 1970, o russo era um idioma optativo no ensino secundário cubano, ao lado da língua inglesa. Porém, em 1980, a língua russa passou a ser obrigatória.
No decorrer dos últimos 50 anos, traduções de editoras soviéticas foram as principais fontes literárias dos cubanos, destacando as revistas Sputnik e Misha. Obras da literatura russa, como a obra “Um homem de verdade”, de Boris Polevoi, ou clássicos de Anton Chejov ainda estão nas prateleiras de bibliotecas cubanas.
A burocracia cubana segue os moldes da burocracia soviética, percebida pela visão de cultura fechada e no sigilo constante nas instituições públicas. O estilo de desenvolvimento soviético ainda presente no governo de Havana é um dos piores entraves para a expansão e recuperação da economia do país.
Fontes:
http://www1.folha.uol.com.br/bbc/962101-uniao-sovietica-ainda-e-parte-do-cotidiano-de-cuba.shtml
http://www1.folha.uol.com.br/bbc/962111-apos-20-anos-ex-republicas-sovieticas-se-blindam-contra-comunismo.shtml