História
O TEMPO COLONIAL
Moçambique foi uma colónia portuguesa até 1974. Portugal pouco fez para desenvolver os recursos humanos Moçambicanos, até ao ponto em que somente 3% da população tinha acesso à educação.
Nos anos 1960, movimentos de independência emergiram na África Austral. A FRELIMO, a Frente de Libertação de Moçambique, foi criada em 1962 por Eduardo Mondlane, e a luta armada pela libertação começou em 1964, Depois de 10 anos de guerra de libertação e do fim do regime ditatorial em Portugal, foi acordado em cessar-fogo em Lusaka, em 1974. No dia 25 de Junho de 1975, Moçambique foi declarado uma república independente e Samora Machel da FRELIMO foi declarado o seu primeiro presidente.
INDEPENDÊNCIA
Na economia colonial, o papel de Moçambique era providenciar matéria prima para a indústria Portuguesa, em particular o algodão. Depois da independência, a maior parte dos Portugueses abandonaram Moçambique de um dia para o outro e deixaram o país com poucos Moçambicanos bem formados.
Politicamente, Moçambique adoptou um sistema socialista de partido único (FRELIMO), com uma orientação Marxista-Leninista. Economicamente, optou pela nacionalização da terra e empresas privadas e deu enfoque ao desenvolvimento dos sistemas de saúde e educação do país, levando a um decréscimo da taxa de analfabetismo da população adulta de 97% para 70% durante os anos seguintes.
O CONFLITO ARMADO E O PROCESSO DE PAZ
Nos últimos anos da década de 1970, iniciou-se uma guerra civil com a FRELIMO de um lado e a RENAMO, a Resistência Nacional de Moçambique, de um outro lado. A guerra devastou o país em termos de desenvolvimento humano e económico.
Em 1984, Moçambique candidatou-se a membro do FMI e Banco Mundial e iniciaram-se negociações sobre a reestruturação económica que, eventualmente, levaram à introdução do Programa de Ajustamento Económica e economia de mercado em 1987. Em 1990, uma nova constituição foi adoptada, o que permitiu a introdução de um sistema democrático multipartidário. Finalmente em 1992, um acordo geral de paz foi assinado em Roma entre os líderes da FRELIMO, Joaquim Chissano, e da RENAMO, Afonso Dhlakama.
Das primeiras eleições democráticas de sempre de Moçambique foram realizadas em 1994 e Joaquim Chissano foi eleito presidente. Desde 1994, a reconciliação entre a FRELIMO e a RENAMO assim como a reconstrução do país destruído pela guerra têm estado na agenda. Para este propósito, Moçambique recebeu um grande apoio de agências de desenvolvimento internacional e teve lugar um considerável desenvolvimento económico, em particular e nos arredores de Maputo.
Moçambique hoje considera-se como um dos poucos países Africanos que conseguiu manter e consolidar uma paz e reconciliação interna.
GEOGRAFIA
Moçambique estende-se ao longo da costa Sudeste Africana entre a República da África do Sul e a Tanzânia, numa distância de aproximadamente 2 500 km. Faz fronteira com a República da África do Sul, Swazilândia, Zâmbia, Malawi e Tanzânia. A sua área total é de 799.380 km2.
O clima é sub-tropical até tropical (de sul para norte) , com uma estação chuvosa, quente e húmida de Novembro a Abril, e uma estação seca e fresca de Maio a Outubro. A parte Sul sofre de secas cíclicas. Vários rios cruzam o país no seu percurso para o Oceano Índico, em particular o grande Zambeze, assim como os Rios Limpopo, Rovuma e Save.
Em termos de área, Moçambique pode ser aproximadamente dividido numa planície costeira até 200 km de largura e num planalto montanhoso a Noroeste, nas fronteiras com países vizinhos do interior. Terra fértil é encontrada ao longo das bacias dos rios e no planalto, ao passo que a maior parte do Sul e da costa é arenosa com pouca fertilidade.
POVO E CULTURA
Moçambique possui uma rica tradição cultural de arte, cozinha, música e dança. Isto reflecte a diversidade da história e valores familiares Moçambicanos que em conjunto criam as identidades do Moçambique moderno.
Moçambique possui uma longa tradição de coexistência de diferentes raças, grupos étnicos e religiosos. Ao contrário de muitos outros lugares no mundo, a diversidade cultural e religiosa raramente tem sido uma razão para conflitos em Moçambique. Por conseguinte, a guerra civil não foi um conflito entre grupos étnicos com tal.
Os diferentes grupos étnicos estão espalhados ao longo do país de acordo com o mapa (Mozambique – Ethnic Groups, p.17, Mozambique En Politisk og oekonomisk oversigt ). Os maiores grupos são os Macua–Lomwe no Norte e os Tonga no Sul que correspondem respectivamente a 37% e 23% do total da população.
Em termos de grupos religiosos, um inquérito de 1995 dá-nos o quadro seguinte: Religiões tradicionais Africanas - 1,9%; Católicos - 24,1%; Protestantes - 21,5%; Muçulmanos - 19,7%; e outros 2,8%.
Com o objectivo de criar uma identidade nacional, o Português foi adoptado como língua oficial depois da independência. Contudo, na realidade existem em Moçambique cerca de 20 grupos linguísticos e eles são contrários ao Português largamente falado, especialmente nas zonas rurais. Hoje, cerca de 25% da população fala Português.
POLÍTICA
O sistema político de Moçambique é caracterizado como uma democracia multipartidária. O presidente da república e os deputados da Assembleia Nacional são eleitos de cinco em cinco anos por sufrágio universal.
A divisão em três poderes – executivo, legislativo e judicial – é declarado na constituição de 1990. Contudo, na prática, isto nem sempre funciona completamente.
Os dois maiores partidos de Moçambique são a Frelimo e a Renamo.
Fonte: www.ibismz.org