18.10.11

A Revolução Soviética

A Rússia viveu no início desse século três grandes movimentos revolucionários: A Revolução de 1905; e as duas revoluções de 1917. Em todas a organização dos sovietes e sua ação política foi fundamental.

A REVOLUÇÃO DEMOCRÁTICA

Em 1905 a Rússia conheceu sua primeira grande revolução; país atrasado economicamente, lançou-se em uma aventura militar contra o Japão, numa disputa neocolonialista pela região da Mandchúria, agravando a precária situação da população tanto do campo como das cidades.

Desde janeiro de 1905 as manifestações sociais se multiplicaram: marchas, greves e motins militares que, mesmo violentamente reprimidos serviram para dar maior organização aos trabalhadores, e garantiram algumas conquistas políticas, de caráter liberal. No entanto, podemos considerar que a maior vitória popular foi sua auto-organização política, independente, classista: os sovietes.


Os sovietes eram conselhos formados por operários e soldados, eleitos nas fábricas e nos regimentos militares, excluída a participação dos burgueses e oficiais. Como representantes dos trabalhadores da capital, São Petersburgo, foram responsáveis por conduzir a luta contra a autocracia czarista, reivindicando melhores condições de vida e de trabalho, direito de greve, reforma agrária e a formação de uma Assembléia Nacional. Na prática os sovietes constituíram-se como um "poder paralelo" e representaram um grande salto no processo de organização e conscientização política da classe operária.

O refluxo do movimento, a partir das conquistas obtidas, fez com que os líderes dos sovietes fossem forçados ao exílio ou presos pelo czar.

A REVOLUÇÃO BURGUESA - fevereiro de 17

A revolução de fevereiro foi reflexo da participação da Rússia na 1° Guerra Mundial. A Rússia tentava aliar o desenvolvimento industrial à manutenção da estrutura absolutista de poder. A industrialização russa, tardia, não deveu-se à ascensão da burguesia ao poder, como ocorreu em outros países, foi fruto da abertura do país ao capital estrangeiro, em especial inglês e francês, fato que explica a participação do país na grande guerra: a mentalidade imperialista e expansionista em busca de mercados e a dependência frente ao capitalismo dessas duas potências.



A derrubado do czarismo e a formação de um governo provisório, representou a ascensão da burguesia ao poder, porém não representou apenas uma substituição de governantes, pois somente foi possível a partir da organização e mobilização de trabalhadores e soldados, organizados novamente nos sovietes.

No início de 1917, a situação era de tamanha gravidade que as greves se multiplicavam e os soldados que abandonavam as frentes de batalha retornavam à cidade e organizavam-se contra o governo. Em fevereiro, o potencial revolucionário das massas seria canalizado por líderes burgueses contra o absolutismo e a favor de reformas.

A REVOLUÇÃO SOCIALISTA - outubro de 17

"Todo poder aos Sovietes". Essa tornou-se a palavra de ordem dos Bolcheviques a partir de junho de 17, em oposição ao governo provisório, que manteve a Rússia na guerra.


Lenin - 1920


Reivindicar o poder para os sovietes seria a forma de iniciar a construção de uma sociedade socialista, mas antes de tudo, serviu para demonstrar a política traidora do Partido Menchevique e do Partido Socialista Revolucionário - que apoiavam o governo provisório - e ao mesmo tempo estavam em maioria nos sovietes. Nesse sentido a palavra de ordem significava: "Governem em nome dos trabalhadores e não aliados com a burguesia". Os partidos que se diziam socialistas começavam a ser desmascarados e o Partido Bolchevique passaria a ser a principal referência política para os trabalhadores.





Em setembro a maioria dos membros eleitos para o soviete de Petrogrado eram bolcheviques e sob o comando de Trótski formaram a Guarda vermelha e o Comitê Militar Revolucionário: estava aberto o caminho para a tomada do poder.



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