O Tratado de Trianon é um dos tratados pertencente à série de documentos assinados pelas potências perdedoras da Primeira Guerra Mundial. Neste caso, o tratado em questão lida com a rendição da Hungria aos aliados. Assinado a 4 de junho de 1920 no palácio Petit Trianon em Versalhes, França, o documento ficou conhecido pelo nome do palácio onde se deu sua assinatura. A Hungria, como parte integrante do Império Austro-Húngaro, havia tomado parte na guerra em favor de Alemanha, Áustria e Império Turco-Otomano (Turquia em 1922). A Hungria assinou um tratado à parte das outras potências centrais pelo fato de, a 16 de novembro de 1918, ter declarado sua independencia da Áustria.
Derrotada na guerra e no conflito que se lhe seguiu contra os romenos, sob ocupação militar romena e ainda sob os efeitos de três meses de regime soviético, a Hungria perdeu dois terços do território que controlava antes da guerra, que acabaram distribuídos entre Romênia, Croácia (à época, parte do Reino da Iugoslávia), Checoslováquia (hoje República Checa e República Eslovaca) e Áustria.
Algumas das regiões perdidas (Sul da Eslováquia e na Transilvânia) tinham a maioria de sua população de etnia húngara, e além disso, o país perdia seu acesso ao mar, em terras agora pertencentes à Iugoslávia. No total, a nova Hungria republicana nascia amputada de boa parte de seu território pré-guerra, e desprovida de quase dois terços de sua população original.
A polêmica envolvendo tanto o Tratado de Trianon, assim como os outros tratados que firmaram a paz com as potências centrais era que seu conteúdo ficava totalmente a cargo das potências vencedoras da I Guerra Mundial, que trataram de impor pesados termos de compensação aos derrotados, como por exemplo, a grande perda territorial e populacional da Hungria, além das reparações de guerra que o país foi obrigado a realizar em função da derrota. O objetivo no caso, era o de impedir o país de, no futuro, ser uma grande ameaça à paz no continente.
Assim, o Tratado de Trianon foi assinado pela delegação húngara, porém, sob protesto. Durante o período entre-guerras lutou com a insatisfação geral das consequencias geradas pelo tratado, assim como Versalhes causou grave ressentimento entre a população da Alemanha de Weimar. De fato, como em quase todos os outros tratados, o revanchismo tornou-se palavra de ordem em meio à população húngara, que mais tarde iria se aliar ao Eixo na segunda grande guerra, buscando recuperar as perdas impostas em Trianon.
Bibliografia:
DOS SANTOS, Renan Felipe. Hungria e o Tratado de Trianon. Disponível em <http://renanfelipe.spaceblog.com.br/324846/Hungria-e-o-Tratado-de-Trianon/>. Acesso em: 22 mar. 2012.
Os fantasmas do Tratado de Trianon. Disponível em <http://www.dn.pt/inicio/globo/interior.aspx?content_id=1348231&seccao=Europa>. Acesso em: 22 mar. 2012.
Fonte: