23.5.12
Resenha da Guerra de Canudos
Por: Rosivania
Luiza é a personagem principal da história, sua família e todos que estavam no filme ficam como secundários. Há também o antagonista é Antônio Conselheiro e os líderes dos soldados da república.
O filme A Guerra de Canudos narra um episódio triste na história do Brasil que aconteceu no sertão da Bahia, entre 1866- 1897. Esse conflito envolveu a população sertaneja do interior do Nordeste. Neste local surgiu um líder religioso chamado Antônio Vicente Mendes Maciel, o “Conselheiro”, apelido que recebeu pelos sues seguidores.
A princípio, se conhece Luiza e sua família que moravam na Bahia e sofriam com a seca da época; e uma coisa era certa, eles não sabiam o que era República e julgavam a mesma como um “Monstro”, na qual o presidente era Marechal Floriano Peixoto, pois tinham que ceder seus pequenos bens ao governo em forma de impostos. Com essa situação drástica eis que surge a figura do Antônio Conselheiro que junto aos fieis e sues seguidores induzem a família de Luiza que o seguem também, Luiza, porém, não liga para Antônio e seus parentes, fugindo para outro rumo.
Em uma dura caminhada Conselheiro e seus seguidores acabam achando um bom lugar para morar, viver, em 1893, chamaram- o de Belo Monte, o futuro Arraial de Canudos, as margens do rio Vaza- Barris, nas terras de uma antiga fazenda chamada Canudos.
Os discursos e palestras de Antonio cativavam a todos, pois usava as divindades espíritas, Deus e Jesus Cristo. A população era chamada de soldados de Jesus. E os demônios dessa guerra era os republicanos que se denominavam por eles de Anticristo da República. Esse líder religioso criticava abertamente a ordem republicana como ( o casamento civil, as eleições, etc.).
A menina principal da história, Luiza, tinha achado um lugar para morar, mas seu trabalho não era digno, virou rapariga, ou seja, prostituta.
Voltando ao Belo Monte, Antônio professava tipo uma previsão, que haveria 4 fogos na guerra. No dia 3 de março 1897, uma expedição do exército foi massacrada pelos seguidores do Conselheiro. Os líderes da república denominavam os seguidores do mesmo como arruaceiros, que lutavam com foices, enxadas, pedras, pedaços de pau, machado... Nesse primeiro fogo, os soldados da república eram liderados por Antônio Moreira César, que foi morto cruelmente por um dos soldados de Jesus. Os soldados de Canudos se aproveitavam dos soldados mortos da república, para conseguir munições, armas e outros objetos de morte fácil.
A guerra era acompanhada por alguns jornalistas, mas nem tudo o que colocavam em suas reportagens poderiam ser lidos pelos moradores das capitais e regiões próximas.
Alguns soldados tentavam se estabelecer em casas da região, em busca de alimentos. No filme, eles encontram a casa de Arimatéia e Luiza, que no começo ficaram bastante assustados, mas os soldados republicanos falaram que estavam em paz e só queriam o que seu corpo pedia: comida, bebida e repouso. Um dos soldados, Luiz, conta suas idéias um pouco da república, o que ela tem para oferecer e os seus benefícios; Luiza, Arimatéia, e muitas pessoas que não gostavam de Antônio Conselheiro se juntaram a esses soldados republicanos e organizaram um segundo fogo em direção ao Belo Monte. Além disso, veio um grande reforço do Rio de Janeiro para esse segundo ataque.
Segunda expedição ou segundo fogo-( 12 e 27 de junho de 1897)as lutas cada vez aumentavam, os moradores de Canudos com toda essa Guerra continuavam rezando, sem perder um minuto se quer a fé que tinham em Jesus Cristo. Mas os soldados da republica também fracassaram espetacularmente diante da população de Canudos.
Luiza, Arimatéia e algumas pessoas da região que estavam do lado da republica, inclusive o comandante Luiz não morrerão, mas sabiam que na guerra tudo podia acontecer, e a qualquer hora poderiam deixar de viver. Eles se preparavam para o terceiro fogo. Mas certa vez Arimatéia queria provar que era muito valente e que não tinha medo daqueles cangaceiros, conseguiu matar alguns, só no facão, porém foi morto.
Terceira expedição ou terceiro fogo (13 de julho de 1897)- as condições de vida daqueles soldados tanto de um lado como do outro estavam precárias, sofriam com a fome e o cansaço, além disso, em Canudos só quem poderia comer alguma coisa era os combatentes, os soldados de Cristo, as mulheres rezavam, mas não podiam quase comer e estavam passando por uma situação de extrema magreza.
Os soldados republicanos reagiam de diversas maneiras; estavam já sem munições e esperando que viessem os comboios a fim de recarregar suas armas. Praticamente nesse mesmo período, um dos integrantes da família de Luiza era morto, o Toinho que ela amava muito. Mas sem a mesma saber o que tinha acontecido com seu irmão, ela vai as escondidas ao Belo Monte com a expectativa de rever sua família, encontrou seus familiares que ficam alegríssimos em reencontrar-la.
Luiza ao saber que seu irmão tinha morrido, fica bastante triste e logo tem uma idéia de tirar a família daquele lugar de extrema violência, seu pai não concorda com a idéia da filha e diz que nunca iria trair o tão bom senhor (Conselheiro). Luiza fica com raiva do fanatismo do pai pelo líder religioso e monarquista. Com isso acaba revelando o seu meio de sustento: a prostituição
Fala também que achou um homem muito bom, um dos soldados (Luiz) que disparava a matadeira (arma que matava muitos de uma só vez); com aquelas palavras o pai da moça tem uma atitude banal, de tentar matar a filha com uma faca, porém, o Bom Senhor Conselheiro impede que isso aconteça e Luiza retorna ao seu acampamento republicano.
Como relatado anteriormente, não se podia colocar reportagens que falassem mal do exército republicano. Assim as reportagens lidas nas terras do sul só elogiavam o trabalho das tropas republicanas.
Quarta expedição ou quarto fogo( 13 de julho de 1897)- soldados trazidos de todas as partes do país combatiam Canudos. Os combates prosseguiram durante os meses seguintes, sem que chegassem ao fim da guerra. A situação era muito ruim quase já não havia munição do lado de Canudos, e Antônio Conselheiro já estava chegando ao fim da vida;
Submetido a intenso bombardeio pela artilharia do exercito; o destino de Canudos parecia selado. No entanto a população do arraial continuava firme. Eles achavam preferível morrer ao lado do Conselheiro a prosseguir uma vida miserável e sem futuro.
Em 22 de setembro houve a morte de Antônio Conselheiro que deixava esse mundo; e segundo ele passaria para um planeta de paz e tranqüilidade, despedia-se de tudo e de todos.
A guerra já estava quase no fim, à população de Canudos eram muito pouca, alguns se rendiam, mas não podiam impor qualquer condição; outros em nome de Jesus Cristo lutavam até o final. A mãe de Luiza era uma das que não se rendia e atirava-nos que acabavam fazendo isso; eles na verdade já não agüentavam mais lutar e depois da morte do tão “Bom Senhor” não fazia mais sentido viver. A mãe da jovem moça foi presa e depois morta com um “viva a republica” estampado na sua cara. Luiza tentou impedir esse acontecido, mas nada conseguiu fazer para ajudar a sua mãe.
Nesse período Luiza tenta resgatar a sua irmã e em certo momento, o seu homem, o soldado Luiz jogaria uma dinamite na casa onde ela se escondia, mas a mesma conseguiu reagir e atirou no soldado.
No dia 2 de outubro daquele mesmo ano a guerra chegava ao fim, o pai de Luiza e mais três homens, inclusive um deles um garotinho, ainda ficavam de pé, porém, com uma matadora eles foram mortos.
Luiza e sua irmãzinha foram as que saíram vivas desse lugar e juntas caminharam para alguma região e quem sabe um dia pudesse ser feliz novamente, mais agora em um Brasil republicano.
Em minha opinião o filme A Guerra de Canudos é uma obra extraordinária, que passa ao telespectador: emoção, realidade muito impactante nas cenas de morte.
Gostei muito de ter assistido e de ter declarado o que aprendi sobre o mesmo, porém minha critica é sobre datas e alguns comandantes não citados no filme. Alguns relatos como:
*Em novembro de 1896, uma expedição de aproximadamente 100 homens do exército foi massacrada pelos seguidores do Conselheiro. Com esse fracasso, começou o drama da repressão armada.
* Segunda expedição (janeiro de 1897) com mais de 500 soldados sob o comando do major Febrônio de Brito, levando metralhadoras e canhões; fracassou no caminho de Canudos.
*Quarta expedição ( junho de 1897)- com aproximadamente 15 mil soldados trazidos de todas as partes do país, montou-se um cerco a Canudos. Os combates prosseguiram durante os meses seguintes, sem que chegassem a um termo. Mais tarde partiu do Rio de Janeiro o próprio ministro da Guerra, marechal Bittencourt, com mais de alguns milhares de reforço.
* No dia 1 de outubro de 1897, o exercito federal desfechou ao ataque final, fazendo uso de canhões e de dinamites. Quatro dias depois, o arraial tinha sido completamente arrasado: as casas foram incendiadas e sua população foi massacrada. .
E outro relato não citado no filme, foi o que aconteceu com a tropa vitoriosa:
No dia 5 de novembro de 1897, Prudente de Morais foi vítima de um atentado, durante a cerimônia de recepção das tropas vitoriosas que retornavam de Canudos.
Mas eles relataram direitinho como ocorreu de verdade. Em muitos jornais e livros de história descrevem que Antônio Conselheiro era um verdadeiro monstro, por ter seduzido as pessoas a segui-lo em nome da Jesus Cristo a fim de acabar com a República, e deixando com era, (a monarquia); mas a fé do povo era muito grande que
ultrapassava barreiras; Como foi dito no próprio filme os jornalistas não podiam descrever a parte dos soldados de Canudos; Assim quem era grande vitoriosa e bondosa, grandiosa era a “Republica”.
Em fim é um filme que deixou a desejar em alguns fatos, mas bastante bom, pois assim conhecemos a história brasileira. E como todo filme de ficção era necessário criar uma personagem para nortear todo o enredo da história. Luiza assume essa missão e como era de ser prever ela não morre em combate. E um ponto é fato que muitos detalhes da história de Canudos são desconhecidos, pois a história sempre é contada pelos vitoriosos.
Fonte: http://meuartigo.brasilescola.com/historia-do-brasil/resenha-critica-guerra-canudos.htm