No dia 14 de junho de 1982, tropas britânicas invadem a cidade de Port Stanley e encerram as oito semanas de combate da Guerra das Malvinas.
As ilhas Malvinas fazem parte de um arquipélago afastado do Atlântico Sul, composto por 200 ilhotas. Atualmente, conta com apenas dois mil habitantes, em sua maioria criadores de carneiros. Foi batizada com esse nome por pescadores de Saint-Malo que passavam por lá no século XVII.
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Antes de se tornar colônia britânica e assumir o nome de Ilhas Falkland, em 1833, pertenceram à Espanha e depois à Argentina. Desde então, Buenos Aires nunca deixou de reivindicar seus direitos sobre a região.
No início da década de 1980, a junta militar que governava a Argentina com mãos de ferro decidem ganhar apoio popular colocando em prática uma velha reivindicação nacional sobre o Arquipélago das Malvinas. Estavam convencidos de que o Reino Unido, submerso em graves dificuldades econômicas, não ousaria responder militarmente.
Em 19 de março de 1982, os militares fincam a bandeira argentina sobre a ilha Geórgia do Sul, uma dependência das Malvinas a algumas centenas de quilômetros do arquipélago. Em 2 de abril de 1982, violando o direito internacional, cinco mil militares entram sem resistência em Port Stanley e tomam uma pequena guarnição britânica de 70 homens.
Contrariando quaisquer expectativas, a austera primeira-ministra britânica Margaret Thatcher, que enfrentava sindicatos e destruía seus índices de popularidade, reage com firmeza à estratégia argentina.
No poder desde 1979, a “Dama de Ferro” descarta de pronto qualquer hipótese de negociação. Faz da reconquista deste arquipélago distante, situado a 15 mil quilômetros de Londres, uma questão de princípio e mobiliza as melhores unidades da Marinha Real para recuperá-lo.
As hostilidades começam em 24 e 25 de abril com a tomada da Geórgia do Sul. Em 2 de maio, um submarino britânico afunda o cruzador General-Belgrano, a preciosidade da armada argentina, fazendo 350 vítimas.
Dois dias depois, os argentinos reagem afundando o HMS Sheffield com um míssil francês de alta tecnologia lançado de um avião Super-Etendard. Esta embarcação era o primeiro navio de guerra que os britânicos perderam em operação depois do final da Segunda Guerra Mundial. Seu naufrágio resultou em 20 mortos e 24 feridos.
Os argentinos golpeiam igualmente as fragatas Ardent e Antelope, o lança-mísseis HMS Coventry, o porta-contêineres Atlantic Conveyor, o navio de desembarque Sir Galahad e, também, 18 aviões. Além do cruzador, a junta militar também perderia um submarino, o Santa Fé, e boa parte de sua força aeronaval.
Os britânicos conseguem então desembarcar no cobiçado arquipélago. Diante de tropas melhor equipadas e treinadas, os argentinos iriam logo capitular. Em 14 de julho de 1982, um mês após a rendição de Port Stanley, Buenos Aires e Londres concluem um acordo que põe fim à guerra.
As perdas humanas foram enormes: 712 mortos e dois mil feridos e desaparecidos do lado argentinos; e 293 mortos do lado britânico. Para a ditadura militar argentina, esse foi o golpe de misericórdia. Seu chefe, o general Leopoldo Galtieri é destituído do poder em 29 de junho de 1982. Um regime constitucional e democrático é instalado, o que introduz novas eleições e trazem à Presidência da República o radical Raúl Alfonsín.
No ano seguinte, enquanto Galtieri é preso, Margaret Thatcher, revigorada por sua vitória nas Malvinas, ganha sem dificuldade as eleições legislativas. Londres e Buenos Aires restauraram suas relações diplomáticas em 15 de fevereiro de 1990. Ainda assim, o destino das Malvinas continua a estremecer os ânimos às margens do Rio da Prata e do Tâmisa.
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