3.7.12
Reinos Francos-Merovíngios
Por Emerson Santiago
Recebe o nome de merovíngia a dinastia franca saliana (palavra que quer dizer “salgado”) responsável pela fundação da mais antiga dinastia monárquica da França. Os salianos eram um subgrupo dos francos, povo de origem germânicaque vivia a norte das fronteiras do Império Romano (núcleo étnico inicial das atuais França e Alemanha). Os Merovíngios estabeleceram uma dinastia que governou o Reino dos Francos do século V ao VIII. Seu período é marcado pelaformação do reino franco, suas primeiras expansões territoriais e da aliança estabelecida entre o rei e a Igreja Católica Romana.
Os francos surgem na história em meados do século III, por meio de ações de pirataria pelas costas do mar do Norte e por terra, durante as invasões da Gália (258). Eles foram incluídos no Império Romano e alguns deles chegaram a ocupar o oficialato superior das legiões, como Merobaudo, general do imperador Valentiniano. As invasões bárbaras em 406 enfraquecem o poder de Roma e os francos aproveitam-se para aumentar suas fronteiras. Clódio, rei de uma tribo dos salianos conquista o norte da Gália, e será atribuído a seu filho Meroveu (cuja existência é parcialmente contestada) a fundação da dinastia Merovíngia, apesar de algumas fontes entenderem que seu fundador é Clódio. Seguem-se Childerico I e Clóvis I, que em termos efetivos, foi o primeiro rei merovíngio e governou durante vinte nove anos. Ele foi responsável por promover a unificação dos francos, expandindo seus domínios e convertendo-se ao cristianismo católico.
Depois da morte de Clovis, seus quatro filhos dividiram o reino franco, enfraquecendo-o politicamente. Somente com o rei Dagoberto houve uma nova reunificação, mas após sua morte surgiram novas lutas internas que aceleraram o desmoronamento do poder dos reis merovíngios.
A decadência da dinastia reside no fato que seus reis consideravam o reino como um mero bem pessoal e pelo costume, distribuíam seus domínios aos filhos, muitas vezes imaturos para herdarem tal responsabilidade. A tarefa de governar era entregue aos administradores do palácio, ou prefeitos do palácio, os maires du palais, uma espécie de primeiro-ministro, oriundo de ricas famílias aristocráticas. O poder foi passando para as mãos dos administradores do palácio e entre eles destacaram-se Carlos Martel, Pepino, o Breve e o pai de Carlos Magno, Carlomano. Com o apoio do papa Zacarias (741-752), Pepino destituiu o último soberano merovíngio, Childerico III, internando-o em um mosteiro e inaugurando a dinastia Carolíngia.
Os reis merovíngios guardavam sinais ou costumes sagrados que os ligavam ao misticismo, a começar pela própria concepção de Meroveu, que teria dois pais, o seu progenitor natural, e outro, uma divindade marinha, o Quinotauro, que não resistira à beleza da dama grávida ao banhar-se no mar e com ela acasalara. Como imagem da suas divindades, esses reis tinham longas cabeleiras e barbas, talvez numa possível referência a existência do bíblico Sansão. Eram considerados reis-sacerdotes e seus trajes reais eram ornamentados com pendões que diziam ter poderes mágicos e curativos.
Bibliografia:
Os Merovingios. Disponível em: <http://www.dec.ufcg.edu.br/biografias/MVTextos.html>. Acesso em: 25 mai. 2012.
Francos – História dos Francos. Disponível em: <http://www.historiadomundo.com.br/idade-media/francos.htm>. Acesso em: 25 mai. 2012.
Fonte: