7.8.12
Nova espécie de dinossauro é encontrada no Maranhão
Animal possuía de 2 a 3 metros e idade estimada em 95 milhões de anos.
Fósseis de réptil foram encontrados por cientistas da UFRJ e da UFMA.
Do G1, em São Paulo
Ilustração mostra como seriam os noassaurídeos, dinossauros semelhantes aos que teriam vivido onde hoje fica o Maranhão (Foto: Rodolfo Nogueira/Divulgação)
Cientistas brasileiros encontraram fósseis de um dinossauro carnívoro nunca identificado antes no território do país. Nove dentes fossilizados que indicam a existência da espécie do período Cretáceo, há quase 100 milhões de anos, foram recolhidos na Ilha do Cajual, na cidade de Alcântara, região metropolitana de São Luís, no Maranhão.
O animal tem idade aproximada de 95 milhões de anos e pertence ao grupo dos noassaurídeos, dinossauros de esqueleto frágil considerados raros, de acordo com o pesquisador Rafael Lindoso, um dos principais responsáveis pela descoberta. Lindoso é aluno de doutorado no Instituto de Geociências da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Os noassaurídeos possuíam dentição pouco usual entre os dinossauros carnívoros, com bordas em formato de serra que percorriam a face lateral dos dentes, segundo o estudo. Este padrão aparece apenas em uma espécie de lagarto pré-histórico, o Masiakasaurus knopfleri, encontrado na ilha de Madagascar, na África.
O animal encontrado seria "um ancestral do Masiakasaurus", mais robusto, segundo Lindoso. Não está descartada a hipótese de que seja uma espécie inédita, já que os fósseis encontrados na Ilha do Cajual têm cerca de 20 milhões de anos a mais do que os registros de Madagascar. Mas o achado sem dúvida mostra um novo dinossauro na região brasileira. "Pela primeira vez no Brasil observa-se dentes destes animais", diz Lindoso.
Noassaurídeos
Os noassaurídeos existiram durante boa parte do Cretáceo em regiões onde hoje ficam a Índia, França, Níger, Madagascar e Argentina. O dinossauro descoberto no Maranhão é um parente distante da espécie de Madagascar, podendo ter cerca de dois a três metros de comprimento, de acordo com o pesquisador.
Estes animais mantinham uma dieta especializada, comendo basicamente peixe, afirma Lindoso. No período Cretáceo, áreas que hoje são os continentes da África, América do Sul, Austrália e Antártica formavam um supercontinente chamado Gondwana. O fato de estarem próximas pode ter facilitado a migração e a passagem dos animais, diz o cientista.
A descoberta foi feita por uma pesquisa em conjunto de cientistas da UFRJ com a Universidade Federal do Maranhão (UFMA).
Fonte: G1