Diante das frequentes agressões dos submarinos alemães à navegação costeira do Brasil, que culminaram com o afundamento de cinco navios da nossa marinha mercante, o Presidente da República Getúlio Vargas convocou uma reunião com todo o seu ministério no Palácio Guanabara, sede do governo, no Rio de Janeiro, para examinar e definir a posição do Brasil perante o andamento da II Guerra Mundial. Atendendo aos anseios da população, expressos nas ruas de todo país, o governo tomou a decisão histórica de se juntar aos Aliados, cujas principais forças eram a URSS, os EUA e o Império Britânico, contra as potências do Eixo, liderados pela Alemanha, Itália e Japão. Após a reunião, o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) divulgou um comunicado no qual o Brasil declarava guerra aos países do Eixo.
A população brasileira recebeu a decisão do governo com grande entusiasmo e mostras de patriotismo. No Rio de Janeiro, logo após a divulgação do comunicado do DIP, centenas de cariocas se deslocaram às ruas do centro da cidade, improvisando comícios onde oradores saudavam o apoio aos Aliados, e as pessoas cantavam o hino nacional.
Além do comunicado à população, o governo brasileiro enviou uma mensagem aos governos da Alemanha e da Itália informando-os da decisão do país. No nota, além dos ataques a seus navios, o Brasil evocou as declarações de solidariedade americana votadas na Oitava Conferência Internacional de Lima e na Primeira, Segunda e Terceira Reuniões de Ministros das Relações Exteriores das Repúblicas Americanas como justificativa para sua decisão
A Força Expedicionária Brasileira
O governo brasileiro somente enviaria tropas para as zonas de conflito cerca de dois anos depois da declaração de guerra à Alemanha e à Itália. Em 2 de julho de 1944, o primeiro escalão das Forças Expedicionárias Brasileiras (FEB), sob o comando do general Mascarenhas de Morais, saiu do Brasil com destino à Nápoles, e entrou em combate com tropas alemães em meados de setembro do mesmo ano. Em 6 de junho de 1945, o Ministério da Guerra do Brasil ordenou que as unidades da FEB na Itália se subordinassem ao comandante da primeira região, no Rio de Janeiro, o que significava a dissolução do contingente. No total, foram enviados para a zona de guerra cerca de 25.300 brasileiros, que auxiliaram os Aliados nos momentos finais de vitória do conflito na Europa.
Fonte: Jblog