18.9.12
Assinada a nova Lei de Segurança Nacional
por: Lucyanne Mano
Após uma semana de reuniões, em plena ausência do Chefe de Estado Presidente Artur da Costa e Silva, afastado do poder por motivos de saúde, a nova Lei de Segurança Nacional foi assinada pelos Ministros Militares General Aurélio de Lira Tavares (Exército), Almirante Augusto Rademaker (Marinha) e Brigadeiro Márcio de Sousa e Melo (Aeronáutica), Junta Militar no exercício temporário da Presidência. Entre outras medidas, a lei institucionalizou como meio de execução da pena máxima - a pena de morte, em casos de guerra revolucionária ou subversiva - o fuzilamento, concedendo ao Presidente da República poderes para comutá-la em pena de prisão perpétua.
O rigor da nova lei suscitou todo tipo de reação na sociedade brasileira, o que obrigou a Junta a pronunciar-se em nota oficial distribuida pela Secretaria de Imprensa da Presidência da República no dia seguinte.
"Os Ministros da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, que respondem pela presidência da república, a vista das notícias tendenciosas ou distorções propositais difundidas por elementos subversivos ou interessados em alarmar a Nação sobre resultado das reuniões realizadas na semana em curso pelo Conselho do Almirantado, o Alto Comando do Exército e o Alto Comando da Aeronáutica, sentem-se no dever de declarar ao povo brasileiro que os objetivos principais dessas reuniões internas, cuja gravidade os próprios grupos subversivos demonstraram publicamente em manifesto do conhecimento de toda a Nação.
Ao mesmo tempo foram estudados com os comandos interessados, em perfeita unidade de vistas, as medidas que a situação impõe nas áreas das respectivas jurisdições.
Nesse sentido os Ministros Militares vem adotar os atos legais mais urgentes, reclamados pela conjuntura, entre os quais a reformulação da Lei de Segurança Nacional e a reativação do processo revolucionário.
De outras parte os Chefes Militares são unânimes em reconhecer a necessidade imprescindível de resguardar a tranquilidade pública, em convergência com todas as forças vivas da Nação, para o fim de assegurar a continuidade da política administrativa do Governo.
No que se refere ao estado de saúde de S. Exa. o Sr. Presidente da República, os Ministros Militares, da mesma forma que todas as correntes de opinião, acompanham, cônscios das responsabilidade que lhes cabem sua evolução. Dentro da programação já estabelecida, terão no final da próxima semana nova conferência com a junta médica que assiste o Chefe de Governo.
Palácio das Laranjeiras, 19 de setembro de 1969"
Preocupada com a preservação do ideais e objetivos do movimento militar de 1964, após o ousado sequestro do embaixador norte-americano Charles Burke Elbrick no início de setembro de 1969 (que culminou na negociação de sua libertação em troca de quinze prisioneiros políticos), a linha dura do regime decidiu tomar para si as rédeas do processo político no país. A recém formada Junta Militar tratou de impedir que a sucessão presidencial se fizesse em favor do vice-presidente como previa a Constituição. Uma das medidas mais imediatas foi a sanção da nova Lei de Segurança Nacional, a porta de entrada oficial da repressão e da barbárie que ditariam as regras que nos anos de chumbo.
Costa e Silva não voltou mais à Presidência, falecendo em poucos meses. A Junta Provisória deu lugar ao Presidente Emílio Garrastazu Médici empossado no dia 30 de outubro de 1969.
Fonte: http://jblog.com.br/hojenahistoria.php
A morte de Carlos Lamarca
por: Lucyanne Mano
O Serviço de Relações Públicas da 6ª. Região Militar, sediado em Salvador, anunciou à imprensa a morte do ex-capitão Carlos Lamarca durante um tiroteio com agentes do CODI, no interior da Bahia, na zona do rio São Francisco. O chefe de Relações Públicas da 6ª RM, major Garcia Neves, relatou os detalhes da Operação – Pajussara, que culminou com a morte de Lamarca e Zequinha – amigo que o acompanhou até os últimos instantes.
Larmaca foi o último remanescente da trilogia de líderes subversivos brasileiros. Seus antecessores na liderança, Carlos Marighela e Joaquim Camara Ferreira, morreram em 1969 e 1970, respectivamente. O ex-capitão Carlos Lamarca estava condenado a 58 anos de prisão – 24 por furto de armas, 30 por ter seqüestrado uma viatura militar e 4 por atividades diversas da VAR-Palmares.
Lamarca havia ingressado no Partido Comunista Brasileiro em 1964. Em 1968 passa a ser membro VPR (Vanguarda Popular Revolucionária), formada por Carlos Marighela.
Oficial formado na turma de 1960 da Academia Militar das Agulhas Negras, sendo lá que começa a ler o jornal "A Voz Operária", do PCB (o jornal era colocado debaixo dos travesseiros dos cadetes escondido). Começa seu interesse e simpatia com as idéias comunistas. Lamarca foi promovido a capitão em agosto de 1967, considerado um oficial de comportamento discreto que se destacava nos exercícios de tiro ao alvo, sendo hábil no manejo de qualquer tipo de arma.
Sua presença nos anais da subversão é registrada a partir de 27 de janeiro de 1969, quando o II Exército publicou um edital intimando-o a comparecer ao 4º Regimento de Infantaria. A Polícia do Exército, a Polícia Federal e a Polícia Estadual havia identificado elementos comprometidos com assaltos a bancos, roubos de dinamite e assassinatos. Entre os criminosos capturados, alguns tinham ligações com o capitão Carlos Lamarca. No dia anterior a nota, ele havia fugido da unidade, levando um caminhão carregado de armas e munição.
Em 1969 Lamarca é nomeado dirigente do VPR. Comprou um sítio no vale do Ribeira, usado para treinar militares para guerrilha até a prisão de Mário Japa, um dos dirigentes do VPR, quando o campo de treinamento é desmobilizado. Para salvá-lo, seqüestraram o cônsul do Japão. O cerco foi aumentando e Lamarca decide, junto com a ALN, seqüestrar o embaixador da Alemanha Ocidental em troca da publicação de um manifesto dos militantes de nome “Ao povo brasileiro”. Artigo publicado no dia 12 de junho. Em dezembro ainda comanda o seqüestro do embaixador suíço no Rio de Janeiro em troca de 70 presos políticos.
O cerco a Lamarca começou em março de 1971, com a prisão de uma subversiva no Rio, que interrogada, revelou a transferência das ações da VPR para o Nordeste e o Estado da Bahia para a sede. Em agosto, as autoridades estouraram um aparelho em Salvador e encontraram a amante de Lamarca, Iara Iavelberg, que suicidou-se com um tiro no coração.
Lamarca foi perseguido pelos órgãos de segurança por quase três anos. No dia 17 de setembro, Zequinha e Lamarca estava descansando embaixo de uma árvore quando foram cercados por 20 agentes do CODI, na localidade de Pintada, Município de Ipupira. Morreram fuzilados.
Fonte: http://jblog.com.br/hojenahistoria.php
O Serviço de Relações Públicas da 6ª. Região Militar, sediado em Salvador, anunciou à imprensa a morte do ex-capitão Carlos Lamarca durante um tiroteio com agentes do CODI, no interior da Bahia, na zona do rio São Francisco. O chefe de Relações Públicas da 6ª RM, major Garcia Neves, relatou os detalhes da Operação – Pajussara, que culminou com a morte de Lamarca e Zequinha – amigo que o acompanhou até os últimos instantes.
Larmaca foi o último remanescente da trilogia de líderes subversivos brasileiros. Seus antecessores na liderança, Carlos Marighela e Joaquim Camara Ferreira, morreram em 1969 e 1970, respectivamente. O ex-capitão Carlos Lamarca estava condenado a 58 anos de prisão – 24 por furto de armas, 30 por ter seqüestrado uma viatura militar e 4 por atividades diversas da VAR-Palmares.
Lamarca havia ingressado no Partido Comunista Brasileiro em 1964. Em 1968 passa a ser membro VPR (Vanguarda Popular Revolucionária), formada por Carlos Marighela.
Oficial formado na turma de 1960 da Academia Militar das Agulhas Negras, sendo lá que começa a ler o jornal "A Voz Operária", do PCB (o jornal era colocado debaixo dos travesseiros dos cadetes escondido). Começa seu interesse e simpatia com as idéias comunistas. Lamarca foi promovido a capitão em agosto de 1967, considerado um oficial de comportamento discreto que se destacava nos exercícios de tiro ao alvo, sendo hábil no manejo de qualquer tipo de arma.
Sua presença nos anais da subversão é registrada a partir de 27 de janeiro de 1969, quando o II Exército publicou um edital intimando-o a comparecer ao 4º Regimento de Infantaria. A Polícia do Exército, a Polícia Federal e a Polícia Estadual havia identificado elementos comprometidos com assaltos a bancos, roubos de dinamite e assassinatos. Entre os criminosos capturados, alguns tinham ligações com o capitão Carlos Lamarca. No dia anterior a nota, ele havia fugido da unidade, levando um caminhão carregado de armas e munição.
Em 1969 Lamarca é nomeado dirigente do VPR. Comprou um sítio no vale do Ribeira, usado para treinar militares para guerrilha até a prisão de Mário Japa, um dos dirigentes do VPR, quando o campo de treinamento é desmobilizado. Para salvá-lo, seqüestraram o cônsul do Japão. O cerco foi aumentando e Lamarca decide, junto com a ALN, seqüestrar o embaixador da Alemanha Ocidental em troca da publicação de um manifesto dos militantes de nome “Ao povo brasileiro”. Artigo publicado no dia 12 de junho. Em dezembro ainda comanda o seqüestro do embaixador suíço no Rio de Janeiro em troca de 70 presos políticos.
O cerco a Lamarca começou em março de 1971, com a prisão de uma subversiva no Rio, que interrogada, revelou a transferência das ações da VPR para o Nordeste e o Estado da Bahia para a sede. Em agosto, as autoridades estouraram um aparelho em Salvador e encontraram a amante de Lamarca, Iara Iavelberg, que suicidou-se com um tiro no coração.
Lamarca foi perseguido pelos órgãos de segurança por quase três anos. No dia 17 de setembro, Zequinha e Lamarca estava descansando embaixo de uma árvore quando foram cercados por 20 agentes do CODI, na localidade de Pintada, Município de Ipupira. Morreram fuzilados.
Fonte: http://jblog.com.br/hojenahistoria.php
Acidente de carro mata Grace Kelly, a Princesa de Mônaco
por: Lucyanne Mano
Após ficar hospitalizada durante um dia em virtude de um acidente de carro, em que teve quebrados o fêmur direito, costelas e clavículas, Grace Kelly, uma das mais famosas e talentosas atrizes de Hollywood, morreu, vítima de uma hemorragia cerebral, na noite do dia 14, aos 52 anos de idade. A tragédia aconteceu no dia anterior, no momento em que a atriz e sua filha caçula retornavam para casa, em Monte Carlo, possivelmente em alta velocidade. Após uma curva, o veículo rodou na pista até colidir contra um muro de contenção. Especula-se que Stéphanie, na época com 17 anos, estivesse na direção, mesmo sem ter habilitação. A menina sobreviveu.
Filha de um rico imigrante irlandês, Grace foi criada para ser membro da alta sociedade norte-americana. Desde cedo fazia balé e se dedicava à dramaturgia. Aos 17 anos, iniciou profissionalmente sua carreira de atriz participando de peças independentes, até conseguir pequenos papéis em seriados, novelas e filmes. A grande chance da atriz, que posteriormente se tornou Princesa Grace de Mônaco, surgiu quando a produtora Metro a chamou para estrelar o longa Matar ou Morrer (1954), de Hitchcock.
Logo Grace se tornou a favorita do baixinho e brilhante diretor de Hollywood, que a convidou para mais dois trabalhos: Janela Indiscreta(1954) e Ladrão de Casaca (1955). Aliás, foi nas filmagens deste último filme que a atriz conheceu seu futuro marido, o Príncipe de Mônaco Ranier III. O príncipe se encantou de imediato com a beleza e elegância da jovem pedindo-a em namoro pouco depois.
Em janeiro de 1956, a dama norte-americana e a Alteza européia se casaram numa pomposa cerimônia, que contou com 1.200 convidados na Riviera Francesa. Após o matrimônio, a Princesa Grace foi deixando as telas até passar a se dedicar exclusivamente à vida doméstica, com o nascimento dos herdeiros. E foi desta forma que a vencedora do Oscar de melhor atriz em 1954 (por Amar e Sofrer, de George Seaton) viveu seus últimos dias de vida.
A última entrevista
Fonte: http://jblog.com.br/hojenahistoria.php
Fiji
Por Emerson Santiago
A República de Fiji (Republic of Fiji, em inglês; Matanitu ko Viti em fijiano; Fijī Gaṇarājya em hindi fijiano) é um país independente localizado no Pacífico sul, formado por duas ilhas principais, Vanua Levu e Viti Levu, além de outras 330 ilhas bem menores. Próximo a Fiji está a Ilha Norte daNova Zelândia, Vanuatu a oeste, Nova Caledônia a sudoeste, Tonga a leste, as Samoas e Wallis e Futuna a nordeste e Tuvalu a norte. A capital do país é Suva, e a sua área total é de 18,376 km², um pouco menor que o Estado de Sergipe. A população é de 851.745 mil habitantes, sendo a maioria fijianos, predominantemente melanésios, com alguma mistura polinésia. Outros grupos étnicos importantes são os indo-fijianos, rotumanos (povo formado pelas três grandes etnias do pacífico, melanésios, polinésios e micronésios), além de outras comunidades minoritárias, que incluem europeus, chineses e imigrantes de outras ilhas doPacífico. As principais religiões são o cristianismo, o hinduísmo e o islamismo. Como línguas oficiais, o país adota o inglês, o fijiano e o hindi fijiano. A moeda é o dólar de Fiji.
Povos melanésios e polinésios se estabeleceram nas ilhas Fiji há cerca de 3.500 anos atrás, e os comerciantes europeus e missionários chegam na primeira metade do século XIX. A perturbação resultante levou a guerras cada vez mais graves entre os nativos de Fiji.
Um Ratu (chefe), chamado Cakobau, ganhou controle limitado sobre as ilhas ocidentais de 1850, mas a constante anarquia levou uma convenção de chefes a ceder Fiji incondicionalmente aos britânicos em 1874. Entre 1879 e 1916 mais de 60 mil indivíduos são trazidos do subcontinente indiano para trabalhar nas plantações de açúcar, o que dá origem à comunidade indiana do país, que exerce grande influência política e social, entrando constantemente em choque com os fijianos nativos.
Na Segunda Guerra Mundial, soldados fijianos lutaram ao lado dos aliados, ganhando boa reputação na dura campanha das Ilhas Salomão. Em 1970, uma conferência constitucional em Londres decide que Fiji deve se tornar uma nação totalmente soberana e independente dentro da Commonwealth, o que acontece a 10 de outubro.
A partir de então, Fiji vem convivendo com períodos de calmaria, seguidos de outros de grande instabilidade, sendo a mais recente ocorrida em 2009, quando o presidente Ratu Josefa Iloilo revoga a constituição, gerando uma criseinstitucional, o que acarreta em mais uma suspensão de Fiji da Commonwealth. As disputas são fruto da rivalidade entre os descendentes de indianos e os fijianos, que, ao longo da história da jovem república, deu origem a vários golpes de estado, censuras, prisões, desrespeito aos direitos humanos e sanções de organismos internacionais.
Bibliografia:
Fiji profile (em inglês). Disponível em: <http://www.bbc.co.uk/news/world-asia-pacific-14919688>. Acesso em: 14 set. 2012.
Fiji (em inglês). Disponível em: <http://www.state.gov/outofdate/bgn/fiji/196569.htm>. Acesso em: 14 set. 2012.
Mapa: http://wwp.greenwichmeantime.com/time-zone/pacific/fiji/map-fiji/index.htm
Fonte:
Eslováquia
Por Emerson Santiago
A República da Eslováquia (Slovenská Republika, em eslovaco) é um país independente, sem saída para o mar, localizado no centro da Europa. Seu território de 49.035 km² é equivalente ao estado do Espírito Santo, e sua capital é Bratislava. A maioria dos 5,4 milhões de habitantes do país são eslovacos (80,7%), sendo que húngaros (cerca de 8,5%) ciganos roma (10%) tchecos, rutenos, ucranianos, alemães e poloneses constituem importantes minorias.
A maioria dos cidadãos eslovacos são cristãos, em sua maior parte (62%) de católicos romanos, além de uma minoria luterana (5,9%). Cerca de 3.000 judeus permanecem no país, de uma população estimada de 120.000 antes da Segunda Guerra Mundial. O idioma oficial do Estado é eslovaco. Como membro pleno da União Europeia, a moeda utilizada no país é o Euro. A Eslováquia divide fronteiras com a Áustria a oeste, República Checa e Polônia a norte, aUcrânia a leste e a Hungria a sul. Apesar de sua moderna economia, a Eslováquia tem uma significativa população rural, onde cerca de 46% dos eslovacos vivem em aldeias de menos de 5.000 pessoas, e 14% em aldeias de menos de 1.000.
As raízes da moderna Eslováquia estão ligadas ao Império da Grande Morávia, fundado no início do século nono. O império ruiu depois de apenas oitenta anos, resultado das intrigas políticas e de forças invasoras. Como resultado, a Eslováquia se torna parte do Reino da Hungria nos próximos mil anos, e Bratislava se torna a capital húngara por quase dois séculos e meio após os turcos ocuparem parcialmente o território da atual Hungria no início do século XVI.
Os austríacos irão se tornar a potência dominante na região no século XIX. Em 1846, Ludovit Stur realiza a codificação da língua eslovaca, núcleo inicial do moderno nacionalismo eslovaco. Intelectuais eslovacos gradualmente irão se aproximar dos tchecos, também governados pelos austríacos. Com a dissolução do Estado Austro-Húngaro na I Guerra Mundial, surge a Checoslováquia, nação unindo dois povos de culturas bem similares.
A Eslováquia experimenta uma breve autonomia em meio à Segunda Guerra, como um estado-fantoche em mãos dosnazistas. Após a guerra, a unificação com os checos é restaurada, mas agora sob um regime socialista amparado pelaUnião Soviética. Nas próximas quatro décadas prevalece um rigoroso regime comunista, interrompido brevemente pelaPrimavera de Praga de 1968, duramente reprimida pelos tanques enviados pela União Soviética. Em 1989, uma série de protestos públicos, conhecidos como a “Revolução de Veludo” levou à queda do regime comunista.
Em junho de 1992, o parlamento eslovaco votou para declarar a soberania, e a federação se dissolveu pacificamente a 1 de janeiro de 1993. A Eslováquia torna-se membro da OTAN em 29 de março de 2004, e da União Europeia a 1 de maio de 2004.
Bibliografia:
Slovakia country profile (em inglês). Disponível em: <http://news.bbc.co.uk/2/hi/europe/country_profiles/1108491.stm>.Acesso em: 14 set. 2012.
Slovakia (em inglês). Disponível em: <http://www.state.gov/r/pa/ei/bgn/3430.htm>. Acesso em: 14 set. 2012.
Mapa: http://biega.com/slovakia.html
Fonte:
Camboja
Por Emerson Santiago
O Reino do Camboja (Preăh Réachéanachâk Kâmpŭchéa, em khmer) é um país independente localizado a sudeste daÁsia, cuja capital é Phnom Penh. Sua área total é de cerca de 181.035 km², um pouco menor que o estado do Paraná. A população do país é de cerca de 15 milhões, na maioria seguidores do budismo. A língua oficial é o khmer, e a moeda corrente é o riel. O Camboja possui fronteiras com a Tailândia a oeste e norte; o Laos, ao norte; o Vietnã a leste e sudeste, e o Golfo da Tailândia a sudoeste.
Entre 900 e 1200 d.C., o Reino Khmer de Angkor produziu algumas das mais magníficas obras arquitetônicas do mundo. Durante o século XV, Angkor é abandonada após ataques siameses. A grande cidade e templos ficaram encobertos pela floresta até o final do século XIX, quando arqueólogos franceses começaram um longo processo de restauração.
Em meados do século XIX, o país estava à beira da dissolução. Depois de repetidos pedidos de auxílio aos franceses, um protetorado foi criado em 1863. Em 1884, o Camboja torna-se uma colônia, parte da União da Indochina, junto a Annam, Tonkin, Cochin-China, e Laos.
A independência veio a 9 de novembro de 1953. Em meados dos anos 1960, o leste do país servia como base para o exército norte-vietnamita, em guerra com os Estados Unidos. Estes começam uma série de ataques aéreos contra bases no interior do Camboja.
Em março de 1970, o general Lon Nol depõe o príncipe Sihanouk, abolindo a monarquia. Ao mesmo tempo, as forças opositoras do Khmer Vermelho(comunistas) tornam-se mais fortes e independentes de seus patronos vietnamitas. Em 1974, estes reduzem o controle de Lon Nol a pequenos enclaves em torno das cidades e Phnom Penh se rende a 17 de abril de 1975.
O Khmer Vermelho logo transformou o Camboja (rebatizado de Kampuchea Democrático (DK)) em uma terra de horror. O novo regime ordenou a evacuação de todas as cidades, e o envio de toda a população urbana para o campo para lavrar a terra. Pol Pot, ou “irmão número um”, foi feito primeiro-ministro, e o príncipe Sihanouk é colocado sob prisão domiciliar. O budismo foi suprimido, a agricultura foi coletivizada, a indústria foi abandonada ou colocado sob controle do Estado. O Camboja aboliu a moeda e o sistema bancário. Centros de tortura foram estabelecidos, e registros detalhados foram mantidos dos assassinados. Execuções públicas daqueles considerados não confiáveis ou com ligações ao governo anterior eram comuns. Poucos conseguiram escapar das patrulhas militares e fugir do país.
As relações do Kampuchea Democrático com o Vietnã e a Tailândia pioram rapidamente como resultado de conflitos de fronteiras e diferenças ideológicas, e as forças vietnamitas invadem o Camboja. A 10 de janeiro de 1979 os vietnamitas instalam Heng Samrin como chefe de estado da nova República Popular de Kampuchea (PRK).
As últimas tropas vietnamitas deixam o Camboja em setembro de 1989. De 30 de julho a 30 de agosto de 1989, representantes de 18 países, quatro partidos cambojanos, e o Secretário Geral da ONU reuniram-se em Paris, em um esforço para negociar uma solução para o futuro pós-ocupação. O príncipe Sihanouk volta a Phnom Penh em novembro de 1991, para iniciar o processo de paz no Camboja. Eleições são realizadas e nova constituição é promulgada em setembro de 1993, estabelecendo uma democracia multipartidária liberal no âmbito de uma monarquia constitucional.
Em 1997, a maioria dos combatentes restantes do Khmer Vermelho aceitam a anistia do governo e depõem as armas, pondo fim a quase três décadas de guerra. Em 4 de outubro de 2004, a Assembleia Nacional do Camboja ratifica um acordo com a Organização das Nações Unidas sobre o estabelecimento de um tribunal para julgar líderes responsáveis pelas atrocidades cometidas pelo Khmer Vermelho. Mais quatro ex-líderes do Khmer Vermelho estão sendo julgados, e duas novas investigações estão em andamento. Países doadores forneceram mais de US $ 100 milhões a data em apoio ao tribunal.
Bibliografia:
Cambodia profile (em inglês). Disponível em: <http://www.bbc.co.uk/news/world-asia-pacific-13006541>. Acesso em: 14 set. 2012.
Cambodia (em inglês). Disponível em: <http://www.state.gov/outofdate/bgn/cambodia/189440.htm>. Acesso em: 14 set. 2012.
Mapa: http://maps.nationmaster.com/country/cb/1
Fonte:
Consciência Histórica: uma nova preocupação da Didática da História
Os professores de História podem interferir na consciência histórica presente entre seus alunos promovendo novas possibilidades de orientação para a vida a partir daquilo que já foi vivenciado.
A consciência histórica: uma capacidade que extrapola a experiência escolar
Há muito tempo percebemos a presença de um recorrente debate interessado em definir a importância da História nos currículos escolares presentes. Entre várias justificativas, não raro, percebemos a existência de textos, normas e discursos defensores da ideia de que a História seria um elemento fundamental para que os indivíduos tenham uma maior consciência ou uma consciência histórica sobre a realidade presente que nos cerca.
Sem dúvida, podemos sair em defesa de que a complexidade de compreensão do agora pode ser visivelmente potencializada com a investigação do passado. Contudo, há uma equivocada noção que pensa a experiência de contato em ambiente escolar como a única forma de se vivenciar esse processo de aquisição da consciência histórica. De tal forma, a falta de letramento seria o equivalente à inexistência da consciência histórica.
Partindo das discussões empreendidas por Luis Fernando Cerri e Jorn Rüsen, podemos notar que a consciência histórica é inerente ao ser humano e se faz presente fora do saber histórico obtido em sala de aula. Tal afirmação se faz pertinente, pois a consciência histórica não se limita à ideia de conhecer extensamente as experiências vivenciadas no passado. Mais do que dominar o acontecido, a consciência histórica articula presente, passado e futuro.
Entre esses três tempos, partimos do presente para então percebemos questões e problemas que tendem a nos imergir no passado em busca de respostas. Por conseguinte, identificando as possíveis respostas dadas pelo passado, construímos uma resposta para as questões do agora e, por conseguinte, projetamos nossas expectativas de transformação e permanência ao futuro.
Sob tal aspecto, não podemos aqui dizer que a relação entre as questões do presente e as respostas do passado pode nos antecipar o porvir. Lançados à complexa e árdua tarefa de agir no mundo, o saber do passado orienta nossos horizontes vindouros, mas não nos garante, em momento algum, a capacidade de controlar os desafios do porvir e, assim, transformar a História em uma ciência exata.
Analisando desde as questões da vida cotidiana às questões que ocupam a existência de grupos sociais, podemos ver que o passado é sempre acionado como elemento interpretativo e orientador. De tal modo, a consciência histórica se apresenta como um exercício desenvolvido por qualquer indivíduo. Contudo, qual seria o papel do saber histórico oferecido nas escolas já que a consciência é anterior à própria vivência escolar?
Sendo conduzido por profissionais dedicados a esse campo de conhecimento, os professores de História podem interferir na consciência histórica presente entre seus alunos. Para tanto, destacamos a indispensável necessidade de dialogar com a consciência histórica presente entre os alunos e, de tal forma, promover novas possibilidades de orientação para a vida a partir daquilo que já foi vivenciado.
Por Rainer Gonçalves Sousa
Fonte:
As Cruzadas
Peregrinações a Lugares Santos
A região da cidade de Jerusalém, na Palestina, onde atualmente fica o Estado de Israel é sagrada para os fiéis das três mais importantes religiões monoteístas do mundo: o judaísmo, o cristianismo e o islamismo. Desde épocas muito remotas, judeus, cristãos e muçulmanos faziam peregrinações a Jerusalém para venerar os Lugares Santos.
Na Idade Média – mesmo hoje, em certa medida – os cristãos em geral acreditavam que os lugares onde os santos viveram, os objetos por eles usados e o que restava de seus corpos (as chamadas “Relíquias”) possuíam poderes milagrosos, como a cura de enfermos e a salvação para os pecadores. Havia vários lugares de veneração espalhadas por todo o mundo cristão, mas a Terra Santa, onde Jesus viveu, pregou e foi supliciado, era considerado o mais sagrado de todos.
Para os judeus, Jerusalém é a principal cidade de sua antiga pátria e ali se encontram vários locais sagrados, principalmente o “Muro das Lamentações”, ruínas do Templo de Salomão destruído pelos romanos no primeiro século de nossa era. Para os cristãos, é reverenciada por ter sido o local no qual Jesus de Nazaré viveu durante os três últimos anos de sua vida, pregou, fez discípulos e foi crucificado. Para os muçulmanos, Jerusalém é uma Cidade Santa porque crêem que Maomé subiu ao céu da Cúpula do Rochedo, situada no coração da cidade.
Curioso refletir como as três religiões monoteístas acreditam no mesmo Deus mas, como se prendem a metáforas e as lêem e compreendem literalmente, os desentendimentos entre os três grupos seguem até os dias de hoje...
Apesar da grande distância da Europa Ocidental, muitos peregrinos faziam uma longa e arriscada jornada para chegar a Jerusalém. Alguns iam primeiro a Roma e, em seguida, partiam de algum porto italiano para a Palestina. As pessoas mais pobres percorriam todo o trajeto a pé.
Motivos
Em 638 d.C. os árabes, de fé islâmica, tomaram a Palestina, inclusive, naturalmente, Jerusalém. Durante séculos aquela ocupação não chegou a criar problemas para os cristãos, pois os árabes respeitam a religião cristã e, portanto, as peregrinações seguiam permitidas. Em 1071, porém, a Terra Santa foi capturada pelos turcos otomanos, também muçulmanos mas, intolerantes para com os cristãos, passaram a criar todo o tipo de dificuldades para os peregrinos.
Economicamente, o feudalismo ingressava em seu período de crise – como o capitalismo está em crise nos dias atuais – havendo forte contradição entre as forças produtivas e o modo de produção, ou seja, o aumento da população ou crescimento demográfico exigia maior empenho na produção de gêneros alimentícios mas, segundo as normas do MPF todo o excedente ficava com o Senhor Feudal e não com os produtores (mais ou menos como ocorre com a mais-valia em nossos dias...).
Para atender aos fiéis desejosos de retomar as peregrinações e escoar o excesso de mão-de-obra ociosa na Europa, o papa Urbano II declarou guerra aos “infiéis” muçulmanos conclamando as multidões sob o brado de “Deus o quer! Deus o quer!” O fervor religioso espalhou-se por toda a Europa. As pessoas acreditavam firmemente que o cristianismo estava em perigo e que defendê-lo, portanto, era cumprir a vontade de Deus. O papa Urbano II prometeu a todos os que partissem para a guerra contra os “infiéis” teriam seus pecados perdoados e iriam para o céu após a morte.
Os cavaleiros que, a partir de 1095, atenderam ao chamado do papa para fazerem parte de uma expedição à Terra Santa escolheram como símbolo uma cruz pintada na armadura ou bordada nas vestes. Por isso foram chamados “cruzados”. Eles seriam os guerreiros da cruz, os defensores do cristianismo. Séculos de guerra começaram então...
A Cruzada dos Pobres
Enquanto os nobres europeus se preparavam para a cruzada, pregadores itinerantes levavam a mensagem do papa às pessoas comuns. Um desses pregadores, Pedro, o Eremita, inspirava seus ouvintes com tanto entusiasmo que milhares passaram a seguí-lo.
Em abril de 1096, os seguidores de Pedro se reuniram na cidade alemã de Colônia. Não eram soldados disciplinados. Na Idade Média, somente os nobres eram treinados nas artes da guerra... Os seguidores fiéis de Pedro, o Eremita, eram mendigos e camponeses pobres e ignorantes que, por vezes, levavam suas famílias consigo.
Partiram no início do verão, cheios de fé e nenhuma provisão. Quando conseguiam alimentos era através do saque ou da mendicância... Atacaram, por exemplo, cidades na Hungria e na Iugoslávia. Além disso, ao passar por Constantinopla, sede do Império (Cristão) Romano do Oriente ou Império Bizantino, saquearam os subúrbios da cidade levando a todos grande terror. Mas o pior estava por vir: o enfrentamento do feroz e bem treinado exército turco.
Resultado? Um verdadeiro MASSACRE! Os cruzados maltrapilhos se instalavam desordenadamente numa fortaleza abandonada. Um pequeno grupo saiu para saquear os arredores mas foi surpreendido e totalmente aniquilado. Quando o exército turco se aproximou da fortaleza, os cruzados, como era de se esperar, sofreram fragorosa derrota, com milhares de baixas. Alguns foram capturados e vendidos como escravos; outros escaparam e conseguiram ser resgatados para narrar o ocorrido...
A Primeira Cruzada – Cruzada dos Nobres
Os nobres europeus prepararam-se com maior acuidade durante todo o ano de 1096. Partiram no outono daquele ano e já em abril de 1097 estavam em Constantinopla prestando sua solidariedade e solicitando o apoio do cesaropapa bizantino Aleixo Comneno.
Partiram inicialmente ruma a Antioquia. No caminho sitiaram e tomaram a cidade de Nicéia, até então ocupada pelos turcos.
O Cerco de Antioquia
Os cruzados continuaram seu caminho, atravessando a Síria. A jornada foi muito difícil, cheia de conflitos e desentendimentos entre os chefes cristãos e perpassada por duros combates com o exército turco.
No outono de 1097 finalmente chegaram a Antioquia, cuja conquista foi longa e penosa. Durante sete meses os cruzados sitiaram a cidade sem conseguir vencer a resistência de seus defensores. Somente em julho de 1098 os exércitos cristãos conseguiram ultrapassar as muralhas da cidade, graças a alguns moradores cristãos que ainda ali viviam e que facilitaram a sua entrada.
Poucos dias depois uma nova leva do exército turco chegou e cercou Antioquia com os cruzados dentro. Depois de muitas batalhas os cruzados lograram romper o cerco, derrotar os turcos e seguir em sua jornada rumo a Jerusalém.
Em Jerusalém
Os cruzados chegaram às portas de Jerusalém em julho de 1099. Seus primeiros ataques foram facilmente repelidos pelos turcos. A 14 de julho, após jejum e oração, o exército cristão partiu para seu mais importante ataque. Por volta do meio-dia de 15 de julho de 1099, os cruzados escalaram as muralhas e abriram um de seus portões. Os que estavam fora das muralhas correram para dentro da cidade e massacraram impiedosamente e sem discriminação judeus e muçulmanos, habitantes da cidade.
Quando finalmente entraram na Igreja do Santo Sepulcro, os cruzados caíram de joelhos dando graças a Deus pela vitória. Do lado de fora da Igreja os cadáveres de suas vítimas, recobertos de sangue, enxameavam as ruas...
Criação de Feudos Europeus na Palestina
A maioria dos nobres e seus seguidores voltou para a Europa, mas alguns permaneceram. Os líderes dos que ficaram estabeleceram quatro Estados cristãos nas regiões conquistadas: o Condado de Edis, o Principado de Antioquia, o Condado de Trípoli e o Reino de Jerusalém que, por ser o mais importante, ficou com Godofredo de Bouillon, um dos líderes da cruzada.
Os soldados receberam terras nesses novos Estados. Estabelecendo-se entre árabes, turcos, gregos e judeus que ali viviam, começaram gradualmente a adotar os hábitos e o linguajar do local.
Vale ressaltar que aqueles Estados cristãos jamais conheceram a paz. Estavam constantemente em guerra com seus vizinhos muçulmanos e jamais foram capazes de controlar as áreas rurais. Os muçulmanos, via de regra, rondavam as estradas e atacavam peregrinos cristãos com destino a Jerusalém.
Cavaleiros Templários e Hospitalários
Para defender os Estados cristãos, alguns nobres formaram associações chamadas de ordens militares. As duas mais poderosas foram as dos Cavaleiros do Templo (Templários) e a dos Hospitalários de São João de Jerusalém – em 1305, contudo, com vistas a apoiar o rei francês Filipe “o belo” sob o qual vivia em cativeiro, o papa Clemente V (Bertrand de Got) decidiu-se a exterminar com a Ordem dos Cavaleiros do Templo através de torturas e confissões forjadas. Mas os Cavaleiros Templários seguem fortes até os dias de hoje na Maçonaria, como se sabe...
Seus membros viviam como monges e lutavam como cavaleiros. Faziam votos religiosos e juravam empreender guerra incessante contra os infiéis. Dedicavam-se a auxiliar os peregrinos, os pobres e os doentes. E, de seus enormes castelos, vigiavam toda a região. Eram os cristãos mais temidos pelos muçulmanos por seu destemor e desapego até mesmo da própria vida em defesa do cristianismo.
Apesar de todos os esforços daqueles valorosos Cavaleiros, todavia, anos de guerra enfraqueceram enormemente os Estados dos cruzados. Em 1144 um desastre: o exército muçulmano capturou o Condado de Edessa! Quando Edessa caiu, os turcos conseguiram reagrupar seu exército e atacar sem trégua a longa fronteira dos outros três Estados.
A Segunda Cruzada – Cruzada dos Reis
Depois da queda de Edessa, os Estados cristãos ficaram em perigo. Temerosos, seus governadores enviaram embaixadores a Roma, pedindo ao papa que lhes enviasse ajuda para lutar contra os turcos e proteger a Terra Santa.
O papa Eugênio III resolveu atendê-los e convocar uma nova cruzada. Para divulgá-la na Europa, encarregou Bernard de Clairvaux (mais tarde canonizado), o mais erudito e respeitado clérigo da sua época.
Bem sucedido, Bernard persuadiu o rei francês Luís VII (mais tarde canonizado também) e o Imperador do Sacro Império Romano Germânico Conrado III que, com seus relutantes nobres, decidiram-se a participar da expedição.
Os dois reis, inimigos um do outro, não se reuniram para a cruzada. Cada um enfrentou o adversário turco por sua conta, em batalhas separadas, sem qualquer acordo entre eles.
Em 1147, os esplêndidos exércitos reunidos pelos dois reis marcharam através da Europa em direção a Constantinopla.
Conrado chegou primeiro e, por volta de outubro daquele ano atravessava o Bósforo e estava a caminho da Terra Santa. Em Dorileu, o exército turco lançou-se contra ele e lhe impôs fragorosa derrota. Conrado e outros sobreviventes do massacre arrastaram-se de volta a pé para Constantinopla, onde os franceses acabavam de chegar.
O rei Luís ousou atravessar território inimigo em pleno inverno. Os turcos estavam à espera e mataram muitos franceses durante esta insana travessia. Muitos outros morreram ainda de fome e de frio...
Os remanescentes dos dois exércitos encontraram-se em Jerusalém no verão seguinte, quando outros cruzados, recém-chegados da Europa, se juntaram a eles.
Desta vez os dois reis resolveram unir-se. Com inacreditável insensatez, decidiram sitiar Damasco, uma cidade cujo governante sempre se mostrou muito amigável com os cristãos. O fracasso foi total. Depois de cinco dias de ataques infrutíferos e com muitas baixas, os exércitos cruzados desistiram da luta e regressaram à Europa.
Saladino
Anos de confusão seguiram-se à desastrosa Segunda Cruzada. Havia desavenças entre os cristãos, mas também os muçulmanos guerreavam entre si por hegemonia. Durante algum tempo os Estados cristãos puderam sobreviver graças às divisões entre seus inimigos.
Foi então que começou a surgir um reflorescimento muçulmano. Nur ad-Din, governador de Alepo (Síria), derrotou todos os outros governantes muçulmanos. Em 1164 ele enviou um exército para invadir o Egito, que era o país muçulmano mais rico da época.
O comandante daquele exército levou consigo seu sobrinho Saladino, um notável guerreiro. Em 1169, com a idade de 31 anos, Saladino foi feito governador do Egito. Depois da morte de Nur ad-Din e de seu filho, tornou-se Sultão de um Império que se estendia do Egito até a região central da atual Turquia.
Em 1187, à frente de poderoso exército, Saladino invadiu a Terra Santa.
Uma a uma as fortalezas caíam diante das tropas lideradas por Saladino. Por volta de setembro, seus exércitos já haviam cercado Jerusalém. Os defensores da cidade, muito menos numerosos que os soldados muçulmanos acabaram por se render.
Em 2 de outubro de 1187, os muçulmanos entraram em Jerusalém e começaram a destruir todos os altares e cruzes dos Lugares Santos...
Algumas palavras sobre o Sultão Saladino
Numa época em que era comum os governantes mostrarem-se traiçoeiros e cruéis, Saladino ficou famoso por sua humanidade e honestidade. Tendo dado sua palavra, fosse a um amigo ou a um inimigo, ele sempre a mantinha. Tinha grande amor pelas crianças e as histórias de seu carinho para com elas e sua gentileza para com os desprotegidos fizeram dele uma lenda.
Saladino era implacável na luta, mas generoso na vitória. Ao contrário do que acontecia com os exércitos cristãos, seus homens nunca macularam seus trunfos com o massacre de prisioneiros indefesos...
A Terceira Cruzada – Nova cruzada de reis
A perda de Jerusalém revoltou todos os cristãos. Incitados pelo papa, os principais monarcas da Europa decidiram-se a participar de uma nova cruzada. Em maio de 1189 iniciou-se a partida para o Oriente. Foi o maior exército jamais reunido para uma expedição à Terra Santa, e a notícia de sua chegada alarmou os muçulmanos da Palestina.
Mas o desastre mudou completamente o rumo dos acontecimentos: ao atravessar um rio, o Imperador Frederico I (o “Barba Ruiva”), então com 70 anos de idade, morreu afogado. Sem a sua liderança, o gigantesco exército alemão rapidamente se desintegrou. A maior parte dos soldados voltou para a Alemanha; apenas uns poucos se decidiram a seguir para a Terra Santa.
No ano seguinte, Filipe Augusto, da França, e Ricardo I (o “Ricardo Coração de Leão”), da Grã Bretanha partiram numa cruzada conjunta. Seus exércitos se encontraram na Sicília, onde passaram o inverno. Na primavera de 1191, zarparam em direção ao porto de São João D’Arce, no Reino de Jerusalém, para socorrer um exército cristão atacado pelas tropas de Saladino. Ricardo desviou-se da rota para capturar a ilha de Chipre e só chegou a Arce em junho.
Os extenuados cristãos que sitiavam São João D’Arce estavam sendo dizimados pelo exército de Saladino, mas a chegada dos ingleses e franceses trouxe-lhes novo ânimo. Os recém-chegados construíram poderosas catapultas e altas torres de assalto para, com a ajuda destas armas de guerra, empreenderem uma série de ataques contra as bem protegidas muralhas de Arce. Os homens de Saladino não conseguiram repeli-los e o ânimo dos que defendiam a cidade se abateu.
Em 8 de julho, os muçulmanos acabaram por se render, e os cristãos penetraram na cidade. Saladino bateu em retirada e Filipe Augusto voltou para a França, deixando o comando dos exércitos cristãos ao Rei Ricardo Coração de Leão. O rei inglês perseguiu Saladino em sua retirada para o sul, em direção a Jerusalém.
A Batalha de Arsuf e o Tratado de Paz
Muitos cristãos morreram de calor durante a marcha, e muitos outros foram mortos nas batalhas que diariamente eram travadas. Em Arsuf, os muçulmanos interceptaram a marcha do exército de Ricardo. Os soldados da infantaria de Saladino atacaram em ondas, mas suas flechas e lanças leves não conseguiam perfurar a espessa armadura dos cruzados. Os muçulmanos foram varridos dos campos de batalha e perseguidos em sua marcha em direção a Jerusalém.
Em Arsuf, os muçulmanos foram vencidos, mas não destruídos. Saladino conduziu-os ordenadamente a Jerusalém, enquanto Ricardo estabelecia seu quartel-general no porto vizinho de Jafa.
A essa altura, Saladino e Ricardo nutriam grande respeito um pelo outro e começaram a perceber ser improvável uma vitória definitiva de um dos lados. Saladino adoeceu e Ricardo estava ansioso por voltar à Inglaterra, onde seu irmão, João Sem Terra conspirava contra ele (são dessa época as narrativas de Robin Hood, por exemplo...).
Em outubro de 1191, representantes dos dois monarcas começaram a discutir a paz. Mas a luta prosseguia e Saladino se aproveitou da ausência de Ricardo para capturar Jafa. O monarca inglês apressou-se em voltar para reconquistar a cidade, no que foi bem sucedido. Ambos os lados já estavam fatigados da luta e as conversações de paz foram retomadas. Em setembro de 1192, os dois soberanos assinaram um Tratado de Paz e Ricardo pode final e definitivamente regressar à sua pátria.
A Quarta Cruzada – Saque de Constantinopla
Em 1198, o papa Inocêncio III, convocou uma outra cruzada para conquistar Jerusalém. Os nobres que planejaram a campanha estabeleceram como primeiro objetivo o Egito, o mais rico e paradoxalmente o menos protegido dos Estados muçulmanos.
Para atacar o Egito era necessário o acesso marítimo e apenas a cidade de Veneza podia fornecer uma esquadra capaz de transportar o exército de cruzados e seus suprimentos. Os venezianos concordaram em alugar seus navios, mas exigiram uma importante mudança de rumos. Já não seria o Egito o primeiro objetivo, mas Constantinopla. Isso aconteceu porque o príncipe Aleixo, herdeiro do trono bizantino, propôs um vantajoso negócio ao governante de Veneza: os cruzados o ajudariam a recuperar o trono que havia perdido nas disputas da família real e os mercadores de Veneza receberiam em troca o monopólio do comércio de Constantinopla, que era o mais importante centro comercial da época. Além disso, os cruzados teriam pagas as despesas de transporte até o Egito.
De empreendimento de cunho religioso, esta cruzada revestiu-se de um aspecto de negócio ou “negociata”. Já o comércio começa a imperar sobre a Fé; caem as máscaras que motivaram, no fundo, a realização das cruzadas.
A frota veneziana chegou a Constantinopla em julho de 1203 e os cruzados reconduziram Aleixo ao trono. Mas a população reagiu obrigando os cruzados a acamparem fora das muralhas da cidade, enquanto a frota ficava ancorada no porto.
O príncipe – agora Imperador – Aleixo não pode pagar as despesas da expedição conforme sua promessa e os cruzados decidiram-se a atacar e saquear a rica cidade, massacrando boa parte de sua população. Foi o maior ato de pilhagem de toda a Idade Média: roubaram-se relíquias, objetos de arte, tesouros de imenso valor, etc.
Os cruzados formaram então o Império Latino de Constantinopla, sob a tutela de Veneza e os venezianos finalmente obtiveram o cobiçado monopólio do comércio da cidade. Com isso, os objetivos da Quarta Cruzada desapareceram, já que seus integrantes nem chegaram a enfrentar os infiéis...
A Cruzada das Crianças
O pequeno pastor francês Estevão estava persuadido de que somente os puros de coração e mente poderiam reconquistar a Terra Santa. Conseguiu fazer centenas de prosélitos em toda a Europa Ocidental.
No verão de 1212, milhares de crianças, principalmente francesas e alemãs, deixaram suas casas para se juntar a uma cruzada. Nenhuma delas conseguiu chegar à Terra Santa.
O grupo francês dirigiu-se a Marselha, onde mercadores inescrupulosos lhe ofereceram transporte gratuito até a Palestina. Algumas das crianças afogaram-se numa tempestade; as restantes foram vendidas como escravas...
As crianças alemãs foram para a Itália, mas não conseguiram seguir adiante. Sem dinheiro e sem comida, tiveram de mendigar para sobreviver. Pouquíssimas conseguiram voltar para casa.
A Quinta Cruzada – outro fracasso
Por volta do outono de 1217, cristãos de muitos países europeus reuniram-se em São João D’Arce, para outra tentativa de reconquista da Terra Santa; dentre eles Francisco de Assis. Eles planejavam atacar primeiro o Egito. Com aquele país em mãos, todo o sul da Palestina, inclusive Jerusalém, cairia sem nenhuma resistência.
O porto de entrada para o Egito era Damieta, situado na foz do Nilo. Os cruzados levaram um ano para capturar o porto e ainda mais tempo brigando uns com os outros antes de subirem o rio para penetrar no Egito. Sem perceber o risco que corriam, acamparam às margens do rio, onde o inimigo só precisou abrir as comportas para afogá-los. Os cruzados não tiveram outra escolha senão aceitar uma paz humilhante, abandonando o Egito sem conseguir absolutamente nada!
A Sexta e a Sétima Cruzadas – vitórias diplomáticas e tragédias militares
A Sexta Cruzada foi comandada por Frederico II, da Alemanha. O monarca chegou ao Oriente em 1228, mas muitos cristãos locais não quiseram juntar-se a ele. Para sua sorte os muçulmanos mostravam-se igualmente divididos. Ambos os lados preferiam parlamentar ao invés de lutar.
As negociações se estenderam por todo o inverno e, em 29 de fevereiro de 1229, chegou-se a um acordo de paz, assinado para durar 10 anos. Os cristãos foram muito mais favorecidos pelo tratado, pois obtiveram Jerusalém, Belém e Nazaré. A cruzada representou o triunfo de Frederico. Através de negociações inteligentes ele alcançou o que anos de guerra não tinham conseguido.
O que Frederico conquistou perdeu-se em 1244, quando os muçulmanos expulsaram os cristãos de Jerusalém. Para reconquistar a cidade foi organizada uma cruzada em 1248, sob o comando de Luís IX, da França.
Luís atacou primeiro o Egito, e Damieta caiu sem oferecer grande resistência. O exército do rei subiu o Nilo cautelosamente, mas os egípcios bloquearam o rio na retaguarda do inimigo, cortando-lhe o fluxo de suprimentos. Os alimentos acabaram e, enfraquecidos pela fome e por doenças diversas, Luís e todo o seu exército foram cercados e feitos prisioneiros.
O rei e os nobres que tinham dinheiro suficiente para tanto foram libertados mediante o pagamento de um enorme resgate. Os demais cruzados foram mortos ou vendidos como escravos.
O Fim da Cruzadas
A Sétima Cruzada terminou em tragédia, mas o pior ainda estava por vir. Em 1260, dez anos depois da derrota do rei Luís, chegou ao poder no Egito o sultão Baybars. A ele caberia unir os muçulmanos e expulsar os cristãos do Oriente.
Baybars pertencera à milícia dos mamelucos, guerreiros de elite encarregados da defesa pessoal dos sultões egípcios. Era um muçulmano fanático e tão bom general quanto Saladino havia sido. Uma a uma, as cidades e fortalezas cristãs da região caíram diante dele, até que apenas Trípoli e São João D’Arce continuaram em poder dos cristãos. Baybars morreu em 1277.
Uma trégua entre os dois lados aplacou a luta por um certo tempo, mas em 1289 os muçulmanos recomeçaram os ataques às fortalezas cristãs remanescentes. Rapidamente tomaram o porto de Trípoli e se aproximaram de Arce.
Os muçulmanos que sitiaram São João D’Arce eram cinco vezes mais numerosos que os defensores da cidade. Os projéteis lançados por suas máquinas de assalto abalaram as muralhas.
Em 18 de maio de 1291, antes do amanhecer, teve início o ataque final. Ao por-do-sol, os atacantes já estavam dentro da cidade e quando a noite caiu eram senhores de Arce e de todo o Oriente cristão. Uns poucos defensores conseguiram escapar por mar. Os que sobreviveram foram massacrados ou escravizados.
A ideia das cruzadas, contudo, não morreu depois da catástrofe de São João D’Arce. Os cristãos do Ocidente encontraram outros inimigos contra quem lutar, como os eslavos e os muçulmanos da Espanha. Novas cruzadas se dirigiram à Palestina, mas nenhuma delas conseguiu chegar lá. O sonho de uma Terra Santa segura para os peregrinos e governada por cristãos acabara para sempre.
Um balanço das Cruzadas
Os cruzados voltavam para suas terras de origem com um gosto pelos novos luxos e confortos descobertos durante a viagem. As cidades italianas, principalmente Veneza e Gênova, ficaram imensamente ricas com o comércio desses produtos na Europa.
O grande desenvolvimento do comércio que as cruzadas propiciaram foi um dos fatores das profundas transformações que levaram do Modo de Produção Feudal ao Modo de Produção Capitalista na Europa durante os séculos seguintes; em outras palavras, aquelas grandes expedições de caráter primordialmente ou alegadamente religioso prepararam o fim da Idade Média e o início da Idade Moderna.
Em muitos outros aspectos as cruzadas foram um desastre! Os cruzados não conseguiram expulsar definitivamente os muçulmanos E isso durou por séculos, chegando até os nossos dias.
Fonte:http://www.culturabrasil.org/cruzadas.htm
Revolução Constitucionalista de 1932
Um dos mais importantes acontecimentos da história política brasileira ocorridos no Governo Provisório de Getúlio Vargas foi a Revolução Constitucionalista de 1932, desencadeada em São Paulo. Foram três meses de combate, que colocaram frente a frente nos campos de batalha forças rebeldes e forças legalistas.
A chamada "Era Vargas" começa com a Revolução de 30 e termina com a deposição de Getúlio Vargas em 1945. É marcada pelo aumento gradual da intervenção do Estado na economia e na organização da sociedade e também pelo crescente autoritarismo e centralização do poder. Divide-se em três fases distintas: governo provisório, governo constitucional e Estado Novo.
Getúlio Vargas é conduzido ao poder em 3 de novembro de 1930 pela Junta Militar que depôs o presidente Washington Luís. No poder, não respeitou a autonomia de São Paulo, nomeando um Interventor de fora. Isso desgostou os paulistas, sobretudo os dirigentes do Partido Republicano Paulista (PRP), que não se conformavam com o fato de São Paulo estar sendo comandada por um "estranho".
O governo provisório é marcado por conflitos entre os grupos oligárquicos e os chamados tenentes que apóiam a Revolução de 30. No dia 25 de janeiro de 1932, aniversário da cidade, houve um imenso comício na Praça da Sé, colorido com bandeiras do município. Partidos políticos que eram rivais estavam unidos.
Em fevereiro a situação se agravou. O Partido Democrático (PD) rompeu com Vargas e seu governo, ao mesmo tempo que se aproximaou dos antigos adversários do Partido Republicano Paulista (PRP), formando a Frente Única Paulista (FUP), que se tornou a porta-voz das reivindicações de reconstitucionalização e de autonomia administrativa para o estado de São Paulo. Mais do que isso, a FUP passou a articular, junto aos meios militares e a algumas das principais entidades de classe do patronato paulista, a preparação de um movimento armado contra o Governo Provisório.
O descontentamento foi aumentando e o povo se revoltou. Em 22 e 23 de maio, estudantes e populares queimaram e empastelaram as redações dos jornais ditatoriais e, nesse conflito, foram mortos quatro estudantes de Direito: Miragaia, Martins, Dráusio e Camargo. O nome dos quatro serviu para no futuro designar o movimento paulista: MMDC. O primeiro a morrer foi Camargo, justamente o estudante que era casado e pai de três filhos.
A ideia de revolução tomou conta de todos, sem distinção de classe social. São Paulo estava confiante da vitória, pois contava com o apoio dos militares de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Mato Grosso. Mas somente Mato Grosso manteve-se leal a SP. O comandante da Revolução era o general Isidoro Dias Lopes, apoiado fortemente pelo contingente de Mato Grosso, comandado pelo general Bertoldo Klinger.
No dia 9 de julho de 1932, o Interventor Pedro de Toledo telegrafava ao ditador Getúlio Vargas: "Esgotados os meios que ao meu alcance estiveram para evitar o movimento que acaba de se verificar na guarnição desta Região ao qual aderiu o povo paulista, não me foi possível caminhar ao revés dos sentimentos do meu povo". Começava a Revolução Constitucionalista.
A revolução teve apoio de amplos setores da sociedade paulista. Pegaram em armas intelectuais, industriais, estudantes e outros segmentos das camadas médias, políticos ligados à República Velha ou ao Partido Democrático. O que os movia era principalmente a luta antiditatorial.
Nos poucos meses de conflito, São Paulo viveu um verdadeiro esforço de guerra. Não apenas as indústrias se mobilizaram para atender às necessidades de armamentos, mas também a população se uniu na chamada Campanha do Ouro para o Bem de São Paulo. Pela primeira vez buscavam-se iniciativas não apenas militares para romper o isolamento a que o estado fora submetido. Faltou, no entanto, a esperada adesão das forças mineiras e gaúchas. Os governos de Minas Gerais e do Rio Grande do Sul, embora apoiassem a luta pela constitucionalização, decidiram manter-se leais ao Governo Provisório.
Isolado, o movimento fracassou. Em 1º de outubro de 1932 foi assinada a rendição que pôs fim à Revolução Constitucionalista. Enquanto os principais líderes tiveram seus direitos políticos cassados e foram deportados para Portugal, o general Valdomiro Lima - gaúcho e tio de Darcy Vargas, mulher de Getúlio - era nomeado interventor militar em São Paulo, cargo em que permaneceria até 1933.
Fonte:
Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil
http://www.unificado.com.br/calendario/07/rev_const.htm
http://www.brasilescola.com/historiab/revolucaoconstitucionalista.htm
A chamada "Era Vargas" começa com a Revolução de 30 e termina com a deposição de Getúlio Vargas em 1945. É marcada pelo aumento gradual da intervenção do Estado na economia e na organização da sociedade e também pelo crescente autoritarismo e centralização do poder. Divide-se em três fases distintas: governo provisório, governo constitucional e Estado Novo.
Getúlio Vargas é conduzido ao poder em 3 de novembro de 1930 pela Junta Militar que depôs o presidente Washington Luís. No poder, não respeitou a autonomia de São Paulo, nomeando um Interventor de fora. Isso desgostou os paulistas, sobretudo os dirigentes do Partido Republicano Paulista (PRP), que não se conformavam com o fato de São Paulo estar sendo comandada por um "estranho".
O governo provisório é marcado por conflitos entre os grupos oligárquicos e os chamados tenentes que apóiam a Revolução de 30. No dia 25 de janeiro de 1932, aniversário da cidade, houve um imenso comício na Praça da Sé, colorido com bandeiras do município. Partidos políticos que eram rivais estavam unidos.
Em fevereiro a situação se agravou. O Partido Democrático (PD) rompeu com Vargas e seu governo, ao mesmo tempo que se aproximaou dos antigos adversários do Partido Republicano Paulista (PRP), formando a Frente Única Paulista (FUP), que se tornou a porta-voz das reivindicações de reconstitucionalização e de autonomia administrativa para o estado de São Paulo. Mais do que isso, a FUP passou a articular, junto aos meios militares e a algumas das principais entidades de classe do patronato paulista, a preparação de um movimento armado contra o Governo Provisório.
O descontentamento foi aumentando e o povo se revoltou. Em 22 e 23 de maio, estudantes e populares queimaram e empastelaram as redações dos jornais ditatoriais e, nesse conflito, foram mortos quatro estudantes de Direito: Miragaia, Martins, Dráusio e Camargo. O nome dos quatro serviu para no futuro designar o movimento paulista: MMDC. O primeiro a morrer foi Camargo, justamente o estudante que era casado e pai de três filhos.
A ideia de revolução tomou conta de todos, sem distinção de classe social. São Paulo estava confiante da vitória, pois contava com o apoio dos militares de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Mato Grosso. Mas somente Mato Grosso manteve-se leal a SP. O comandante da Revolução era o general Isidoro Dias Lopes, apoiado fortemente pelo contingente de Mato Grosso, comandado pelo general Bertoldo Klinger.
No dia 9 de julho de 1932, o Interventor Pedro de Toledo telegrafava ao ditador Getúlio Vargas: "Esgotados os meios que ao meu alcance estiveram para evitar o movimento que acaba de se verificar na guarnição desta Região ao qual aderiu o povo paulista, não me foi possível caminhar ao revés dos sentimentos do meu povo". Começava a Revolução Constitucionalista.
A revolução teve apoio de amplos setores da sociedade paulista. Pegaram em armas intelectuais, industriais, estudantes e outros segmentos das camadas médias, políticos ligados à República Velha ou ao Partido Democrático. O que os movia era principalmente a luta antiditatorial.
Nos poucos meses de conflito, São Paulo viveu um verdadeiro esforço de guerra. Não apenas as indústrias se mobilizaram para atender às necessidades de armamentos, mas também a população se uniu na chamada Campanha do Ouro para o Bem de São Paulo. Pela primeira vez buscavam-se iniciativas não apenas militares para romper o isolamento a que o estado fora submetido. Faltou, no entanto, a esperada adesão das forças mineiras e gaúchas. Os governos de Minas Gerais e do Rio Grande do Sul, embora apoiassem a luta pela constitucionalização, decidiram manter-se leais ao Governo Provisório.
Isolado, o movimento fracassou. Em 1º de outubro de 1932 foi assinada a rendição que pôs fim à Revolução Constitucionalista. Enquanto os principais líderes tiveram seus direitos políticos cassados e foram deportados para Portugal, o general Valdomiro Lima - gaúcho e tio de Darcy Vargas, mulher de Getúlio - era nomeado interventor militar em São Paulo, cargo em que permaneceria até 1933.
Fonte:
Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil
http://www.unificado.com.br/calendario/07/rev_const.htm
http://www.brasilescola.com/historiab/revolucaoconstitucionalista.htm
A história da rodovia Transamazônica
A Transamazônica foi criada sem planejamento e construída a toque de caixa durante a ditadura militar. Depois de 40 anos e nenhum objetivo alcançado, a pergunta é: para que ela serve?
reportagem João Pedro Netto, de Brasília | edição Wagner Gutierrez Barreira
No dia 6 de junho de 1970, o general Emílio Garrastazu Médici, depois de visitar frentes de trabalho e testemunhar uma das secas mais devastadoras da história do Nordeste brasileiro, fez um discurso no Recife. “Com o velho hábito de comandante de tropa que vela pelo seu último soldado, o chefe da nação não pode compreender a existência de compatriotas vivendo em condições tão precárias”, registrou o presidente da República.
“Não, não me conformo. Isso não pode continuar.” Médici vislumbrou ali a solução para o flagelo da seca. Para usar uma frase que ficou famosa na época, o jeito era levar “homens sem terra para uma terra sem homens”. O caminho de um lugar a outro se chamaria Transamazônica.
Do discurso de Médici à inauguração da estrada, o processo correu em velocidade de Fórmula 1. Dez dias depois da fala presidencial em Pernambuco, foi criado o Plano de Integração Nacional (PIN), no qual a Transamazônica era o projeto prioritário. A concorrência foi lançada no dia 18 de junho e as obras começaram em 1º de setembro, menos de 3
meses após o comício. Foi de estalo. A Superintendência de desenvolvimento da Amazônia (Sudam) fez uma lista dos principais projetos de construção de estradas em 1969. No documento, não havia menção à Transamazônica.
Para conseguir dinheiro para a obra, Médici raspou metade do orçamento da Sudam e da Sudene. Uma estrada, já ensinavam os engenheiros de Roma antiga, serve basicamente para duas coisas. É uma estrutura militar, no sentido de permitir a rápida movimentação de tropas, e também liga áreas de comércio e garante a integração do território. A BR-230, o nome oficial da estrada, não fez uma coisa nem outra. A principal justificativa dos militares, a de integração nacional e a de criação de espaço para o desenvolvimento do homem nordestino, não colou. “Seria mais fácil promover a integração do Sul – desenvolvido, rico, industrial – com o Norte – subdesenvolvido, pobre, agrícola”, escreveram Robert Goodland e Howard Irwin em A Selva Amazônica: do Inferno Verde ao Deserto Vermelho?, de 1975. “A integração do pobre e populoso Nordeste com a pobre e quase despovoada Amazônia só se tornará exequível se os migrantes puderem sustentar a si próprios.”
O governo, porém, sonhava alto. Queria instalar na floresta 500 mil colonos (e esperava-se outro meio milhão de pessoas, que seriam atraídas para a região). Assentar essa multidão ao longo da estrada gerou uma das grandes ficções urbanísticas do Brasil. Os colonos ficariam em agrovilas, implantadas a cada 10 km da via. Os planejadores imaginavam que cada uma teria entre 48 e 64 casas, escola primária, capela ecumênica, armazém, clínica e farmácia. Havia até tamanho definido para cada terreno (de 20 x 80 m a 25 x 125 m).
Além disso, cada família teria uma gleba de 100 hectares, na qual teriam de deixar metade do terreno preservado. A cada 50 km, haveria uma agrópole, que teria 4 agrovilas sob sua jurisdição (cada agrópole teria 500 casas e no máximo 2,5 mil habitantes). Ali funcionariam uma escola secundária, olaria e pequeno comércio – claro, com um posto de gasolina. Por fim, a cada 150 km haveria uma rurópole, com duas agrópoles em sua jurisdição. Parece planejamento soviético, não? Pois nada deu certo. Hoje, existem apenas 20 agrovilas espalhadas pela Transamazônica. “Num primeiro momento, as vilas se estabeleceram em função da mão de obra necessária para a abertura da rodovia”, afirma Geraldo Alves de Souza, da Universidade Federal de Manaus.
“O pessoal foi indo embora junto com o canteiro. Os que continuaram ficaram perdidos, com dificuldades.” Os colonos não tinham crédito, acesso a mercados produtivos e muitas vezes nem terra. O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) só conseguiu dar lotes e infraestrutura a 900 famílias. Segundo Pedro Petit, professor da
Universidade Federal do Pará (Ufpa), a propaganda do governo “favoreceu a vinda para a Amazônia, sem nenhuma ajuda oficial, de milhares de camponeses sem terra e minifundistas de diversas regiões do Brasil”.
Sem nem chegar perto do que havia sido planejado, a Transamazônica foi inaugurada por Médici em agosto de 1974. Em sua extensão, havia menos de 10% dos colonos imaginados. O marco da inauguração da estrada é um retrato de seu projeto. Sobre o toco de uma grande árvore centenária, em Altamira, no Pará, uma placa de metal dá a notícia do que se fez ali: “Nestas margens do Xingu, em plena selva amazônica, o sr. Presidente da República dá início à construção da Transamazônica, numa arrancada histórica para a verde”. Pelo menos 4 mil operários trabalharam na construção da estrada.
E enfrentaram uma dura realidade: solo miserável, chuvas torrenciais e doenças tropicais. “A medicina terá de enfrentar a malária, tuberculose, lepra, filariose, verminose, febre amarela e febre tifoide, endemias que nem sempre podem ser controladas, e também as doenças desconhecidas, causadas por vírus ainda não isolados”, alertou o jornalista Alberto Tamer em Transamazônica – Solução para 2001, de 1970.
A estrada, entregue em tempo recorde, segue inacabada até hoje. De acordo com o plano original, ela seria um grande escoadouro da produção brasileira para o Pacífico. De Cabedelo, na Paraíba, o estradão iria até a cidade de fronteira de Benjamin Constant, no Amazonas (e de lá, pelo Peru e Equador, até o Pacífico). Mas seu ponto final foi em Lábrea, 687 km antes. Não há planos de expansão.
Para construir os 4 073 km da Transamazônica, o governo gastou 1,5 bilhão de dólares na época (hoje 7,7 bilhões de dólares). Não foi tarefa de pouca monta. A obra foi quase toda em mata fechada e a extensão da estrada poderia cobrir todo o continente europeu, de Lisboa, em Portugal, a Kiev, na Ucrânia. Mais da metade da estrada, 2,2 mil km, não é asfaltada. Durante o período de chuva, de 6 meses, é quase impossível transitar ali. A maior parte da via não tem sinalização e iluminação. A partir de Marabá, no Pará, quando começa o trecho de floresta, surgem os problemas. No Amazonas, dos 1,5 mil km de estrada, só 14 km são asfaltados. Nos anos 90, caminhoneiros indignados incendiavam as pontes de madeira, que costumavam ceder sob o peso das carretas. A maior parte dos rios da região é atravessado por balsas. Em muitos trechos, a “estrada da integração nacional” é só uma picada. O DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) vai gastar este ano, nos 1,56 mil km do trecho da estrada no Pará (metade deles pavimentado), 700 milhões de reais. Na briga entre homem e natureza, nossa espécie perde por goleada (ainda que cada gol que marque represente uma séria devastação no frágil ecossistema amazônico). A floresta parece não admitir grandes obras.
Foi assim na construção da Madeira-Mamoré, idealizada no meio do século 19, cuja construção foi de 1907 a 1912 e tinha o mesmo objetivo do estradão: fazer a ligação com o Pacífico. A hidrelétrica de Tucuruí, de 1984, é a maior usina 100% brasileira, mas seu lago causou uma tragédia ecológica depois que as árvores submersas começaram a apodrecer e gerar CO2.
A Zona Franca de Manaus, de 1967, enfrenta problemas de logística para abastecer o sul do país. A Transamazônica, que atravessa 7 estados brasileiros, gerou outros convenientes.
As estradas vicinais que partem de seu traçado ajudam a devastar a floresta. “É inegável a relação direta entre desmatamento e a construção de rodovias”, afirma o professor Alves de Souza. “O Brasil precisa decidir se quer uma Amazônia ligada por estradas ou uma Amazônia preservada.” O maior meio de transporte da região ainda é o barco. A Amazônia tem mais de 80 mil km de trechos navegáveis. Um transatlântico poderia avançar 3,7 mil km rio Amazonas adentro. Como dizem os autores de A Selva Amazônica, “de todos os paradoxos da Amazônia, o mais espantoso é o manto de silêncio e ignorância que a envolve”.
Fonte: Aventuras na História
A trajetória dos polinésios no oceano Pacífico
Os polinésios já navegavam pelo oceano Pacífico havia 9 séculos quando Jesus pregava na Galileia. Saíram do sul da Ásia e quase chegaram à América do Sul sem bússolas e astrolábios. Como foram tão longe?
Texto Lidiane Aires
Sem escrita e sem dominar a fundição de metais, os polinésios fizeram um “império” que só perde para o Mongol em área – inacreditáveis 22,5 milhões de km². Quase nada é terra.
Cerca de 90% da área terrestre é ocupada pela Nova Zelândia. Dos 10% restantes, metade é o Havaí. Eles lançaram-se ao mar por pura necessidade. Sempre que havia o risco de romper o equilíbrio ecológico por causa da explosão demográfica, um grupo deixava o lugar e partia em busca de uma nova ilha para colonizar. Hoje eles ainda estão por ali. Da Oceania à ilha de Páscoa, são 7,1 mil km. De lá, o vértice do triângulo sobe até o arquipélago havaiano, a 7,5 mil km, pouco menos do que seguir em linha reta do Rio de Janeiro a Lisboa.
“Esses lugares são certamente o paraíso do mundo e se a felicidade pudesse ser o resultado da situação e conveniência, aqui deveria ser encontrada na mais alta perfeição”, escreveu o tenente inglês William Bligh ao comentar o Taiti, onde ancorou o HMS Bounty, em 1788, para buscar mudas de fruta-pão. Bligh seria vítima de um dos mais famosos motins dos Sete Mares, liderado por seu imediato Fletcher Christian (há dois filmes, um deles com Marlon Brando, sobre o episódio, mas isso é outra história). Apesar de famoso pelos maus-tratos que dedicava à tripulação, Bligh é lembrado por percorrer 6,6 mil km após ser expulso do Bounty em uma pequena barcaça. O feito era digno de um polinésio.
Clique na imagem para ampliar (Ilustração Bruno Algarve)
Os antropólogos, baseados em estudos comparativos da língua austronésia e análise de DNA, acreditam que os polinésios chegaram à Nova Guiné vindos de Taiwan, no sul da China, 4 mil anos atrás. Dali, partiram para as ilhas Salomão e, depois, para Samoa, Fiji e Tonga. A beleza natural e a índole da população que ocupou a imensidão marítima do Pacífico geraram uma cultura pródiga. Para olhos destreinados, o mar aberto é uma monotonia líquida em todas as direções. Povo do mar, os polinésios aprenderam a direcionar seus barcos, os vakas, seguindo sinais. Provavelmente foram os primeiros a utilizar as estrelas para se localizar no oceano.
Também sabiam interpretar o voo de aves migratórias, a formação das ondas e até a cor das nuvens, cujos tons refletiam a areia ou a vegetação de uma ilha atrás do horizonte. Também observaram as correntes e os ventos. A cor da água e a fumaça de vulcões eram pistas de presença de terra. Usavam uma espécie de mapa com registros de marés e correntes nos quais as ilhas eram representadas por conchas. Os mapas marítimos permitiam a eles navegar até locais longínquos. Quando exploravam o oceano, levavam o que podiam.
Cachorros, porcos e galinhas, além de mudas de planta, faziam parte da bagagem. Mulheres e crianças eram parte da tripulação. Em territórios próximos, estabeleceu-se o comércio. Trocava-se, por exemplo, obsidiana para a fabricação de ferramentas por sementes e adornos. Além de dividirem o mesmo tronco linguístico, alguns valores culturais permaneceram idênticos – mesmo em locais de colonização tardia, distantes e isolados. “As culturas vivem em constante mudança e a arte de polinésios hoje reflete isso. Nas últimas décadas, criaram um estilo panpolinésio de se expressar único e moderno. É uma marca de identificação pessoal e orgulho cultural”, afirma a antropóloga Tricia Allen, da Universidade do Havaí.
A religiosidade polinésia tratava certas pessoas como possuidores de mana, um poder sobrenatural que também podia ser encontrado em árvores e pedras. É o poder entendido como "capacidade de fazer alguma coisa”. O mana estava cercado por proibições, ou tabus, que na língua dos polinésios de Tonga representa algo sagrado demais e que por isso deve ser interditado aos humanos. A palavra entrou para o vocabulário ocidental pelo inglês do diário de James Cook, o capitão que descobriu a maioria das ilhas polinésias. “Criados usavam instrumentos longos para dar comida aos sacerdotes por causa do tabu”, escreveu Karen Farrington em História Ilustrada da Religião. Havia tabus específicos para o casamento, o parto e a morte.
Como nas ocas dos índios brasileiros, os clãs viviam sob o mesmo teto e os laços de sangue tinham grande importância. Não conheciam a roda e tiravam tudo o que precisavam do mar. Uma tradição encontrada por todo o Pacífico é a do mahu. Alguém da família era escalado para cuidar dos pais na velhice, uma tarefa feminina. Por causa disso, o eleito, qualquer que fosse seu sexo biológico, virava menina. Eram identificados por uma flor que usavam na orelha direita. Podiam se casar, adotar filhos e eram tratados com respeito pela sociedade.
Parte da cultura polinésia é a tatuagem, sua linguagem corporal. Uma pessoa desenhada com pigmentos pontuados na pele com instrumentos de bambu, madeira ou osso se identificava sem pronunciar uma palavra. O desenho identificava quem ele era: sua ilha de origem e posição na hierarquia insular. Também funcionava como rito de passagem. O corpo costumava ser marcado pela primeira vez na adolescência, mas se guardava espaço para registrar o que viesse a acontecer no futuro.
O limite leste dos polinésios foi Rapa Nui. “Pequenos, magros, tímidos e miseráveis”, registrou Cook em seu diário ao descrever os habitantes do lugar em 1774. A ilha de Páscoa era tão isolada que os moradores acreditavam estar “no umbigo do mundo” (de fato, é o local mais afastado de outro lugar habitado na Terra). Por séculos, esculpiram figuras cada vez maiores em pedra. Os moais eram uma espécie de telefone para se comunicar com os antepassados. Quem sobreviveu em Páscoa foi aprisionado e enviado ao Peru para trabalhar em
minas. Hoje, a população polinésia de pasquenses não passa de 2 mil habitantes. Desde 1888, a ilha pertence ao Chile. “Eles são um exemplo de sociedade que se destruiu por excesso de exploração de seus próprios recursos”, escreveu Jared Diamond em Colapso.
O ponto mais ao norte da Polinésia é o Havaí, onde termina o relato de Cook. Em sua segunda viagem à ilha, ele se desentendeu com os nativos por causa de um bote roubado e foi morto. Entre os havaianos que conheceram Cook, estava o sobrinho do rei, Kamehameha. Quando o rei morreu, em 1782, ele iniciou uma série de batalhas, que levariam à unificação do arquipélago, em 1810. Os polinésios formaram um grupo cultural coeso apesar da dispersão geográfica. Para alguns autores, eles foram adiante. Muitas ilhas consomem batata-doce, um produto da América do Sul. No Chile, foram encontrados ossos de galinha, animal que viajava com os polinésios. Há quem garanta que o povo do mar colonizou a ilha de Madagascar, na África. Mas mesmo que ainda hoje o turista se encante com a beleza natural e a alegria dos moradores de ilhas como o Taiti, a região enfrenta sérios problemas. É uma das mais ameaçadas pelo aquecimento global. A ilha de Tuvalu, por exemplo, vem perdendo terreno para o oceano Pacífico. O legado polinésio corre o risco de ficar embaixo d’água.
A cultura da onda
Qualquer praia com alguma ondulação – mesmo que de “meio metrinho”, para usar uma expressão do meio – tem um surfista. O esporte se espalhou pelo mundo a partir dos EUA, mas a prática de se equilibrar em uma tábua de madeira nasceu no Havaí, o local da Terra com as melhores ondulações, ou swell. Surfe em polinésio é he’enalu. Foi descrito pela primeira vez por Joseph Banks, que estava na expedição de James Cook de 1769. Os chefes locais tinham as melhores pranchas e só eles podiam surfar em determinadas praias.
Quando os primeiros missionários cristãos chegaram ao arquipélago, tentaram banir o surfe. E a prática, identificada com rituais pagãos, entrou numa espécie de limbo por mais de 100 anos, até ser resgatada pelo nadador e medalhista olímpico Duke Paoa Kahanamoku na década de 20 do século passado. Além do Havaí, o surfe prosperou em Samoa e Tonga.
Vakas Moanas
Os polinésios desenvolveram elegantes técnicas de construção naval. Fragmentos de canoas antigas escavadas na Nova Zelândia e petroglifos encontrados na ilha de Páscoa mostram que as vakas (“canoas” na língua polinésia) eram geralmente duplas e possuíam duas velas triangulares, feitas de fibra de coco. As técnicas para esse tipo de canoa apareceram entre 4 e 5 mil anos atrás. O design mudou um pouco conforme a migração, mas as canoas mantiveram suas características principais, como os cascos interligados e as forquilhas
(espécie de flutuador lateral), usadas para dar estabilidade. Os cascos eram escavados direto no tronco das árvores. No Havaí, usava-se a madeira da koa, uma das mais populares da ilha, para a confecção. As vakas permitiam aos polinésios navegar até 200 km por dia e serviram de inspiração para a Hokule’a, a réplica de uma tradicional embarcação havaiana, aberta à visitação em Honolulu, no Havaí.
Fonte: Aventuras na História
A Cruz Vermelha e as Convenções de Genebra e de Haia
A partir de 1864, as Convenções de Genebra e de Haia tentaram impor um pouco de humanidade ao inferno da guerra. Os resultados apareceram, mas bem abaixo do desejado
Texto Marcel Verrumo e Fabio Marton
"As Armas passam sobre os mortos e feridos, estendidos sobre o solo. Cérebros vAzam sob as rodas, membros são quebrados e arrancados, corpos mutilAdos ao ponto de se tornarem irreconhecíveis - o solo está pantanoso com o sangue." Henri Dunant, fundador da Cruz Vermelha
Se o texto acima parece chocante, é porque ainda cumpre seu propósito. Lançado em 1862, o breve livro Un Souvenir de Solferino (Lembrança de Solferino), do empresário suíço Henri Dunant, foi uma dessas obras que mudaram o mundo. Logo no começo, há outra passagem, com soldados invadindo uma capela para matar a pedradas um oficial inimigo sendo socorrido, seguida por enfermeiras sendo alvejadas em campo enquanto tentavam levar cantis a soldados agonizantes. O livro é um relato da Batalha de Solferino (1859), na qual aliados franceses e italianos enfrentaram austríacos, no total de 267 mil combatentes. A derrota austríaca garantiu a unificação da Itália sob o rei Vítor Emanuel 2º. A batalha em si ocupa só 1/4 das 39 páginas do livro. O que importa é o que vem depois, descrito em detalhes igualmente explícitos: o sofrimento imenso dos feridos e as condições precárias de seu socorro.
Dunant estava numa viagem de negócios na Itália quando acabou em Solferino, no dia 24 de junho de 1859. Ele chegou ao fim do dia, quando os austríacos se retiravam, deixando 40 mil mortos e feridos agonizantes no campo. Os franceses organizaram um esforço médico para tratar feridos de ambos os lados, e Dunant, mesmo não sendo médico, coordenou um intenso esforço civil para salvar os soldados. Daí vem a principal ideia do livro: organizar uma entidade internacional de médicos voluntários, que atendesse feridos independente do lado, e estabelecer regras internacionais para o tratamento de feridos e combatentes.
Dunant retornou à Genebra e lançou a primeira edição pagando do próprio bolso em 1862. As 1,6 mil cópias foram enviadas a figuras políticas e militares da Europa. E o empresário passou a viajar pelo continente para pregar suas ideias. Em 9 de fevereiro de 1863, com 4 outras figuras importantes de Genebra, Dunand fundou o Comitê Internacional de Socorro aos Militares Feridos, que mudaria seu nome para o atual - Comitê Internacional da Cruz Vermelha - em 1876. Com o apoio do governo da Suíça, o comitê organizou encontros diplomáticos, que resultaram na 1ª Convenção de Genebra, documento assinado em 22 de agosto de 1864. "Os artigos estabeleciam o respeito e a proteção das equipes e instalações sanitárias, assim como reconheciam o princípio essencial de que os militares feridos ou enfermos devem ser protegidos e receber cuidados seja qual for sua nacionalidade", diz Gabriel Valladares, da delegação regional da Cruz Vermelha para Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai. A 1ª Convenção de Genebra previu também a criação de sociedades nacionais filiadas ao Comitê Internacional e adoção da cruz vermelha como símbolo.
A trajetória das Convenções de Genebra
1859 Henri Dunant presencia a Batalha de solferino
1862 Dunant lança seu livro e inicia a militância
1864 Primeira Convenção de Genebra, com a criação da Cruz Vermelha
1899 Primeira Convenção de Haia proíbe armas químicas, ataques aéreos de balão e balas dum-dum
1906 Segunda Convenção de Genebra define regras para hospitais navais
1907 Segunda Convenção de Haia, sobre regras de combate e bombardeio naval
1925 Protocolo de Genebra, proibindo armas químicas
1929 Terceira Convenção de Genebra, com detalhes sobre o tratamento de prisioneiros de Guerra. Não é assinada por união soviética e Japão.
1949 Quarta Convenção de Genebra, sobre os direitos dos civis nas guerra. É a que vale hoje em dia.
1977 Protocolos I e II, detalhando o que constitui violações dos direitos dos civis em conflitos internacionais e nacionais. Não são ratificados por Estados Unidos, Israel, Irã, Paquistão e Turquia.
2005 protocolo III, adotando o "cristal vermelho" como símbolo alternativo.
Na Guerra Russo-Turca de 1877-1878, a Turquia decidiu usar outro símbolo porque a cruz era considerada cristã demais. O crescente vermelho usado pelos turcos foi respeitado pelos russos, que por sua vez tiveram sua cruz vermelha respeitada pelos turcos. A princípio informalmente, oficialmente a partir de 1929, o Crescente Vermelho é símbolo e nome alternativo para Cruz Vermelha - trata-se da mesma entidade. Em 2005, o Cristal Vermelho foi adotado como terceiro símbolo, sem conotação religiosa.
Em 1906, foi assinada a 2ª Convenção de Genebra, atualizada para incluir detalhes de conflitos navais. Em paralelo, em 1899 e 1907, foram realizadas as Convenções de Haia, na Holanda. Esses encontros abordavam o comportamento militar em combate e faziam referências às convenções de Genebra. A primeira proibiu armas químicas, ataques aéreos de balões, o uso de balas deformáveis (as dum-dum) e o início das hostilidades antes de declaração formal de guerra. A segunda convenção teve bem menos êxito e praticamente limitou-se a questões navais, como a proibição de minas marítimas desancoradas. O senador brasileiro Ruy Barbosa esteve nessa convenção e discursou ativamente em defesa das nações mais fracas, pelo que ganhou o apelido (no Brasil) de Águia de Haia.
Desde que as leis de guerra apareceram, os países signatários têm dado um jeito de burlar suas regras quando surge a necessidade, real ou aparente. As convenções de Haia, como vimos, proibiam ataques aéreos e químicos. Dez anos depois, esses se tornavam símbolos da Primeira Guerra Mundial. Entre 1915 e 1918, cerca de 1,2 milhão de soldados morreriam por armas químicas de ambos os lados. Ninguém foi julgado, mas o impacto psicológico foi intenso. Em 17 de junho de 1925, foi assinado o Protocolo de Genebra, proibindo o emprego militar de gases asfixiantes e tóxicos, além de armas bacteriológicas.
Em 1929, foi assinada a 3ª Convenção de Genebra, que detalhava direitos dos prisioneiros de guerra. A Segunda Guerra foi outro festival de abusos. As leis de Haia e Genebra foram levantadas em 1946, durante os julga-mentos de Nuremberg e Tóquio, que resultaram em 12 e 7 condenações à morte. Por surpreendente que seja, o tratamento de prisioneiros de guerra foi uma das maiores acusações contra o Japão, que frequentemente exterminava prisioneiros, mas não contra os nazistas. Para prisioneiros ocidentais, eles geralmente respeitavam a Convenção de 1929, assinada pela Alemanha. Soviéticos, que não haviam assinado o acordo, eram enviados para campos de extermínio Nazistas e japoneses foram julgados, mas, em matéria de terrorismo aéreo, os aliados superaram de longe o Eixo.
Em janeiro de 1945, a cidade alemã de Dresden, que não tinha nenhum valor militar, foi incinerada pelos britânicos. Em agosto, foi a vez de os americanos estrearem a bomba atômica contra civis em Hiroshima e Nagasaki. Pelo impacto do bombardeio de terror na Segunda Guerra, a quarta e última Convenção de Genebra (1949) finalmente abordou os direitos dos civis. Contando atualmente com 192 países signatários, a convenção proibiu a utilização de civis como escudos humanos, o extermínio coletivo e os bombardeiros aéreos a civis. Nas décadas seguintes, protocolos adicionais complementariam a 4ª Convenção, abordando direitos das vítimas de guerra.
Como antes, o sucesso das leis é discutível. A Guerra Irã-Iraque (1980-1988) viu o uso moderno de armas químicas. A Rússia é acusada de inúmeras violações nas Guerras da Chechênia (1994-1996 e 1999-2009). E os "mocinhos do mundo" não ficam para trás. Na Guerra do Vietnã (1955-1975), os EUA usaram o agente laranja, produto químico que causa problemas congênitos - sob a desculpa que não era veneno, mas um desfolhante cujo alvo eram plantações.
O massacre de 504 civis em My Lai, em 1968, levou a uma condenação: o tenente William Calley, que cumpriu 3,5 anos de prisão domiciliar. Na Guerra ao Terror dos anos 2000, os americanos usaram de termos como "combatente irregular" para chamar seus prisioneiros de guerra, de forma que não fossem enquadrados na Convenção de Genebra - esse vácuo legal levou aos abusos de Abu Grahib e Guantánamo. Às vésperas de completarem 150 anos, podemos dizer que as Convenções de Genebra foram um fracasso? A Cruz Vermelha tornou-se uma instituição venerável, e o tratamento de prisioneiros de guerra é melhor hoje que nos tempos de Dunant (ele ganhou o primeiro Prêmio Nobel da Paz, em 1901, e a Cruz Vermelha outros 3). Mas, na prática, as guerras assimétricas modernas fazem a Convenção de Genebra parecer algo de tempos românticos. Não se espera que organizações terroristas tratem seus reféns segundo a Convenção de Genebra, assim como os militantes aprisionados não são tratados como combatentes militares. Como não há uma "polícia do mundo", as leis acabam valendo apenas para o lado perdedor.
Sanguessugas na Cruz Vermelha
Cada sociedade nacional da Cruz Vermelha internacional é independente para se financiar. ao redor do mundo, elas tiram seus fundos de doações, investimentos e alguns produtos e serviços, como kits de primeiros socorros e administração hospitalar. Quando ocorre uma catástrofe, campanhas são realizadas para doar para a cruz Vermelha, que transfere o dinheiro da sociedade local para a do país afetado. em 2011, a cruz Vermelha brasileira fez campanhas para ajudar as vítimas do tsnunami de 2011 no Japão, a fome na Somália e os deslizamentos de terra no rio.
Nada desse dinheiro chegou às vítimas. segundo reportagem da revista Veja de 6 de agosto, o presidente nacional da Cruz Vermelha desviava todas as doações e outras verbas para uma conta secreta no Maranhão. a denúncia veio de funcionários da própria cruz Vermelha no rio, que nunca viram as verbas da campanha dos deslizamentos - incluindo aí doações vindas do exterior. Grandes criminosos não surgem apenas nas guerras.
Fonte: Aventuras na História
Guerra do Libano
O Líbano que se libertou da França em 1945, é região do Oriente Médio sujeito a constantes conflitos. De um lado, estão os muçulmanos – sunitas e xiitas -, que correspondem à maioria da população, de outro, os vários grupos cristãos – maronitas, ortodoxo e armênios católicos e protestantes -, que controlam as atividades e detêm a hegemonia política. Agravando a situação acrescenta-se a interfer6encia de grupos estrangeiros apoiando cada uma das facções . Os palestinos, representados pela OLP, apoiavam os muçulmanos, e os israelenses alinhavam-se aos cristãos.
Apartir da década de 1970, os conflitos se agravaram por pressões político-religiosos dos muçulmanos, que exigiam maior representativa política, e também pela instalação de grupos palestinos no sul do Líbano.
Em 1976, a Síria interveio no norte do país, e em 1982, Israel ocupou o sul, expulsando os guerrilheiros da OLP. Em 1986, os sírios ocupam Beirute, a capital do Líbano, sem consequir uma efetiva composição política entre cristãos e muçulmanos.
Com ingerencia sírias, israelenses, dos extremistas xiitas do Hezbollah e outras facções estrangeiras, além dos próprios líbano , a incorporação de soluções políticas e diplomáticas, em substituição à confrontação violenta de duas décadas que devastou quase inteiramente o país, tem encontrado suficiente resistência para não se viabilizar completamente. Porém, para um país de quase 4 milhões de habitantes, com um saldo de 150 mil mortos nos conflitos e quase 500 mil pessoas desajoladas de suas residências, os continuados entendimentos, em meio à complexidade dos fatores envolvidos, permitem vislumbrar o fortalecimento do processo de pacificação do Líbano.
Fonte: http://www.grupoescolar.com/pesquisa/guerra-do-libano.html
Apartir da década de 1970, os conflitos se agravaram por pressões político-religiosos dos muçulmanos, que exigiam maior representativa política, e também pela instalação de grupos palestinos no sul do Líbano.
Em 1976, a Síria interveio no norte do país, e em 1982, Israel ocupou o sul, expulsando os guerrilheiros da OLP. Em 1986, os sírios ocupam Beirute, a capital do Líbano, sem consequir uma efetiva composição política entre cristãos e muçulmanos.
Com ingerencia sírias, israelenses, dos extremistas xiitas do Hezbollah e outras facções estrangeiras, além dos próprios líbano , a incorporação de soluções políticas e diplomáticas, em substituição à confrontação violenta de duas décadas que devastou quase inteiramente o país, tem encontrado suficiente resistência para não se viabilizar completamente. Porém, para um país de quase 4 milhões de habitantes, com um saldo de 150 mil mortos nos conflitos e quase 500 mil pessoas desajoladas de suas residências, os continuados entendimentos, em meio à complexidade dos fatores envolvidos, permitem vislumbrar o fortalecimento do processo de pacificação do Líbano.
Fonte: http://www.grupoescolar.com/pesquisa/guerra-do-libano.html
Julgamentos por Crimes de Guerra
Julgamentos por crimes de Guerra, são os processos abertos contra as pessoas acusadas de cometer crimes contra as leis, costumes e princípios gerais do Direito da guerra. Depois da II Guerra Mundial, a expressão foi aplicada ao julgamento dos crimes dos líderes alemães e japoneses nos tribunais criados pelos países aliados vencedores do conflito.
JULGAMENTOS MAIS IMPORTANTES
TRIBUNAIS DE NUREMBERG
Os processos mais importantes ocorreram em Nuremberg (Alemanha), onde um Tribunal Internacional Militar julgou os crimes de guerra, classificados em crimes contra a paz, crimes de guerra e crimes contra a humanidade. O julgamento começou em outubro de 1945 e 24 pessoas foram acusadas, entre as quais se encontravam Hermann Göering e Rudolf Hess. Também foram acusadas sete organizações que faziam parte do governo nazista. A sentença foi promulgada em outubro de 1946. Dos acusados, 12 foram condenados a morrer enforcados, sete foram condenados a penas de prisão que iam de 10 anos de reclusão até a prisão perpétua, e três foram absolvidos. Das sete organizações acusadas, quatro foram consideradas culpadas, entre elas as SS e a Gestapo.
TRIBUNAIS DE TÓQUIO
O julgamento de Tóquio começou em 3 de maio de 1946 e finalizou em 12 de novembro de 1948, com decisões parecidas às adotadas em Nuremberg. Dos 28 acusados, sete foram condenados à morte e os restantes, excetuando dois, sentenciados à cadeia perpétua. Estes julgamentos representaram uma contribuição importante para a evolução do Direito penal internacional.
Fonte:
http://www.slimsite.hpg.ig.com.br/julga.html
http://www.grupoescolar.com/pesquisa/julgamentos-por-crimes-de-guerra.html
Bosquímanos
Júlia Segatto Streck
Quem São:
Os bosquimanos são homens do bosque que representam um tipo étnico muito interessante. Continuam a viver em estado semi selvagem, da caça.
Este povo com um passado antigo não tem praticamente registos históricos escritos.
Ao desembarcarem nas praias da África Austral, há mais de 350 anos, os colonos europeus chamaram-lhes apenas homens do mato, ou do bosque - bosquímanos. Considerando-os "indomáveis" e uma ameaça para os animais domésticos, os colonos trataram-nos como ralé, matando-os em grande número.
Num estudo de antropologia publicado no século XIX, J.C. Prichard resume assim a vida dos bosquímanos: "Nunca os seres humanos viveram em condições de tanta indigência e miséria".
Nas populares feiras de horrores da época vitoriana, pequenos grupos de bosquímanos eram anunciados como "os anões de África". Os primeiros antropólogos classificaram-nos como "fósseis vivos" e não completamente humanos, encarando-os como o elo em falta na evolução da Humanidade. Outro antropólogo considerou a fantástica língua dos bosquímanos, com os seus estalidos, mais próxima dos sons dos animais do que da fala humana.
Hoje cerca de 85.000 bosquímanos vivem à beira da extinção cultural.
Fisicamente eram similares aos pigmeus em tamanho e tinham também um castanho claro como cor de pele.
Onde vivem:
As evidências arqueológicas encontradas em Lunda, Congo e no Deserto do Namibe, a área conhecida actualmente como Angola tem sido habitada desde tempos pré-históricos. Contudo, foi somente milhares de anos mais tarde, no inicio da história registada, que apareceram as sociedades mais desenvolvidas. Os primeiros as estabelecerem-se foram os Bosquímanos, que eram conhecidos como grandes caçadores.
A maior parte reside nas regiões mais distantes do deserto do Kalahari, no Botswana, na Namíbia, na África do Sul, em Angola e na Zâmbia.
Como vivem:
Este interesse é reforçado pela ideia de que o bosquímano é um dos últimos elos que nos une à antiga existência de caçadores-recolectores, um modo de vida comum a toda a humanidade até há cerca de 10.000 anos, no tempo em que os seres humanos ainda não domesticavam os animais nem semeavam cereais.
Uma época em que dependíamos directamente da natureza para sobreviver. Desde há algum tempo que os bosquímanos deixaram de viver como caçadores-recolectores, em total isolamento.
Uma das vantagens principais dos bosquímanos em relação a outras sociedades humanas era a sua capacidade para sobreviverem sem água de superfície.
Guardando segredo sobre a forma de encontrar água em melancias e tubérculos, e aprendendo a enterrar ovos de avestruz cheios de água na estação das chuvas para recuperá-los durante a estação seca, os bosquímanos mostraram-se capazes de sobreviver onde os outros não conseguiam.
Curiosidade:
Perto do final do século XVIII, apenas 150 anos depois da chegada dos holandeses ao Cabo da Boa Esperança, milhares de bosquímanos foram abatidos e mortos, e muitos mais foram obrigados a trabalhar para os colonizadores.
O novo governo britânico prometeu solenemente acabar com a guerra - esperavam conseguir civilizar os bosquímanos, encorajando-os a adoptar um estilo de vida mais agrícola, mas sem êxito.
Por volta de 1870, os últimos bosquímanos do Cabo foram perseguidos até à extinção. Outros grupos de bosquímanos conseguiram sobreviver às invasões dos europeus, apesar das ameaças constantes.
Embora não esteja confirmado, diz-se que a última licença para capturar bosquímanos foi dada na Namíbia pelo governo sul-africano, em 1936.
Bibliografria:
www.nationalgeographic.pt
www.google.com.br
Fonte: http://www.grupoescolar.com/pesquisa/bosquimanos.html
Quem São:
Os bosquimanos são homens do bosque que representam um tipo étnico muito interessante. Continuam a viver em estado semi selvagem, da caça.
Este povo com um passado antigo não tem praticamente registos históricos escritos.
Ao desembarcarem nas praias da África Austral, há mais de 350 anos, os colonos europeus chamaram-lhes apenas homens do mato, ou do bosque - bosquímanos. Considerando-os "indomáveis" e uma ameaça para os animais domésticos, os colonos trataram-nos como ralé, matando-os em grande número.
Num estudo de antropologia publicado no século XIX, J.C. Prichard resume assim a vida dos bosquímanos: "Nunca os seres humanos viveram em condições de tanta indigência e miséria".
Nas populares feiras de horrores da época vitoriana, pequenos grupos de bosquímanos eram anunciados como "os anões de África". Os primeiros antropólogos classificaram-nos como "fósseis vivos" e não completamente humanos, encarando-os como o elo em falta na evolução da Humanidade. Outro antropólogo considerou a fantástica língua dos bosquímanos, com os seus estalidos, mais próxima dos sons dos animais do que da fala humana.
Hoje cerca de 85.000 bosquímanos vivem à beira da extinção cultural.
Fisicamente eram similares aos pigmeus em tamanho e tinham também um castanho claro como cor de pele.
Onde vivem:
As evidências arqueológicas encontradas em Lunda, Congo e no Deserto do Namibe, a área conhecida actualmente como Angola tem sido habitada desde tempos pré-históricos. Contudo, foi somente milhares de anos mais tarde, no inicio da história registada, que apareceram as sociedades mais desenvolvidas. Os primeiros as estabelecerem-se foram os Bosquímanos, que eram conhecidos como grandes caçadores.
A maior parte reside nas regiões mais distantes do deserto do Kalahari, no Botswana, na Namíbia, na África do Sul, em Angola e na Zâmbia.
Como vivem:
Este interesse é reforçado pela ideia de que o bosquímano é um dos últimos elos que nos une à antiga existência de caçadores-recolectores, um modo de vida comum a toda a humanidade até há cerca de 10.000 anos, no tempo em que os seres humanos ainda não domesticavam os animais nem semeavam cereais.
Uma época em que dependíamos directamente da natureza para sobreviver. Desde há algum tempo que os bosquímanos deixaram de viver como caçadores-recolectores, em total isolamento.
Uma das vantagens principais dos bosquímanos em relação a outras sociedades humanas era a sua capacidade para sobreviverem sem água de superfície.
Guardando segredo sobre a forma de encontrar água em melancias e tubérculos, e aprendendo a enterrar ovos de avestruz cheios de água na estação das chuvas para recuperá-los durante a estação seca, os bosquímanos mostraram-se capazes de sobreviver onde os outros não conseguiam.
Curiosidade:
Perto do final do século XVIII, apenas 150 anos depois da chegada dos holandeses ao Cabo da Boa Esperança, milhares de bosquímanos foram abatidos e mortos, e muitos mais foram obrigados a trabalhar para os colonizadores.
O novo governo britânico prometeu solenemente acabar com a guerra - esperavam conseguir civilizar os bosquímanos, encorajando-os a adoptar um estilo de vida mais agrícola, mas sem êxito.
Por volta de 1870, os últimos bosquímanos do Cabo foram perseguidos até à extinção. Outros grupos de bosquímanos conseguiram sobreviver às invasões dos europeus, apesar das ameaças constantes.
Embora não esteja confirmado, diz-se que a última licença para capturar bosquímanos foi dada na Namíbia pelo governo sul-africano, em 1936.
Bibliografria:
www.nationalgeographic.pt
www.google.com.br
Fonte: http://www.grupoescolar.com/pesquisa/bosquimanos.html
Christian Johann Doppler (1803 - 1853)
Doppler observou que o comprimento de uma onda sonora produzida por uma fonte em movimento se altera. Quando a fonte está se aproximando do observador, o comprimento de onda diminui (ou seja, o som se torna mais agudo); quando ela se afasta, ele se torna maior (fica mais grave).
Alguns anos mais tarde, foi feita uma demonstração experimental para confirmar a validade dessa formulação: acomodaram vários corneteiros sobre um vagão aberto, puxado por uma locomotiva. Foram utilizadas diversas velocidades, emitindo-se uma nota diferente a cada vez. Enquanto isso, na plataforma da estação, vários músicos de ouvido apurado registravam as notas que conseguiam ouvir. Os resultados confirmaram as previsões calculadas com a equação de Doppler.
No caso da luz, o efeito Doppler mostrou-se particularmente útil para os astrônomos na análise da luz emitida por corpos distantes no espaço (Quando a fonte se afasta do observador um objeto parecerá mais vermelho do que o normal). A aplicação do efeito a estes casos reforçou a teoria de um universo em expansão.
Fonte:
http://br.geocities.com/saladefisica3/biografias/doppler.htm