13.2.13




Por Antonio Gasparetto Junior

O Popol Vuh é um registro documental da cultura maia.



Não se sabe exatamente a data de produção de um dos mais importantes documentos da cultura maia. Acredita-se que tenha sido redigido no século XVI, em 1544. Originalmente escrito no idioma quiche, o texto foi traduzido para o castelhano por Francisco Jiménez, em 1688. A tradução do manuscrito pode ser conferida na Biblioteca Newberry, de Chicago. No entanto, o original está perdido desde o século XVII. Sua identificação como Popol Vuh só foi feita com a tradução para o francês realizada por Charles Étienne Brasseur.

O Popol Vuh explora questões como a criação do mundo, dos homens e dos animais. Tudo é narrado segundo a tradição maia. O original não está dividido em capítulos, porém seus tradutores assim o adaptaram didaticamente. Eles notaram também que há duas partes distintas na narrativa original, uma que se refere à origem do mundo e a vitória de dois irmãos gêmeos, que se tornariam o Sol e a Lua, sobre os Senhores do Inframundo, e uma parte que aborda a criação do milho e a presença dos quichés na América Central.

O Popol Vuh é um importante documento de compreensão da cultura maia, pois explora suas crenças, os dogmas religiosos, a vida produtiva e o idioma que era utilizado. Aponta ainda para questões como a origem do povo e dos animais, assim como a importância e a reverência pela natureza. Percebe-se, no decorrer da narrativa, a forte influência religiosa em todos os aspectos da vida maia. O homem, em toda sua amplitude, é o resultado das ações e vontades dos deuses.

Em resumo, o Popol Vuh descreve como se deu a criação da humanidade, ou, pelo menos, os povos da Mesoamérica, que era a região ocupada e conhecida pelos maias, embora tivessem conhecimentos geográficos e astronômicos para considerar a amplitude do mundo. Alguns historiadores, contudo, contestam a visão religiosa das traduções, argumentando que foram fortemente influenciadas por concepções cristãs, distorcendo o valor que era realmente atribuído a cada deus maia. Essa interferência cristã na cultura religiosa dos povos indígenas americanos é recorrente e assemelha a cultura original à bíblia, em muitas oportunidades. Isso fez com que muito se perdesse sobre a real abrangência da cultura desses povos.

De toda forma, o Popol Vuh está traduzido em diversas línguas e é uma das principais fontes da cultura maia e do início da colonização na América. A denominação que o documento recebeu após diversas traduções significa “livro da comunidade”, pois é o que nos oferece, um grande panorama dos fundamentos culturais daquele povo.

Fontes:
http://home.wlu.edu/~barnettj/395/popul.htmlhttp://www.mesoweb.com/publications/Christenson/PopolVuh.pdf

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