Calendário na Grécia Antiga: ritos de passagem gregos
Para compreendermos melhor a antiguidade clássica torna-se necessário conhecer pelo menos um pouco sobre o calendário na Grécia Antiga.
O calendário na Grécia Antiga inicialmente era lunar (baseado nas fases da lua) e depois se tornou lunissolar. O ano era dividido em 12 meses alternados, de 29 dias (meses cavos) e 30 dias (meses plenos). Eles ainda adicionavam um décimo terceiro mês em alguns anos dentro de um ciclo de variação de oito anos com cinco anos de 12 meses e três de 13 meses para manter os meses lunares sincronizados com o ano solar.
Não existia apenas um calendário na Grécia Antiga para toda civilização grega. Ao contrário dos dias atuais, cada cidade-estado tinha o seu. O que não trazia grandes problemas para eles, pois cada cidade era uma unidade política autônoma. Apesar de serem semelhantes, eles apresentavam uma enorme variedade de nomenclaturas, de meses e festividades.
Os ritos de passagem eram momentos de transição que um individuo se submetia. Somente através desses rituais um recém nascido, por exemplo, seria inserido e aceito na sociedade, antes disso um bebê poderia até ser descartado. Um jovem só se tornaria adulto e gozaria da plenitude dos direitos de um cidadão após passar por eles. Esses rituais eram divididos em três fases:
1) Isolamento e marginalização do individuo
2) Transição e treinamento para o novo papel a exercer diante da sociedade
3) Reintegração a sociedade e ao novo grupo social.
Florenzano caracteriza essas transições com o que ela denomina “inversão simétrica”, pois nesse período o individuo vai agir de forma contrária ao que se espera dele na sua nova condição. Por exemplo, as mulheres que durante o ritual correm nuas e com fantasias de urso cantando e gritando assumindo um comportamento “selvagem”, exatamente o oposto do papel que deverá assumir de mulher recatada, mãe dedicada, esposa fiel etc.
Os ritos deveriam ser executados nas datas corretas segundo a tradição e a maioria deles tinha uma parte que era executada no âmbito da família e outras eram publicas e ocorriam durante as grandes festas religiosas e cívicas que aconteciam na cidade. Eram essas festas que davam nome aos meses e cada uma delas estava associada a um Deus que por sua vez estava associado a uma estação que indicavam as épocas das chuvas, da colheita, da caça etc.
Os meses do calendário grego não correspondem exatamente ao atual, mas podemos ver como ficariam aproximadamente relacionados. Esse é o calendário Ateniense, os meses a que ele corresponde e suas respectivas festividades:
Hekatombaion: Aprox. Julho. Mês das hecatombes e dos sacrifícios
Metageintnion: Aprox. Agosto. Mês dos despejos
Boedromion: Aprox. Setembro. Mês das corridas
Pyanopsion: Aprox. Outubro. Mês das favas cozidas e das festas em honra de Apolo
Maimakterion: Aprox. Novembro. Mês das tempestades e das festas para acalmar Zeus
Posideion: Aprox. Dezembro. Mês consagrado ao Deus Poseidon
Gamelion: Aprox. Janeiro. Mês das núpcias
Anthesterion: Aprox. Fevereiro. Mês das flores
Elaphebolion: Aprox. Março. Mês da caça aos veados
Mounikhion: Aprox. Abril. Mês de Ártemis de Munychionda
Hargelion: Aprox. Maio. Mês da festa de Apolo e Ártemis
Skirophorione: Aprox. Junho. Mês da festa feminina em honra de Atena, ou Minerva
Cada cidade celebrava suas festas conforme as crenças locais e a importância que cada Deus tinha para eles e em qual época do ano. Por isso, como vimos antes, cada cidade tinha seu próprio calendário, pois as festas variavam de cidade e de data. Uma mesma festa que ocorria em Atenas poderia ocorrer em outra cidade em uma época diferente e cada uma com suas peculiaridades na forma de execução. Ainda assim existiam as festas pan-helenicas. Nessas festas cidadãos de toda Grécia antiga viajavam para a cidade onde ocorria a celebração. Como a que era feita em Olímpia em homenagem a Zeus que ocorria de 4 em 4 anos e quando ocorriam os jogos olímpicos. É interessante pensar que apesar de não ter uma conotação de feriado como atualidade era comum que os gregos não exercessem suas atividades cotidianas nos períodos de festas.
Portanto percebemos a importância do calendário na Grécia Antiga e das festas para os gregos, eles levavam uma vida voltada para a política e para a comunidade e fazer parte delas é um fator primordial para eles. As partes dos rituais de passagem que aconteciam publicamente eram importantíssimas, pois era assim que o novo status de um cidadão era apresentado à sociedade.
Referências Bibliográficas
FLORENZANO, Maria Beatriz Borba. “Nascer, viver e morrer na Grécia antiga” São Paulo: Atual, 1996.
Fonte: http://www.sobrehistoria.org/calendario-na-grecia-antiga/
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