9.5.12

Bombardeio de Salvador em 1912


Por Fernando Rebouças

A cidade de Salvador, em 10 de janeiro de 1912, foi alvo de um bombardeio que destruiu a Sede do Governo local, a Biblioteca, a Câmara e o Quartel da Polícia Militar. O bombardeio foi seguido por um conflito armado entre a polícia da Bahia e o exército.



O ocorrido marcou o início da República Velha e compôs o conjunto de lutas políticas entre as oligarquias provincianas em épocas de um sistema eleitoral marcado pelo coronelismo e pela política do Café com Leite.

Na época, o objetivo do bombardeio era forçar a renuncia de Aurélio Viana, então governador da Bahia, sob apoio do governo federal para a abertura do poder local para lideranças de seu interesse. Depois do bombardeio, o governador renunciou, e logo foi substituído por José Joaquim Seabra, que tinha o apoio do presidente Hermes da Fonseca. O ex-governador, Aurélio Viana, não conseguiria retornar ao poder.

Porém, os bombardeio traumatizariam a cidade, com repercussão na imprensa nacional, tudo iniciado ainda nas eleições presidencialistas de 1910, na qual Hermes da Fonseca havia vencido Ruy Barbosa. Durante e depois das eleições, surgiriam diversas crises políticos no âmbito nacional e regional, incluindo traições e rompimentos partidários.

Portanto, para não perder sua influência política nas províncias, em meio às disputas estaduais para 1912, o então presidente Hermes da Fonseca começou a agir de maneira mais radical para garantir o poder regional nas mãos de seus aliados.

As ordens do ataque foram passadas para o General José Sotero de Menezes, da 7ª Região Militar formada pelos estados da Bahia e do Espírito Santos, e sediada em Salvador. Antes de efetuar o ataque, o general enviou uma comissão de oficiais subordinados para negociar com governador Aurélio Viana. Não havendo acordos e nem retiradas de tropas, às 13h e 30 minutos do dia 10 de janeiro, a 7ª Região Militar iniciou o uso da força.

O governo da Bahia teve de mudar de sede a partir do dia 11 de janeiro, passando a utilizar o Palácio das Mercês como Palácio de administração do governo. Além do bombardeio e da destruição, as edificações atingidas sofreram invasões, incêndios e perdas de arquivos.

O processo de reconstrução somente seria concluído em 1919, com a construção sob a denominação de Palácio Rio Branco, com os trabalhos dos arquitetos Júlio Conti e Filinto Santoro e dos engenheiro Luiz de Sá.

Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Bombardeio_de_Salvador_em_1912
http://www.jblog.com.br/hojenahistoria.php?itemid=29103
http://diarq.fpc.ba.gov.br/node/227