Por Ana Lucia Santana
Várias famílias alemãs emigraram para a América do Norte, ao longo dos séculos XVII e XVIII, atraídas por promessas de progresso, sucesso e façanhas diversas. Estes imigrantes tentavam deixar para trás histórias de dor, miséria e escassez de alimentos. A nação norte-americana despertava então as mais elevadas expectativas nos corações desencantados dos europeus.
Os alemães se fixaram na região interiorana da Pensilvânia, e aí tiveram um contato estreito com os indígenas; atentos a suas práticas, eles aliaram a magia nativa a suas próprias convicções espirituais, especialmente as que se referem ao exercício da Bruxaria.
A palavra Pow-Wow remete ao exame reverente dos sortilégios e magias aborígenes, uma vez que os germânicos ficaram realmente perplexos com a forma como estes povos exorcizavam as entidades perversas. Surpresos, eles perceberam que podiam mesclar em um único caldeirão espiritual suas crenças e as dos nativos, pois os índios também direcionavam suas práticas mágicas aos processos de cura.
A feitiçaria alemã é um amálgama de sortilégios e encantos provenientes da era medieval, de ingredientes extraídos da Cabala Hebraica e das Sagradas Escrituras, e de magia indígena. Ela foca na eliminação de enfermidades, nos cuidados aos animais, na busca do amor ou na destruição de magia maléfica. Os integrantes das comunidades mágicas afirmam sua filiação ao Cristianismo e acreditam ser dotados de dons sobre-humanos.
Dos imigrantes mais antigos radicados na Pensilvânia, um nome se destaca, o de John George Hohman. Ele e sua mulher, Catherine, desembarcaram neste estado em 1802 e se fixaram nas proximidades de Reading. O alemão era um católico convicto e um ardente defensor da cura através da fé, apesar de se revelar um profissional mediano.
À beira de uma crise econômica, ele passou a coletar diversos feitiços e medicamentos produzidos com ervas medicinais, enquanto preservava também os remédios transmitidos através de séculos de tradição oral. Os resultados de suas pesquisas foram registrados em um manual intitulado ‘Friend The Long Lost’.
Desta forma Hohman alcançou um sucesso financeiro modesto; e logo sua obra se converteu em uma das duas Bíblias da feitiçaria alemã Pow-wou, ao lado de uma publicação de autor desconhecido, intitulado Livro Sétimo de Moisés. Os dois livros podem ser encontrados praticamente em cada lar holandês da Pensilvânia.
Este estilo mágico vem se perpetuando ao longo do tempo e atualmente ainda ganha entre seus praticantes um espaço respeitável. Afinal de contas, seus ingredientes ancestrais e os empréstimos da cultura indígena podem perfeitamente ser ajustados para a era contemporânea.
Fontes:
http://translate.google.com.br/translate?hl=pt-BR&langpair=en%7Cpt&u=http://www.controverscial.com/Pow-wow.htm
http://pessoas.hsw.uol.com.br/bruxaria1.htm